Numa tarde quente de domingo Numa tarde quente de domingo, podemos encontrar uma senhorinha de cabelos brancos sentada no sofá. Ondina me esperava em sua casa com os cabelos ainda molhados do banho, fios brancos, longos e finos amarrados por duas presilhas. Ela me olhava entrar na casa, era uma casa vermelha, com a tinta desbotada já para um tom de rosa. Não tinha muro, somente uma grade também vermelha de mais ou menos 1,65m de altura. Do lado do número da casa tinha uma borboleta azul, borboleta essa que a “Tia Ondia” (apelido pelo qual ela gosta de ser chamada) fez questão que eu tirasse uma foto. Do outro lado havia uma placa com a imagem de um cachorro escrito: Cão Bravo. Mas o engraçado é que não havia nem sequer um sinal de animal por ali. Enfim, entrei. Ela me chamou para sentar. Era uma casa simples, dois sofás de couro antigo marrom avermelhados na sala. Ela estava no sofá de dois lugares e eu no de três lugares bem a sua frente. A direita havia uma estante, cheia de fotos antigas, presentes e lembrancinhas. Vamos começar a entrevista. Então me levanto e sento ao seu lado, ligo o gravador. É hora de saber mais! Afinal, quem é essa Ondina? Era o ano da Semana da Arte Moderna no Brasil, com ninguém mais ninguém menos que Anitta Malfatti, Oswald e Mário de Andrade, Heitor Villa-lobos, Victor Brechet e Tarsila do Amaral. A nível mundial, na Itália, Benito Mussolini era eleito 1° ministro, Niels Bohr ganhava o Nobel de física e voltando para a nossa pátria, no dia 15 de novembro de 1922, Artur Bernardes era eleito o 12° presidente do Brasil. E, dois dias depois deste acontecimento, nasce Ondina. Agora, em 2018 ela completa 96 anos de vida. 15