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Unidade 2 - A escrita e outras formas de registro

Nesta unidade estudaremos formas de comunicação desenvolvidas ao longo do tempo e suas contribuições, contrastes e semelhanças com as formas contemporâneas. Os registros escritos se destacam em sua importância, inclusive como vestígio histórico, mas sem esquecer a influência, a permanência e a transformação de outras formas de expressão, como as tradições orais e pictóricas.

Proposta pedagógica

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O tema central desta unidade é a importância dos registros escritos para a História. A intenção é que os estudantes consigam compreender as principais formas de comunicação desenvolvidas. Tópicos como “Informar e registrar”, “A escrita na Mesopotâmia”, “A escrita no Antigo Egito” e “A escrita na América” contribuem de forma direta para alcanças os objetivos da unidade, que foi planejada e construída para auxiliar os estudantes também a refletir sobre as ações do ser humanos no espaço e ao longo do tempo.

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Objetivos da Unidade

• Conhecer as mais antigas formas de registro e suas transformações ao longo do tempo. • Refletir sobre as constantes transformações das formas de expressão e comunicação e suas relações com a tecnologia. • Identificar a diversidade das formas de comunicação, seus significados sociais e culturais. • Relacionar as formas de comunicação e registro com noções de memória e evidência histórica.

Habilidades trabalhadas: EF05HI06 EF05HI07 EF05HI08

LÍNGUA PORTUGUESA

ARTHUR FRANÇA/YAN

Para começar...

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem o que visualizam em seu percurso de casa para a escola, como 1. No dia a dia você encontra várias formas de registro, como placas, sinalizações, símbolos, propagandas em outdoors, entre outras. Quais delas você encontra no percurso que faz de casa até a escola? placas de trânsito, outdoors, sinalizações no transporte público, nas avenidas, entre outras possibilidades. 2. Você já pensou como essas formas de registros surgiram? 3. Além desses sinais e registros, que outras formas de comunicação você conhece? Por que registrar é um ato tão importante?

Resposta pessoal. Essa é uma reflexão inicial sobre o surgimento das formas de registro e a importância delas.

Resposta pessoal. Esse é um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre formas de registros e a importância dessas informações para a locomoção, a acumulação de conhecimento, a transmissão a outras pessoas, a comunicação etc.

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Pré-requisitos

• Ter conhecimento sobre as transformações ocorridas nos meios de comunicação no decorrer do tempo. • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.

Aproveite esta unidade, que trata da história da escrita, para trabalhar conteúdos de Língua Portuguesa. Em diversas passagens os estudantes são convidados a pensar suas formas de comunicação e traçar paralelos com sua rotina de escrita.

Os símbolos representam sinais de trânsito, identificação e localização, permitindo rápida comunicação da informação.

Os símbolos indicam formas diversificadas de registro da informação e das experiências humanas. Ajude os estudantes a perceber e a relacionar essas diferentes linguagens.

A atividade visa incentivar o aluno a expressar seu repertório sobre o que conhece das diferentes linguagens. Incentive-o a falar e se posicionar.

Habilidade trabalhada:

EF05HI06

Essa dupla de páginas trata das primeiras formas de linguagem desenvolvidas pelos seres humanos, os registros rupestres. Faça uma leitura compartilhada dos textos com os estudantes. Pergunte a eles o que sabem sobre o assunto e peça que olhem a imagem da página. Explique a eles que o parque é um dos maiores do Brasil, mas não o único com pinturas rupestres.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI01 EF05HI09

O site do Museu do Homem Americano (disponível em: http://fumdham.org.br/. Acesso em: 12 ago. 2021) conta com imagens, pesquisas e projetos que atendem a comunidade. O professor pode acessar o site do Museu em uma aula e explorar com os alunos essas informações. Há também a possibilidade de um passeio virtual pelo Parque e observação das pinturas rupestres.

Você já ouviu falar no Museu do Homem Americano? A Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) foi criada em 1986 para garantir a preservação do patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara, que fica no estado do Piauí.

O museu foi criado para divulgar a importância do patrimônio cultural deixado pelos povos que viveram na região há milhares de anos.

GILSON C HOLOVATY/SHUTTERSTOCK

Fotografia da Pedra Furada, como é conhecida a formação rochosa que se encontra Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (Piauí).

Você sabe qual é o maior atrativo desse parque? São as pinturas rupestres, datadas de milhares de anos, gravadas sobre paredes e rochas. Consideradas formas gráficas de comunicação e utilizadas pelos grupos que habitaram a região, elas envolvem uma grande variedade de formas, cores e assuntos.

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Para ampliar

O filósofo Edgar Morin sugere que ancestrais bem remotos da humanidade já possuíam uma forma de comunicação e linguagem, pois era preciso ensinar ao outro a fazer pontas de flecha, por exemplo, passar essa tecnologia de geração a geração. Já entre os arqueólogos discute-se a arte rupestre como possível recurso de ensino para os povos caçadores. Ainda que os detalhes desses debates possam ser atualizados por novas pesquisas e discussões, neste item trabalhamos – de forma apropriada para a faixa etária – como a cultura humaniza.

Fotografia de pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara, com figuras humanas e animais. São Raimundo Nonato (Piauí).

GONZALO BUZONNI/SHUTTERSTOCK

Os arqueólogos têm diversas hipóteses sobre as razões que levaram os seres humanos daquele tempo a desenhar em rochas. Uma delas é que os caçadores mais velhos faziam desenhos para explicar aos mais jovens quais animais podiam ser caçados ou não e quais deviam ser temidos.

Outra hipótese é que as pinturas faziam parte de antigos rituais praticados por aqueles povos caçadores e coletores. Eles podiam acreditar que, desenhando esses animais, garantiriam que a caça não faltaria nunca.

1 Descreva o que você observa na fotografia acima.

2 Você consegue identificar os animais representados nessas pinturas?

3 Além dos animais, que outros elementos você identifica?

Na imagem há representações de seres humanos, de animais de pequeno porte e do que parece ser a contagem de dias desenhados em uma rocha.

Espera-se que os estudantes identifiquem os seguintes animais: lagarto, veado e cervo.

Contagem de dias, vários traços, um ao lado do outro.

HISTÓRIA

SITE

• Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). Disponível em: http://fumdham.org.br/.

Nesse site você vai conhecer mais sobre a fundação, os museus que ela tem e o trabalho que realiza para preservar nossa história e nossa cultura.

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Para professor

GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. São Paulo: Jorge Zahar, 2003.

A obra apresenta um panorama da arte rupestre encontrada em território brasileiro, como trabalham os pesquisadores especializados e suas interpretações.

Leia o texto e peça que aos estudantes que acompanhem a imagem, identificando e comentando os pontos destacados.

Enfatize que a representação de animais pode estar relacionada às atividades do cotidiano das pessoas que as produziram.

Habilidade trabalhada:

EF05HI06

Destaque para os estudantes as razões que levaram os grupos humanos a desenvolver a escrita, como forma de registro e controle das atividades cotidianas.

Explique a eles que, além da escrita, as tradições orais são formas de preservação das experiências passadas, assim como os registros escritos e as evidências arqueológicas. Em alguns casos, a tradição oral se constitui na mais importante opção a ser considerada pelos pesquisadores.

Habilidade trabalhada:

EF04HI01 EF05HI06

Como historiadores e arqueólogos obtêm as informações sobre a história de sociedades que viveram milhares de anos antes de nós?

Eles utilizam vestígios históricos e documentos escritos. Os vestígios materiais são o principal material de estudo dos arqueólogos, enquanto os documentos escritos são o principal material de estudo dos historiadores. Mas isso não impede que trabalhem juntos ou que os historiadores recorram a vestígios materiais e os arqueólogos, a documentos escritos.

Para viver em sociedade é fundamental comunicar-se. Hoje, por exemplo, existem sociedades que fazem uso regular da escrita. Em outras, porém, as pessoas se comunicam por meio da oralidade, do canto ou dos desenhos feitos na terra, nas rochas ou no próprio corpo.

BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

Imagem pintada em túmulo no Egito Antigo, cerca de 1280 a.C. Entre os elementos a serem observados, os estudantes podem 1 Observe e descreva a imagem acima. descrever pessoas executando diversas atividades relacionadas à agricultura: separar grãos, cortar junco com foice, carregar sacas. Os escribas são representados acompanhando todas as atividades. 2 Por meio dos vestígios materiais, como desenhos e esculturas, podemos obter muitas informações sobre os povos da Antiguidade. Que informações você consegue obter sobre os egípcios com base na fotografia acima?Espera-se que os estudantes identifiquem que são trabalhadores do campo, que estão colhendo grãos, provavelmente trigo, o que mostra a importância da agricultura para a sociedade egípcia.

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De olho no sujeito

O escriba

No Egito Antigo, os escribas eram os funcionários responsáveis por registrar as informações. Naquela sociedade, poucas pessoas dominavam as técnicas de escrita, por isso os escribas detinham grande prestígio e contavam com vários privilégios.

O aprendizado da escrita na sociedade egípcia e em outras sociedades antigas era bastante complexo e restrito a poucas pessoas. Dificilmente um membro da camada mais pobre da sociedade conseguia aprender essa técnica.

No Egito Antigo, os escribas eram encarregados de registrar colheitas, cobranças de impostos e reproduzir documentos oficiais e sagrados.

PETER HORREE / ALAMY / FOTOARENA

O escriba sentado, escultura egípcia de calcário, datada de 2600 a.C. -2350 a.C. Fragmento de papiro com escrita egípcia em hieróglifos, em exibição no Museu de Turim, Itália.

PRISMA ARCHIVO / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

1. Como o escriba foi representado nessa escultura? 2. Atualmente, em nossa sociedade, existe alguma discriminação relacionada ao estudo? Por exemplo, todos podem estudar independentemente da origem, da condição social ou da crença? Justifique. 31

Além de sentado e trabalhando, o escriba tem feição atenta e séria. Resposta pessoal. Por lei, estudar é um direito de todas as crianças e jovens entre 4 e 17 anos. Reforce isso aos estudantes, mas alerte-os de que situações como a pobreza podem dificultar a permanência das pessoas na escola.

Aproveite a atividade 2 dessa seção para destacar o direito de todas as crianças e jovens ao estudo. Explique aos estudantes que estudar é uma das principais formas para se escapar de situações de pobreza e vulnerabilidade social, além da aquisição de uma infinidade de conhecimentos para torná-lo mais ativo na sociedade em que vive.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI06 EF05HI09

Aborda-se, aqui, a escrita cuneiforme, desenvolvida na área da Mesopotâmia. principalmente seus aspectos cotidianos e funcionais, além de características cerimoniais e escrita na Mesopotâmia serão retomados na Unidade 5, ao tratar da matemática suméria, e na Unidade 7, ao abordar o código de Hamurabi.

Habilidade trabalhada:

EF05HI06

Uma das formas conhecidas de escrita mais antigas surgiu entre os sumérios, na região conhecida como Mesopotâmia. Usando placas de argila, um material abundante na região, os funcionários do governo das cidades sumérias eram responsáveis por anotar informações como a quantidade de sacas de grãos armazenadas, de cabeças de gado e os impostos coletados.

Como usavam pequenas peças de madeira em formato de cunha para escrever, sua escrita ficou conhecida como cuneiforme.

Os sumérios reutilizavam algumas placas de argila, umedecendo-as e apagando as informações ali registradas. Quando as marcações deveriam durar por mais tempo, assavam as placas de argila em fornos ou talhavam em pedra, principalmente nos monumentos e nos templos.

No início, os símbolos da escrita suméria eram simples. Gradualmente, os sumérios foram desenvolvendo novas técnicas, e as marcações passaram a ser mais estilizadas.

Escrita cuneiforme suméria em placa de argila do ano de 2400 a.C., aproximadamente. Placa de argila para anotações com escrita cuneiforme do período do Império Acádio, cerca de 2200 a.C.

KIRKON MINASSIAN COLLECTION/LIBRARY OF CONGRESS

COUPERFIELD/SHUTTERSTOCK

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Para o professor

POZZER, KATIA MARIA PAIM. Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo. Classica, Sao Paulo, v. 11/12, n. 11/12, p. 61-80, 199811 999.

Material para que você possa conhecer conhecer mais sobre a escrita cuneiforme.

Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha dos deuses. Os gregos pensavam tê-la recebido de Prometeus. Os egípcios, de Tot, o deus do conhecimento. Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de Enki, o deus da sabedoria. Mas, à medida que essa visão perdia crédito, passou-se a investigar o que levou civilizações antigas a criar a escrita. Motivos religiosos ou artísticos? Ou teria sido para enviar mensagens a exércitos distantes? [...]

Ela resolveu duas questões ao mesmo tempo. As tábuas de argila adornadas com a primeira escrita abstrata do mundo não haviam sido usadas para escrever poesia ou enviar mensagens a lugares remotos. Foram empregadas para fazer contas e também para elaborar os primeiros contratos.

O que diz o primeiro documento escrito da história. BBC Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-39842626. Acesso em: 6 jun. 2021.

Além de registros de contabilidade, eram muito comuns os registros militares, em razão da proximidade da região com os rios Tigre e Eufrates, cujos territórios eram constantemente disputados.

A escrita suméria foi também adotada por outros povos que ocuparam a região da Mesopotâmia, como os acadianos, os babilônios, os elamitas, os hititas e os assírios.

ESSAM AL-SUDANI/SHUTTERSTOCK

Ruínas da cidade de Uruk no atual Iraque. A construção das muralhas da cidade teria sido construída há 4700 anos e costuma ser atribuída às ordens do lendário rei sumério Gilgamesh.

• A escrita cuneiforme, desenvolvida na Suméria, é uma das mais antigas da humanidade. a) O que levou ao desenvolvimento da escrita na Suméria? A escrita na Suméria estava associada ao registro da produção agrícola, à cobrança de impostos e às práticas religiosas.b) Como era o suporte utilizado para fazer registros escritos? Eram utilizadas placas de argila, gravadas com pequenas cunhas.c) Como os sumérios faziam para reutilizar esses suportes? Os sumérios umedeciam as placas de argila, apagando os registros anteriores.d) O que os sumérios faziam para preservar os registros por mais tempo?

Os sumérios assavam em fornos as placas de argila ou talhavam em pedra, principalmente textos para monumentos e templos.

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Se possível, antes de trabalhar efetivamente com o conteúdo da página, apresente aos estudantes o vídeo: • Centro de Humanidades (CHAM). Escrita cuneiforme.

Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=SifMwht0Z6g. Acesso em: 12 ago. 2021.

O vídeo simula como eram feitas/produzidas as placas de escrita cuneiforme e o processo de escrita e registro na região da Mesopotâmia. Esse processo pode auxiliar os estudantes a compreenderem melhor o conteúdo trabalhado na página, pois, o trabalho com vídeo pode aumentar a curiosidade e o interesse dessa faixa etária. Além disso, ainda pode ser desenvolvido um trabalho interdisciplinar com Arte, no qual os estudantes produzem suas próprias placas.

Caso não seja possível passar o vídeo, isso não é um impeditivo para o trabalho com a página. Peça aos estudantes que se voluntariem para a leitura do texto. Você pode intercalar mais de um estudante se achar interessante. Depois, peça a eles que respondam as questões da página em voz alta, discutindo entre si. Observe se compreenderam como forma de avaliação continuada.

Para o professor

ROBINSON, Andrew. Escrita: uma breve introdução. Porto Alegre: L&PM, 2016.

Obra que discute a relação entre escrita e conhecimento, desde os hieróglifos e a escrita cuneiforme até as mudanças tecnológicas recentes e suas possíveis implicações no futuro dos sistemas de escrita.

Uma determinada forma de escrita sempre pode ser traduzida para outra língua. É o caso das formas de escrita presentes no Antigo Egito, que podem ser traduzidas para diferentes línguas, incluindo o português. É possível experimentar esse recurso em sala de aula. Há muitas referências em livros e na internet com tabelas explicando as equivalências possíveis entre as duas formas de escrita. Veja, por exemplo, o artigo de um arqueólogo brasileiro detalhando a escrita em hieróglifos (disponível em: http://antigoegito.org/escrevendo-em-hieroglifos/. Acesso em: 12 ago. 2018).

Peça aos estudantes que comparem as escritas das 3 imagens e pergunte a eles qual consideraram mais complexas. Depois, leia o texto de forma conjunta.

Habilidade trabalhada:

EF05HI06

Os egípcios escreviam em folhas de papiro, usavam Papiro: planta aquática tintas de diversas cores e tinham diferentes sistemas de muito comum nas escrita. O sistema de escrita mais antigo é a hieroglífica, formada por pequenos desenhos que representam ideias, margens do rio Nilo ainda nos dias atuais. como animais, figuras humanas, deuses e sinais para indicar a presença de água e construções.

Os egípcios organizavam essa escrita posicionando os símbolos da esquerda para a direita ou de cima para baixo, formando, assim, nomes e frases.

A. DAGLI ORTI/DEA/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

Hieróglifos egípcios com mais de 4 mil anos.

Com o passar do tempo, essa escrita tornou-se exclusiva dos templos e dos monumentos ligados ao faraó, sendo feita, por exemplo, em paredes ou pedras.

Havia ainda a escrita hierática, utilizada para textos religiosos, registros comerciais e literários e correspondências.

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QUINTLOX/ALBUM/ / ALBUM / FOTOARENA

Existia ainda outro sistema de escrita, ainda mais simples, a demótica, que em grego significa “escrita popular”. Esse sistema era utilizado, principalmente, sobre papiros e cacos cerâmicos e tinha como finalidade o uso cotidiano.

A escrita egípcia era bem complexa, pois usava símbolos para representar ideias, e, ainda hoje, poucos estudiosos conseguem ler os hieróglifos.

Papiro com escrita hierática egípcia.

QUINTLOX/ALBUM/ / ALBUM / FOTOARENA

Nesta temática, uma forma lúdica de trabalhar com os estudantes para experimentar escrever seu próprio nome na escrita hieróglifa é indicar alguns sites que disponibilizam conversores. O estudante pode escrever seu nome, mas como alternativa à impressão da imagem gerada sugerimos que oriente a fazer um desenho incluindo as duas formas de escrita, indicando a correspondência entre as duas formas de representação.

Cerâmica com escrita demótica egípcia.

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Peça aos estudantes que leiam o texto em voz baixa e que respondam as questões no caderno. Depois, faça uma rodada para que discutam suas respostas entre si. Deixe que falem livremente e verifique se eles compreenderam a temática proposta.

Além disso, se tiver recursos disponíveis, é possível encontrar muitas imagens diferentes da Pedra de Roseta na internet por meio de sites de busca. Além de diversos ângulos e aproximações, algumas imagens mostram a presença de visitantes, o que permite dimensionar seu tamanho.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI06 EF05HI10

De olho nas pistas

A Pedra de Roseta

VLADIMIR KOROSTYSHEVSKY/SHUTTERSTOCK.COM

À medida que as sociedades antigas foram se transformando e adquirindo novos hábitos e costumes, as escritas delas foram se disseminando.

No século XIX, o pesquisador Jean-François Champollion resolveu estudar uma placa com diversos escritos localizada na cidade de Roseta, no Egito.

A placa ficou conhecida como Pedra de Roseta. Nela havia textos em escrita hieroglífica e hierática e também em grego. Champollion, com base nesta última língua, começou a comparar os sinais de cada escrita e foi aos poucos decifrando um decreto feito na época do faraó Ptolomeu V: era a chave para compreender a antiga escrita egípcia. Abria-se uma porta para se conhecer a história desse povo.

A Pedra de Roseta possui inscrições com três formas diferentes de escrita: na primeira faixa, está a hieroglífica; na segunda faixa, está a hierática; e na terceira faixa, a grega antiga.

1. Quais eram as três escritas diferentes gravadas na Pedra de Roseta? Hieroglífica, hierática e grega. 2. No século XIX, qual dessas formas de escrita era mais conhecida? A grega. 3. Como essa escrita auxiliou na compreensão das outras duas? Com base nela, foi possível compreender a escrita hierática e a hieroglífica pois o mesmo texto estava nos três sistemas de escrita.

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Dedicados ao comércio e à navegação, os povos fenícios precisavam registrar informações de forma prática e precisa.

Essa sociedade estabeleceu-se em um local de passagem para diversos povos. Por causa de sua localização e do comércio, os fenícios estavam em constante contato com os antigos egípcios e os povos mesopotâmicos.

Nessa relação, os fenícios assimilaram muitos elementos da escrita desses povos, o que acabou influenciando sua própria escrita e cultura.

Com base nesses conhecimentos, os fenícios criaram um sistema de escrita composto de caracteres fonéticos simplificados, sendo ao todo 22 caracteres, cada um equivalente a um som diferente.

A combinação desses caracteres possibilitava a formação de palavras, tornando assim o processo de comunicação mais prático e ágil, principalmente se compararmos com outras formas de escrita da mesma época, como os hieróglifos egípcios.

Letras do alfabeto fenício

A B C G D H F U V Y W

DANEESHE/SHUTTERSTOCK

Z H I J K L

M N X O P

Q R S T

Por influência dos fenícios, muitos povos adotaram formas de escrita similares. O alfabeto que usamos hoje no Brasil tem origem no alfabeto latino dos romanos, bastante influenciado pelas escritas fenícia e grega.

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A partir da leitura do capítulo indique aos estudantes as seguintes questões como forma de avaliação continuada 1. Quem eram os escribas? O que eles faziam?

Os escribas eram os funcionários responsáveis por registrar as informações. 2. Os escribas eram importantes na sociedade egípcia?

Por quê?

Sim, eram importantes pois os conhecimentos adquiridos pela sociedade egípcia e sua história podiam ser registrados, os estoques dos armazéns contados e controlados, informações do governo egípcio poderiam ser verificadas e passadas adiante, o conhecimento se perpetua quando o registro é realizado. 3. Por que a Pedra de Roseta é tão importante para os pesquisadores do Egito?

Porque através dela os hieroglíficos puderam ser decifrados. 4. Como os hieroglíficos foram decifrados?

A Pedra de Roseta estava escrita em três línguas diferentes, Hieroglífico, demótico e grego. Como o grego era conhecido e o mesmo texto estava escrito nas três línguas, decifrou-se primeiro o demótico, que era uma língua mais popular e depois os hieroglíficos, mais complexa.

Nessa parte do texto entramos em um aspecto curioso em relação à escrita e a outros conhecimentos e tecnologias. É comum ver pessoas expressando a ideia de que sempre acumulamos os saberes do passado: povos vindos depois, necessariamente, sabem mais do que aqueles que vieram antes.

Os astecas são posteriores aos maias e absorveram diversas influências dessa cultura, mas possuíam um sistema de escrita considerado menos preciso. Portanto, nem sempre um conhecimento é automaticamente reproduzido e aprimorado com o tempo e é importante que os estudantes tenham essa clareza sobre o tema.

Além de conhecimentos que desaparecem de forma praticamente imperceptível no cotidiano, há também perdas abruptas. No caso das culturas nativas americanas o processo de colonização comandado pelos povos europeus representou enorme perda dos traços culturais nativos.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI06 EF05HI08

Os povos americanos também criaram suas formas de registro. Vamos conhecer algumas delas?

Os olmecas, povo que habitava a região próxima ao Golfo do México em cerca de 1500 a.C., deixaram como vestígios artefatos gravados com uma grande diversidade de figuras, sinais e marcas.

Cerca de mil anos depois, os povos maias, que também viviam na América Central, criaram símbolos chamados pelos pesquisadores de glifos maias. Esses glifos eram moldados em argila, pintados em cascas de árvores ou gravados em madeira ou pedra.

Alguns glifos formavam palavras isoladas, como nomes de cidades e títulos de soberanos, enquanto outros eram espécies de sílabas formando palavras. Combinado ao sistema de escrita, os maias contavam com um sofisticado sistema numérico e um calendário bastante preciso, com 365 dias.

Boa parte do significado da escrita maia é desconhecida hoje.

Calendário maia (s/d), feito em argila. Além de marcar os dias, esse tipo de calendário tinha uso religioso.

BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

Equivalência dos símbolos maias com numerais

MILAGLI/SHUTTERSTOCK

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Para o professor

O calendário maia já foi objeto de muitas especulações. Os maias deixaram calendários preparados até o que seria equivalente ao ano 2012 da era cristã, o que gerou especulações de que seria uma previsão do fim do mundo. Entretanto, nenhum dos registros maias mencionava qualquer catástrofe típica de narrativas apocalípticas.

A matéria sugerida a seguir esclarece detalhes do calendário e das noções maias de tempo.

LOPES, José. Por que 2012? Entenda como funciona o calendário maia. Revista Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/superblog/por-que-2012-entenda-como-funciona-o-calendario-maia/. Acesso em: 12 ago. de 2021.

No Brasil, os povos indígenas também criaram formas de registro que antecedem um sistema organizado de escrita. Essa forma de registro se chama grafismo.

O grafismo indígena aparece nas pinturas corporais, nos tecidos, nas pinturas em cerâmica, entre outras manifestações culturais. Ele costuma ter formas geométricas simétricas e de animais.

BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

LUCIOLA ZVARICK/PULSAR IMAGENS Balaios em formas geométricas confeccionados com talo de arumã e corante natural feito por indígenas da etnia baniwa. Manaus (Amazonas), 2015.

Indígenas da etnia maxakali com pinturas corporais de padrões geométricos. Terra Indígena Pataxó, em Porto Seguro (Bahia), 2019.

Peças de cerâmica produzidas por indígenas da etnia kadiwéu representando animais. Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul), 2015.

CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

1 O que são os grafismos indígenas?

2 Em que superfícies eles costumam ser pintados?

3 Você já viu esse tipo de pintura em filmes, desenhos, jogos ou viagens que realizou?

Se sim, conte aos colegas.

São registros em formas geométricas e simétricas feitos pelas comunidades indígenas brasileiras.

No corpo, em cerâmicas e em tecidos.

Os estudantes devem relatar em que situações já viram esse tipo de registro.

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Para o professor

Grafismo indígena: estudos de antropologia estética de Lux Vidal, (organizadora). São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

O livro traz informações, imagens, desenhos e padrões e o professor pode usar como exemplo as páginas 121 e 122 e reproduzir os desenhos e padrões com os alunos em sala de aula.

É esperado que, ao 5º ano, os estudantes já tenham tido contato com diversos aspectos da cultura dos povos indígenas e que saibam que são um dos povos originários que formaram nosso país. Porém, reforce com eles essas informações.

Peça que observem as imagens da página, comparando os grafismos entre si: é importante que eles notem que alguns representam figuras abstratas e outros, concretas; além disso, eles também devem observar que aparecem em diferentes superfícies.

Depois de analisarem, faça a leitura do texto com eles para que verifiquem se suas análises das imagens estavam de acordo com os pontos apresentados na página. Por fim, peça a eles que respondam as questões de forma individual.

Peça aos estudantes que se voluntariem para a leitura dos textos da página. Depois, faça a leitura do mapa da página seguinte em conjunto com eles, auxiliando-os nas dúvidas que surgirem. Por fim, deixe que respondam as questões de forma individual.

Avaliação

Inicie o trabalho com a página, recordando com os estudantes todos os códigos que viram na unidade: pinturas rupestres, escrita cuneiforme, hieróglifos, alfabeto fenício, alfabeto maia e grafismos indígenas. Se achar pertinente, escreva esses termos na lousa e inicie uma discussão com a turma: pergunte quais aspectos lembram de cada forma de registro estudada. Deixe que falem livremente e vá anotando palavras-chave que surgirem na discussão. Depois, peça a eles que sistematizem as ideias discutidas em uma folha a parte e lhe entreguem. Analise cada texto e verifique a possibilidade de rever algum conteúdo com o grupo ou de forma individual.

Você estudou que a invenção da escrita passou por várias etapas e aprendeu que ela surgiu em lugares distintos aproximadamente no mesmo tempo histórico. Os diferentes sistemas de escrita também são manifestações culturais e carregam características do povo que os criou.

E a nossa língua? A língua portuguesa também tem uma história. A língua que falamos no Brasil de hoje sofreu a influência cultural de vários povos que por aqui passaram e continua em transformação.

Leia o que explica o escritor Luiz Puntel.

Sim, a nossa língua oficial é a portuguesa. Mas, a língua que falamos no Brasil, na contemporaneidade, já é bem diferente há séculos da língua que se fala em Portugal. Provemos! Os portugueses, quando vieram tomar posse do que eles determinaram que era deles, encontraram aqui línguas indígenas. Falava-se, aqui, o nheengatu, língua indígena. Depois, vieram os africanos, que falavam iorubá. Neste meio tempo, como sabemos, houve invasões francesas e holandesas. Mais recentemente, chegaram os imigrantes italianos, alemães, imigrantes também de língua árabe, entre outras dezenas de falantes, que trouxeram o acréscimo de seus dialetos linguísticos e de suas línguas nacionais. Entendem o porquê da celebração da língua nacional? Porque é para comemorar a língua que falamos hoje.

Luiz Puntel. Qual língua falamos nós? A Cidade, 30 maio 2021. Disponível em: https://www.acidadeon.com/ ribeiraopreto/cotidiano/colunistas/NOT,0,0,1617953,luiz-puntel-qual-lingua-falamos-nos.aspx. Acesso em: 17 jun. 2021.

A língua portuguesa surgiu do latim, uma antiga língua romana que influenciou o surgimento de muitas outras línguas, como o espanhol e o francês. Ela chegou ao Brasil por meio da colonização portuguesa que, entre os séculos XV e XVII, ocupou áreas da América, da África e da Ásia. Nessa época, havia um intenso comércio entre Portugal e diversas sociedades, e a língua portuguesa era amplamente utilizada na compra e venda de produtos e na negociação de acordos comerciais e políticos. Assim, ela se disseminou por todos os continentes.

HISTÓRIA LIVRO

• Turma da Mônica: viagem aos países de língua portuguesa, de Mauricio de

Sousa e José Santos. Fortaleza: Imeph, 2021.

Nesse livro digital a turma faz uma viagem aos países que têm o português como língua oficial e apresenta as diferenças entre os vocabulários.

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TEREZA FERREIRA/SHUTTERSTOCK

1 O português é a oitava língua mais falada no mundo. Observe a ilustração acima e responda: a) Em quais continentes estão os países que atualmente falam a língua portuguesa? América, África, Europa e Oceania.b) Pesquise na internet a população dos países que falam língua portuguesa. Qual é o mais populoso? O Brasil, com mais de 220 milhões de habitantes. c) Como a língua portuguesa chegou a esses países? Por meio de comerciantes portugueses, séculos atrás. 2 Você conhece palavras da nossa língua que são de origem indígena, africana ou europeia? Com mais dois colegas, façam uma lista de quatro palavras que consideram ter essas origens. Pesquisem-nas no dicionário para conferir e, depois, apresentem as descobertas à turma. As respostas podem ser diversas. Entre as palavras de origem indígena, podem ser citadas capivara, caipora, carioca e Maracanã; entre as de origem africana, temos dengo, cafuné, caçula, quitanda e dendê; e, entre as europeias, camarim, caricatura, trambone, arlequim etc.

41 Para ampliar

A transformação do mundo pela escrita

É difícil imaginar o mundo que conhecemos sem a escrita. A maior parte dos avanços científicos e tecnológicos, ao longo da história, está direta ou indiretamente associada ao armazenamento e transmissão de informações. Mas a escrita não esteve sempre presente: considerando a história do Homo sapiens, que tem por volta de duzentos e cinquenta mil anos de existência, ela é uma invenção bastante recente. Com toda a certeza, a linguagem oral precedeu muito o início da expressão dos seres humanos através de símbolos gráficos. A razão do hiato entre a fala e a escrita deve se relacionar ao alto grau de abstração exigido por essa forma de expressão.

Inicialmente, os elementos gráficos utilizados eram apenas desenhos que representavam diretamente aquilo que se queria expressar, como mostram as pinturas rupestres.

VALLE, Maíra; PANCETTI, Alessandra. A transformação do mundo pela escrita. ComCiência, Campinas, n. 113, 2009. Disponível em: https://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=51&id=644. Acesso em: 14 fev. 2018.

Chame atenção dos estudantes para o fato de que, ao estudar história, nos deparamos com outras realidades e culturas, em diferentes tempos e espaços. Esse estranhamento é importante para se perceber, primeiro, que tudo muda ao longo do tempo, em decorrência da ação das pessoas. E também para aprender a conviver com a diferença, com o outro.

Pode-se trabalhar os quipos nesse sentido, destacando aos alunos as diferentes maneiras possíveis de se lidar com as questões impostas pelo dia a dia. E eles, como resolveriam esse desafio dos registros rotineiros, caso ainda não tivessem desenvolvido nenhuma forma de registro?

De olho no tempo

1. Resposta pessoal. Sua utilização se faz presente na grafia de nomes próprios, tais como Yara, Kátia, entre outros, e em unidades de medida como kg, km e watts. Também estão em palavras de língua estrangeiras que usamos no cotidiano.

Uma língua em transformação

A língua é dinâmica e está em constante transformação. Nossa língua também já passou por várias reformas e modificações ao longo do tempo.

A mudança mais recente na nossa língua ocorreu com o último Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em 2009 e passou a ser obrigatório em todos os países falantes de língua portuguesa em 2016. Entre as modificações, houve a ampliação do nosso alfabeto, que antes era composto de 23 letras e passou a ter 26, com o acréscimo das letras K, W e Y, e a definição de novas regras de acentuação.

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1. Em que situações do dia a dia você percebe a presença das letras K, W e Y? 2. Agora, procure refletir sobre o dinamismo da nossa língua. Que palavras de origem estrangeira fazem parte do seu vocabulário, mas não fazem parte da língua portuguesa? Apresente pelos menos dois exemplos.

42 Respostas pessoais. Entre as possibilidades, os estudantes podem indicar backup, check-in, crush, delivery, drive-thru, mouse, entre outros.

História em ação

1. A resposta pode variar, mas uma interpretação possível seria a história de alguém que fez exercícios, ficou cansado, mas feliz, foi para casa de bicicleta, fez um lanche de que gostou, foi descansar e acabou pegando no sono. Quando olhou o relógio, se deu conta de que estava atrasado e ficou assustado.

Você já parou para pensar em quanto a escrita mudou desde a sua invenção até os dias atuais?

Hoje em dia, há diversas formas de registro de informações, algumas extremamente elaboradas, como as linguagens de programação de computadores. Apesar disso, é curioso que um número cada vez maior de pessoas se comunique com símbolos, os emojis.

Você já deve ter usado emoji nas redes sociais ou quando enviou mensagens por celular. Geralmente, as pessoas combinam os emojis com textos para expressar sentimentos em vez de usar as palavras.

Mas será que é mesmo fácil compreender mensagens e se fazer entender sem usar palavras escritas? Que tal fazer uma experiência?

Vamos lá!

EDITORIA DE ARTE

1. Em sua opinião, quais são as mensagens transmitidas por esses símbolos? 2. Converse com os colegas sobre as respostas que anotaram e comparem as semelhanças e as diferenças entre elas. 3. Usando apenas emojis, envie uma mensagem para um colega de turma. Depois, verifique se ele compreendeu corretamente a mensagem que você enviou e vice-versa. A mensagem deve ser entendida por todos. Por fim, compartilhe a experiência com os colegas. O objetivo é que os estudantes conversem sobre as possíveis interpretações dos símbolos usados e se todos, mesmo usando símbolos similares, estão “falando a mesma língua”.

2. Os estudantes devem avaliar se houve diferentes interpretações ou se os símbolos usados têm entendimento consensual entre eles.

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O objetivo desta atividade é, além de estabelecer relações entre formas de comunicação do passado e atuais, também trabalhar a empatia dos estudantes com relação ao tema por meio de uma atividade lúdica e com uma linguagem à qual estão acostumados.

A experiência de desenhar os emojis auxilia-os a identificar e desenvolver as habilidades necessárias para um escriba compor uma mensagem simples e o processo que levou à simplificação das formas de escrita.

Incentive os estudantes a compartilharem o trabalho realizado, para um ler o texto do outro. Os alunos devem avaliar se houve diferentes interpretações ou se os símbolos usados têm entendimento consensual entre eles.

Habilidades trabalhadas:

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Esses povos faziam uso da escrita principalmente para registrar informações sobre a produção de alimentos e as crenças religiosas. Nos textos que os estudantes produzirem observe se relacionam informações sobre a formação de sociedades complexas cujas demandas contribuíram para o desenvolvimento de variadas formas de registro e escrita.

Incentive os estudantes a perceberem que, nos dias atuais, a escrita intermediará uma infinidade de atividades e relações sociais, que está presente em nosso cotidiano, ao contrário dos tempos anteriores, em que o uso da escrita era localizado, servindo para questões mais pontuais.

As principais diferenças entre as duas formas de escrita, é que a cuneiforme usava pequenos pedaços de madeira para escrever em placas de argila que poderiam ser apagadas e refeitas, além disso, eram primordialmente utilizadas para registros de contabilidade e militares. Já a escrita hieroglífica era feita em papiros e com diversas cores, além disso, haviam escritas mais complexas que eram feitas em paredes ou pedras.

As respostas são variáveis, mas a proposta de ambas as atividades é incentivar os estudantes a refletirem, percebendo a importância de saber ler e escrever em nossa sociedade.

Juntar saberes

1 As sociedades do Egito Antigo e as da Mesopotâmia estão entre as mais antigas do mundo. a) Qual é a importância da escrita para a formação dessas sociedades? Em sua resposta, considere como surgiu e para que a escrita era utilizada. b) Pense nos usos da escrita nos dias atuais e nos tempos antigos e estabeleça as diferenças e as semelhanças entre as épocas.

2 Compare a escrita cuneiforme com a escrita hieroglífica. a) Quais são as principais diferenças entre elas? b) Com quais finalidades elas eram utilizadas?

3 Com base na fotografia a seguir, pense no indivíduo que vivia nas sociedades antigas e no que vive nos dias atuais.

a) O indivíduo da Antiguidade precisava saber ler e escrever? Explique sua resposta. b) O indivíduo dos dias atuais precisa saber ler e escrever? Explique sua resposta.

4 Existem diferentes formas de comunicação. Vamos experimentar algumas? a) Com a ajuda do professor e a turma organizada em roda, brinquem de telefone sem fio. Antes, determinem quem vai começar. O escolhido deve selecionar um assunto tratado até o momento nesta unidade e contar ao colega ao lado o que sabe do tema. O colega deve passar a mensagem ao próximo, e assim por diante, até a mensagem retornar ao primeiro, que deve escutá-la e contar aos demais o que mudou ou não ao longo do percurso.

GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS

Menina de onze anos assiste aula on-line de Matemática em casa durante pandemia do Covid-19. Santa Maria (Rio Grande do Sul), 2021.

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b) Ainda organizados em roda, escolham outro tema estudado na unidade e registrem o que sabem, utilizando apenas sinais. Troque a mensagem com um colega e depois conversem sobre o que entenderam. c) Agora é a vez de usar mímica. Escolha um tema desta unidade e, no centro da roda, usando apenas gestos, conte aos colegas o assunto. Eles devem descobrir sua mensagem. d) Por fim, redijam um texto coletivo. Escolham alguém da turma para iniciar. O selecionado deve escrever uma frase sobre um tema estudado nesta unidade e, em seguida, passar a vez ao colega ao lado, que, por sua vez, deve acrescentar outra frase que dê continuidade ao texto, e assim por diante, até que ele retorne ao que o iniciou. Este, então, deve ler o texto em voz alta para toda a turma.

5 A oralidade é uma das formas mais antigas de comunicação desenvolvida pela humanidade. Desde tempos remotos, por meio da fala, foram preservados inúmeros conhecimentos, costumes e tradições. Quer ver? Faça as perguntas a seguir a um antigo morador de seu bairro ou sua cidade e anote as respostas. a) Como este lugar (bairro ou cidade) começou a se formar? b) Quem eram os sujeitos envolvidos nessa história? c) Ainda restam sinais desse passado? Onde posso encontrá-los? • Conte o que você descobriu aos colegas, destacando a importância da oralidade para preservar e transmitir conhecimentos e tradições.

6 A tecnologia limitou o uso da escrita à mão e introduziu a escrita por meios eletrônicos. a) Os usos são os mesmos? O que mudou? b) Pense em como as pessoas se comunicavam anos atrás. Você já escreveu ou viu uma carta escrita à mão? E um cartão-postal? Consegue reproduzir os componentes principais de uma correspondência? Se sim, registre no seu caderno.

EDSON SATO/PULSAR IMAGENS

No Brasil temos tradições orais de diversas origens e que muitas vezes se encontram na religiosidade e nas lendas populares, a exemplo dos griôs, contadores de histórias de tradição africana, e das rezadeiras, de origem portuguesa. Nessa fotografia vemos como um griô do quilombo Campinho da Independência e uma rezadeira de Paraty no Rio de Janeiro se empenham pela continuidade da tradição oral da comunidade local. Paraty (Rio Janeiro), 2016.

Oriente a realização da atividade, pedindo para que os estudantes anotem os dados da pessoa entrevistada, em especial o nome, a idade, o tempo que mora ali e o que faz. O mais importante aqui é perceber o papel da fala na preservação de conhecimentos, costumes e práticas sociais.

As respostas são pessoais, mas incentive a argumentação. Para complementar, podem ser discutidas as cartas e outras mensagens pessoais como possíveis documentos históricos

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Avaliação formativa

A fim de que esta seção possa dar continuidade ao processo avaliativo, sugere-se que os estudantes sejam divididos em duplas ou trios para realização das propostas das páginas. Dessa forma, podem compartilhar entre si seus aprendizados e suas dúvidas. Nesse momento, percorra as duplas ou trios tirando as dúvidas e aguçando a percepção para os aprendizados dos estudantes.

Você pode utilizar as produções dos estudantes para finalizar o processo avaliativo verificando se compreenderam a importância da escrita para a História. Tratase também de uma oportunidade para retomar conteúdos sobre os quais ainda restarem dúvidas.

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