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Unidade 3 - O mundo das crenças e dos deuses
Sobre esta Unidade
O objetivo desta unidade é trabalhar as expressões religiosas das antigas sociedades complexas. A ideia é discutir que todos organizavam suas vidas tendo como referência essas crenças, estabelecendo valores e formas de agir que acompanhavam o indivíduo desde o nascimento até a morte.
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Essa condição refletia, inclusive, nas formas de organização do Estado. Em muitos povos, como no Egito Antigo, o soberano era visto como uma divindade, o principal responsável pela interlocução com o sobrenatural. O mesmo ocorria em relação às leis e à organização da sociedade, aspectos vistos como sagrados e imutáveis.
Proposta pedagógica
A proposta desta unidade, assim como outras do volume, é promover a pluralidade. A intenção é que os estudantes compreendam a religião como um fato importante e cotidiano nas sociedades antigas. Tópicos como “Muitos deuses” e “Um deus único, para muitos povos”, promove a multiplicidade de ideias, auxiliando os estudantes a ampliar o olhar para a sociedade plural que existe e sempre existiu.
Apresentação de Grupo de Congada em culto a São Benedito. Antonina (Paraná), 2017.
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Objetivos da Unidade
• Compreender a importância da religião na formação dos povos antigos. • Identificar o papel das religiões na organização do Estado e na ordem social existente nas sociedades antigas. • Identificar a importância da religião como elemento de identidade e caracterização de um povo.
Habilidades trabalhadas: EF05HI03 EF05HI09 EF05HI09
GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS
Para começar...
1. O que essa fotografia mostra? 2. Em sua cidade ou seu bairro, existem manifestações religiosas? Quais? 3. Para você, que importância tem a religião na vida das pessoas?
Resposta pessoal. Resposta pessoal. A participação de pessoas em um evento religioso.
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Pré-requisitos
• Conhecer os processos de formação de culturas e povos. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano. • Identificar mudanças e permanências.
A imagem mostra o Império de São Gonçalo, uma festa religiosa realizada entre os Kalunga, na cidade de Cavalcante (GO). Para auxiliar os estudantes a identificar, oriente-os a ler a legenda.
Ainda que a resposta seja pessoal, espera-se que os estudantes relatem se há festas religiosas no local em que vivem. Próximo ao local de moradia deles, é possível que haja espaços dedicados às práticas religiosas do catolicismo, do protestantismo, do candomblé, entre outras religiões. Caso não haja na cidade ou bairro essas práticas, peça a eles que considerem locais próximos. Eventualmente, eles podem não dispor de informações a respeito.
Nessa atividade, os estudantes devem refletir sobre a importância da religiosidade e das manifestações religiosas na vida das pessoas, na identidade cultural de um povo. Possivelmente, eles responderão com base em seu conhecimento e suas experiências sobre as religiões a que seus pais e parentes seguem. É possível também que respondam que pouco sabem a respeito de religiões. Há a possibilidade ainda de respostas baseadas em ideias generalizadas ou preconceituosas. Por isso, é importante enfatizar que a liberdade religiosa é um direito assegurado e que as diferenças devem ser respeitadas.
A unidade é iniciada trabalhando um dos marcos mais importantes da religião do Egito antigo: o livro dos mortos. Retoma-se, ainda, o trabalho com imagens e a escrita hieroglífica. Aproveite a curiosidade e o estranhamento que ambos podem gerar entre os estudantes para instigar o interesse sobre as crenças e os saberes egípcios. Faça uma leitura do texto e peça a eles que escutem acompanhando a imagem. Incentive-os ainda a comentar a parte que julgarem mais significativa.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI03 EF05HI06
Observe com atenção as imagens a seguir. A primeira é uma página do Livro dos mortos, que costumava ser colocada nos túmulos dos antigos egípcios para instruí-los sobre como proceder na vida após a morte.
Esse exemplar foi encomendado por um escriba chamado Ani. Ele aparece abaixo, no lado esquerdo da imagem, representado em tamanho maior, junto à sua esposa. Eles se curvam em respeito aos deuses, representados na fileira acima e tendo à frente o deus Rá, com cabeça de falcão.
Abaixo e à direita está a alma de Ani, representada com sua cabeça e corpo de pássaro, aguardando seu julgamento pelos deuses. O deus dos mortos, Anúbis, com cabeça de chacal, coloca o coração de Ani na balança.
BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL
Livro dos mortos, detalhe do papiro de Ani, encontrado em uma tumba em Luxor, no Egito. Estima-se que foi elaborado há cerca de 3500 anos.
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Para ampliar
Mumificação
Os antigos egípcios se preparavam para a vida após a morte durante toda sua existência. O corpo devia ser preservado e, para isso, desenvolveram as técnicas de mumificação, utilizadas pelas pessoas de maior poder e riqueza. Os túmulos deviam abrigar ainda tudo o que precisariam para essa vida posterior. Os faraós eram enterrados nas pirâmides, mas as pessoas mais pobres, em simples tumbas.
O coração da pessoa que morria deveria ser mais leve que a pena da deusa Maat, que representava a verdade e a justiça. Com cabeça de ave, o deus escriba Thoth anota o resultado da pesagem.
Caso o coração fosse mais leve, a pessoa merecia a vida eterna. Se fosse mais pesado, a alma da pessoa morta não era aprovada, e seu coração era entregue a Ammit, criatura formada por partes de crocodilo, leopardo e hipopótamo – não por acaso, os animais mais perigosos e temidos do rio Nilo.
A segunda imagem é da deusa asteca Xochiquetzal. Na mitologia asteca, ela era a deusa da Lua, das flores, da fertilidade, dos jogos, das danças e da agricultura, bem como dos artesãos e das mulheres grávidas, e costumava ser representada sendo seguida por um grupo de pássaros e por borboletas. Seus adoradores portavam máscaras de animal e flores em rituais feitos em sua honra a cada oito anos.
THE HISTORY COLLECTION / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA
Representação da deusa asteca Xochiquetzal Borgia.
1 Compare o estilo artístico das duas imagens. O que elas têm em comum e o que têm de diferente?
2 Quais são as divindades egípcias apresentadas na primeira imagem e suas principais características?
3 Que informações do Livro dos mortos eram usadas pelos sacerdotes egípcios?
4 Qual é a divindade asteca destacada na segunda imagem e suas principais características?
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Avaliação
Aproveite o conteúdo destas páginas para identificar a habilidade do aluno em trabalhar com imagens, percebendo seus diversos elementos, mas também depreendendo significados. Se possível, projete a imagem em sala de aula e incentive os alunos a se posicionarem, verificando depois na realização das atividades a aplicação do conteúdo desenvolvido. A partir dos resultados, desenvolva estratégias para a continuidade dos estudos.
Ambas as imagens tem as figuras representadas de perfil (lei da frontalidade) e também retratam aspectos da religião de cada cultura. Na imagem egípcia é possível observar um fragmento do livro dos mortos com alguns deuses e demônios cujos egípcios acreditavam (Ammit, íbis, Anúbis). A ilustração asteca retrata duas deusas (Toci ou Tonantzin e Xochiquetzal).
Na primeira imagem observa-se Ammit, com características de crocodilo, hipopótamo e leão. Ao seu lado o escriba Thoth – à direita na imagem, com cabeça de ave íbis – anota os resultados da pesagem conduzida por Anúbis, o deus chacal.
Além dos deuses egípcios citados no texto, na fileira acima da imagem estão representados, da direita para esquerda: Rá, Aton, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Isis e Néftis, Hórus, Hathor, Hu e Sai.
O livro dos mortos continha as instruções sobre a passagem para a vida após a morte. Era utilizado por sacerdotes na realização de processos de mumificação e cerimônias religiosas.
A segunda imagem é da deusa asteca Xochiquetzal. Na mitologia asteca ela era a deusa da Lua, das flores, da fertilidade, dos jogos, das danças e da agricultura, bem como dos artesãos e das mulheres grávidas e costumava ser representada seguida por um grupo de pássaros e por borboletas. Seus adoradores portavam máscaras de animal e flores em rituais feitos em sua honra a cada oito anos.
Aproveite as características da religião e dos deuses para trabalhar as relações desses povos com o meio natural, relembrando aspectos ligados à organização do Estado e às atividades econômicas.
Em muitas sociedades antigas, era comum a relação entre as divindades e os elementos da natureza. Havia referência ao Sol, à Lua e a outros astros. Mas havia ainda outras formas de adoração.
A religião hindu, por exemplo, que surgiu na Índia Antiga e é praticada até hoje, crê em deuses que combinam formas humanas com animais, como Ganesha, deus da fortuna e das riquezas. Essa crença em diversos deuses também está presente em outros países asiáticos, como China e Japão. Todos esses países preservam ainda antigas tradições de culto aos antepassados.
Nas antigas sociedades do continente americano, por sua vez, destacava-se a relação entre os alimentos e os deuses, que eram adorados para garantir a fertilidade da terra e a prosperidade das colheitas.
A relação da religião com a fartura e a produção de alimentos era muito comum nas sociedades antigas. Por isso, é comum vermos alimentos como o milho ou a mandioca como partes das lendas e dos mitos de criação americanos.
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Estátua do deus hindu Ganesha com oferendas em Bali, atual Indonésia. Estátua da deusa Amaterasu no templo Iwato, em Miyazaki, Japão.
WINDYBOY/SHUTTERSTOCK
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Para ampliar
Exiba ou indique aos estudantes alguns links sobre o Festival das Estrelas, celebrado no Japão e onde há comunidades de origem japonesa, como em São Paulo/SP. O festival celebra a lenda de Orihime a filha de um deus, que se apaixonou por um pastor e dá sentido ao costume de pendurar pedidos e mensagens em papel colorido.
De olho no tempo
Mitos de origem
Os mitos são formas de contar a origem de um povo e sua concepção de mundo. Eles revelam características e valores dessas sociedades. Essas narrativas são muito antigas e estão presentes ainda hoje entre diversos povos ao redor do mundo.
Os mitos de origem são narrativas importantes, constantemente relembradas em monumentos, rituais e festas. Os astecas, por exemplo, povo antigo da América Central, acreditavam que seus antepassados foram guiados pelo sacerdote Tenoch até o vale do México.
Lá chegando, eles viram uma águia que devorava uma serpente. A águia representava os astecas, enquanto os povos conquistados por eles, como os toltecas, adoravam a serpente.
A fim de reverenciar Tenoch, os astecas deram o nome de Tenochtitlán para sua maior cidade.
Ilustração de livro do século XVI, elaborado por escribas astecas, que representa a fundação da cidade de Tenochtitlán.
BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL
• Pesquise a bandeira do México em livros ou na internet. Em seguida, descreva a imagem representada na bandeira e as semelhanças com a imagem acima.
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Para o professor
CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Atenas, 1990.
Livro que resulta de uma entrevista com o professor e divulgador de mitologia comparada, ele aborda centenas de exemplos de elementos comuns às religiões e mitos de povos do passado e da atualidade, além das releituras dos mitos pelo cinema e a indústria audiovisual.
Na bandeira do México, está representada uma águia pousada sobre um cacto, assim como na imagem desta página. Complemente as informações, dizendo aos estudantes que esse tipo de imagem representada em bandeiras é usualmente chamada de brasão e, no caso da bandeira mexicana, é uma referência ao mito asteca, estabelecendo um vínculo entre os dois povos.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI01 EF05HI03 EF05HI08
Verifique se os estudantes sabem diferenciar politeísmo de monoteísmo. São conceitos importantes para o trabalho com os temas dessa unidade.
Lembre-os de que os indígenas são povos múltiplos, com diversas culturas, mas que acreditam nos mesmos deuses.
A mitologia indígena brasileira também tem seus deuses e seus seres mitológicos.
Vamos conhecer alguns mitos tupis?
Tupã
É o criador dos céus, da terra e dos mares, conhecido pelos povos indígenas como o grande “espírito do trovão”. Foi ele quem teria dado origem à vida e ensinado aos seres humanos a prática da agricultura, do artesanato e da caça. Tupã ainda teria concedido aos pajés conhecimentos sobre as plantas, as ervas medicinais e os rituais de cura.
Representação artística e imaginada de Tupã.
Ceuci
Deusa das moradias e das lavouras (plantações), da agricultura. Ceuci é considerada protetora e colhedora dos frutos da terra.
Anhangá
Inimigo de Tupã, Anhangá é considerado o protetor dos animais e dos caçadores.
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NAIPEZ/SHUTTERSTOCK.COM
Para o professor
MINDLIN, Betty. O primeiro homem e outros mitos dos índios brasileiros. São Paulo: Cosac Naify, 2001.
Neste livro, a antropóloga brasileira reúne histórias de seis povos indígenas do Brasil, destacando a tradição oral, com mitos de criação do mundo transmitidos de geração para geração.
Divindade responsável pelas leis e pelas regras, Sumé foi quem teria ensinado aos indígenas os saberes de como cozinhar a mandioca e utilizála no cotidiano como um importante fruto que a terra lhes deu.
Jaci
É a filha de Tupã. Jaci é a deusa da Lua e aquela que guarda a noite. Responsável pela reprodução, ou seja, pelos nascimentos, ela teria o dom de aproximar os caçadores e os guerreiros de suas mulheres e de sua família.
Representação artística e imaginada de Jaci.
NAIPEZ/SHUTTERSTOCK.COM
Além dos tupis e dos guaranis, os ianomâmis, os araras e dezenas de outros povos também carregam profunda ligação com as forças da natureza, e essas divindades eram muitas vezes compartilhadas entre eles, como parte importante de sua cultura e suas crenças.
• Você já ouviu falar em alguma dessas divindades indígenas brasileiras? Se sim, quais delas e o que você sabe delas? Resposta pessoal.
53 Para ampliar
O estudo da história das religiões é caracterizado, muitas vezes, pela ênfase nos conflitos do passado, vistos como justificativa ou principal explicação para os embates contemporâneos. Os movimentos e as organizações ecumênicas têm proposta de incentivar o convívio, o respeito e a tolerância entre as diferentes religiões. Procure trabalhar com os estudantes nesse sentido, destacando a importância do respeito e reconhecimento do outro.
Além da tabela da página, apresente aos estudantes a correção com os deuses em sua versão romana. Explique a eles que foram utilizados para denominar alguns dos planetas do sistema solar, conhecidos desde a antiguidade: Zeus (Júpiter); Ares (Marte); Afrodite (Vênus); Hades (Plutão).
Habilidade trabalhada:
EF05HI03
Diversos povos antigos acreditavam que seus deuses eram muito parecidos com os seres humanos em seus sentimentos e suas atitudes. Muitas dessas divindades eram relacionadas a um aspecto do cotidiano desses povos, o que as tornava semelhantes, ainda que cada uma pertencesse a uma cultura diferente.
Observe algumas dessas semelhanças no quadro a seguir.
Deus grego Deus egípcio Deus iorubá Principal característica
Zeus Amon Xangô Líder dos deuses.
Ares
Afrodite Bastet
Hátor Ogum
Oxum Deus da guerra.
Deusa do amor.
Hades Osíris Iansã Deus dos mortos.
1 Quais são as semelhanças entre Xangô, Zeus e Amon?
2 Em sua opinião, por que há um deus para a guerra?
3 O que podemos aprender com essa comparação das divindades em sociedades antigas?
São deuses associados à liderança e à soberania, intervindo em disputas e fazendo justiça.
Resposta pessoal. Incentive os estudantes a pensar como povos tão diversos tinham deuses relacionados à natureza e ao cotidiano.
Espera-se que os estudantes reflitam que a guerra é uma prática em que a coragem e o medo são fundamentais para o resultado. Ter um deus protetor da guerra poderia incentivar os soldados na batalha.
Os deuses gregos
Havia também os deuses que eram considerados protetores de um local ou de uma profissão.
Na Antiguidade era comum que aldeias e cidades tivessem suas divindades protetoras, a que homenageavam com grandes festas conforme a época do ano e construindo templos e monumentos.
Na Grécia Antiga, por exemplo, Atena, deusa da sabedoria, era a padroeira da cidade de Atenas, Hefesto era considerado o protetor dos artesãos, e Hermes era a divindade cultuada pelos comerciantes.
GILMANSHIN/SHUTTERSTOCK
Reconstituição do panteão dos deuses gregos, tendo Zeus no centro. Esculturas e relevos com deuses humanizados adornavam a fachada dos templos gregos.
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Para o professor
A Odisseia, direção de Andre Andrey Konchalovsky (1997).
Uma entre tantas versões para o cinema da história narrada por Homero, em que o herói mítico Odisseu (chamado de Ulisses pelos romanos) vaga pelo mar após ter sido punido pelo deus Poseidon por sua trapaça na guerra de Tróia. O filme ilustra a grande variedade de seres mitológicos como deuses e monstros presentes na religião greco-romana.
As cidades dedicavam grandes obras às suas principais divindades, bem como homenageavam seus deuses com grandes festas conforme a época do ano. Deméter, por exemplo, era a divindade cultuada nos períodos de cultivo e de colheita.
VIACHESLAV LOPATIN/SHUTTERSTOCK
Ruínas do Partenon, templo construído para a deusa grega Atena, no século V a.C., Atenas, Grécia.
• A cidade onde você mora tem um padroeiro? Qual é? O que você sabe sobre ele?
Panteão dos deuses
A palavra panteão significa todos os deuses de uma religião. É um local, um templo, onde todos eles têm o seu lugar, como o Panteão Romano no passado. Atualmente, a mesma palavra significa um templo que funciona como um mausoléu de grandes personalidades, como o Panteão de Paris.
Construído como um templo dedicado a todos os deuses romanos, o Panteão Romano é o único edifício da época greco-romana que ainda está em perfeito estado de conservação. Localizado bem próximo a Piazza Navona, o Panteão foi arquitetado na época de Marcus Agrippa, por isso o prédio também foi chamado de Panteão de Agripa, em 27 a.C., durante a República Romana. Com mais de 2 mil anos de existência, o Panteão Romano deixou de ser um lugar sagrado politeísta, desde o século VII, para abrigar uma igreja católica. As imagens dos deuses romanos foram substituídas por santos católicos, destacando o processo de cristianização europeu.
Panteão de Agripa. Roma, Itália.
Sobre o Panteão Romano, pesquise:
1 o incêndio que sofreu em 80 d. C.;
2 os ilustres personagens históricos que foram ali sepultados;
3 sua cúpula inexplicavelmente construída sem nenhum tipo de sustentação.
JULIANTOLEDO/SHUTTERSTOCK
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Para o professor
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE – USP). Disponível em: http://mae.usp.br/wp-content/uploads/sites/467/2020/05/Recursos_ Did%C3%A1ticos_Historia_Antiga_MAE-USP.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.
O site do museu disponibiliza material com orientações didáticas e recursos pedagógicos sobre antiguidade clássica.
Você pode trabalhar com os estudantes a influência da religião greco-romana no cristianismo, especialmente no catolicismo, a exemplo dos santos padroeiros de determinadas cidades.
Muitas cidades brasileiras possuem um santo católico como padroeiro ou um fundador reverenciado em monumentos públicos. Se necessário, estimule a conversa entre os alunos, fornecendo exemplos de outras cidades.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI02 EF05HI03 EF05HI07
Esta seção aborda a releitura de antigos mitos, especialmente aqueles de maior influência na atualidade, por meios de mídias como quadrinhos e cinema. Se por um lado há a persistência ou a apropriação de valores do passado, que podem ser questionadas, há também elementos destas releituras que inserem questões atuais, a exemplo dos novos papéis femininos.
De olho no tempo
Heróis de ontem e hoje
Talvez, ao ler e pesquisar os heróis gregos e os mitos de outros povos, você tenha pensado em alguns heróis das histórias em quadrinhos e do cinema. Não é por acaso. Parte dos super-heróis tem sua origem nas antigas histórias de heróis com poderes sobrenaturais. Os heróis fazem parte da nossa cultura moderna, assim como faziam parte do Detalhe de vaso grego em que o herói Teseu foi representado matando o Minotauro. mundo antigo.
Os filmes, as séries e as histórias em quadrinhos estão recheados de histórias de heróis que cada vez mais os aproximam do nosso tempo, mas juntam heróis do passado como Thor, deus nórdico do trovão, com heróis como Homem-Aranha, um jovem da atualidade.
STARMARO/SHUTTERSTOCK
Painel de uma loja de revistas em quadrinhos com os heróis Homem-Aranha e
Thor acompanhados de outros heróis. Nova York, Estados Unidos, 2013.
Esses heróis, assim como os da Antiguidade, não são perfeitos. Eles têm defeitos, erram, envolvem-se em guerras e conflitos, mas tentam superar sua condição, enfrentando perigos e vencendo os inimigos.
HERAKLION MUSEUM, CRETA
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Para o professor
AFP. Transformados em mitos, super-heróis de Stan Lee têm futuro garantido. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/11/13/ interna_internacional,1005451/transformados-em-mitos-super-herois-de-stan-lee-tem-futuro-garantido.shtml. Acesso em: 13 ago. 2021.
Caso precise de mais referências para abordar os super-heróis e a mitologia contemporânea que representam, com sua relação com a moda, design, arte de rua, a arte pop, a TV e o cinema, sugerimos a leitura da matéria.
E muitas vezes esses heróis usam seus poderes em favor de uma causa. É o caso da heroína Diana do filme Mulher Maravilha, inspirado na personagem dos quadrinhos e das séries de televisão. Com o nome da deusa romana da caça, Diana é uma princesa da sociedade das corajosas e cultas guerreiras amazonas e reconhece aos poucos seus poderes incomuns.
Ao saber que o mundo está em guerra sob influência do deus Ares, Diana parte da ilha onde mora e vai em busca dele para enfrentá-lo. Ao sair da ilha, ela encontra um mundo muito diferente do seu, na Europa do início do século XX. Acostumada com a liberdade das mulheres, encontra uma sociedade em que as mulheres não podem votar, não são ouvidas e ainda precisam usar roupas desconfortáveis.
Cena do filme Mulher Maravilha. Direção de Patty Jenkins. Estados Unidos: Warner Bros. Pictures, 2017. (140 min.)
©WARNER BROS./COURTESY EVERETT COLLECTION/EASYPIX BRASIL
Em muitas mitologias, os heróis encarnam forças da natureza simbolizadas por um animal e contam com a ajuda e o conselho de espíritos e dos ancestrais. É assim em Pantera Negra, quando o personagem T’Challa encontra o espírito de seu pai como parte de sua preparação para se tornar rei de Wakanda, um poderoso, mas pacífico, reino africano. 1. Você gosta de filmes de super-heróis? A quais deles já assistiu? 2. O que você percebe em comum entre os heróis das mitologias antigas e os heróis de hoje?
Resposta pessoal. Eventualmente ajude e incentive os estudantes citando exemplos de filmes a que também já Além dos poderes e das habilidades extraordinárias dos heróis atuais e das mitologias, os heróis lidam com desafios e não são perfeitos, ou seja, podem cometer erros e ter de lidar com as consequências. tenha assistido.
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Atividade complementar
Você pode indicar uma atividade artística aos estudantes, sorteando nomes de deuses, heróis e criaturas da mitologia aqui citados para que cada um pesquise e desenhe pelo menos um deles. Ao terminar, cada estudante deve apresentar o seu desenho e explicar para a turma as características da figura mítica que trabalhou.
A história do filme apresenta elementos da lenda grega das amazonas, incríveis mulheres guerreiras. Como as mulheres estavam restritas ao lar naquela sociedade, é possível que essa narrativa seja derivada de histórias minoicas ou uma interpretação sobre a sociedade minoica em que as mulheres tinham outros papéis.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI03 EF05HI04 EF05HI09
Com relação às religiões monoteístas, cabe observar que o judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem uma base comum, como será enfatizado no texto aos estudantes. Nesse momento, como forma de avaliação continuada, retome com eles a diferença entre religiões monoteístas e politeístas e verifique se compreenderam.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI02 EF05HI03
Até aqui você estudou sociedades antigas que adoravam vários deuses, ou seja, que eram politeístas. Mas foi também na Antiguidade que surgiram as primeiras crenças na existência de um único deus, que deram origem às religiões monoteístas.
A primeira expressão conhecida de monoteísmo se deu no Antigo Egito, durante o reinado do faraó Amenhotep IV, de 1352 a.C. a 1336 a.C. O faraó assumiu sua preferência pelo deus Aton, o disco solar, e gradualmente foi se afastando dos rituais envolvendo outros deuses.
Amenhotep IV chegou a mudar o próprio nome para Aquenáton, que significava “o espírito de Aton”, e procurou diminuir a influência dos sacerdotes, especialmente aqueles de templos ligados à cidade de Tebas. Embora após a sua morte os sacerdotes tenham restaurado o culto aos antigos deuses, o culto a um deus único influenciou outros povos.
Outra religião monoteísta na Antiguidade surgiu da doutrina difundida pelo profeta Zoroastro, na Pérsia, a partir do século VII a.C. O zoroastrismo, como é conhecido hoje, é uma religião baseada na ideia do dualismo, ou seja, na
Monoteísmo:
crença em um só deus. Estátua em granito representando Aquenáton em Luxor, Egito.
CHARBONNIER THIERRY/SHUTTERSTOCK
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oposição entre o bem e o mal. Atualmente, a maioria dos seus seguidores, chamados de parses, vive na Índia.
Hoje, as principais religiões monoteístas no mundo são o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Os monoteístas também formam a maioria religiosa. Observe no infográfico a seguir.
HARSHIT SRIVASTAVA S3/SHUTTERSTOCK
Símbolos religiosos do zoroastrismo em Mumbai, Índia, 2020.
Religiões que prevalecem em cada país (2010)
VOINAU PAVEL/SHUTTERSTOCK.COM
Este conteúdo pode envolver alguma polêmica em razão das orientações religiosas dos alunos e seus pais. Procure esclarecer que os estudos históricos em questão, ainda que apresentem informações por vezes diferentes da Bíblia, não representam, em si, um desmerecimento das crenças religiosas.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI01 EF05HI03
Cristianismo Islamismo Hinduísmo Budismo Religiões chinesas Judaísmo
Fonte: Pew Research Center’s. 2010 study The Future of World Religions: Population Growth Projections, 2010-2050.
1 Atualmente, quais são as religiões com mais adeptos no mundo?
2 Sua família professa alguma dessas religiões?
3 Você participa de rituais religiosos?
Espera-se que, ao fazer a leitura da imagem, os estudantes identifiquem o cristianismo e o islamismo.
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Com relação às questões 2 e 3, incentive os estudantes a falar, se estiverem dispostos, sobre suas vivências religiosas. Enfatize a importância do respeito mútuo às opções de cada colega da turma.
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Atividade complementar
Como uma forma aprofundar os conteúdos estudados e levar os estudantes a refletir sobre as religiões, proponha a eles a seguinte atividade, a partir do vídeo Five - Cinco crianças, cinco religiões, (quase) cinco minutos (disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=hQRdLtB2mwk. Acesso em: 13 ago. 2021).
Assista com eles o curta metragem, se necessário mais de uma vez. Depois, enumere as cinco religiões apresentadas nele. Indique os elementos que identificam a religião de cada criança e finalize perguntando: Qual mensagem o curta metragem nos deixa?
No filme, orações, silêncios e cores se misturam formando um retrato de apoio à tolerância religiosa, mais especificamente entre a prática hindu, judaica, cristã, muçulmana e budista.
Os estudantes devem explorar os símbolos religiosos, como vestimentas, a kipá (judaica), a alimentação, os templos, a postura nas rezas entre outros elementos.
Vamos conhecer um pouco mais os povos monoteístas? Os hebreus, hoje conhecidos como judeus, têm sua história registrada na Torá, o livro sagrado dessa religião.
Foi por meio dos hebreus que surgiu o judaísmo. Um personagem importante de sua história é Abraão, que migrou com seu povo da Mesopotâmia em busca da “Terra Prometida”, Canaã, na região da Palestina.
A Palestina até hoje é uma região disputada por povos que acreditam ser um local sagrado. São justamente os defensores das três grandes religiões monoteístas atuais que veem nela seus importantes locais de culto e veneração.
HOWARD BARLOW / ALAMY / FOTOARENA
Leitura da Torá durante cerimônia de Bar Mitzvá em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), 2019. Em torno dos 12 anos, as crianças judias passam pela cerimônia de sua primeira leitura da Torá, chamada de Bar Mitzvá para meninos (significando “filho do mandamento”) e Bat Mitzvá (“filha do mandamento”) para meninas.
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Para o professor
Islã histórico e islamismo político, estudo de Osvaldo Coggiola, pesquisador e professor da USP. Disponível em: https://icarabe.org/sites/default/files/pdfs/o_ mundo_arabe_contemporaneo_-_aula_6_anexo_2.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.
De olho nas pistas
A sagrada cidade de Jerusalém
Jerusalém é uma cidade considerada sagrada para as três principais religiões monoteístas.
Para os judeus, há vários locais importantes, mas o que se destaca é o Muro das Lamentações. O muro é um vestígio do antigo templo de Salomão, destruído pelos romanos em 70 d.C. É o local mais sagrado para os judeus.
DIABLICK/SHUTTERSTOCK
Muro das Lamentações, Jerusalém, Israel.
Os cristãos, por sua vez, consideram sagrados alguns lugares em Jerusalém, como onde Jesus viveu e morreu, o que inclui o Santo Sepulcro, onde, segundo a tradição cristã, ele foi sepultado e ressuscitou.
Para os muçulmanos, Jerusalém foi o local para onde Maomé peregrinou depois de sua chegada a Medina. De Jerusalém, o profeta teria sido elevado aos céus. Nesse local foi construída uma mesquita, no mesmo local sagrado para os judeus, onde antes havia o templo de Salomão e a Arca da Aliança.
MM7/SHUTTERSTOCK Pedra da Unção, local onde, segundo a tradição, o corpo de Jesus teria sido depositado. Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém, Israel.
ESB PROFESSIONAL/SHUTTERSTOCK
Vista da Cúpula da Rocha (santuário muçulmano) ao longo do horizonte de Jerusalém, Israel.
Aproveite a seção para trabalhar com os estudantes os problemas atuais referentes à cidade de Jerusalém, considerada sagrada pelas religiões monoteístas, que teriam ali sua origem. Hoje, a cidade é ainda requisitada como capital tanto por palestinos e israelenses. Caso julgue interessante, selecione recortes de jornal recentes, tratando dessas disputas e conflitos, e trabalhe com os alunos, adequando linguagem e temáticas.
Habilidades trabalhadas:
EF05HI03 EF05HI10
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Caso julgue oportuno, ressalte para os estudantes que a origem do cristianismo está ligada aos grupos mais empobrecidos da sociedade romana. Ao longo da história essa origem foi motivo de debate entre religiosos que acreditavam que as igrejas cristãs deveriam preservar a humildade e a simplicidade, enquanto outros argumentavam que a igreja deveria ter poder para ter maior alcance e praticar a caridade.
A religião cristã surgiu quando os hebreus estavam sob influência romana e foi considerada uma fé perigosa pelos sacerdotes hebreus e pelos romanos.
O cristianismo apresentava-se como uma religião para todos os povos, pregava que todos eram filhos de Deus, o que questionava a prática de escravidão e a adoração ao imperador de Roma, e teve rápida difusão.
Durante três séculos, apesar da forte repressão, o cristianismo cresceu, principalmente entre as pessoas pobres e os escravos, e passou a contar com membros da própria elite romana. Então, o imperador Constantino I aceitou a liberdade de culto no ano de 313 d.C., e o imperador Teodósio I converteu-se ao cristianismo no ano de 380 d.C., tornando-o a religião oficial do Império Romano.
No Brasil o cristianismo foi introduzido pelos portugueses quando aqui chegaram e varia bastante de uma região a outra, dependendo das tradições locais. Atualmente, engloba o catolicismo, o protestantismo tradicional e igrejas neopentecostais.
Festival do Congado em Itaverava (Minas Gerais), 2018. O Congado é uma manifestação religiosa que contempla as raízes africanas e portuguesas. Ela trata de três temas principais: a aparição de Nossa Senhora, que entregou um rosário a São Domingos de Gusmão; a vida de São Benedito e a representação da luta do rei Carlos Magno contra invasores mouros.
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• Você já observou igrejas ou festas religiosas? Já viu tradições parecidas? Conte para o professor e os colegas da turma.
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Islamismo é uma religião monoteísta que tem por base os ensinamentos do Alcorão, livro sagrado com as revelações de Alá (deus em árabe). Ela foi criada pelo profeta Maomé. Suas crenças têm como princípio a existência dos anjos e a espera pelo dia do julgamento final.
Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas são seguidoras do islamismo (muçulmanas) no mundo. Pesquisas indicam que até o final do século XXI a religião pode superar o cristianismo em número de seguidores.
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Jovem lendo o Alcorão.
Encontro do papa Francisco da Igreja Católica com o principal líder religioso do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, 6 mar. 2021.
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1 Você consegue identificar as duas religiões representadas na fotografia acima?
Do lado direito da imagem, o papa Francisco é um líder religioso católico, portanto cristão. O aiatolá Ali al-Sistani é uma autoridade muçulmana. 2 Pesquise: Qual é a importância do encontro entre esses dois líderes religiosos?
Historicamente católicos e islâmicos têm posições diferentes. A conversa entre ambos representa o diálogo e o respeito mútuo entre as religiões.
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O trabalho com essa página exige atenção e cuidado de sua parte para que não haja falar preconceituosas dos estudantes sobre a religião islâmica. Infelizmente, na sociedade ocidental ainda há bastante resistência em relação a essa religião.
Leia o texto em conjunto com os estudantes e chame a atenção deles para a imagem que mostra um encontro entre o papa e o aiatolá, mostrando uma convivência pacífica e amistosa entre os dois líderes religiosos.
Os estudantes podem identificar, entre outros, a páscoa, o natal e o dia de finados.
Esses feriados estão relacionados ao catolicismo.
Oriente o trabalho em grupo, que tem por objetivo aproximar o conteúdo estudado do cotidiano dos estudantes. Incentive-os a retomar conhecimentos anteriores. O Brasil foi colonizado pelos portugueses, na época marcados pela presença marcante do catolicismo. Os feriados de origem religiosa refletem esse contexto, que ainda explica a ausência no calendário de datas religiosas pertencentes a outras religiões. Lembre-os que, hoje, o Brasil é um país laico, ou seja, sem vínculo com qualquer religião, mas o calendário reflete antigas tradições da população.
O deus do milho para os maias era Ah Mun, que era sempre representado com uma espiga de milho crescendo da sua cabeça.
Juntar saberes
1 Consulte um calendário impresso e identifique: a) os feriados existentes de origem religiosa (anote três deles). b) a crença religiosa a que esses feriados estão ligados.
2 Converse com um grupo de colegas. a) Qual é a razão para a existência desses feriados em nossa sociedade? b) Por que, no nosso calendário, não existem feriados religiosos ligados a outras religiões? c) No Brasil, qual é a relação entre religião e Estado? Anote as principais conclusões da conversa.
3 Entre os povos antigos da América, o milho assumia grande importância, era o alimento básico daquelas populações. Alguns povos tinham até mesmo deuses dedicados a esse alimento. Faça uma pesquisa para saber qual era esse deus entre os maias e suas características.
4 Observe o gráfico a seguir.
PETER HERMES FURIAN/SHUTTERSTOCK.COM Porcentagem da população global por religião (2010)
Cristãos 31,5 %
Muçulmanos
Sem-religião
Hindus 23,2 %
16,3 %
15 %
Budistas 7,1 %
Religiões folclóricas
Outras religiões 5,9 %
0,8 %
Judeus 0,2 %
64 Fonte: The Global Religious Landscape. The Pew Forum on Religion & Public Life. Pew Research center. a) Quais das religiões ao lado você sabe que são monoteístas? Cristãos, muçulmanos e judeus.b) O que representa a terceira barra?
A terceira barra representa pessoas no mundo que não seguem nenhuma religião.
Religião Livro sagrado Locais de adoração/ sagrados Regiões em que é predominante Quem deu origem a religião
Judaísmo
Islamismo
Cristianismo
6 Os conflitos por motivos religiosos não deixaram de ser um problema no século XXI.
As guerras em nome da religião são históricas e complexas. Desde as civilizações mais antigas, esses conflitos têm gerado muitas mortes e dividido povos pelo mundo.
Tensões políticas e crises econômicas geralmente acompanham os conflitos religiosos, ameaçando inclusive a sobrevivência da humanidade. Os motivos que levam às guerras não são apenas intolerância religiosa, mas questões culturais, raciais, políticas e financeiras. O mais famoso desses conflitos, como pudemos estudar nesta unidade está situado na Palestina. A guerra é fruto da disputa pela "Terra Prometida", onde hoje está Jerusalém. Nenhum dos dois países abre mão de ter controle sobre o território, MOHAMED AZAKIR/REUTERS/FOTOARENA assim, a guerra, além de religiosa, movimenta muito capital e está relacionada a interesses geopolíticos de nações do mundo todo. As consequências desses conflitos são enormes, além de mortes e perdas, há um aumento da Meninos brincam com bolas em campo de intolerância e do preconceito. refugiados palestinos no subúrbio da cidade
Pesquise: de Beirute, Líbano, 2020. a) O que significa uma pessoa ser refugiada? b) O que é um campo de refugiados? c) Como vivem as crianças que estão abrigadas nesses campos? d) Que perigos essas pessoas enfrentam ao sair de seus países de origem? e) Mesmo com tantos perigos, por que elas decidem ir embora? f) Faça uma pesquisa sobre os refugiados que vivem atualmente no Brasil. Quantos são? Como vivem? g) Qual é o conflito religioso de maior repercussão nos dias de hoje?
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Avaliação formativa
Ao final do estudo desta unidade, verifique e proponha uma reflexão: • Os estudantes já possuíam informações ou ideias prévias sobre as religiões estudadas? Quais? • Os estudantes demonstraram curiosidade ou estranhamento no contato com algumas informações? Quais? • Os estudantes demonstraram resistência ou questionamento em razão de suas orientações religiosas? • Os estudantes demonstraram alguma mudança de opinião ou maior abertura à diversidade de religiões? • Os estudantes compreenderam os principais temas tratados?
Judaísmo: livro sagrado – Torá; local de adoração: sinagoga; quem deu origem à religião – Abraão.
Islamismo: livro sagrado – Alcorão; local de adoração: mesquita; religiões em que é predominante – muçulmanos, sunitas e xiitas; quem deu origem à religião – Maomé.
Cristianismo: livro sagrado – Bíblia; local de adoração: igreja; religiões em que é predominante – catolicismo, protestantismo; quem deu origem à religião – Jesus.
A São pessoas que estão fora de seu país de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião e nacionalidade.
Os estudantes devem pesquisar o que é um campo de refugiados: Recebem o nome de campos de refugiados determinadas áreas onde se reúnem pessoas deslocadas de suas moradias originais devido a fatores políticos, sociais, naturais ou econômicos.
Essas pessoas realizam a travessia, pelo mar, normalmente feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas.
Mesmo assim elas decidem sair de seu país de origem devido a perseguições que sofrem, religiosas ou políticas, mas também devido a situação de instabilidade financeira e ao impacto das guerras locais.
Oriente a pesquisa para buscar dados atualizados e depoimentos recentes.
Conflito entre judeus e palestinos, pelo controle de Jerusalém.