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Unidade 4 - A vida cotidiana: moradia, trabalho, lazer

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Referências

Referências

O objetivo desta unidade é discutir aspectos do cotidiano na história, como a vida dos povos e o poder dos Estados foram construídos a partir do trabalho cotidiano. Mais do que grandes batalhas e feitos extraordinários de líderes políticos e militares, no dia a dia eram criadas as condições para fechar negócios com povos amigos, armar guardas e soldados e construir grandes obras.

Proposta pedagógica

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A proposta desta unidade é que os estudantes compreendam importância de aspectos da vida cotidiana para o desenvolvimento das sociedades. A intenção é que eles consigam visualizar que, para a História, todos os detalhes são importantes. Tópicos como “Rotina e trabalho”, “Um mundo de trocas”, “A vida em família” e “Festas e jogos para os deuses e para o povo” contribuem de forma direta para alcançar os objetivos da unidade, que foi planejada e construída para auxiliar os estudantes, principalmente, a refletir sobre as ações do ser humanos no espaço e ao longo do tempo.

Durante os Jogos Olímpicos de 2016, público assiste à partida de futebol feminino entre os times do Brasil e do Canadá em estádio na cidade de São Paulo (São Paulo).

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Objetivos da Unidade

• Discutir a importância do trabalho para a geração de riqueza e organização das sociedades. • Apresentar aspectos da vida cotidiana, especialmente nas sociedades agrárias, como alimentação, produção artesanal e trocas. • Apresentar reflexões sobre características da vida familiar nas sociedades agrárias. • Introduzir alguns exemplos de sociabilidade e lazer das sociedades agrárias, como festas, jogos e esportes.

Habilidades trabalhadas: EF05HI03 EF05HI09

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Para começar... Respostas pessoais.

1. O que as pessoas estão fazendo? Quais meios de transporte você imagina que foram usados para chegar a esse local?

2. Costumam acontecer eventos esportivos na cidade ou na região onde você mora? 3. Em que dias as pessoas costumam ir a eventos esportivos?

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Pré-requisitos

• Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.

Espera-se que os estudantes respondam que as pessoas estão assistindo a uma partida de futebol em um estádio. Incentive-os a explorar a imagem, perguntando que outros elementos eles veem, como torcedores e jogadores. Os jogadores podem ter chegado até ali de transporte público coletivo (trem, metrô, ônibus), de transporte individual, (carro, bicicleta, moto) ou a pé. Para um evento de grande porte como um jogo de copa do mundo ou Olimpíada facilita muito o uso do transporte público e coletivo.

Os estudantes devem responder de acordo com o local em que vivem se há eventos esportivos. A resposta pode variar conforme a região e o conhecimento deles. Levante algumas informações para o caso de ser necessário oferecer aos estudantes alguns exemplos de locais menos conhecidos.

Geralmente as pessoas vão a eventos esportivos nos finais de semana. Grande parte dos eventos esportivos ou das partidas de futebol acontecem nos finais de semana ou à noite, que são horários e dias de descanso para a maioria das pessoas que costuma trabalhar durante o chamado horário comercial. Explique que isso se dá para possibilitar que um maior número de pessoas possa assistir aos eventos e para evitar problemas de trânsito. No caso de grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e as Copas do Mundo, que ocorrem de quatro em quatro anos, há grande mobilização em torno destes e há uma grande mudança na rotina das pessoas, principalmente nas cidades que recebem esses eventos.

É provável que os estudantes tenham uma imagem das sociedades antigas ligada principalmente à história militar e aos guerreiros, principalmente por causa do contato com quadrinhos, programas de televisão e jogos eletrônicos. Chame a atenção deles para o fato de que, embora a atividade militar fosse realmente valorizada, a própria guerra dependia muito do trabalho de toda a sociedade, especialmente a estocagem de alimentos pelos agricultores e a preparação de armas pelos artesãos.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI01 EF05HI03

Estudamos na Unidade 1 como a sedentarização proporcionou mudanças na vida de muitos povos antigos. Com a agricultura, tornou-se possível produzir mais alimento em espaços menores, o que possibilitou o crescimento de populações concentradas em aldeias e cidades.

Isso também mudou a rotina dessas sociedades e a relação que tinham com o tempo, porque o ritmo da vida passou a ter base nas atividades desenvolvidas diariamente.

Na Antiguidade ainda não havia o relógio nem a contagem do tempo como a conhecemos hoje. Para as sociedades antigas, o tempo tinha base no ritmo da natureza, um tempo cíclico, que sempre se repetia.

As estações do ano, por exemplo, determinavam os períodos certos para plantar e colher. As fases da lua, por sua vez, definiam os melhores períodos para a pesca ou a navegação. Do mesmo modo, a alternância entre o dia e a noite estabelecia as atividades mais corriqueiras, como as práticas religiosas.

ERICH LESSING/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

68 Painel sumério, datado de 2700 a.C., feito de madeira, pedras e conchas, que se tornou conhecido como Estandarte de Ur. Nele, estão representados alguns momentos da vida cotidiana da sociedade suméria. O rei, representado sentado em um trono no alto da imagem à esquerda, recebe convidados para um banquete. Nas faixas abaixo, trabalhadores tocam gado e transportam peixes e fardos de trigo atados à cabeça.

Para o professor

THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

Belíssimo texto do historiador Edward Thompson sobre a mudança na percepção do tempo na obra Costumes em Comum. Recomenda-se especialmente a leitura do Capítulo 6, Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial.

Como você estudou anteriormente, nas sociedades antigas, boa parte da população dedicava-se às atividades agrícolas. Mas o trabalho realizado refletia também o posicionamento de cada indivíduo na sociedade.

No Egito, por exemplo, um soldado podia se lamentar das marchas que era obrigado a fazer em treinamento ou rumo a um posto de vigilância, mas sua condição era melhor que a de um agricultor, sujeito a uma rotina de trabalho pesada e às incertezas dos fenômenos naturais.

Na Suméria, os agricultores eram obrigados a destinar grande parte da sua produção para pagar o direito de cultivar a terra. Na Grécia Antiga e em Roma, os pequenos proprietários enfrentavam a concorrência dos grandes proprietários, que se valiam do trabalho das pessoas escravizadas nas guerras, além de possuírem terras maiores, mais férteis ou melhor localizadas.

O trabalho de muitos gerava riqueza e poder para poucos, principalmente para os soberanos, suas famílias, a elite e os sacerdotes. Mas havia também algumas situações de exceção. Os arqueólogos descobriram que no Egito, por exemplo, quando os agricultores se feriam durante o trabalho na construção de pirâmides e de templos, eram agraciados com mel e pão.

BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Baixo-relevo do século I retrata homens trabalhando no calçamento de ruas na Roma Antiga.

1 Qual era a principal atividade da maioria das pessoas nas sociedades antigas?

2 Na Antiguidade, como era a relação das pessoas com o tempo?

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Nas sociedades antigas, a base da pirâmide social era ocupada por camponeses, que praticavam agricultura e domesticação de animais, a principal atividade era a produção de alimentos.

A maioria das pessoas se dedicava à produção de alimentos. Esclareça aos estudantes que, na maioria das sociedades, grande parte do trabalho não era feito por pessoas escravizadas e sim por camponeses livres e sujeitos a várias obrigações para com o soberano e os sacerdotes.

A relação com o tempo era baseada na observação da natureza, das estações do ano. Como grande parte das pessoas trabalhava no cultivo, ou seja, na agricultura e, eventualmente, nas obras públicas, as sociedades antigas tendiam a se organizar por rotinas diárias baseadas nas estações.

Além dos exemplos de cultura material indicados, é possível encontrar e mostrar mais elementos desses povos em de livros ilustrados e buscas na internet.

Aqui, é possível trabalhar com uma abordagem que aproxime o conteúdo de educação artística, propondo aos estudantes o trabalho com desenhos ou modelos em argila a partir dos exemplos mostrados.

Habilidade trabalhada:

EF05HI03

Quanto mais alimento se produzia, maior era a necessidade de armazenar e conservar esse alimento.

Desde as sociedades de caçadores-coletores e de horticultores, os seres humanos já produziam cestos de palha e vasos de argila para armazenar grãos, sementes e frutas que não eram consumidos imediatamente. Porém, a necessidade de utensílios para armazenamento aumentou com o surgimento das técnicas de processamento de alimentos, como a produção de farinha a partir do trigo (no Egito) ou do milho (na América) e a extração de óleo da azeitona (nas regiões localizadas ao redor do mar Mediterrâneo).

Assim, não só era preciso aumentar a quantidade de utensílios, como eles precisavam ser de diferentes tipos, adequados a usos específicos.

ARTE

JOSSE / LEEMAGE VIA AFP

Vaso ornamentado da cidade de Susa, na Mesopotâmia, datado de 3500 a.C. A argila costumava ser um material bastante comum nas regiões banhadas por rios.

MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UFPR, PARANAGUÁ Cerâmica tupi-guarani encontrada nas terras do atual Brasil e utilizada para rituais de sepultamento. No território brasileiro, diversos povos caçadores-coletores e horticultores desenvolveram técnicas de cestaria e cerâmica bastante elaboradas.

ORONOZ/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

Ânfora grega feita pelo artesão Exéquias, em cerca de 550 a.C., decorada com ilustração representando o trabalho de catadores de azeitonas.

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Para o professor

Kashimoto, Emília Mariko. Catálogo de artefatos cerâmicos arqueológicos de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2019. Disponível em: https://muarq.ufms.br/files/2021/03/ Catalogo_Artefatos_Ceramicos_Arqueologicos_MS.pdf. Acesso em? 13 ago. 2021.

Explore imagens e materiais/recursos como mapa ilustrativo com indicação dos sítios arqueológicos localizados pelo MuArq em Mato Grosso do Sul.

Ao longo do tempo, cada povo desenvolveu técnicas próprias para produzir utensílios, bem como maneiras próprias de usá-los. Geralmente, a técnica era ajustada ao uso. Os gregos, por exemplo, criaram ânforas e vasos em formatos muito diferentes, que indicavam se serviam para armazenar água, óleo, azeite ou vinho. Isso era útil para os mercadores que viajavam em navios, pois conseguiam identificar com mais precisão o que tinham a bordo.

Atualmente, os arqueólogos que trabalham na região do Mediterrâneo conseguem estimar, por exemplo, o tipo de mercadoria e a quantidade que era transportada por um navio naufragado. Já os pesquisadores que trabalham com as sociedades astecas ou olmecas podem identificar a origem das peças por meio da observação da técnica e dos padrões de ornamentação.

Esses estudiosos podem ainda avaliar em qual período a peça foi fabricada, pois as técnicas e as decorações mudaram ao longo do tempo. Os vestígios encontrados pelos arqueólogos indicam que, muitas vezes, esses objetos foram produzidos ou mesmo readaptados pelo trabalho de artesãos ao longo do tempo.

Os artesãos faziam uso de diversos materiais, como algodão, lãs feitas de pelos de animais, couro e metais, de acordo com a disponibilidade e o fim a que se destinavam. Os metais foram bastante usados na produção de armas de caça e de guerra e na fabricação de algumas ferramentas, substituindo a pedra na produção de pontas de lança, flechas e lâminas de machados. Além disso, possibilitaram a invenção da espada em diversos formatos.

ANTEROVIUM/SHUTTERSTOCK

Vasos e potes de barro gregos encontrados em escavações arqueológicas. A forma de cada vaso muitas vezes refletia o uso a qual se destinava, como para transportar ou armazenar água, azeite ou grãos.

Enfatize aos estudantes que a forma de cada vaso, muitas vezes, refletia o uso a qual se destinava, como para transportar ou armazenar água, azeite ou grãos. Se possível, apresente a eles mais exemplos: • FLEMING, Maria Isabel.

Cerâmica grega e arqueologia. Disponível em: https:// edisciplinas.usp.br/pluginfile. php/4264503/mod_resource/content/1/Ceramica%20

Grega%20-processo%20 fabrica%C3%A7% -

C3%A3o.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. • PEREZ, Glauco Constantino.

Estudos cerâmicos. Disponível em: https://arqueologiaeprehistoria.com/estudos-ceramicos/.

Acesso em: 13 ago. 2021.

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Para ampliar

Muitos aspectos do trabalho e da vida cotidiana também estão relacionados aos modos de vestir. Para incluir brevemente esse tema, sugerimos que comente uma reportagem sobre pesquisas relacionadas ao tecido de um vestido encontrado no Egito, estimado em mais de 5 mil anos, sendo até então a mais antiga peça feminina já encontrada. A maioria dos vestígios têxteis conhecidos têm, no máximo, 2 mil anos e a peça encontrada demonstra a complexidade da sociedade egípcia antiga. Você pode ler mais sobre o assunto em:

National Geographic. Vestido estiloso, com pregas e decote V, é o mais antigo do mundo. Disponível em: www.nationalgeographicbrasil.com/historia/vestido-estiloso-com-pregas-edecote-v-e-o-mais-antigo-do-mundo. Acesso em: 13 ago. 2021.

Espera-se que os estudantes contem sua experiência pessoal, se já participaram de uma feira de troca, se já realizaram trocas de produtos com amigos.

Espera-se que eles respondam que, para se comprar hoje em dia, é preciso de dinheiro, da moeda local.

Os estudantes devem imaginar como as pessoas obtinham a moeda (por meio do trabalho) ou das trocas (por meio de escambo).

Você já participou de uma feira de trocas de livros, gibis e figurinhas ou já viu algum estande de trocas em espaços públicos? Elas são muito comuns em várias cidades do Brasil.

Feira de venda de troca de livros em Varsóvia, na Polônia, 2021.

O sistema de trocas de produtos é muito antigo e foi ele que deu origem ao uso das moedas. Nas feiras de trocas não é preciso usar dinheiro; você realiza Cartaz da feira de troca de livros da a troca com quem está interessado no Prefeitura de Imbituba (Santa Catarina). seu produto.

Vamos refletir sobre esse processo de troca até o surgimento da moeda?

MARGY CRANE/SHUTTERSTOCK

PREFEITURA DE IMBITUBA

1 Você já trocou algum produto novo ou usado por outro?

2 Como você faz para comprar um produto hoje em dia?

3 Qual é a moeda brasileira?

4 Como você imagina que as pessoas compravam alimentos e produtos antigamente?

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

Real.

Resposta pessoal.

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O surgimento da moeda é um dos marcos da história da humanidade. Antes de sua criação, o comércio era realizado por meio de trocas, prática conhecida como escambo.

Um aldeão, por exemplo, podia ser muito bom em fazer roupas com peles de animais, enquanto outro podia ser muito bom em fazer tijolos de barro. Foi assim que, no Período Neolítico, teve início a troca de produtos, por meio de acordos entre pequenos produtores. Com o surgimento das cidades, alguns trabalhadores foram se especializando na fabricação de um produto, que trocavam por outros em acordos comerciais com pessoas da mesma cidade ou até de outras, para que assim pudessem ter acesso a novos produtos.

BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Relevo mostrando o rei assírio Shalmaneser III (858 a.C. - 824 a.C.) em um encontro com um babilônio.

Com o passar do tempo, esses trabalhadores começaram a atribuir valores a seus produtos. Aquele que produzia trigo, por exemplo, passou a argumentar que o tempo e a força de trabalho demandados na sua produção não poderiam ser comparados com os de quem pesca ou caça ou com os de quem corta a lenha. Desse modo, começou o estabelecimento de preços, determinando quanto de um produto poderia ser trocado por outro.

Para intermediar e facilitar essas trocas, foi criada a moeda, utilizando-se ouro, bronze, prata, entre outros produtos, em sua fabricação.

A moeda foi criada depois da organização das grandes cidades, com o aprendizado da vida em sociedade e a necessidade de atribuir valor ao trabalho realizado.

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Após as discussões promovidas pelas respostas das atividades da página anterior, faça uma leitura compartilhada com os estudantes. Se julgar pertinente, peça a voluntários para lerem o texto, alternando os estudantes a cada parágrafo.

Depois, faça com eles um trabalho de leitura de imagem. Inicialmente, deixe que falem à vontade sobre o que acham que está acontecendo nela. Em um segundo momento faça perguntar, orientando a leitura deles: O que os dois homens do meio estão fazendo? Há objetos na imagem? Quais? Eles estão em paz ou em guerra?

No trabalho com essa página, sugerimos que mostrar aos estudantes mais exemplos de moedas, que podem ser encontrados em livros e na internet. Também pode-se reunir moedas brasileiras atuais e de alguns anos anteriores, para exemplificar mudanças de valores ao longo das últimas décadas e na própria técnica de cunhagem. Como as moedas antigas eram irregulares, era comum as pessoas limarem suas bordas para obter raspas do metal. Para evitar isso, passou-se a imprimir bordas listradas nas moedas, o que ainda hoje é feito – ainda que não com o mesmo objetivo do passado.

Habilidade trabalhada:

EF05HI03

O pau-brasil foi a principal mercadoria utilizada no Brasil como elemento de troca entre os nativos e os europeus. Posteriormente, o pano de algodão, o açúcar, o fumo e o zimbo (tipo de concha utilizada nas trocas entre os escravos) foram utilizados como moeda de mercadoria. Essas moedas continuaram sendo usadas mesmo após o início da circulação das moedas metálicas.

Banco Central do Brasil. Dinheiro no Brasil. 2. ed. Brasília: BCB, 2004. p. 6.

1 Além do pau-brasil, que outros produtos eram utilizados como elementos de troca entre nativos e europeus? Pano de algodão, açúcar, fumo e zimbo. 2 Em uma folha à parte, crie um desenho ou uma história em quadrinhos destacando a troca de mercadorias entre nativos e europeus.

Produção pessoal.

De olho nas pistas

As moedas brasileiras

As moedas começaram a circular no Brasil logo após o início da colonização.

As primeiras moedas a circular no Brasil foram as que já circulavam em Portugal na época das navegações. Elas foram trazidas pelos navegadores e pelos mercadores e usadas pelos colonos que aqui se estabeleceram. O uso dessas moedas conviveu com o sistema de trocas até o final do século XVII.

Moeda portuguesa com a face do rei João III, 1521.

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BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Florins em ouro cunhados no Brasil em 1645.

De 1630 a 1654, o nordeste brasileiro esteve sob domínio holandês. Nesse período os holandeses cunharam as primeiras moedas no Brasil, chamadas florins e soldos. Elas eram utilizadas para pagar seus fornecedores e seus soldados, que estavam cercados pelos portugueses. Essas moedas traziam a marca da Companhia de Comércio das Índias Ocidentais. No reverso dos florins, estava registrada a palavra Brasil.

As patacas foram as moedas que circularam no Brasil de 1695 a 1834. Eram moedas de prata nos valores de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O valor de 320 réis – pataca – deu nome à série.

Em 1694, dom Pedro II, rei de Portugal, criou na Bahia a primeira Casa da Moeda. Assim, todas as moedas de ouro e de prata que estavam em circulação na colônia deveriam ser enviadas à Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais. Em 1699, a Casa da Moeda foi transferida para o Rio de Janeiro; no ano seguinte, para Pernambuco; e novamente para o Rio de Janeiro, em 1703. Essas mudanças ocorreram por questões de segurança. Patacas, em prata, que circularam no Brasil de 1695 até 1834.

HISTÓRIA Site

Dinheiro no Brasil. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/ acessoinformacao/museudocs/pub/Cartilha_Dinheiro_no_Brasil.pdf. Nessa cartilha criada pelo Banco Central do Brasil, você vai conhecer mais informações sobre a história da moeda do nosso país.

ROMULO FIALDINI/TEMPO COMPOSTO

• Pergunte a membros da sua família se eles possuem moedas antigas. Se tiverem, recolha algumas e observe os desenhos delas. Em sala de aula, conte o que você observou nessas moedas. Resposta pessoal.

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A resposta é pessoal. O estudante deve perguntar a familiares sobre moedas antigas, ver se há colecionadores na família. Como forma de complementar a atividade – caso não haja nenhum na família do estudante –, peça aos estudantes que realizem uma entrevista no bairro, com a supervisão de um adulto, procurando vizinhos que possam ter as moedas. Caso não seja possível, há ainda a internet para que possam realizar pesquisas.

Esta página explora as relações familiares na Antiguidade e a divisão do trabalho entre homens e mulheres. O tema pode ser trazido para o presente, discutindo-se com os estudantes algumas questões sensíveis de convívio familiar, como a divisão desigual de tarefas domésticas entre homens e mulheres. É importante discutir a experiência dos estudantes com delicadeza, sem expô-los em demasia, mas de forma a conscientizá-los da importância de buscar a igualdade de gêneros no dia a dia de cada família.

Habilidades trabalhadas:

EF05HI03 EF05HI04

Em diversas sociedades de povos caçadores-coletores, grande parte das comunidades se organizava em famílias, que conviviam numa mesma aldeia e compartilhavam diversas tarefas, sendo algumas tradicionalmente executadas pelos homens e outras, pelas mulheres. Essas divisões de tarefas variavam entre as sociedades: em geral, os homens caçavam e pescavam, e as mulheres cultivavam a terra, faziam cestos ou trabalhavam com cerâmica.

Nas sociedades antigas, além da maior divisão de trabalho entre as classes sociais, havia a organização familiar do trabalho. Os núcleos familiares eram também unidades produtivas nas quais pai, mãe, filhos e outros parentes cultivavam a terra, fosse ela própria, fosse arrendada de grandes proprietários ou do soberano. Outras A vida das mulheres no interior de uma casa grega representada em famílias, como a dos cerâmica datada do século V a.C. artesãos, trabalhavam na mesma oficina ou em sua própria moradia. No caso dos comerciantes, havia aqueles que trabalhavam em um mesmo barco.

Assim, ter muitos filhos era visto como sinal de prosperidade, pois eles trabalhavam com os pais até terem permissão para formar a própria família.

As sociedades antigas, geralmente, eram patriarcais, ou seja, organizadas em torno da figura do homem, considerado o chefe da família. Em algumas dessas sociedades, como era o caso dos hebreus, dos gregos e dos romanos, a esposa e os filhos eram entendidos como propriedades do pai da família. Assim, as mulheres hebreias viúvas eram obrigadas a se casar novamente, em geral, com alguém da família do falecido, ao passo que as mulheres romanas e de algumas cidades da Grécia Antiga podiam assumir os negócios da família e, tornando-se, dessa forma, independentes.

NATIONAL ARCHEOLOGICAL MUSEUM, ATHENAS

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Para o professor

Relatório da Fundação Abrinq sobre o trabalho infantil no brasil - O desafio do trabalho infantil nas atividades agrícolas. https://www.fadc.org.br/sites/default/files/2019-08/trabalho-infantil-no-brasil.pdf

Ainda assim, a realidade da maioria das mulheres gregas e romanas estava restrita ao lar, executando tarefas domésticas. Entre os gregos, as mulheres ricas viviam ainda mais confinadas em suas moradias, dedicando seu tempo principalmente a dar ordens às pessoas escravizadas que para elas trabalhavam e a pequenos trabalhos manuais e passatempos com outras mulheres da família.

Atualmente as estruturas familiares variam de uma sociedade para outra, de uma cultura para outra. Elas não são iguais, apesar de apresentarem pontos em comum. As diferentes formas de viver variam de acordo com o clima, os recursos naturais disponíveis, a cultura local e a forma que o ser humano intervém e transforma a natureza.

NOLTE LOURENS/SHUTTERSTOCK

Exemplo de uma família africana.

GOODLUZ/SHUTTERSTOCK

Exemplo de uma família europeia.

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK

Exemplo de uma família asiática.

Exemplo de uma família americana.

FERNANDO FAVORETTO

1 Como era a vida das mulheres na Grécia antiga e em Roma?

2 Em grupo, conversem e respondam: Que diferenças existem entre a realidade das mulheres da Antiguidade e a das mulheres de hoje?

Resposta pessoal.

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A maioria das mulheres gregas e romanas estava restrita ao lar, executando tarefas domésticas. Em uma sociedade extremamente patriarcal, a vida das mulheres era devotada aos homens, não possuíam direitos como cidadãs.

Nessa atividade, privilegia-se o tema contemporâneo vida familiar e social. Esperase que os estudantes percebam que a realidade das mulheres hoje é bastante diferente da relatada no texto. Contudo, é importante que percebam que a desigualdade de gênero ainda é uma realidade em nossa sociedade. Orienteos para que, no trabalho em grupo, todos possam falar e ouvir uns aos outros.

Antes de pedir aos estudantes que façam as atividades, trabalhe com eles a leitura das imagens na página, incentivando a olharem as legendas inicialmente. Depois, faça perguntas para iniciar uma discussão: De quando são as imagens? Qual a diferença no modo como as famílias aparecem nelas? Deixe que falem livremente e depois peça que respondam as questões.

Ambas representam a sociedade patriarcal, com o homem em papel de destaque, as mulheres os seguem ou os cercam.

O homem, considerado na época das imagens chefe da família, representado andando à frente ou no centro das imagens em posição de destaque.

Representadas andando atrás do chefe da família ou ao redor deste, as imagens reforçam o lugar de submissão da esposa e dos filhos. As imagens a seguir apresentam famílias em diferentes tempos. Observe:

Um funcionário a passeio com sua

família (1839), de JeanBaptiste Debret. Litografia.

PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Família Bertolini, início do século XX.

COLEÇÃO PARTICULAR

1 Compare as três imagens. O que elas representam?

2 Quem ocupa o lugar central nas imagens?

3 Qual é o lugar ocupado pelas mulheres e pelas crianças?

Todas as imagens são retratos de família.

O pai.

COLEÇÃO PARTICULAR

As mulheres e as crianças estão atrás ou ao redor da figura patriarcal.

Uma família brasileira

(1822), de Henry Chamberlain. Aquatinta.

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De olho nas pistas

Religião e família em Roma

Vimos na unidade anterior que na Roma Antiga a religião predominante era politeísta, e vários de seus deuses tinham correspondentes entre os deuses gregos.

Havia também entre os romanos deuses que protegiam a família: os “penates”, ou deuses familiares, e os “lares”, espíritos dos antepassados para os quais havia sempre um pequeno templo esculpido em pedra.

No Brasil encontramos costumes semelhantes, como estátuas de santos ou carrancas, que conforme a tradição popular protegem a entrada das casas e das famílias que vivem nelas. Em muitas regiões do Brasil existem também as capelinhas, que podem ser de uma família ou compartilhadas entre famílias vizinhas.

Representação dos ancestrais de uma família em um altar doméstico. Pompeia, Itália, século I.

BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

Carrancas à venda em loja de artesanato em Vargem Bonita (Minas Gerais), 2011.

ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS

Capelinhas de madeira. Tiradentes (Minas Gerais), 2017.

• A sua família se reúne para participar de alguma cerimônia religiosa? Se sim, como é a cerimônia? Conte aos colegas. Resposta pessoal.

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Faça com os estudantes uma leitura compartilhada do texto. Depois, novamente, desenvolva neles o trabalho de leitura de imagens. Porém, dessa vez, deixe que conduzam sozinhos como essa leitura deve ser feita. Nesse momento, é importante que eles tenham compreendido que, a imagem tal qual fonte histórica, deve ser lida dentro do contexto a qual ela pertence, logo é importante que comecem a leitura pela legenda. Depois, verifiquem quais os elementos presentes nelas e os que eles pretendem indicar.

Os estudantes devem contar a sua experiência pessoal sobre reuniões, cultos religiosos familiares. Compartilhar com os colegas, os leva a perceber as diferentes vivências religiosas e até mesmo aqueles

Os estudantes podem contar sobre as festas de sua comunidade, bairro ou cidade ou de lugares que visitou. A turma deve compartilhar suas vivências. O professor pode apresentar uma festa religiosa como a do Divino que ocorre em São Luiz do Paraitinga, e é bastante conhecida.

Além das festas juninas e das festas cristãs comemoradas em diversas regiões do Brasil, pode-se comentar sobre a existência de festas religiosas com influências africanas e indígenas, por exemplo, as festas baianas do Senhor do Bonfim e de Iemanjá, que tem seu equivalente no Sul do Brasil com a festa em homenagem à Nossa Senhora dos Navegantes. Observe também que nas festas juninas são consumidos diversos alimentos de origem indígena e africana, como a pamonha e a canjica.

Dentre as festas que ocorrem no campo ou que tem origem em tradições camponesas, os estudantes podem citar, por exemplo, a Festa da Uva, celebrada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

Nem tudo era rotina de trabalho para os povos da Antiguidade. Cada povo costumava ter diversas festas dedicadas aos deuses e aos soberanos no seu calendário.

Com exceção das ocasiões especiais, como a celebração da vitória na guerra, a maioria das festas coincidia com as estações do ano, fosse agradecendo os deuses pelas boas colheitas, fosse honrando-os para que favorecessem as novas plantações.

Os incas, por exemplo, organizavam o ano em doze meses com trinta dias cada, e realizavam um festival em cada mês.

Mês inca Mês equivalente

Huchuy Pacoy Janeiro

Hatun Pocoy Fevereiro

Pawqar Waraq

Ayriwa

Aymuray

Inti Raymi

Anta Situwa Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Qapaq Situwa

Qaya Raymi

Uma Raymi

Ayamarqa

Qapaq Raymi Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Festival

Pequena colheita

Grande colheita

Ramos de flores

Dança do milho jovem

Canto da colheita

Festival do pequeno Sol (inverno)

Purificação da terra

A grande purificação

Festival da rainha

Festival da água

Homenagem aos mortos

A grande festa do pleno Sol (verão)

Ainda hoje, no Brasil, muitas festas que celebramos têm origem nas tradições festivas antigas, como a Páscoa, de origem hebraica.

1 Você conhece alguma festa de origem religiosa comemorada no Brasil? Conte para a turma onde e quando ela ocorre. Resposta pessoal. 2 Você conhece alguma festa brasileira em que são celebradas as colheitas e os produtos agrícolas? Conte para a turma qual é essa festa e o que acontece nela.

80 Resposta pessoal.

Para vários povos antigos, os esportes e os jogos eram parte do entretenimento. Enquanto os esportes, muitas vezes, tinham função ritual ou eram parte do treinamento militar, os jogos de mesa serviam principalmente de passatempo.

EDUCAÇÃO FÍSICA

Jogo de bola asteca

Os olmecas e os astecas praticavam um jogo usando bolas de látex que podia ser disputado entre dois times ou por, pelo menos, dois jogadores. Os jogadores quicavam e corriam com a bola, desviando dos adversários para atingir um alvo, no formato de círculo, feito de pedra. Os jogadores usavam proteções contra os golpes da bola dura. As grandes partidas se davam em festivais religiosos, mas o jogo também era praticado por crianças como divertimento.

Além de arquibancadas construídas para as partidas, os astecas deixaram muitos desenhos, relevos e estatuetas que descrevem o jogo, o que indica a grande importância que lhe davam.

Jogos de mesa

Os jogos de mesa ou de tabuleiro foram uma diversão muito popular no Egito e na Mesopotâmia. Eles eram praticados com pequenas peças, geralmente, guardadas em estojos que serviam também de tabuleiro. Por serem fáceis de carregar, os jogos eram levados nas bagagens durante as viagens. Era assim o jogo real de Ur, praticado pelos sumérios, o antigo jogo de gamão dos persas e os jogos egípcios senet.

JAMES HARRISON/SHUTTERSTOCK

Já outros jogos precisavam de bases maiores ou mesas feitas especialmente para isso, como o jogo ludus dos romanos ou mehen dos egípcios, que serviam também de decoração nas casas, principalmente nas dos membros da elite. Muitos jogos tinham tabuleiros e peças extremamente elaborados, sendo encomendados a artesãos habilidosos. As pessoas mais pobres e as escravizadas também jogavam, mas costumavam fazer os jogos com os materiais que tinham a seu alcance ou compravam versões mais simples.

Arquibancadas do jogo de bola mesoamericano de Monte Albán, no México atual, 2015.

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Para o professor

Super Interessante. Você conhece os jogos que acompanham a humanidade há milhares de anos? Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/voce-conhece-os-jogos-que-acompanham-a-humanidade-ha-milhares-de-anos. Acesso em: 13 ago. 2021.

Esta página explora formas de lazer de povos da Antiguidade, com o objetivo de permitir aos estudantes ter dimensão do cotidiano daquelas sociedades. Se possível, sugerimos que se faça um projeto interdisciplinar com Educação Física, em que eles possam praticar o jogo de bola asteca. É necessário, contudo, adaptar as regras para que ninguém se machuque, pois o jogo original era bastante violento.

Habilidades trabalhadas:

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Em geral os professores de Educação Física têm muitas informações sobre a história e as transformações dos esportes olímpicos. Procure estabelecer uma parceria com seu colega da área. Pode, por exemplo, convidá-lo a falar do assunto em sua aula, como uma “participação especial”.

Habilidades trabalhadas:

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De olho no tempo

Os jogos olímpicos

RM IMAGES / ALAMY / FOTOARENA

Você já deve ter ouvido falar dos jogos olímpicos, mas tem ideia de como eles surgiram e do que significaram ao longo do tempo?

Os antigos gregos atribuíam sua origem ao herói Hércules, que teria grande força e agilidade. As cidades gregas enviavam seus melhores atletas para competirem entre si na cidade de Olímpia, de onde vem o nome pelo qual os jogos ficaram conhecidos. A prática dos jogos era uma forma de celebrar a paz entre as cidades, pois, de acordo com a religião grega, elas deviam manter uma trégua durante os jogos.

No final do século XIX, um professor francês, o barão Pierre de Coubertin, que acreditava na importância da atividade física na educação e nos esportes como forma de promover a paz e a fraternidade entre os povos, iniciou uma campanha para criar um grande evento inspirado nas antigas olimpíadas. Depois de muitos anos, conseguiu apoio para organizar, em 1896, os primeiros jogos olímpicos da era moderna, justamente na cidade de Atenas, na Grécia, ficando acordado entre os organizadores que os jogos seriam realizados de quatro em quatro anos. Com o tempo, foram criados comitês olímpicos para organizar a participação de atletas de cada país. Para simbolizar a união de todos os países por meio dos esportes, em 1914 surgiram os famosos anéis olímpicos entrelaçados.

Escultura atribuída ao grego Miron, feita em torno de 450 a.C., representa um atleta no momento do lançamento do disco, esporte atualmente disputado nos Jogos Olímpicos. LAZYLLAMA/SHUTTERSTOCK

Bandeira com os anéis olímpicos que esteve em exposição na cidade do Rio de Janeiro, durante os jogos olímpicos de 2016.

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Apesar de alguns jogos terem sido adiados por guerras e pela pandemia de Covid-19, foram realizadas 32 edições dos jogos olímpicos, sendo a mais recente em Tóquio, no Japão, em 2021.

Outros eventos olímpicos incluem os jogos de inverno, os jogos da juventude e os jogos paraolímpicos, que celebram a superação e promovem a visibilidade de atletas com necessidades especiais.

Muitos esportes, como o atletismo, têm origem em antigos esportes gregos que continuaram a ser praticados pelos europeus, mas há outros esportes e jogos parecidos praticados por diferentes povos, já que muitos têm origem em atividades do cotidiano deles.

BRICHUAS/SHUTTERSTOCK

Peça aos estudantes que façam uma leitura individual do texto das duas páginas (82 e 83). Depois, peça que, em duplas, discutam quais esportes dos ícones desta página eles reconhecem. Então, peça que, ainda em duplas, respondam as atividades da página como se fizessem uma entrevista um com o outro.

Por último, peça que cada estudante apresente a resposta de sua dupla para o restante da turma. Essa é uma forma de desenvolver neles práticas de escrita e reconto.

Representação gráfica das modalidades olímpicas dos jogos de verão.

1. Resposta pessoal. Provavelmente futebol, vôlei e basquete serão alguns dos esportes lembrados pelos estudantes, eventualmente, surfe e vela por aqueles que moram ou frequentam o litoral.

Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a perceber a relação de alguns esportes com atividades de trabalho, deslocamento ou lazer. Em alguns casos será mais evidente, como o uso da bicicleta na maior parte do Brasil, ou andar a cavalo e usar canoas em algumas regiões. Nadar ou jogar bola em riachos e lagoas pode ser outra sugestão.

1. Já viu algum desses esportes sendo praticados onde mora? 2. Algum desses esportes se parece com atividades do cotidiano? 3. Procure mais imagens dos esportes olímpicos, selecione os de sua preferência e traga mais informações para contar aos colegas.

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Para o professor

• CASTRO, Juliana. Mulheres nas Olimpíadas: uniformes, participação e salários em pauta. CNN, 28 jul. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com. br/esporte/2021/07/28/mulheres-nos-jogos-uniformes-participacao-e-salarios-em-pauta. Acesso em: 13 ago. 2021.

Reportagem sobre a participação das mulheres nas nos jogos olímpicos. • HIRATA, E. F. V. 2009. Os Jogos Olímpicos e a competição entre as cidades do mundo grego. S.P, Labeca. MAE-USP. Disponível em: http://labeca.mae.usp.br/ media/pdf/hirata_os_jogos_olimpicos.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.

Artigo sobre os Jogos Olímpicos e a competição entre as cidades do mundo grego.

Faça uma leitura compartilhada do texto com os estudantes chamando a atenção deles para as imagens de máscaras das apresentações. Essa é uma boa oportunidade para trabalhar de forma interdisciplinar com Artes, pois os estudantes já estão familiarizados com diversas possibilidades do fazer teatral.

História em ação

ARTE

Personagens do cotidiano

O teatro grego era uma forma de arte e de entretenimento em que os atores, para representar sentimentos, usavam máscaras. Algumas tinham traços exagerados, parecidos com caricaturas, para que pudessem ser vistas até pelo público sentado nas fileiras mais distantes do palco nos grandes anfiteatros. As máscaras também eram usadas por eles para representar diversos personagens, homens ou mulheres, jovens ou idosos, gregos ou estrangeiros.

Agora, vamos usar máscaras para representar diversos personagens do cotidiano dos povos que estamos estudando. Siga os passos abaixo e vamos lá! 1o passo: formem o grupo, escolham um povo para a atividade e pesquisem-no em livros e na internet com orientação do professor. Pesquise informações sobre os diferentes grupos sociais desse povo, por exemplo, os homens e as mulheres gregas, os escribas e os agricultores egípcios, as pessoas escravizadas pelos romanos, um soberano asteca e o enviado de um povo que lhe pagava tributos.

ROUTE66/SHUTTERSTOCK

Mosaico romano com máscaras típicas do teatro grego, uma representando a comédia e a outra, a tragédia. Muitos povos também usaram máscaras para apresentações, como as máscaras do tradicional teatro japonês.

IRAWAN ART/SHUTTERSTOCK

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Para o professor

USP. O melhor do teatro grego. São Paulo: Zahar. Disponível em: https:// edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4409288/mod_resource/content/1/Duarte%20 Teatro%20grego.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.

Conteúdo produzido pela USP, comentando textos clássicos de tragédias e comédias do teatro grego.

2o passo: estabeleça como quer representar esses personagens; se estão felizes, tristes ou insatisfeitos com a sua sociedade. Elabore um pequeno monólogo, ou seja, uma fala desse personagem sobre si e sua vida. Faça um primeiro ensaio com os colegas do grupo para avaliar como as falas se complementam. 3o passo: junte materiais que estejam disponíveis na escola ou em sua moradia para fazer as máscaras: papelão, tecidos, fios, papéis coloridos, massa de modelar, argila, canetas e lápis de diversas cores etc. 4o passo: para cada personagem, desenhe um esboço no papel mais fino. Se gostar do resultado, faça o desenho no papelão que servirá de base para a máscara. Depois, recorte os espaços destinados à boca e aos olhos. Acrescente outros materiais para fazer cabelos, barbas e acessórios, como chapéus, brincos e colares.

Concluída a preparação, façam uma apresentação dos personagens do grupo para os colegas. Depois de apresentarem as falas, vocês podem conversar sobre a pesquisa e como fizeram as máscaras.

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Apresentação de dança durante a Festa de Cultura Afro em homenagem ao Dia da Consciência Negra, em escola no Quilombo de Sobara. Araruama (Rio de Janeiro), 2015.

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Acompanhe a pesquisa, os ensaios e a elaboração das máscaras dos estudantes. Verifique se as imagens e as informações usadas como referências pelos estudantes estão adequadas e recomende outras fontes de pesquisa.

Combine um dia para a apresentação dos personagens que criaram. Cuide para que não haja comentários pejorativos ou jocosos da turma para o grupo que estiver apresentando.

Os estudantes devem refletir sobre as trocas de produtos, a dificuldade em atribuir valores a produtos diferentes como carne e uma mesa de madeira por exemplo. Pensar na complexidade da troca. Com o dinheiro ficou mais fácil atribuir valor ao produto, a partir do trabalho e especialização empenhados em sua confecção. Com o cartão de banco a facilidade se ampliou, pois não precisamos mais carregar dinheiro em espécie.

Os estudantes devem refletir sobre as trocas de produtos, a dificuldade em atribuir valores a produtos diferentes como carne e uma mesa de madeira por exemplo. Pensar na complexidade da troca. Com o dinheiro ficou mais fácil atribuir valor ao produto, a partir do trabalho e especialização empenhado em sua confecção. Com o cartão de banco a facilidade se ampliou, pois não precisamos mais carregar dinheiro em espécie.

Por meio da força de trabalho.

Respostas pessoais a partir da vivência dos estudantes e das entrevistas realizadas.

Juntar saberes

1. Alguns nomes em que essa relação será mais evidente são moedas como o peso argentino e o peso uruguaio, que, como outros países de língua espanhola, usam a palavra peso. Comente que outras moedas, como a libra esterlina do Reino Unido também devem seu nome a unidades de medidas. No caso da libra, ela tem sua origem numa unidade de medida romana do peso em prata, 0,33 quilograma que utilizamos atualmente. 1 Você conhece as diferentes moedas que existem no mundo?

• Muitas moedas têm em sua origem relacionada a pesos e medidas. Pesquise o nome de moedas de outros países que fazem essa relação. Cite pelo menos duas delas.

2 Compare o escambo, ou seja, como eram feitas as trocas, com o uso atual do dinheiro, da moeda e dos cartões de banco (débito e crédito) e responda: a) O que mudou? b) Atualmente, ficou mais fácil ou difícil adquirir produtos? c) Como podemos obter moedas para realizar uma compra?

3 Em seu bairro ou sua cidade há feira? As feiras são uma ótima oportunidade para conhecer quem produz alimentos ou cria produtos artesanais. Atualmente, estamos habituados a consumir produtos e alimentos feitos ou tratados industrialmente em grande quantidade, os quais costumam vir de longe de onde moramos. No passado, principalmente na Antiguidade, era mais comum serem produzidos perto de onde as pessoas moravam e de forma artesanal. a) Pesquise quais são os tipos de feira que existem perto da escola e de onde você mora e quais produtos ou alimentos são vendidos nelas. b) Combine com os colegas e entrevistem algumas pessoas que trabalham e compram em feiras. Perguntem onde vivem e trabalham, como trabalham, por que gostam de trabalhar ou comprar em feiras.

KONSTANTIN EGORYCHEV/SHUTTERSTOCK

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4 Hoje em dia, estamos acostumados com produtos feitos industrialmente. Os povos das sociedades antigas só contavam com o trabalho manual para fazer produtos como vasos, roupas, armas e todos os objetos do cotidiano. Vamos experimentar como trabalhavam os ferreiros que cunhavam as moedas? Siga o roteiro. 1. Separe um pouco de argila, algumas batatas e folhas de papel. Desenhe, no papel, a forma que gostaria de imprimir. Comece com formas simples, como a meia-lua. 2. Corte uma batata ao meio, coloque o papel com o desenho em cima do lado cortado e passe o lápis com força por cima do desenho para marcar a batata. 3. Com uma colher, escave o desenho que foi marcado, deixando uma borda nas laterais da batata. 4. Prepare a argila, amassando-a bem com as mãos. Quando estiver bem macia, faça um rolo com a argila e depois a abra, espalhando-a em cima de uma mesa. 5. Com a argila esticada sobre a mesa, coloque a batata preparada e aperte para moldar e cortar a argila. Repita esse passo para fazer mais moedas. 6. Separe a argila recortada do restante e reaproveite para fazer mais moedas ou usar depois. Deixe as moedas secarem.

Pronto! Agora que você tem algumas moedas e pegou o jeito, poderá fazer outras formas.

Nos dias de hoje, as moedas são cunhadas e as cédulas são impressas de forma industrial em grandes quantidades, mas também de forma controlada para evitar falsificações. Cunhagem de moedas na Casa da Moeda do Brasil, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2014.

EDUARDO ZAPPIA/PULSAR IMAGENS

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Avaliação formativa

Faça uma avaliação dos estudos nesta unidade, considerando: 1. Os estudantes se sentiram instigados pela discussão de aspectos da vida cotidiana dos povos estudados? Quais em especial? 2. Os estudantes perceberam a importância das atividades cotidianas e aspectos da vida privada em família na organização das sociedades agrárias? 3. Os estudantes tentaram elaborar relações entre aspectos da vida cotidiana dos povos estudados e da vida cotidiana no mundo atual? Quais se destacaram?

Aproveite a atividade para desenvolver conteúdo da área de Arte. Peça com antecedência para os responsáveis, ou providencie, os materiais necessários. Ao final, incentive os estudantes a se divertir com as moedas, reproduzindo situações vividas no mundo antigo.

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