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Suburbana enraizada

Franz Fleischfresser

João Matheus D’Ambros

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Malutron e encerrando sua carreira no Rio Branco de Paranaguá. Mesmo com tantos grandes nomesno currículo, o melhor momento na carreira é o título pelo Capão Raso, clube em que declara ter a sua raíz e que foi fundado por seu pai e seus tios em 1952. Em um time de futebol, é comum existirem disputas pelas posições na zaga, no meio ou no ataque, porém, quando menores, ambos brigavam pela posição de gandula, tamanha era a conexão com o Capão. Prussak, apesar de tantas lembranças boas relacionadas ao clube, não vê um momento que o marcou tão bem quanto o título do amador de 1981. Com 15 anos na época, viu três ou quatro ônibus lotados de torcedores deixarem a Rua Deputado Waldemiro Pedroso rumo a Arena da Baixada, onde venceram a difícil batalha contra o Sobe Iguaçu, sagrando-se campeões. Após levantarem o caneco, os torcedores o caneco. Foram três dias consecutibos de festa, sem deixarem o clube, há quem diga que a festa durou de quarta à segunda-feira. Para Prussak, são essas lembranças boas, de união e amizade, que mostram que aquilo é amor, um sentimento muito diferente daquele que se tem ao torcer para clubes profissionais como Athletico e Coritiba, por exemplo. Ele afirma ainda que hoje é difícil encontrar a mesma identificaÀ s sete da manhã começam e acabam lá por nove da noite, às vezes onze. Essa é a rotina dos que, muito mais que torcerem, cuidam do União Capão Raso Futebol Clube, um dos times participantes da liga suburbana de futebol da capital paranaense. Laércio Prussak e Leocádio Furman, o Léo, respiram o clube que amam, e como diz o ditado, quem ama cuida. Todos os sábados estão ali, fazem um café da manhã carregado, com pães e frutas fresquinhas, servem a todos os atletas e , muitas vezes , até os familiares deles. Os dois cuidam de cada centímetro do clube que, em novembro, completará 67 anos de uma história riquíssima no futebol da cidade, sendo apontado como um celeiro de craques, tendo revelado os ex-jogadores, Cuca (hoje treinador), Ribamar e também, o próprio Léo. Furman, aos 18 anos, foi campeão atuando pelo time, sendo levado então para o Coritiba Futebol Clube por ninguém mais ninguém menos que Dirceu Krüger, o Flecha Loira, ídolo do Coritiba, o qual o observou por três meses, por trás das traves, antes de tomar a decisão. Depois do Coxa, Léo ainda jogou no Paraná Clube e Londrina, CRB e CSA, passando por A batalha para manter a história e a tradição de um dos maiores clubes do futebol amador de Curitiba “1981 foi um dos anos mais importantes da história do Capão Raso.” Laércio Prussak, técnico do time .

ção por parte dos jogadores, antigamente só jogavam jogadores do bairro e que, apesar de levar o título de amador, o campeonato hoje é profissional.

De fato, hoje, muita coisa mudou, o futebol amador se tornou caro e envolve muitas coisas. O Capão Raso sobrevive da venda de rifas e ajudas de todos os torcedores para pagar água e luz, mas conta, também, com parcerias, as quais não investem dinheiro, porém colaboram com materiais, como redes, telas e bolas de futebol. Pode parecer pouco, mas são fundamentais e evitam gastos consideráveis do clube.

Além do futebol, que conta com as categorias juvenil, adulto e 50tinha

A capital do Paraná é considerada por muitos jogadores e dirigentes, a sede do melhor campeonato amador para atletas com 50 anos ou mais. Não é à toa que inúmeros ex-jogadores, ex-campeões brasileiros e até atletas que atuaram pela seleção brasileira, participam deste charmoso campeonato. O melhor 50tinha do Brasil

A partida da vez lotou o estádio João Carlos de Oliveira Sobrinho. O time da casa, Capão Raso/Cadillac, recebeu o Botafogo São José dos Pinhais e acabou perdendo por 3x0. Mas para muitos que ali estavam, o placar pouco importava. Para o excampeão brasileiro com o Coritiba, Elizeu Rolim, o que importava vinha de fora. “O mais importante é o vestiário e o papo com os colegas antigos. Obviamente o jogo é bom para continuarmos na ativa, nós sempre teremos um espírito competitivo.

(para atletas acima de 50 anos), o clube envolve muito a comunidade. São realizados, com frequência, feijoadas e churrascos para os torcedores, jogadores e suas respectivas famílias. A suburbana traz muitas pessoas, e a intenção de Prussak e Furman é justamente essa, procurar trazer as famílias, para que possam compreender o dia a dia do Capão, como exemplo, as esposas, que estão sempre presente nos jogos e demais eventos, juntamente dos filhos, os quais ajudam a cuidar do local.

No último sábado estiveram por lá, e com certeza estarão no próximo, afinal, sem eles, não sabe-se o que seria do União Capão Raso Futebol Clube.

Leonardo Cordasso

a disputa do sessentinha nos próximos anos, e mesmo com a idade avançada, vestiu a camisa de número 10 e não deixou a desejar.

O jogo, ocorrido no sábado (31), envolveu reencontros inesquecíveis. Elizeu enfrentou o goleiro com quem foi campeão brasileiro, em 1985, pelo Coxa, Gerson Dall’Stella, o qual mostrou que a idade não tirou sua habilidade em guardar a meta, pegando uma penalidade decisiva no segundo tempo, além de adversários como Dago, ex-meio-campo do Fluminense, e o exzagueiro do São Paulo, Valber. Outros grandes nomes eram aguardados no União Capão Raso, mas não compareceram, como Túlio Maravilha e Donizete Pantera, mas que com certeza serão figuras garantidas nas fases futuras do folclórico torneio. Os encontros que foram possíveis, além de trazerem alegria dentro de campo, realizam o desejo de muitos torcedores, que agora tem a oportunidade de acompanhar ao vivo os jogadores que não viram no passado. 27 esporte | revistacdm

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