1 minute read

Figura 5 - Matriz em linóleo para confecção de matriz serigráfica

sugestionados. O que eu necessitava era transpor para a forma gráfica a dualidade desse conceito e do trabalho pretendido. O sim e o não, o seguir e o não seguir determinado caminho etc. que era sua natureza básica, o seu ser. Eu não havia chegado ainda, conforme dito por Marcel Duchamp na citação acima, até a clareira pretendida. Os exercícios que se seguiram foram a minha maneira de tatear a procura de uma resposta, uma solução e não foram racionalmente programados para que gerassem o resultado obtido. Admito que, conforme dito por Duchamp, não agi de maneira racional, mas similar a um médium me abri intuitivamente para o desconhecido e deixei que ele se manifestasse. Entre os muitos exercícios efetivados na Oficina de Serigrafia, a simples forma não detalhada de um coração (figura 4) me chamou a atenção por representar duas leituras. Uma delas é a de um lugar onde reside a alma, os sentimentos, o ser e a outra é a de um órgão responsável pela distribuição do sangue a várias partes do corpo humano, uma característica prática.

Ao visualizar o coração bombeando o sangue para outras partes do corpo, lembrei de meu trabalho xilográfico que poderia ter entre uma de suas interpretações

Advertisement

Figura 4: Detalhe da primeira aparição de um coração nas minhas serigrafias.

This article is from: