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w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Setembro 2020
Série 2
Número 319
AUMENTO DE EXTRAÇÃO COM UMIDADE CONTROLADA Solução WEG TGM favorece maior rendimento industrial na Vale do Paraná
AGRÍCOLA
Setembro 2020
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CARTA AO LEITOR
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ÍNDICE
EVENTOS . ................................................................................................. 6 MERCADO ISO estima déficit de 724 mil toneladas de açúcar para a safra 2020/21 ........................................ 8 Brasil aprova importação de 187 milhões de litros de etanol dos EUA ................................................... 9 Perspectivas de preços para metade final da safra 2020/21 são positivas .................................. 10
CARTA AO LEITOR Andréia Vital - redacao@procana.com.br
Depois da tempestade, vem a bonança
Mix deverá continuar açucareiro na safra de cana 2020/21 ...... 12 Metas para compra de CBios são reduzidas em 50% .................. 14 RenovaBio fica órfão: “Pai” do programa é demitido .................. 15 Consolidação do setor se intensifica ................................................ 16 Grupo Vale do Verdão é o novo dono da Usina São Luiz ............ 17 INDUSTRIAL Turbina TGM possibilita ganho de 13% em geração de energia ..... 18 Equipamentos WEG reduzem e controlam para 47% a umidade final na Vale do Paraná ................................ 19 Martin é líder mundial em transmissão de potência e transporte de materiais ............................................ 20 USINA 4.0: Santa Lúcia otimiza sua cogeração em tempo real ....... 21 USINAS Cerradinho BIO investe R$ 280 milhões para criar NEOMILLE ........ 22 Grupo Olho D'Água comemora centenário . .................................. 23 Raízen recebe autorização para comercializar energia a partir do biogás ......................................... 24 Ubyfol apresenta soluções para o canavial .................................... 26 Jacto apresenta novo conceito para a colheita da cana .............. 26 AGRÍCOLA Cases de alta produtividade revelam como obter cana de 3 dígitos ................................................... 28 e 29 Manejo integrado pode elevar produtividade da próxima safra .............................................. 30 e 31 A busca pelos canaviais mais produtivos ............................... 32 e 33 Incêndios devastam canaviais causando muitos prejuízos ....... 34 Usinas e fornecedores de cana se unem no combate ao fogo ....... 35 GESTÃO Gestores sugerem soluções para impulsionar resultados na crise .............................................. 36 e 37 Sucessão familiar, governança e inovação: o que pensa a próxima geração do setor .............. 8 e 39 Conheça 4 cases de sucesso em Governança, Risco e Compliance em usinas .................................. 40 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES ............................................... 42 e 43
"Contudo, Deus não ficou sem testemunho: mostrou sua bondade, dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-lhes sustento com fartura e um coração cheio de alegria”. Atos 14:17
O horizonte nublado, indicando a falta de previsibilidade para safra 2020/21 diante da pandemia da Covid-19, foi uma grande preocupação para o setor, mas após a tempestade “perfeita” atravessada pelo segmento, a bonança surpreendeu as companhias sucroenergéticas. Mesmo com os contratempos, a temporada atual vem se mostrando positiva para o resultado econômico-financeiro das usinas, principalmente devido às taxas de juros relativamente baixas e aos preços remuneradores. Além disso, as perspectivas de bons patamares dos valores de açúcar e de etanol continuam na metade final da safra 20/21. Isso vem possibilitando à algumas usinas encerrarem a safra com a expectativa de terem sua melhor temporada nos últimos tempos. Isso pode ser identificado nas páginas 10 e 12. Essa edição mostra também que, apesar de colocar o pé no freio diante do cenário incerto, as usinas continuaram seus planos de investimentos, principalmente usando a inovação para garantir crescimento e sustentabilidade de seus negócios. Assim, investimentos em tecnologia para a expansão e maior eficiência de seus ativos não foram deixados de lado. É o que mostra a matéria de capa desta edição, na página 18 e 19. Outros investimentos no mercado sucroenergético também são destacados nas páginas 21, 22 e 24 que mostram como as empresas estão diversificando seus negócios apostando em outros nichos, como etanol de milho e
energia a partir do biogás, assim como, vêm modernizando suas empresas, para chegarem com saúde aos 100 anos. A edição também traz uma matéria sobre uma usina pernambucana que festejou a data este ano. Os detalhes podem ser vistos nas páginas 21 e 23. Um movimento que vem surpreendendo é o mercado de fusões e aquisições (M&A) que vem aumentando no Brasil, com transações já realizadas como a compra da Usina São Luiz, da Abengoa, pelo Grupo Vale do Verdão, ainda a ser aprovada pela justiça. Além das tratativas entre Raízen e Biosev. De acordo com Alexandre Figliolino, consultor da MBAgro, embora seja mais evidente agora, o processo de consolidação do setor sucroenergético já vem acontecendo, silenciosamente, há muito tempo e envolvendo principalmente ativos biológicos. As informações sobre essas transações podem ser conferidas nas páginas 16 e 17. A edição de setembro traz ainda detalhes sobre os webinares promovidos pelo JornalCana, que continuam oferecendo o melhor benchmarking do setor, com cases relevantes e inovadores em várias áreas. Dessa vez, o leitor encontra detalhes sobre ações realizadas na área agrícola para impulsionar a produtividade, nas páginas 28 a 33. Também encontra informações sobre a prática de GRC (Governança, Risco e Compliance), sucessão familiar e debates sobre a alta gestão das usinas nas páginas 36 a 40. É muito bom conteúdo! Boa leitura!
ISSN 1807-0264
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EVENTOS
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MERCADO
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ISO ESTIMA DÉFICIT DE 724 MIL TONELADAS DE AÇÚCAR PARA A SAFRA 2020/21 FOTOS DIVULGAÇÃO
Oferta mundial ganhou 2,997 milhões de toneladas com a estimativa de produção do adoçante no Brasil
“O ISA Daily Price e o ISO White Sugar Price Index para a primeira quinzena de agosto fizeram a média 13,08 centavos / lb e US $ 375 / tonelada, respectivamente”, informa a ISO. Os preços do açúcar bruto aumentaram 20% desde a última revisão da ISO, em maio. Embora este movimento recente seja contrário à perspectiva para a temporada 2019/20 – onde o déficit diminuiu significativamente – mostra a preocupação com o acesso aos alimentos e uma situação de abastecimento global que parece depender quase exclusivamente do Brasil. Também é apoiado por fundos de hedge que tomam uma visão cada vez mais otimista sobre o mercado de açúcar, com uma oscilação de mais de 200.000 lotes desde maio.
ANDRÉIA VITAL
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) divulgou a sua primeira estimativa para a safra 2020/21 mundial, no dia 1º de setembro, e prevê um déficit de 724 mil toneladas de açúcar, com a produção aumentando 3,883 milhões de toneladas para 173,462 milhões de toneladas, enquanto o consumo retorna à tendência de longo prazo em 174,186 milhões de toneladas. “Com a redução dos déficits projetados, os níveis de estoque devem permanecer estáticos em torno de 96 milhões toneladas”, afirma, a organização, que apresentou também a sua quarta revisão do balanço mundial do açúcar em 2019/20. De acordo com a ISO, a redução do consumo devido aos impactos da Covid-19 e a maior produção do adoçante no Brasil, nos últimos meses, contribuíram para reduzir o déficit em cerca de 3 milhões de toneladas de açúcar. O saldo atual mostra um déficit estatístico global (a diferença entre o consumo mundial e produção) de 0,136 milhões de toneladas, abaixo dos 9,298 milhões de toneladas em maio, embora a pandemia tenha reduzido o consumo em 2,1 milhões de toneladas. O saldo global, consequentemente, deixou de ser o maior déficit em 11 anos para neutro “Uma superior alocação para a produção de açúcar no Brasil é fator significativo no menor déficit projetado para 2019/20 e 2020/21, juntamente com uma redução de 2,7 milhões de toneladas no consumo de açúcar em vários países. Esta revisão aponta para mudanças nas estatísticas anuais desde 2015/16”, ressalta a ISO. A previsão revisada coloca a produção mundial em 169,579 milhões de toneladas, um aumento de 2,781 milhões de toneladas em relação ao
Há uma situação de abastecimento global que parece depender quase exclusivamente do Brasil
que foi estimado em maio, mas caiu 4,457 milhões de toneladas ou 2,5% em relação à temporada anterior. A oferta mundial de açúcar ganhou 2,997 milhões de toneladas com a estimativa de produção do adoçante no Brasil, o que significa um aumento no ano-a-ano para 8,364 milhões de toneladas. Embora essa mudança tenha ajudado a deslocar o déficit para perto de zero, a flexibilidade global em relação à paridade com o etanol está aparentemente esgotada. “Com variações nas perspectivas para os outros principais produtor, com a Índia, sustentando o balanço 2020/21, o domínio do país indiano e brasileiro está em um pico de 10 anos em termos de sua participação na produção”, explica José Orive, diretor-executivo da ISO. Disponibilidade de exportações aumenta A estimativa para a disponibilidade de exportações globais é de 60,755 milhões de toneladas, 3,365 milhões de toneladas a mais do que valor revisado para 2018/19.
José Orive, diretorexecutivo da ISO
Para 2020/21, os estoques transitados no Brasil aumentarão as exportações em mais 2.269 milhões de toneladas, mas uma queda de 2.889 milhões de toneladas na disponibilidade de exportação da Tailândia deve compensar todo esse aumento, enquanto o total global vê uma redução de 0,537 milhões de toneladas ano a ano para 60,218 milhões de toneladas. Importações caem De acordo com a ISO, a demanda global de importação é de 60,477 milhões de toneladas, com queda 0,559 milhão de toneladas de açúcar em relação à estimativa de maio, mas até 3,284 milhões de toneladas a partir de 2018/19. Isso deixa um saldo comercial de 276.000 toneladas excedentes do déficit de 334.000 toneladas em maio. A estimativa de importação para 2020/21 é de 60.301 milhões toneladas do adoçante. Quanto a valores do mercado mundial, desde a última análise trimestral do mercado divulgada em maio, aumentaram cerca de 20%.
Incerteza permanece sobre o mercado de etanol Quanto ao mercado de etanol, a organização afirma que a incerteza permanece sobre o impacto da pandemia na oferta e demanda global de combustível. A produção mundial em 2020 foi revisada para baixo, com 100,4 bilhões de litros produzidos, mas deverá se recuperar em 2021. Em comparação com 2019, representa uma redução de quase 14 bilhões de litros e foi impulsionada pela produção mais baixa na maioria dos produtores. O consumo global de etanol em 2020 deve chegar a 99,4 bilhões de litros, 12,7 bilhões de litros abaixo de 2019 e o nível mais baixo desde 2015. A produção foi revisada para 100,4 bilhões de litros, queda de 1,3 bilhão de litros em relação a maio e de 114,3 bilhões de litros em 2019. Já as projeções para 2021, apontam recuperação do consumo para 109,7 bilhões de litros, à medida que a demanda por combustível melhora globalmente. O comércio global de etanol em 2020 continuará a ser dominado pelas exportações dos EUA, embora essas negociações devem cair pelo segundo ano consecutivo, devido ao uso mais fraco de combustível em mercados de destino. As exportações de etanol do Brasil, por outro lado, devem aumentar à medida que os produtores se beneficiem do real (BLR) mais fraco.
MERCADO
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Brasil aprova importação de 187 milhões de litros de etanol dos EUA Decisão aprovada em reunião do Gecex vale por 90 dias ANDRÉIA VITAL
O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, no dia 11 de setembro, uma nova cota, de 187,5 milhões de litros, para a importação de etanol dos Estados Unidos, com alíquota de 0%. Acima deste volume, a tarifa passa a ser de 20%. O Ministério das Relações Exteriores e o governo dos Estados Unidos emitiram uma nota conjunta sobre a decisão e afirmaram que “decidiram realizar discussões orientadas a obter resultados acerca de um arranjo para aumentar o acesso ao mercado de etanol e açúcar no Brasil e nos Estados Unidos. Também considerarão um incremento no acesso ao mercado de milho em
ambos os países”. A nota ainda destaca que “os dois países também discutirão maneiras de garantir que haja um acesso justo ao mercado paralelamente a qualquer aumento no consumo de etanol, bem como de coordenar-se e garantir que as indústrias de etanol em ambos os países sejam tratadas de maneira justa e se beneficiem de mudanças regulatórias futuras em produtos de biocombustíveis no Brasil e nos Estados Unidos”. Segundo o comunicado divulgado pelo Itamaraty, “as discussões devem buscar alcançar resultados recíprocos e proporcionais que gerem comércio e abram mercados para o benefício de ambos os países”. De acordo com a pasta, as discussões ocorrerão em um período de 90 dias que começou em 14 de setembro. “Durante esse período, o Brasil manterá uma quota tarifária pro-rata, proporcional ao volume anual total da quota tarifária pro-rata (TRQ) que vigia em 30 de agosto de 2020”, informou o Itamaraty.
A isenção sobre parte do etanol importado foi estabelecida em 2010 e valia para os primeiros 600 milhões de litros a entrarem no Brasil a cada ano. Ao ultrapassar esta cota, passava a incidir a tarifa de 20%. No ano passado, a cota foi ampliada para 750 milhões, o que equivaleu a quase a metade do biocombustível importado no ano, que foi de 1,457 bilhão de litros. Desse total, 90,66% (1,321 bilhão de litros) veio dos Estados Unidos. A prorrogação dos benefícios é defendida pelo chanceler Ernesto Araújo, que acredita que é preciso dar mais prazo para a negociação do acordo. Já a ministra da Agricultura, Tereza Cristina – assim como lideranças do setor sucroenergético – é contrária à renovação da cota. A intenção é fazer um acordo com o país norte-americano, tendo em troca da isenção de tarifas de importação do etanol, a isenção da taxa da exportação de açúcar brasileiro para os EUA. “O Governo Federal apresentou uma melhor compreensão esse ano, no sentido de que, mesmo para
investir em um relacionamento em bases mais amplas no mercado internacional, é necessário equilíbrio no ganha a ganha, e, se comprometeu com nosso setor em não renovar, de forma automática, a cota de isenção de 750 milhões de litros de etanol, tendo feito isso após o vencimento, porém em 1/4 do volume e por três meses”, afirmou Renato Cunha, presidente executivo da Novabio e do Sindaçúcar de Pernambuco. Segundo ele, em 2019, houve precipitação ao renovar a cota com aumento do volume, apostando em contrapartidas dos EUA, que ainda precisam ocorrer, no mínimo, materializadas em efetivos fluxos na direção do aumento das exportações do Brasil em açúcar e etanol. “Em complemento, no nosso mercado interno, as graves eliminações de distorções fiscais, hoje vigentes, em favor do etanol importado e as remoções de obstáculos tributários no programa RenovaBio serão perseguidos por nosso setor conforme acordado com o conjunto do Governo”, explicou o dirigente.
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MERCADO
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Perspectivas de preços para metade final da safra 2020/21 são positivas DIVULGAÇÃO
Relatório do Itaú BBA aponta cenários para o setor Há perspectivas de bons patamares de preços para açúcar na metade final da safra 2020/21 afirma o relatório AgroMensal produzido pelo Itaú BBA, divulgado na primeira quinzena de setembro. Segundo o documento, em agosto, os preços do VHP na bolsa de Nova Iorque ganharam força em função de um panorama de oferta do adoçante deteriorado. “O cenário negativo de produção de açúcar nos meses finais da safra global19/20 e a piora das percepções de oferta para a próxima temporada nos principais países produtores reverberou nas cotações”, afirma o ItaúBBA. Na Ásia, a Índia aumentou os subsídios para os produtores de cana, o que poderá exigir um aumento maior das cotações internacionais para que a exportação seja
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do adoçante, a precipitação abaixo do normal na entressafra parece endossar mais um ano de baixas em relação à participação tailandesa na oferta global de açúcar. De acordo com o relatório, no continente europeu, a temperatura acima do normal e o problema com vírus poderá prejudicar a safra e possivelmente tornar o bloco importador líquido em 2020/21. “Em Santos, a combinação entre os ganhos do açúcar em NY e o Real fraco resultou em aumento das cotações. Enquanto em julho, a média de preços praticados era de R$ 1 .447/ tonelada, em agosto o adoçante foi cotado em R$ 1.608 por tonelada em média, alta de 11,1 % entre os me-
ses”, esclarece o banco. No Centro-Sul, o documento mostra que o clima seco ajudou a velocidade da colheita, que na 1 ª quinzena de agosto alcançou 60 % da área produção. O clima também ajudou no rendimento da cana (ATR) na usina, que representou 135 kg/t, 5% acima da safra passada. Além dos fundamentos, os preços têm sido influenciados por movimentos sucessivos de ampliação da posição liquida comprada dos fundos não-comerciais, que passaram de 117 mil contratos no final de julho para 190 mil contratos na última semana do agosto, aumento de 114% no período. Essa movimentação parece ser justificada pelo enfraquecimento do dólar e pela perspectiva de recuperação da economia. Contudo, o relatório destaca que caso haja uma realização de lucros por parte dos fundos, as cotações poderão ser impactadas negativamente. Além disso, patamares de preços de cUSD 13,5-14/lp incentiva a oferta de adoçante indiano para o mercado externo, limitando maiores ganhos nas cotações. O banco ressalta ainda que o balanço do açúcar se projeta apertado para a safra global seguinte que começa em outubro, corroborando para a manutenção de preços em patamares entre cUSD 13-14/lp. Os principais países consumidores tendem continuar a manter as compras e estoques em níveis razoáveis, notadamente aqueles países com baixo poder aquisitivo e que ainda enfrentam problemas com a crise gerada pela Covid19, recorrendo a fontes alimentícias baratas como o açúcar.
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MERCADO
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FOTOS ARQUIVO
MIX DEVERÁ CONTINUAR AÇUCAREIRO NA SAFRA DE CANA-DE-AÇÚCAR 2021/22 A opinião é dos executivos da Cevasa, Clealco, Coruripe e Vale do Verdão ANDRÉIA VITAL
A safra canavieira atual vem se mostrando bem mais auspiciosa diante do que indicava as previsões no início da temporada, quando a pandemia da Covid-19 impactou o mundo. Apesar de terem colocado o pé no freio, muitas usinas continuaram seus projetos de expansão e conseguiram amenizar, e muitas lucrar, com os bons preços do açúcar, o que ajudou a equilibrar o caixa diante da queda na demanda das vendas de etanol. Isso foi mostrado no Webinar JornalCana – 2º CEO Meeting, promovido pelo JornalCana, no dia 9 de setembro, quando lideranças do setor detalharam seus planos para a safra de cana-de-açúcar 2021/22. Alberto Pedrosa, CEO da Clealco, falou sobre o plano estratégico para levar a empresa para um novo patamar de moagem e faturamento e geração de caixa expressivo. Assim como, para encontrar uma solução societária para o grupo, visando novos investimentos e progresso. Ao citar o próximo ano, o executivo fez alguns questionamentos. “A dúvida é saber onde estaremos em relação à pandemia e aos mercados internacionais. Será que haverá uma retomada econômica? O aumento de produção de açúcar nesta safra e preços do etanol, não irão influenciar o preço internacional do açúcar?”, questiona ele. O CEO da Cleando apontou ainda outros pontos de incertezas como a mudança de déficit para superávit do adoçante e a volta da demanda econômica sustentada no etanol, o que pode ser a diferença entre preços interessantes ou não. Além da volta das atividades, que irá influenciar no preço da energia no mercado livre, que é um ponto importante de equilíbrio para quem tem cogeração. “Dentro desse cenário incerto, se os preços continuarem como nesta temporada, a safra 21/22 será muito boa. E para isso, a Clealco já vem se
Alberto Pedrosa, CEO da Clealco
Mário Lorencatto, CEO da Coruripe
preparando e investindo na manutenção, na renovação dos canaviais, em cerca de 20% ao ano, e trazendo novas competências para a equipe, para ajudar na busca por maior produtividade e longevidade do canavial”, disse. A empresa investe também para aumentar a sua capacidade operacional, que deve chegar próximo a 80% de ocupação neste ano e a 90% em 2021. A moagem também acompanhará esse crescimento, sendo que a empresa pretende processar mais do que os 7 milhões de toneladas atuais, nos próximos três anos. Sem dívidas e com uma condição operacional favorável, a Cevasa se prepara para mais uma boa safra, disse o diretor geral da empresa, Luiz Paulo Sant’Anna. Ele comentou que o câmbio ajudou muito neste ano, principalmente na exportação do açúcar, mas vai deixar um déficit para o etanol e a condição do biocombustível na entressafra será acirrada. A companhia passou por um realinhamento dos negócios, que envolveu até mudança nos contratos com os fornecedores de cana, tudo visando uma maior produtividade da usina. Assim, vem conquistando excelentes números na produção industrial e agrícola, nesta safra. Para Sant’Anna, a safra deverá ter o mesmo tamanho da atual, talvez
Luiz Paulo Sant’Anna, diretor geral da Cevasa
Sergino Ribeiro de Mendonça Neto, diretor presidente da Vale Verdão
com menos cana devido à estiagem. Mas apontou uma dúvida, quando ao início da temporada, que poderá ultrapassar a primeira quinzena de abril. “O canavial está estagnado. A fisiologia da cana não decolou e não vai ter tempo hábil para a recuperação do canavial”, analisou. De acordo com Mário Lorencatto, CEO da Coruripe, a safra atual vem sendo a melhor da história da companhia, em termos de produtividade, com diversos recordes conquistados, com a ampliação da moagem em quase 3%, alcançando cerca de 15 milhões de toneladas. Além de aumentar a produção de açúcar em quase 4% e elevar em mais de 5% a geração de energia elétrica, a Coruripe direcionou 70% de sua matéria-prima para a produção do adoçante e fixou toda a sua produção. Para o executivo, a safra deverá continuar açucareira. Lorencatto comentou também que espera fechar a safra 2020/21 com aumento próximo a 7% de faturamento refletindo a implementação de vários investimentos e ações para melhoria da produtividade e redução de custos. Sergino Ribeiro de Mendonça Neto, diretor presidente da Vale Verdão, ressaltou que o grupo investiu em modernização de suas unidades, avançando no projeto de cogeração.
Para isso, agora conta também com a nova usina adquirida, a São Luiz, da Abengoa, que tem um parque de cogeração moderno. A Vale Verdão possui uma estrutura bastante verticalizada, com capital próprio e pouco manejo de cana de fornecedores. O grupo possui 81.850 hectares de lavouras de cana-de-açúcar; 95.000 ha de lavouras cultivadas com grãos a cada ano (7,2 mil ha irrigados em 72 pivôs) e 61.000 cabeças de gado em cria, recria e engorda (pasto + confinamento). Embora não tenham prefixado o açúcar, a boa nova veio do mercado spot, sendo que todo o açúcar que será produzido por suas usinas já está vendido. O etanol também segue nesta linha, com comercializações feitas a bons preços. Apresentado pelo jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, a Quarta-feira Estratégica do JornalCana já está disponível no canal JornalCana do YouTube. O evento contou com patrocínio da HB Saúde – Humanização e Tecnologia em Saúde; da Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas; da S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.
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Metas para compra de CBio são reduzidas em 50% DIVULGAÇÃO
Porcentagem de redução nas emissões até 2030 não mudou ANDRÉIA VITAL
A revisão das metas do RenovaBio, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no dia 18 de agosto, foi publicada no dia 10 de setembro, no Diário Oficial após aprovação presidencial. Reduzidas em 50%, as obrigações de compra passaram de 29 MM créditos de descarbonização (CBios), para 14,5 MM, conforme proposta apresentada pelo Ministério de Minas e Energia. A meta de 2021 ficou estabelecida em 24,8 milhões de CBios, redução de 41% em relação à proposta inicial. Já existem 7,8 MM CBios disponíveis no mercado, mas o potencial estimado é de 34,6 MM de CBIOs até fim de 2020, sendo que 87% deve vir do etanol de cana. Apesar disso, a redução aconteceu devido aos impactos da pandemia sobre o setor, que provocaram a queda da demanda de combustíveis. A nova regra vale para comercialização de combustíveis fósseis em 2019 até 31 de dezembro deste ano, que devem ser compensados com a compra de CBios. A resolução aprovada também autoriza a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a regulamentar a redução da meta individual do distribuidor de combustíveis mediante a contratação de longo prazo no mercado de biocombustíveis. Ainda, estabelece como de interesse da Política Energética Nacional, que as metas individuais dos distribuidores de combustíveis sejam reduzidas na mesma proporção dos CBios retirados de circulação do mercado por outros agentes não obrigados, na forma estabelecida pela ANP. Durante o Webinar JornalCana – 2º CEO Meeting, promovido pelo JornalCana, lideranças do setor afirmaram que a falta de definição sobre as metas do RenovaBio era considerada um empecilho para o programa se desenvolver. Sergino Ribeiro de Mendonça Neto, diretor presidente da Vale Verdão, que já tem suas quatro unidades credenciadas no programa, disse que as usinas ainda não comercializaram nenhum CBio, aguardando as novas metas. Mendonça Filho ressaltou
ainda que acredita muito no programa, pois trata-se de um “mecanismo brilhante que coloca o Brasil na vanguarda, estimulando a economia verde que o mundo tanto precisa”. As cinco unidades da Coruripe, que devem processar 15 milhões de toneladas nesta safra, também já estão certificadas. Segundo Mário Lorencatto, CEO da companhia, as usinas estão autorizadas a comercializar 500 mil CBios, mas as negociações ainda não iniciaram aguardando um parecer do governo sobre as metas. Lorencatto apontou outra preocupação em relação a parcela da venda de CBios que deverá ser destinada aos fornecedores de cana. “Não sabemos ainda a parte que cabe a cada um”, lembrou. Luiz Paulo Sant’Anna, diretor geral da Cevasa, comentou que a usina já tem a certificação referente à cana própria, em sequência, virá o credenciamento que se refere ao canavial dos fornecedores. “Para teste, fizemos uma pequena venda, de 1000 CBios, mas os valores ainda não são os esperados”, disse. Já na Clealco, o processo de certificação da cana dos fornecedores deve se encerrar até o final do ano. “O futuro do RenovaBio vai ser o mercado internacional, quando tiver livre acesso a este mercado, os CBios valerão muito mais”, destacou Alberto Pedrosa, CEO da companhia.
MERCADO
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RENOVABIO FICA ÓRFÃO: “PAI” DO PROGRAMA É DEMITIDO Miguel Lacerda deixa a diretoria do MME Considerado ‘Pai’ do RenovaBio, Miguel Lacerda não é mais o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia desde o dia 18 de setembro. Responsável pela construção e coordenação do programa, Lacerda foi demitido no dia 17, pelo secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, José Mauro Ferreira, com a justificativa de que não se alinhava com a sua gestão. A demissão repentina causou surpresa e preocupação no setor sucroenergético, que considerava o executivo o grande defensor do RenovaBio e acreditava que o programa progrediria sob a sua orientação.
“A demissão de Miguel Lacerda é um mau sinal para o setor bioenergético e pode representar um novo viés na pasta”, afirmou o diretor da Procana, Josias Messias. As incertezas e apreensões voltam ao segmento, justamente em um momento em que a Política Nacional de Biocombustíveis começa a deslanchar, logo após a publicação da Resolução que definiu as novas metas do programa. “Agradeço ao ministro Bento a oportunidade e que o olhar sobre os biocombustíveis continue estratégico para a pasta, pois é importante para o país”, disse Miguel Lacerda. DIVULGAÇÃO
Miguel Ivan Lacerda de Oliveira
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MERCADO
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Consolidação do setor sucroenergético se intensifica FOTOS DIVULGAÇÃO
Processos de recuperação judicial amadurecidos devem acelerar o mercado de M&A ANDRÉIA VITAL
O mercado de fusões e aquisições (M&A) vem aumentando no Brasil, segundo levantamento da PwC. Esse movimento, que está associado à necessidade de sobrevivência das empresas, também vem se intensificando no setor sucroenergético, com transações já realizadas e outras “ventiladas”. Um dos casos se refere a Raízen, que confirmou que tem mantido tratativas preliminares com a Biosev, o que eventualmente, poderá resultar em uma potencial transação entre as companhias. Caso se concretize, será a maior aquisição feita pela Raízen, que já é uma gigante na produção de açúcar e etanol. O acordo envolve reestruturação de dívidas e troca de ações, com participação minoritária da Biosev, na Raízen. Subsidiária local de açúcar da Louis Dreyfus Holding, a Biosev também confirmou as tratativas, que podem “resultar em uma combinação de seus negócios”, mas até o momento, não há qualquer acordo ou proposta vinculante a uma possível transação com a Raízen, “nem mesmo aprovação corporativa para sua realização, tampouco definição sobre as estruturas a serem eventualmente adotadas tanto para eventual transação como para a readequação do endividamento da Biosev”. No último ano-safra, encerrado em março, a companhia teve prejuízo líquido recorde de R$ 1,55 bilhão, sendo seu nono resultado negativo consecutivo. Sua dívida teve um aumento de 22% em relação ao ano anterior devido à desvalorização cambial. Com relação ao endividamento, a empresa informou ainda que iniciou discussões com alguns bancos credores sobre possível readequação de parte de seu endividamento. Já no 1T21, a Biosev registrou recordes históricos operacionais, marcado por um EBITDA ajustado ex-revenda/HACC de R$ 369,1 milhões, 8,9% acima ao registrado no mesmo período da safra anterior.
Alexandre Figliolino, consultor da MBAgro
“Temos apresentado bons resultados, mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar. Seguimos focados na redução de custos, consolidando as iniciativas para readequar a estrutura da companhia e torná-la mais resiliente em um ambiente de preços ainda bastante desafiador”, disse Juan José Blanchard, presidente da Biosev. A empresa também afirmou que “segue focada em seu programa de competitividade operacional, que inclui revisar potenciais alternativas estratégicas relacionadas ao seu portfólio de ativos, visando aumentar sua geração de caixa e fortalecer sua estrutura de capital”. Para Alexandre Figliolino, consultor da MBAgro, embora seja mais evidente agora, o processo de consolidação do setor sucroenergético já vem acontecendo há muito tempo e envolvendo principalmente ativos biológicos. “É o que eu
batizei de consolidação silenciosa há anos. As usinas em melhores condições financeiras e operacionais avançam sobre as áreas das empresas em má situação financeira ou aquelas que estão em processo de recuperação judicial. Esse processo de consolidação é lento e às vezes até imperceptível se você não tiver um olhar mais apurado, por exemplo, a moagem do Centro-Sul continua estabilizada por volta de 600 milhões de toneladas, mas tem empresas diminuindo de tamanho e outras crescendo”, explicou. O consultor comenta que o setor vive um momento mais salutar, não enfrenta mais o controle de preços de combustíveis imposto pelo Governo Dilma, por exemplo, e tem mais perspectivas com o RenovaBio, o que mostra um compromisso do Estado brasileiro com o bicombustível renovável através dessa política de longo prazo. As-
sim, de uns três anos para cá, alguns grupos, mesmo em um cenário de preço médio, apresentaram resultados muito positivos, gerando caixa e dando lucro. “Isso, evidentemente vai começando a animar um ou outro a olhar aquisições, mas em uma ação mais cirúrgica, ninguém está disposto a comprar qualquer coisa, a qualquer preço. Tem que ter sinergia com o negócio, principalmente a área agrícola, sendo que os ânimos estão bem melhores para caminhar para uma aceleração do processo de consolidação”, disse. Neste sentido, Figliolino ressalta que o preço não é o quanto se paga pela propriedade. É importante saber o quanto tem que investir depois para colocar a empresa para funcionar, com custos competitivos evitando assim que fique vulnerável “às vacas magras de preços”. No caso de companhias em recuperação judicial, o executivo lembra que os processos demoram muito e muitas empresas acabam deixando de ser atrativas ao mercado. Isso acontece já que, em situação financeira difícil, muitas usinas deixam de investir no seu ativo biológico, que é o seu principal valor. Assim, os canaviais deixam de ser renovados, de ser tratados, se perdem arrendamentos e fornecedores. “No Estado de São Paulo, a disputa por espaço é muito acirrada e é difícil recuperar áreas. Quem deixa um espaço vazio, acaba perdendo, pois outro vai lá e ocupa. Depois voltar e retomar o nível de moagem adequado para preencher a totalidade da capacidade ou parte dela, às vezes, demora demais, custa muito dinheiro e isso afugenta os compradores”, elucida. Com muitos processos de recuperação judicial amadurecidos podem se ter outras aquisições e fusões acontecendo nos próximos meses. Um caso que vem sendo discutido em assembleias de credores é da Usina Moreno, que entrou em RJ, em setembro de 2019, e apresentou plano de recuperação com a venda de ativos, inicialmente projetos de cogeração e também unidades, como no caso da Central Energética Moreno Açúcar e Álcool (CEM), localizada em Luiz Antônio (SP) e a Central Energética Moreno Monte Aprazível Açúcar e Álcool (CEMMA), situada em Monte Aprazível (SP). A decisão deve sair nos próximos encontros de credores. .
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Grupo Vale do Verdão é o novo dono da Usina São Luiz DIVULGAÇÃO
Unidade da Abengoa, em Pirassununga (SP), era disputada por três grupos do setor ANDRÉIA VITAL
A proposta do Grupo Vale do Verdão foi a vencedora no leilão da usina São Luiz, da Abengoa Bioenergia, com mais de 64% dos votos dos credores, e definida em reunião realizada no dia 16 de setembro. A usina, localizada em Pirassununga (SP), e que está em recuperação judicial, será recebida como unidade produtiva isolada (UPI), sem dívidas. O certame era disputado por três grupos do setor, que apresentaram o lance mínimo de R$ 385 milhões no leilão judicial da unidade. As outras propostas foram da usina Ferrari e dos empresários Mário e Adriano Dedini Ometto. A oferta do Grupo Vale do Verdão foi considerada a melhor devido aos prazos de pagamento, que iniciarão com R$ 20 milhões em 30 dias, R$ 20 milhões em 60 dias e R$ 25 milhões em 90 dias. A partir de julho de 2021, começará o pagamento de outras 16 parcelas de R$ 20 milhões, corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Temos que aguardar os trâmites burocráticos para poder assumir a unidade. Estamos muito animados”, afirmou o presidente do Grupo, Sergino Ribeiro de Men-
donça Neto, ao JornalCana. Com três unidades localizadas em Goiás – a Vale do Verdão, Panorama e Floresta – a companhia, que processa sete milhões de toneladas por safra, poderá ver sua produção aumentar mais de 40%, já que a nova unidade adquirida tem capacidade de moer até 3 milhões de toneladas de cana por temporada. A usina tem um parque industrial de cogeração moderno, o que vai permitir à Vale do Verdão também incluir
bioeletricidade no seu portfólio. A empresa já vem investindo em projetos de energia renovável em suas unidades em Goiás, mas ainda não cogera. Com faturamento anual de R$ 1,1,bilhão, o Grupo trabalha com controle rigoroso de custos e conservadorismo sustentável em relação ao mercado. A companhia possui uma estrutura bastante verticalizada, com capital próprio e pouco manejo de cana de fornecedores.
O grupo possui 81.850 hectares de lavouras de cana-de-açúcar; 95.000 ha de lavouras cultivadas com grãos a cada ano (7,2 mil ha irrigados em 72 pivôs) e 61.000 cabeças de gado em cria, recria e engorda (pasto + confinamento). Sua controladora, a Fronteira SA, tem também a unidade Cambuí, que junto com as outras usinas, fatura próximo de R$ 1,5 bilhão, o que garantiria o pagamento e novos investimentos na unidade adquirida.
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Turbina TGM possibilita ganho de 13% em geração de energia O novo equipamento utiliza a mesma quantidade de vapor para a geração adicional de 3,0 MW/h FOTOS DIVULGAÇÃO
A TGM, empresa do Grupo WEG, realizou a troca de uma Turbina a Vapor por outra de tecnologia superior na Usina Santo Antônio - Sertãozinho/SP, pertencente ao Grupo Balbo. A usina possui capacidade de moagem de 3 milhões de toneladas de cana de açúcar por safra, com uma planta industrial flexível para a produção de açúcar cristal, etanol anidro e hidratado, levedura e energia elétrica. A Santo Antônio adquiriu uma Turbina TGM multiestágios modelo BT 40 (Tecnologia de Reação) para acionamento de gerador de energia, visando à substituição da Turbina modelo TME 25000A (Tecnologia de Ação) instalada desde 2002. O novo equipamento possibilita o ganho de 13% em geração de energia utilizando a mesma quantidade de vapor, o que supre o consumo interno e possibilita exportar o restante para a rede. O Grupo Balbo foi a primeira empresa sucroenergética responsável pela aquisição de uma turbina de alta pressão e temperatura da TGM, com foco na geração e exportação de energia elétrica em larga escala, realizou a substituição por um equipamento de maior eficiência, mantendo o gerador WEG de 29,6 MVA e alterando somente o fator de potência. A Turbina a Vapor TGM modelo BT 40, fornecida como solução para o Grupo Balbo, pode operar em potência
"A TURBINA TGM DE REAÇÃO REALMENTE É UMA MÁQUINA DE ALTA EFICIÊNCIA E FOI UMA AQUISIÇÃO IMPORTANTÍSSIMA PARA O SUCESSO DO NOSSO PROJETO" JOSÉ MARCOS DE OLIVEIRA GERENTE INDUSTRIAL DA USINA SANTO ANTÔNIO - BALBO
máxima de 40 MW e opera em até 140 bar(a) de pressão e 540oC de temperatura. O equipamento entrou em operação ainda na safra de 2020, sendo que sua instalação representou uma geração adicional de energia na planta de aproximadamente 18.000 MW por safra, alcançando o resultado econômico esperado em curto prazo. Como solução adicional, foi aplicada a modernização dos sistemas de segurança e controle da turbina, totalmente integrado ao sistema de proteção, excitação e sincronismo do gerador. Os sistemas instalados desde 2002 apresentavam muitos riscos de disponibilidade em função da obsolescência de vários equipamentos, assim, com este upgrade a usina passa a ter o estado da arte em Automação 4.0, além de mitigar qualquer risco de paradas indesejadas. Um destaque nesse projeto, foi a ótima interação e integração entre as engenharias da TGM e da Usina Santo Antônio visando à substituição do equipamento existente com o mínimo de alteração da base civil, visto que existiam diferenças dimensionais entre os equipamentos. Para o cliente a troca desta turbina representa um salto em tecnologia aplicada na planta, com o incremento de geração e exportação de energia, aumentando consideravelmente a confiabilidade e segurança em sua operação.
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Equipamentos WEG reduzem e controlam para 47 % a umidade final na Vale do Paraná Redutor planetário, motor elétrico e drives são responsáveis por acionarem o terno de secagem de 94" Os equipamentos fornecidos pela WEG, responsáveis por acionarem o terno de secagem de 94” na moenda da Vale do Paraná, usina do interior de São Paulo que pertence ao grupo Pantaleon, reduziram a umidade final do bagaço de 54% para 47%, assim como obtenção de ganhos importantes em extração. Já no primeiro ano de operação os resultados são notórios para o processo e receita da usina. O redutor planetário G3 Full TGM e o motor elétrico fornecidos pela WEG entraram em operação nessa safra para acionar o terno de secagem e permitir que este trabalhe com maior eficiência e melhor controle de umidade, extração e, ainda, aumento de moagem (difusor). A experiência da TGM, empresa do Grupo WEG, como um dos maiores fabricantes de redutores para moendas no mundo e a integração com a WEG possibilitou uma das melhores configurações de acionamento já vista no mercado. A especificação técnica dos equipamentos favoreceu importantes resultados na operação da planta e sua escolha aconteceu conforme estratégia de redução na manutenção ao longo do
Conjunto Planetário G3 Full TGM e motor elétrico WEG proporcionam excelentes resultados ao cliente
tempo, melhor balanço energético, aumento da eficiência global da usina e, obviamente, melhor tempo de retorno de investimento. Além disso, a instalação de uma solução com elevada segurança operacional fez toda a diferença na seleção dos equipamentos WEG. “A instalação do novo sistema corrigiu consideravelmente problemas que tínhamos com o controle de umi-
dade e ultrapassando 98% de extração, além de proporcionar uma operação muito estável e simples, resultando em uma excelente redução de manutenção na nossa unidade, diminuindo o tempo de investimento”, explicou Vanderlei Florencio, coordenador de manutenção industrial na moenda onde foram instalados os equipamentos da WEG.
LUCRATIVIDADE E A GESTÃO DA MANUTENÇÃO PLANEJADA NA ENTRESSAFRA “Tempo é dinheiro”, já dizia Benjamim Franklin, e nas paradas programadas isso é ainda mais evidente. Em um ambiente cada vez mais competitivo e em constante mudança, uma ótima gestão da manutenção, flexibilidade e conhecimento, são imprescindíveis. A compra planejada, ou seja, aquisição antecipada de peças e serviços de manutenção possibilita agilidade no atendimento e viabiliza a entrega dos equipamentos nos prazos estabelecidos com garantia da qualidade, desde a desmontagem até os testes de comissionamento. Os principais benefícios de uma Manutenção Planejada são: confiabilidade operacional, redução de custos, menor tempo na montagem em campo, melhoria na eficiência das máquinas, contribuindo substancialmente na melhoria continuada da qualidade e segurança e aumento da disponibilidade nas
turbinas, redutores, geradores e motores de médio e grande porte. As boas práticas de fabricação, manutenção e revisão são frequentes na TGM, visando extrair o máximo de aproveitamento e disponibilidade operacional de cada equipamento tanto TGM quanto em equipamentos de outras marcas. Ressaltando o seu compromisso, a TGM já iniciou o planejamento para os serviços de entressafra 20/21 buscando promover um atendimento diferenciado e entregar total confiabilidade nos trabalhos prestados para elevar os níveis de lucratividade das usinas na safra 2021. Com base em sua experiência global e de décadas, a TGM possibilita uma parada programada eficiente, com serviços de prevenção, recuperação, modernização e substituição de peças, aumentando a vida útil dos equipamentos, lucratividade e confiabilidade de sua empresa.
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Martin é líder mundial em transmissão de potência e transporte de materiais DIVULGAÇÃO
Todos os produtos vendidos pela empresa são de fabricação própria A Martin foi fundada com uma filosofia simples: “Fabricar produtos de qualidade, ter um grande inventário disponível e ser uma empresa fácil de se fazer negócios”. Devido a isso, a companhia se tornou líder em componentes de transmissão de potência e equipamentos para transporte de materiais. “Somos a empresa confiável para a indústria, que aproveita seu grande conhecimento em aplicações de transmissão de potência e transporte de materiais, assim podemos dar soluções confiáveis que permitam que seus clientes economizem tempo e dinheiro”, afirma a Martin. Operando com mais de 38 plantas e filiais ao redor do mundo, cada
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planta armazena um grande inventário e tem a capacidade para fabricar produtos especiais em situações de emergência, mantendo a indústria global em movimento com eficiência. Após quase 70 anos adaptando-se
ao crescimento industrial, a Martin continua focada na qualidade, no inventário e no serviço, atestando a sua confiabilidade. A unidade no Brasil localizada em Artur Nogueira (SP), tem capacidade total para fabricar e
alterar peças de acordo com as necessidades dos usuários. A empresa atende diversos setores como, sucroalcooleiro, alimentos, processamentos de grãos, papel e celulose, mineração, siderurgia, entre outros. “Nós fabricamos o que vendemos, o que significa que controlamos a qualidade, os níveis de inventário, as entregas e o custo de nossos produtos”, ressalta a empresa. O atendimento de emergências, fora do horário de expediente, também é uma opção oferecida pela companhia. No caso de necessidade de produtos de estoque, alterados e fabricações especiais os clientes podem ligar a qualquer momento, pois a empresa atende 24h por dia, 7 dias por semana. “Temos profissionais de campo que entendem dos nossos produtos, processos e serviços, sempre disponíveis para ajudá-los a satisfazerem suas necessidades específicas com nossos produtos”, conclui a empresa.
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Usina 4.0: Santa Lúcia otimiza sua cogeração em tempo real DIVULGAÇÃO
Unidade produtora projeta ter a maior safra de sua história Com a projeção de ter a maior safra de sua história, com a moagem de 1,6 milhão de TC, a Usina Santa Lúcia, de Araras (SP), investiu na ampliação da cogeração e em melhorias de sua planta industrial. Na UTE foi implantado um turbo gerador com potência de 10MW (condensação) e um condensador evaporativo de 50 tvp/h. Na planta foram trocadas 4 caixas de evaporação de 500 m2 por 3 caixas de 1000 m2, passando para 6 efeitos; as esteiras de alimentação de bagaço foram alargadas; e o secador de 14.000 sacas/dia foi substituído por um de 25.000 sacas/dia. A usina segue focada em inovações otimizando a cada ano seus processos e, para tanto, iniciou a implantação do S-PAA, plataforma integrada de inteligência artificial que faz a otimização em tempo real da planta industrial, atuando em laços fechados nas malhas de
Rafael Ometto do Amaral, da Santa Lúcia; Josias Messias, diretor da ProCana Brasil e César Krug Ometto, da Santa Lúcia
controles existentes e em laços abertos rodando o PDCA Online. Inicialmente, o S-PAA será implantado na cogeração da Santa Lúcia, atuando através de Laço Fechado. A Santa Lúcia é a 49ª usina a instalar o S-PAA, inicialmente na cogeração atuando através de Laço Fechado. A implantação do S-PAA é prova de que os investimentos na usina não pararam, mesmo com a pandemia da Covid-19 e seus impactos no setor sucroenergético. “A Usina Santa Lúcia vai ter a maior moagem de sua história nesta safra. O resultado é fruto de um crescimento sólido, cauteloso e constante ao longo dos últimos anos com uma expansão
média de 3% ao ano em relação às áreas cultivadas. Muito trabalho foi feito no campo e hoje já temos uma produtividade de 3 dígitos em áreas próprias”, afirmou Rafael Ometto do Amaral, engenheiro de produção da companhia. Segundo Amaral, a companhia sempre tem como objetivo o crescimento seguro e constante. “Em um ano de crise não gostamos de deixar de crescer e em um ano de bons ventos procuramos não dar um passo maior do que a perna. Se observarmos o aumento de moagem ao longo dos quase 80 anos de história da usina, esse padrão fica bem claro”, elucidou. Assim, com mais produtividade no campo e mais matéria-prima, a compa-
nhia vem se modelando para se tornar uma usina 4.0 e manter-se competitiva no mercado, que está cada vez mais acirrado. “Com uma planta mais eficiente, aproveitamos ao máximo cada recurso disponível”, lembra Amaral. `Além da produção recorde, a companhia tem estimativas de produzir 100.000 toneladas de açúcar, 54.500 m³ etanol e mais 40.000 t de melaço. A usina cogera também uma média de 11 MW. “Após a instalação da turbina de condensação, que iniciou a operação na metade desta safra, o objetivo é atingir 16 MW e aumentar 30% a energia comercializada. Com a atuação do S-PAA, esperamos a geração de mais 0,5 MW, com um aumento de mais 6% na energia exportada”, explicou o engenheiro. Amaral afirma ainda que o investimento na implantação do S-PAA tem como principal objetivo dar maior estabilidade na pressão de vapor de escape e com isso proporcionar um aumento de geração de energia e economia de vapor. Atualmente a energia gerada em média na safra é em torno de 55.000 MWh, sendo comercializados 33.000 MWh e o restante é consumida internamente.
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Nova unidade, já em operação, produzirá em média anualmente, 245 milhões de litros de etanol hidratado
CERRADINHO BIO INVESTE R$ 280 MILHÕES PARA CRIAR NEOMILLE Com nova planta, companhia passa a ter o maior complexo produtor de etanol do Brasil A CerradinhoBio apresentou a sua subsidiária Neomille, em agosto, em coletiva online. A nova empresa, localizada também, em Chapadão do Céu (GO), passa a ser responsável pelo processamento de milho, produção de etanol de milho e componentes para ração animal da companhia, ampliando assim, a sua atuação no mercado de bioenergia, com a diversificação das suas fontes de matéria-prima e o portfólio de produtos. A criação da Neomille está diretamente ligada ao investimento de R$ 280 milhões na construção da unidade de processamento de milho para produção de etanol e suprimentos para ração animal a partir do milho. A unidade, já em operação, pro-
Paulo Motta: o negócio etanol de milho gera e distribui valor
duzirá em média anualmente, 245 milhões de litros de etanol hidratado, 175 mil toneladas de DDGS e 7 mil toneladas de óleo, moendo cerca de 580 mil toneladas de milho. Somando a produção da nova planta (Neomille) e a planta de cana (CerradinhoBIO), a companhia passa a ter o maior complexo produtor de etanol do Brasil, com capacidade consolidada para produzir 730 milhões de litros de etanol e gerar 1.300 GWh de energia. Segundo Paulo Motta, presiden-
te da CerradinhoBIO, esse é mais um movimento importante na estratégia de crescimento da Empresa. “O negócio etanol de milho gera e distribui valor; cria e fortalece parcerias no campo. A Neomille oferta uma opção competitiva para nutrição animal do Centro-Sul e Sudeste do país; e ainda amplia as alternativas na nossa região para comercialização do milho que, antes era predominantemente exportado e agora dobra de valor na cadeia com a produção de DDGs e óleo, além do etanol um combustível limpo e renovável”, destaca. De acordo com Luciano Sanches Fernandes, presidente do Conselho Administrativo da companhia, a pujança desse novo negócio vai refletir na melhoria da economia do município e aumento da qualidade de vida regional. “É uma planta extremamente moderna, já dotada da mesma tecnologia de ponta hoje presente nos EUA e possibilitará crescimento para toda a região, o que significa extremo orgulho não só para nós, empresa e família, mas para Goi-
ás e principalmente Chapadão do Céu, que é campeão em produção de cana e grãos do Brasil”, afirmou. Reforçando os valores institucionais de compromisso com meio ambiente e a sustentabilidade, a unidade de produção da Neomille adota a mais alta tecnologia disponível para o processamento do milho sem gerar qualquer resíduo. Ela cria, também, oportunidades para o plantio de biomassa, como por exemplo o eucalipto, utilizadas na cogeração e energia renovável. O plantio de biomassa é mais uma opção de diversificação para o agricultor e uma ótima solução para recuperação de áreas degradadas. A Neomille produz o Neo30 que aproveita todo o valor proteico do milho para nutrição animal, na forma de DDGs. “Além de ser um produto seco e rico em proteínas, o Neo30 está disponível durante todo o ano, assegurando um abastecimento regular e contínuo, não sendo necessário estocar grandes quantidades para suprimento durante todo o ano. Quem optar pelo Neo30 terá grandes benefícios”, enfatiza Motta.
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GRUPO OLHO D'ÁGUA COMEMORA CENTENÁRIO FOTOS DIVULGAÇÃO
Com três unidades, companhia deverá moer nesta 100ª safra, 4,2 milhões de toneladas de cana ANDRÉIA VITAL
O Grupo Olho D'Água está completando 100 anos. O centenário é comemorado a partir da aquisição do Engenho Olho D'Água (PE), em 1920, pelo empresário Artur Tavares de Melo. A partir daí, a companhia iniciou sua rota de expansão, com a criação de novas indústrias e vem se destacando pela atuação no setor sucroenergético, se tornando o maior produtor de açúcar e etanol do Nordeste. Gilberto Tavares de Melo, neto do fundador e diretor presidente do grupo Olho D`Água desde 2004, avisa que a escalada não foi simples. Ao falar das dificuldades enfrentadas ao longo desse período, ele cita a crise de 1929, que foi muito impactante e um momento difícil enfrentado pela empresa. Os desafios da 2ª Guerra Mundial e uma seca avassaladora na década de 50, também foram obstáculos a serem enfrentados nestes 100 anos. Nos últimos tempos, foi a vez do tabelamento de preços dos combustíveis imposto pelo Governo Federal e a falta de uma política pública para o setor sucroenergético, serem o empecilho ao crescimento. Aliado a isso, a irregularidade de chuvas no Nordeste foi mais uma adversidade a ser enfrentada e amenizada com projetos de irrigação, sendo que, atualmente, 60% dos canaviais do grupo são irrigados. Neste ano, a pandemia da Covid-19 foi outro fato que marcará a história do grupo. Com 7.809 funcionários, foi um desafio manter as atividades, garantindo a segurança de todos, contribuindo ainda com as comunidades das regiões onde atua. Foram implantadas medidas de prevenção ao coronavírus, doação de álcool 70% a funcionários e população e alterações da rotina de trabalho, com segregação dos turnos e home-office, entre outros. O aumento do custo de produção também foi intenso, como exemplo, o preço dos insumos importados impactados pelo câmbio.
Gilberto Tavares de Melo, diretor presidente do grupo Olho D'Água
Para transpor esses anos, com êxito, foi preciso ter foco, determinação, profissionalismo e seriedade. “O nosso lema é pouca inspiração e muita transpiração”, afirma Melo. E assim, vem ocorrendo desde a criação da companhia, com muito empenho e dedicação de todos os envolvidos. O Engenho Olho D'Água deu origem à Usina Central Olho D’Água, em 1928. Depois, com a criação do Grupo Tavares de Melo, em 1953, a partir do início das atividades da Maguary, e de novas empresas, a companhia chegou no início dos anos 90, reunindo cinco usinas de cana-de-açúcar
e duas indústrias: a Usina Central Olho D’Água (PE); a Usina Estivas (RN) (1969); Destilaria Giasa (PB) (1974); Usina Passa Tempo (MS) (1982); Usina Maracaju (MS) (1985); Indústria de Embalagens Sacoplast (RN) (1989) e Indústria de Sandálias Dupé (PE) (1992). Com a saída do sócio e diretor do Grupo Tavares de Melo, Murilo Tavares de Melo, a companhia ficou somente com a Usina Central Olho D’Água. Sob sua liderança e dos filhos Artur e Gilberto Tavares de Melo, iniciou-se um novo ciclo de crescimento, que deu origem ao Grupo Olho D’Água. Em 2002, o Grupo adquiriu a Destilaria COMVAP, no Piauí e em 2019, ampliou seu conjunto de usinas ao comprar a Usina GIASA, pertencente à Biosev. As três usinas da companhia devem processar nesta safra histórica 4,2 milhões de toneladas, produzir 255 mil toneladas de açúcar; 175 milhões de litros de etanol e 195 GWH de energia, volumes que representam cerca de 2% a mais do que os produzidos na temporada passada. De acordo com o diretor presidente do grupo, no momento, não há planos para novas aquisições. “A nossa prioridade é crescer verticalmente, aumentar a produtividade no campo e na indústria. Hoje ainda temos ociosidade na indústria de 600 mil toneladas de cana-de-açúcar nas três unidades”, explicou. Além disso, a intenção é aumentar a produção da capacidade da fábrica de açúcar da usina do Piauí, passando das 270 toneladas por hora atuais para 400 toneladas por hora. Assim, mais de 60% da
matéria-prima será destinada à produção do adoçante. Para obter tais resultados, a empresa vem investindo para conseguir mais produtividade, com o objetivo de atingir 10 toneladas de açúcar por hectare. Também investe na renovação dos seus canaviais. No último ano, foram renovados 18% e esse percentual será mantido neste ano. O grupo mantém 48 mil hectares de canaviais próprios que produzem cerca de 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Apesar do momento conturbado pela pandemia da Covid-19, o grupo aproveitou os bons preços do açúcar. Embora não tenham optado por fazer hedge no mercado interno, no externo fixou boa parte do volume. Vislumbrando o futuro, o empresário tem boas perspectivas sobre o RenovaBio, que dará ao setor um reconhecimento até então desprezado. “O programa é fundamental e ajudará a despoluir o mundo. Estamos sentindo a melhora do ar proporcionada com o isolamento e o baixo uso dos combustíveis fósseis. Estamos virando a bola da vez”, ressaltou. As três unidades do grupo já contam com a certificação do programa e devem gerar 140 mil CBios. “Ainda não comercializamos os créditos de carbono, pois estamos aguardando melhores preços”, avisou ao comentar os desafios do desenvolvimento do RenovaBio. Outro fato que vem sendo motivo de preocupação é a tarifação da importação de etanol, principalmente com a postura exigente dos EUA, para manter a cota com alíquota zero. “Os americanos têm que praticar reciprocidade. Não adianta abrir o nosso mercado de etanol e eles ficarem com o mercado fechado de açúcar. O prejuízo não será apenas para os produtores do Nordeste, mas para todo o setor, que será afetado caso a cota seja mantida”, alertou. Ao ser questionado sobre um conselho para as empresas que querem comemorar o centenário, Melo é categórico. “O nosso setor é muito regulamentado, então os empresários além de cuidar dos detalhes da porteira para dentro, têm que agir no ambiente externo, caso contrário seremos surpreendidos, como os preços de combustíveis internos não acompanhando o externo durante mais de dez anos”, explicou.
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Raízen recebe autorização para comercializar energia a partir do biogás DIVULGAÇÃO
Planta de biogás da empresa tem capacidade para produzir 138 mil MWh por ano A Raízen recebeu autorização da CFPL e ANEEL para comercializar energia elétrica de sua planta de Biogás. A operação e comercialização ficará a cargo da Raízen Geo Biogás, joint venture entre a Raízen e a Geo Energética, que trabalharam em parceria no desenvolvimento da planta de biogás. A nova fábrica tem escala de produção de energia suficiente para abastecer o município de Guariba (SP), onde está localizada, e as cidades próximas. A unidade tem capacidade para produzir 138 mil MWh por ano, por meio da conversão da torta de filtro e vinhaça, subprodutos da cana-de-açúcar.
Unidade produzirá energia e gás por meio da conversão da torta de filtro e vinhaça, subprodutos da cana-de-açúcar
Com a autorização, a planta passa a fornecer a energia gerada ao grid, praticamente um ano e meio antes do início do contrato firmado a partir do leilão de 2016, no qual a empresa foi vencedora, fornecendo 96 mil MWh da energia gerada. Já o volume excedente poderá ser negociado no mercado livre. Segundo Antônio Simões, vice-presidente Executivo de Logística, Distribuição e Energias Renováveis
da Raízen, esse movimento é fundamental para aproveitamento máximo dos insumos e desenvolvimento contínuo de novas soluções para o setor. “Com o início desta operação, reforçamos nosso papel na vanguarda na geração de energia ao adotar a torta de filtro e a vinhaça como fonte de produção do biogás, destacando a capacidade da empresa de escalar tecnologias para plantas comerciais, o que significa uma grande inovação
para o setor e um grande desafio para a companhia”. Construída junto à usina Bonfim, da Raízen, a unidade que tem a segunda maior operação da companhia em moagem de cana, com mais de 5 milhões de toneladas por ano, tem como objetivo utilizar o volume de vinhaça e torta de filtro disponível na planta para a produção de biogás em escala comercial. O local também foi escolhido por estar próximo aos grandes centros industriais do estado, gerando energia próxima aos consumidores do local e auxiliando na eficiência do grid. Um dos grandes diferenciais desta planta é a possibilidade de geração de energia ao longo de todo o ano, uma vez que a vinhaça será operada na safra, enquanto a torta de filtro, uma das grandes inovações desse projeto, terá operação durante o ano inteiro. Isso porque é possível armazenar a torta, o que gera uma estabilidade no processo biológico do biogás e grande sinergia para atuar com a vinhaça.
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Ubyfol apresenta soluções para o canavial DIVULGAÇÃO
Potamol e Kymon Plus ajudam no desenvolvimento do canavial Para o produtor obter eficiência e alta produtividade é preciso atenção com sua lavoura desde o plantio até sua colheita. No caso da cana-de-açúcar não é diferente, embora seja uma cultura mais resistente e de certa forma até de fácil condução, é preciso cuidado com alguns detalhes de manejo que se bem realizados garantirá boa produtividade do canavial por muitas safras. A Ubyfol apresenta as soluções bioestimulante Kymon Plus e o fertilizante foliar Potamol. Os produtos, além de promoverem o estímulo esperado para o crescimento e desenvolvimento do canavial, fornecem ainda os nutrientes adequados para que a planta consiga sustentar tamanho, crescimento, garantindo a correta absorção e acúmulo de sacarose. O Potamol é o produto ideal para
as primeiras etapas da lavoura, indicado para aplicações (no plantio) e foliares no início do ciclo vegetal. Com rápida absorção, promove a formação de raízes, melhor aproveitamento do Nitrogênio, maior arranque inicial e estabelecimento superior da planta. O produto tem como principais características a presença de molibdênio, formulado a partir da fonte mais nobre de Mo (Molibidato de Potássio). Além de ser uma excelente forma de fornecer molibdênio às culturas, promovendo um melhor aproveitamento do nitrogênio. Embora o Mo esteja presente em pequenas quantidades no solo, este micronutriente é essencial à
cana-de-açúcar. “Um fator muito importante para a otimização do processo de FBN consiste na nutrição adequada das plantas com micronutrientes, incluindo Molibdênio, uma vez que este elemento é essencial para a síntese e atividade da enzima nitrogenase, responsável pela FBN, e da redutase do nitrato, que possibilita a assimilação do nitrato derivado do solo ou fertilização, pela planta”, explica Michel Piemonte, coordenador de desenvolvimento técnico de mercado cana-de-açúcar. O Potamol possui em sua composição aminoácidos e peptídeo de baixo peso molecular, o que confere absor-
ção extremamente rápida exercendo uma ação estimulante na fisiologia e metabolismo vegetal. O Kymon Plus é um fertilizante foliar com efeito bioestimulante composto por diversos aminoácidos essenciais que participam da constituição das proteínas. Cada um apresenta um radical (ou cadeia lateral) diferente, característica que os diferencia. Estes estão diretamente relacionados com o mecanismo de crescimento e a um bom desenvolvimento vegetal. “Alguns hormônios vegetais se encontram unidos aos aminoácidos, o que indica o importante papel que pode ter a aplicação de aminoácidos. O fornecimento desses aminoácidos poupa a planta de gastar energia para sua produção, fazendo com que ela se desenvolva mais e obtenha maior produtividade”, esclarece. O produto proteger as plantas expostas a situações de estresse como fitotoxidez, e também atua contra o ataque severo de pragas e doenças, condições climáticas adversas e outros. Sua aplicação em toletes favorece a melhor germinação e estabelecimento da cultura.
Jacto apresenta um novo conceito para a colheita da cana A nova colhedora de Cana Hover 500 irá proporcionar mais produtividade e economia DIVULGAÇÃO
A Jacto anunciou a entrada no mercado de colheita de cana, além de novos equipamentos para os segmentos tradicionais da marca, como pulverização e agricultura de precisão, lançando ao todo, durante coletiva online, em agosto, seis equipamentos: colhedora de cana Hover 500, pulverizador autônomo Arbus 4000 JAV, as plantadeiras Lumina 400 e Meridia 200, a plantadeira automotriz Uniport Planter 500 e a o Ecossistema digital Jacto Connect. “Este é um marco de novos tempos para nós, como uma empresa que há 72 anos tem contribuído para a agricultura e com o olhar voltado para o futuro e de onde queremos estar nos nossos 100 anos. Essa amostra de produtos e serviços, alguns com entrada no mercado já em 2020 e outros nos anos subsequentes, reforçam o DNA inovador da empresa, em busca de novidades que façam sentido para o campo e que sejam instrumento de competitividade para o agricultor do Brasil e do mundo diante de um cená-
Nova colhedora de Cana Hover 500 irá proporcionar mais produtividade e economia
rio mais exigente e desafiador”, disse Fernando Gonçalves, diretor presidente da Jacto. A entrada em novos segmentos de mercado faz parte das estratégias da companhia para o crescimento. “As inovações devem estar baseadas em novas premissas, como a digitalização, a eficiência e a produtividade no
campo, a rastreabilidade da produção e a atenção a um consumidor cada vez mais ativo e engajado em práticas e ações sustentáveis. Por isso, a inovação constante é um fator decisivo para que o agricultor, centro da cadeia produtiva, produza mais e melhor”, afirma. A nova colhedora de Cana Hover
500 irá proporcionar mais produtividade e economia, uma vez que tem o diferencial de colher simultaneamente duas linhas, com potencial redução de até 35% no consumo de litros de combustível por tonelada de cana colhida. O design diferenciado da plataforma de colheita flutuante na parte frontal da máquina permite que a colhedora se adapte às irregularidades do solo, proporcionando um corte de maior qualidade, na altura adequada, diminuindo as perdas e preservando a integridade do canavial. Entre outros diferenciais inovadores, destaca-se o sistema de limpeza mais eficiente, com ventiladores radiais sopradores que limpam a cana em duas etapas. Outro destaque é a redução de compactação do solo ao transitar somente em metade das entrelinhas que a colhedora de uma linha transita. Esta redução da compactação do solo proporciona a preservação da soqueira da cana e um maior número de cortes do canavial, com redução de investimento em renovação.
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Cases de alta produtividade revelam como obter cana de 3 dígitos DIVULGAÇÃO
Açucareira Guaíra, Bevap Bioenergia, Cerradinho Bio e Daine Frangiosi exemplificam o sucesso ALESSANDRO REIS
Usinas e fornecedores que produzem cana-de-açúcar desejem ter como resultado a cana de 3 dígitos. Ao passo que para isso é preciso aumentar a produtividade por hectare acima de 100 toneladas sem crescer em área. O que é um grande desafio. Aqueles que têm se destacado, geralmente, são os que investem em tecnologias e ferramentas. De modo que munidos desses subsídios conseguem suprir as necessidades fisiológicas do canavial no momento certo e com a quantidade necessária. Mas existem outros processos e tecnologias envolvidos no trato cultural daqueles que alcançam sucesso. Nisso, chegamos a seguinte questão: o que é preciso para obter a tão sonhada produtividade de três dígitos? Quatro especialistas de usinas de cana com cases de alta produtividade agrícola comprovados respondem.
É PRECISO UM BOM PROGRAMA DE MANEJO DA CANA
Antes de tudo, o produtor rural e diretor presidente da Canacampo, Daine Frangiosi afirma que não existe uma tecnologia exclusiva que garanta a alta produtividade do canavial. Ao contrário, só se pode chegar à cana de 3 dígitos através de um “arroz com feijão”, ou seja, uma série de ações e tecnologias em conjunto. De acordo com ele um manejo pensado para obter alta produtividade é o que precede os tão sonhados 3 dígitos. Para justificar ele oferece como exemplo seu cultivo e dos associados da Canacampo. A entidade agrega atualmente 62 mil hectares de cana-de-açúcar produzidas e fornecidas para processamento na Usina Coruripe, de Campo Florido (MG). Os associados possuem um manejo que é considerado destaque em todo o Brasil. “Minha lavoura de cana possui uma área total de 4.400 hectares, com idade média de 4,7 cortes. Nesta safra 2020/21 até dia 12 de agosto alcancei os seguintes números: TCH de 126,93; ATR de 136,5 e TAH de 17,32”, define Frangiosi. Ele atribui inicialmente os bons números ao alinhamento de trabalho com ao Programa de melhoramento genético, de onde pode escolher a variedade mais adequada ao seu solo. Entretanto, ele chama uma vez mais a atenção para a estratégia do manejo. Destaca a correção e adubação como um ponto de atenção, chegando ao planejamento de plantio. Nesse quesito ele elenca quatro pontos importantes dentro do programa de manejo. São eles: a brotação; o perfilhamento; processo vegetativo e a maturação. Sendo que é nesse último ponto que está um dos segredos de sua alta produtividade. “Notei que no momento em que o processo de maturação começa o uso de maturador estava roubando produtividade. Logo, decidi substituir o uso de maturador por duas linhas de pré-maturadores”, explica Frangiosi. O resultado foi o acrescido de 25, 16 TCH a mais que a média da região e um ATR maior que 2kg.
É PRECISO PESSOAS COMPROMETIDAS COM O PROCESSO E RESILIENTES ÀS MUDANÇAS
Com uma área total cultivada de 36.500 hectares de cana-de-açúcar a Usina Guaíra pretende superar nesta safra sua média histórica de 93,8 t/ha. O diretor agrícola Gustavo Villa Gomes informa que a produtividade da safra até o momento é de 101,70 t/ha. Além disso, o ATR acumulado é de 141 ,36 t/ha. “Isso com um canavial de idade média de 4,3 anos. “São número interessantes que mostram porque nosso canavial é longevo levando em consideração nosso volume diário”, justifica Gomes. Contudo, o segredo para obter cana de 3 dígitos da Usina Guaíra está inicialmente no manejo nutricional e fitossanitário. “O princípio de nosso manejo começa com um plantio sem falhas”, define o diretor agrícola da usina. Mas ele destaca ainda outras aéreas. Dentre elas, o Corte, Transbordo e Transporte (CTT) e a Gestão Agrícola. Dentre os destaques da busca pela alta produtividade no canavial, Gomes ressalta a importância das pessoas nesse processo. “Precisamos de gente comprometida com o processo e resilientes às mudanças”, destaca o diretor agrícola. Igualmente, além das pessoas, ele inclui no processo de gestão outros três elementos: planejamento; tecnologias e softwares e controle de custo. Assim também, o case da Usina Guaíra — que é uma referência de alta produtividade agrícola há vários anos – nesta safra deve contar com um total de Toneladas de Açúcar por Hectare (TAH) da ordem de 14,4.
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ALTA PRODUTIVIDADE DO CANAVIAL DEPENDE DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Um bom benchmarking sobre alta produtividade do canavial está em João Pinheiro – MG. Trata-se da Bevap Bioenergia. A usina de cana opera colheita 100% mecanizada, assim como o plantio 100% feito por máquinas. A cana é 100% irrigada. Parte da operação bem-sucedida e que redunda em uma cana de 3 dígitos passa pelo fato de que a usina consegue manter alta produtividade apesar da longevidade do canavial. Ao passo que nessa safra os índices de Tonelada de Cana por Hectare (TCH) estão em torno de 108, tendo em vista um canavial com longevidade acima de cinco cortes. Quem oferece os dados é Hermes Augusto Guimarães Arantes, diretor agrícola da Bevap. Nesse ínterim, o gestor conta que dado déficit hídrico da região seria impossível produzir cana sem irrigação. Nesse quesito a usina é um dos melhores exemplos do País, com 17 áreas de captação e cinco sistemas diferentes de irrigação. Mas é a inovação tecnológica a cereja do bolo da alta produtividade da usina. Conforme Arantes, ela começa a partir de um centro de treinamentos de qualificação de mão de obra com o uso de ferramentas de análises e soluções de problemas. Dentre elas o Kaizen, um sistema de busca por melhoria contínua merece destaque. Mas a inovação tecnológica se contra principal no sistema de gerenciamento de irrigação. “Ele monitora e orienta cada irrigação de nosso canavial – de cana própria, vale dizer – apontando os índices de forma online”, destaca. O sistema permite obter em tempo real as informações da operação, tais como: quando irrigar e quantos milímetros aplicar de acordo com a capacidade de retenção da água no solo. Há também outros sistemas utilizados que tem feito diferença. Entre eles está o de avaliação de qualidade da área cultivada através da aviação agrícola. Além disso, há também tecnologia de automação aplicada ao CTT, acompanhamento da evolução e outros que redundam em um canavial de 3 dígitos.
MANUTENÇÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO DA LAVOURA É FUNDAMENTAL
Primeiramente, Luiz Fernando Almeida, supervisor de Planejamento e Controle Agrícola, da Cerradinho Bio, informa que a alta produtividade agrícola da usina é crescente. “Nas ultimas oito safras elevamos nossos índices de moagem e estabilidade do TAH, com produtividade média de 104,8 TCH e ATR de 131,5”, informa. Ao passo que o resultado é fruto, dentre outras premissas, da manutenção do potencial produtivo da lavoura.Almeida explica que esse processo contempla manter o Stand elevado, a cana limpa, eliminação de pragas e uma planta bem nutrida. De acordo com ele é preciso uma boa visão sobre qual é o portfólio de terras e o ambiente disponível para trabalhar ao longo do tempo. Além disso, qual será a proporção de volume de cana em cada corte. “A partir disso adotamos as estratégias específicas para cada ano. Fazendo com que cada ambiente e cada corte tenha seu máximo potencial produtivo”, explica Almeida. Nesse sentido, ele elenca três premissas importantes: potencial produtivo no primeiro corte; estabilidade de produtividade dos cortes ao longo do tempo e um bom mix nutricional. Os especialistas apresentaram os conceitos durante o Webinar JornalCana – Usina de Alta Performance Agrícola, realizado no dia 12 de agosto. O evento online contou com o patrocínio das empresas: HB Saúde — Humanização e Tecnologia em Saúde; Telog — Soluções logísticas integradas!; Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas e S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.
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Manejo integrado pode elevar produtividade da próxima safra Insumos biológicos para a produção agrícola já movimenta cerca de R$ 1 bilhão no Brasil ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
Com mais da metade da safra 20/21 já ficando para traz é importante avaliar como aumentar ainda mais os índices de produtividade dos canaviais. E um dos caminhos que podem contribuir para que os canaviais do Centro-Sul cheguem aos três dígitos de rendimento médio é o manejo biológico e sustentável. Aumentando também a produtividade agrícola. Essa aposta é sustentada por especialistas que têm obtido alta produtividade em seus canaviais. Neste contexto, temas e inovações de manejo biológico e sustentáveis para cana-de-açúcar foram debatidos durante a 1ª Maratona CANABIO 2020 realizada entre os dias 24 e 28 de agosto. O evento
MANEJO ADEQUADO PARA GARANTIR A QUALIDADE DO SOLO
Neste sentido, a qualidade no preparo do solo para os bons resultados na produção também foi destacada por Joel Soares, diretor de Operações do Grupo Jalles Machado, uma empresa reconhecida por sua alta performance agrícola. Com duas unidades situadas em Goianésia/GO, a Jalles Machado possui ambiente de produção predominantemente em solos E1 e E2 o que exigiu muito investimento no canavial para garantir a colheitabilidade. “É preciso ter práticas e manejos adequados para ter sucesso com o canavial, principalmente o orgânico e nem sempre os manejos adequados para a minha região, servem para outros locais”, explicou, destacando a necessidade da sistematização do solo em suas áreas para evitar a erosão. Durante sua palestra, Soares mostrou algumas estratégias de manejo da usina para garantir a sua produção, que inclui açúcar orgânico e destacou a utilização de tecnologias de ponta associadas a equipamentos modernos, a adoção de técnicas sustentáveis de manejo, com produção orgânica, rotação de cultura, aplicação de insumos em taxa variada por irrigação, ações que tem permitido à empresa aumentar a longevidade do canavial e alcançar alta produtividade agrícola.
online realizado pelo JornalCana contou com o patrocínio das empresas Biotrop, HB Saúde, Jacto, Koppert, Microgeo e Unifibra.
“A cana-de-açúcar entrou de vez na era mundial dos biológicos. Estudos indicam que o mercado de insumos biológicos para a produção agrícola já movimenta
ALEXANDRE SENE, CONSULTOR EM MANEJO BIOLÓGICO
cerca de R$ 1 bilhão no Brasil, representando uma expansão de 50% sobre o ano passado”, afirmou Josias Messias, diretor da Procana e moderador dos webinares da
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FOTOS ARQUIVOS
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PENSAR FORA DA CAIXA AJUDA PRODUTORES A TEREM MELHORES RESULTADOS
NOVAS TECNOLOGIAS IMPULSIONAM OS RESULTADOS NO CAMPO
Com lavouras em Monte Azul Paulista (SP), que atingem produtividade acima de três dígitos até o 9º corte, os irmãos Ricardo e Renato Ducatti Delarco, afirmaram que os produtores precisam “pensar fora da caixa” e usarem as tecnologias disponíveis para conseguirem bons resultados. Os Delarco trabalham há dois anos com material orgânico, fazendo a microbiologia do solo e ensaios para garantir produtividade média de 120 toneladas de cana e diminuir os custos de produção. “Hoje temos vários controles fazendo o manejo baseado em classificação de solo”, explicam. Isso possibilita definir as zonas de manejo e das variedades, buscando a longevidade do canavial, “o que vai trazer o resultado economicamente viável para o produtor lá na frente”.
maratona. Messias destacou que a maioria das usinas faz uso de “defensores biológicos”. “Cerca de 6 milhões de hectares de cana, um aumento de quase 50% em relação ao ano passado, já são protegidos por estes
“O sistema de plantio Koppert é indicado para alta produtividade com baixo custo”, disse Vinícius Lopes, gerente comercial da Koppert, ao explicar os benefícios dos produtos da empresa para o segmento no evento. Com um grande portfólio em biológicos, a Koppert vem contribuindo para o desenvolvimento das lavouras canavieiras ao fornecer ferramentas para dar segurança e suporte aos produtores e usinas. Entre os produtos citados, está o Trichodermil, um fungicida e nematicida microbiológico que tem como mecanismo de ação antagonismo, microparasitismo e antibiose. Outro produtor foi o Roadster, um biofertilizante de origem biológica, que promove a sanidade dos cultivos; aprimora o metabolismo natural das plantas através da ativação de genes e da produção de compostos que estimulam o crescimento das plantas, assim como as protege de diversas condições adversas.
agentes microbiológicos (bactérias, fungos e vírus) e macrobiológicos (insetos como vespas), que trabalham combatendo organismos nocivos ao canavial. Esta realidade mudou os canaviais e representa uma volta às origens da agricultura, com
as pragas naturais sendo combatidas por seus inimigos naturais”, disse. Assim, diversas estratégias de manejo biológico e orgânico da cana-de-açúcar estão à disposição do produtor de cana e foram ressaltadas por Alexandre
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Sene, consultor em Manejo Biológico, no evento online. O consultor mostrou que a pesquisa vem impulsionando resultados importantes nas lavouras e que o controle biológico já é usado para várias pragas e doenças, como no caso de todas as fases de desenvolvimento da broca-da-cana, com a ação do fungo Beauveria no controle. Também usado para Sphenophorus spp., o fungo vem sendo usado no controle de adultos e tem sido uma das melhores eficácias de controle, mesmo quando comparado com a maioria dos inseticidas químicos. “Para o controle de larvas no solo, tem-se associado os fungos Metarhizium e Beauveria com inseticidas químicos para aumentar a eficácia de ambos e a ação residual de controle”, explicou. Sene mostrou ainda resultados dos fungos Trichoderma e Pochonia e das bactérias Bacillus, que têm sido muito eficazes e vêm substituindo os nematicidas químicos, geralmente muito tóxicos. O consultor disse também que a melhor estratégia do biológico é garantir um solo saudável. “Hoje temos uma preocupação especial com o solo, nematoides, doenças, nutrientes e as raízes, pois não adianta ter tudo bem equilibrado e nutrientes oferecidos em abundância, se a cana não tem raiz para absorver esses benefícios”, explicou.
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A busca por canaviais mais produtivos Webinar do JornalCana destacou o que as usinas têm feito neste sentido ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
O investimento em tecnologias e ferramentas que ajudem a suprir as necessidades fisiológicas das plantas no momento certo e na quantidade necessária, contribuindo para a alcançar e manter a produtividade de 3 dígitos é frequente. Isso foi confirmado por lideranças de usinas durante a 1ª Maratona CANABIO, comprovando como a transformação digital vem puxando a produtividade das lavouras canavieiras. O evento é realizado pelo JornalCana. Alecio Cantalogo Junior, gestor operacional de produção agrícola da Bevap, mostrou o que é feito na usina, considerada uma empresa referência em tecnologia de plantio de cana-de-açúcar, para conseguir canaviais com altas produtividades. O gestor operacional falou sobre a importância da automação de processos agrícolas e seus relevantes ganhos para a companhia, entre eles, o Sistema de Automação de Irrigação que passará a contar com 98 pivôs de irrigação até o final do ano. Citou também o piloto automático usado no preparo do solo que oferece maior eficiência operacional e diminui as perdas com o pisoteio e o viveiro de mudas pré-brotadas (MPB), que terá a capacidade de dois milhões de mudas por ano ampliada para 10 milhões de mudas, em 2021. “Todas essas inovações e tecnologias ajudaram a reduzir nosso custo com logística e aumentar a eficiência nos processos, como na irrigação, oferecendo bons resultados”, disse. Como exemplo, ele comentou que mapas NDVI (Normalized Difference Vegetation Index ou Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) identificaram que em 2012 a usina tinha só 3,76% de canavial de alta produtividade e 43% de baixa produtividade. Hoje, os canaviais altamente produtivos representam 40% de suas lavouras e somente 0,56%, ainda têm produtividades baixas. “Isso mostra que a inovação e tecnologias trazem resultados”, afirmou.
AUMENTO DA PRODUTIVIDADE E REDUÇÃO DE CUSTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA TECNOLOGIA
“TODAS ESSAS INOVAÇÕES E TECNOLOGIAS AJUDARAM A REDUZIR NOSSO CUSTO COM LOGÍSTICA E AUMENTAR A EFICIÊNCIA NOS PROCESSOS, COMO NA IRRIGAÇÃO, OFERECENDO BONS RESULTADOS” ALECIO CANTALOGO JUNIOR, GESTOR OPERACIONAL DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA BEVAP
Vicente Esquit, gerente Agrícola da Vale do Paraná, usina que pertence aos Grupos Pantaleon, com sede na Guatemala, e Manuelita, com sede na Colômbia, ressaltou que a companhia também fez a transformação digital na agricultura visando maximizar a produtividade e a redução de custo, com a racionalização de recursos e sustentabilidade. Nos últimos anos, a empresa vem implementando ferramentas, como os processos de monitoramento dos canaviais, irrigação e de gestão de frotas. “Buscamos a otimização dos recursos, com a mecanização da maior parte das operações e com este controle, este sistema de integrado de gestão, fazemos as tomadas de decisão”, explicou. A companhia vem se destacando no uso de Inteligência Artificial no Manejo Integrado de Pragas (MIP) e manejo de fertilidade e nutrição, com o uso de sistemas inteligentes para monitorar, prescrever e aplicar insumos e defensivos de forma precisa e localizada.
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TECNOLOGIA AUMENTA OS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE DO CANAVIAL
Rodrigo Vinchi, diretor agrícola do Grupo Atvos, afirmou que os investimentos em tecnologia sempre estiveram no escopo da empresa, que tem oito unidades e capacidade de processamento de 36 milhões de toneladas de cana e 350 mil hectares de lavouras próprias. Entre as várias iniciativas da companhia, Vinchi apresentou dados de três projetos implementados que já apresentam bons frutos, como o Projeto Cubo, que centraliza, através de uma torre de controle de CTT, processos fundamentas da lavoura. Esse monitoramento digital revolucionou as ações de CTT (Corte, Transbordo e Transporte) da Atvos. De acordo com o diretor, o Cubo padroniza os processos, possibilitando um benchmarking interno e uma melhor integração entre as áreas agrícola e a indústria, permitindo uma gestão integrada que viabiliza uma profunda e rápida tomada de decisão estratégica e, por fim, maiores ganhos operacionais. “O Cubo permite também que o gestor tenha uma visão completa do ciclo logístico, entre outros detalhes relevantes. O resultado é um modelo de integração “end-to-end”, explica. Ele também comentou sobre a mudança feita no manejo de pragas nos últimos quatro anos, inclusive com iniciativas desenvolvidas internamente.
FOMENTO DO ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO ATRAVÉS DAS STARTUPS
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Para manter a posição de maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, a Raízen se tornou pioneira em vários projetos que contribuem para a eficiência das suas ações. Neste contexto, o Pulse, um hub de inovação para hospedar startups, foi criado há três anos, para prover oportunidades e fomentar o ecossistema de inovação aberta da empresa, inicialmente no campo e depois para outras áreas de atuação da companhia. Os resultados positivos deste hub foram temas da palestra de Pedro Leal Noce, gerente de Inovação Digital da Raízen, no evento. Ele destacou que o Pulse contabiliza mais de 300 startups qualificadas, com 38 startups associadas, 50 projetos pilotos sendo testados e 15 contratos que já ganharam escala comercial e estão rodando na própria Raízen. Entre eles, citou o case de sistema de controle para aplicação aérea de insumos feito pela startup Perfect Flight, que faz o pré-vôo, possibilitando o georeferenciamento e apontamento de áreas com restrições e o vôo para aplicação precisa de insumos agrícolas. A operação cobre uma área de 417 mil hectares com uma média de 89% de acerto. Outro exemplo dado foi da startup Arpac, que realiza a pulverização de defensivos por drone. Inicialmente é feita a identificação das áreas a serem aplicadas, em seguida, a aplicação localizada de defensivos é feita com drone. Neste caso, a operação com o drone tem potencial de aplicação em 20 mil hectares e a economia é de 45% em relação à aplicação feita por avião.
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INCÊNDIOS DEVASTAM CANAVIAIS CAUSANDO MUITOS PREJUÍZOS FOTOS DIVULGAÇÃO
Queimadas têm exigido a antecipação da renovação das lavouras ANDRÉIA VITAL
Os incêndios criminosos ou acidentais nos canaviais são motivos de preocupação para o setor sucroenergético, pois são grandes os prejuízos financeiros e ambientais causados pelas queimadas. A chuva, que chegou com a primavera, ajudou a amenizar os focos de incêndios, mas os danos foram enormes, sendo que mais de 11 mil hectares de cana foram atingidos pelo fogo, o equivalente a 0,2% da área de cultura no estado de São Paulo, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Em geral, a maioria dos focos de fogo nas plantações tem origem nas áreas próximas as rodovias ou que tenham acesso fácil da população. Bitucas de cigarro, fogueiras, limpeza de terrenos, soltura de balões, latas ou vidros, até mesmo garrafas pet, que com a ação do sol podem iniciar o fogo, são as principais causas dos incêndios. “Infelizmente o dano causado por essas ações atinge não só o produtor de forma direta, mas a perda ocorre também para a sociedade, prejudicando ainda mais a qualidade do ar, além de uma perda irreparável ao meio ambiente”, afirma a Associação Rural Vale do Rio Pardo (ASSOVALE), que atende fornecedores da região de Serrana (SP). Em se tratando dos produtores rurais, além dos prejuízos econômicos e riscos à vida no combate aos incêndios, por diversas vezes, são acionados criminalmente, administrativamente e civilmente, até comprovarem ausência de responsabilidade na ocorrência do incêndio. Os agricultores também se tornam alvo direto de acusação por vezes infundadas, pela sociedade que desconhece os transtornos causados pelo incêndio criminoso. Para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento feito pelo Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) e Polícia Ambiental os focos contabilizados totalizam 12,9 mil hectares entre matas e canaviais e motivaram R$ 1,037 milhão em autos de infração. Segundo a ASSOVALE, a maioria
“A campanha é realizada durante o período mais seco do ano, quando historicamente a ocorrência de focos de incêndio é maior”, explica Mônika Bergamaschi, presidente do Conselho da ABAG/RP. O mapa do estado com as áreas com maior suscetibilidade à ocorrência de incêndios, o “Indicativo de Incêndios”, será também divulgado no hotsite da Campanha: www. incendiosprevina.com.br, e nas mídias sociais da ABAG/RP e dos parceiros.
QUEIMADAS EXIGIRAM A REFORMA DE CANAVIAIS
Rogério Consoni Bonaccorsi, com fazenda localizada em Luiz Antonio (SP), também sofreu os impactos dos incêndios que atingiram a região. “Na minha propriedade tivemos prejuízos na brotação do canavial, portanto foi preciso antecipar a reforma de 20 hectares”, contou. Bonaccorsi explica que o fogo atingiu sua lavoura no dia 27 de julho e a causa foi o descuido e/ou negligência de um caminhoneiro que jogou uma bituca de cigarro, embora tiveram todos os tipos de incêndios na região. A região de Jaboticabal (SP) também foi muito afetada pelos incêndios. “Independente da causa, os prejuízos agrícolas e ambientais são enormes. Os produtores e usinas têm trabalhado muito com suas brigadas de incêndio para chegar rápido aos focos e minimizar os problemas causados por incêndios acidentais ou criminosos”, comenta Paulo Rodrigues, do Condomínio Agrícola Santa Izabel. Para evitar maiores prejuízos, campanhas de conscientização e orientações são feitas regularmente. “Há quase uma década, a ASSOVALE orienta seus associados, enfatizando a importância da metragem e da manutenção dos aceiros, principalmente de divisa com as vegetações nativas, que devem ser superiores a seis metros. Por isso é feita periodicamente laudos periciais preventivos nas áreas dos associados objetivando documentar essas ações”, afirma a entidade. É o caso também da campanha de Campanha de Conscientização, Prevenção e Combate aos Incêndios, uma iniciativa da ABAG/RP, Usinas e Produtores Rurais, que já está em sua 6ª edição. A iniciativa traz dessa vez, diariamente, desde julho, informações sobre as áreas mais suscetíveis aos incêndios em todo o estado de São Paulo, que são divulgações nos telejornais da EPTV, durante a previsão do tempo. O "Indicativo de Incêndios” é feito pela Somar Meteorologia para todo o território paulista. Foi desenvolvido um modelo no qual são correlacionados dados de condições observacionais, e de previsão de chuva em curto e médio prazo, além de umidade relativa, balanço hídrico, e outras variáveis meteorológicas que permitem indicar, com maior precisão, as áreas e regiões com maior potencial de risco de ocorrência e propagação de incêndios. Neste ano, os parceiros da Campanha são: ABAG/RP; Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana); Grupo Biosev; Grupo Pedra Agroindustrial; Grupo São Martinho; Grupo Tracan; Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana; Sindicato Rural de Morro Agudo; Tereos Grupo Empresarial; Ipiranga Agroindustrial; Usina São Francisco – Grupo Econômico Balbo; Usina Santa Fé e Usina Santo Antônio – Grupo Econômico Balbo.
dos acionamentos recebidos por sua Brigada foi para atender incêndios em área com cana colhida, envolvendo assim um empenho conjunto com produtores para o controle rápido e eficaz do fogo para evitar que atingisse a vegetação nativa existente ao
redor. Mas, em muitos casos, são matas fechadas que dificultam o acesso o que compromete o combate ao fogo e aceleram a sua propagação. Como exemplo, recentemente, em um final de semana, a Brigada foi acionada para controlar o foco
de incêndio próximo a Serrana, que se alastrou por áreas de associados e não associados. Mesmo com o intenso esforço para conter a queimada, por mais de 72 duas horas no seu combate, o fogo atingiu três municípios.
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USINAS E FORNECEDORES DE CANA SE UNEM NO COMBATE AO FOGO FOTOS DIVULGAÇÃO
Áreas atingidas por incêndios apresentam uma perda de massa de cana (toneladas) da ordem de 15% ANDRÉIA VITAL
As diversas ocorrências de incêndios registradas durante o inverno exigiram investimentos expressivos de usinas e fornecedores de cana para proteger o canavial. Considerado o seu maior ativo, as lavouras de cana representam 60% dos custos de produção de açúcar e etanol. De acordo com a Raízen, de forma geral, as áreas atingidas por incêndios apresentam uma perda de massa de cana (toneladas) da ordem de 15%. Isso gera uma necessidade de 1,3 a 2,3 R$/tc de custo pra repor a biomassa perdida. Levando esses fatores em conta, a estimativa da companhia é de um prejuízo na ordem de R$ 25/toneladas de cana queimada. Na última safra, o valor do impacto na Raízen em função da perda de cana gerada pelos incêndios agrícolas superou os R$ 40mm. “É importante contextualizar que esse cálculo é complexo e é impactado por diversos fatores externos que são difíceis de serem isolados do custo total de produção. Fatores como o tipo produto que a indústria está fabricando, variedade e mês de colheita da cana, idade do canavial, localização da fazenda atingida pelo incêndio e variações nos custos de insumos”, explicou Rodrigo Morales, gerente corporativo de Logística da Raízen. A companhia faz um investimento anual em prevenção e combate a incêndios de R$ 28 milhões. Possui uma grande estrutura de brigada, com 80 caminhões pipas e 23 frotas leves para fiscalização, sendo que o plano para 2021, é ter 171 caminhões, 28 veículos e investimentos em automação. Além disso, a empresa conta com um protocolo interno de combate a incêndios em coberturas vegetais e tem 315 colaboradores dedicados à área de proteção e combate e 1.100 brigadistas nas operações agrícolas. Recentemente, a companhia promoveu um webinar para debater o
tema com representantes da Polícia Ambiental e Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O evento teve como objetivo discutir as melhores práticas do setor, apresentar dados do Governo do Estado no enfrentamento às queimadas e à evolução do setor em ações preventivas, como impactos ambientais e toda a cadeia sustentável do processo, além das principais técnicas de combate ao fogo, entre outros. Na ocasião, Sérgio Marçon, coordenador de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, mostrou os eixos de atuação do governo estadual e ressaltou a parceria de longa data com o setor sucroenergético. O coordenador destacou as diretrizes do Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde, cujo objetivo é a produção com sustentabilidade e o comprometimento em realizar a colheita mecanizada, além de efetuar restauração de suas áreas de preservação permanente. Assim, atualmente, aproximadamente 99,6% de toda cana-de-açúcar cultivada em São Paulo é colhida sem queima. Nesta temporada, a iniciativa conta com 1806 brigadistas, 208 caminhões-pipa, 20 PAM (Plano de Auxílio Mútuo); 2 RINEM (Rede Integrada) e Manutenção de Aceiros e comentou que desde o início do protocolo, a redução das autorizações para queima evitou a emissão de mais de 10,6 milhões de toneladas de CO2 eq e de 64 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos. A parceria com o setor sucroenergético na Operação Corta Fogo
também foi ressaltada pelo TTenente Coronel PM Fabiano Ferreira do Nascimento, do Policiamento Ambiental no Estado de São Paulo. Ele mencionou que o trabalho conjunto com usinas na prevenção, fiscalização, conscientização e controle de incêndios florestais tem contribuído para amenizar a situação, que proporciona prejuízos imensuráveis. Na ocasião, o Tenente Coronel falou sobre as técnicas de controle, entre elas, o “Fogo Contra Fogo”, que consiste em aceirar um trecho do canavial ou floresta e atear fogo de forma controlada na direção do incêndio para que os dois se encontrem e as chamas cessem. Neste esforço conjunto, as usinas investem em equipes treinadas, tecnologia e equipamentos para prevenir incêndios. Como o caso da BP Bunge Bioenergia, que suas 11 unidades possuem monitoramento por imagens de satélite em tempo real. A empresa possui um Programa de Prevenção e Combate a Incêndios, com centenas de brigadistas treinados; dispõe de 108 caminhões pipas e em três unidades já foram implementados em 100% da frota caminhões equipados com jato de água automatizados, controlados pelo operador por joystick de dentro da cabine do caminhão, o que evita a exposição do brigadista “Temos um sistema de monitoramento de incêndios por imagens de satélite, com acompanhamento em tempo real. Dispomos ainda de um projeto piloto na unidade Pedro Afonso, no Estado do Tocantins, onde instalamos torres de observação equipadas com câmeras de alta definição para monitoramento do ca-
navial”, explica Nadia Gama, diretora de HSSE da BP Bunge Bioenergia. Em Minas Gerais, a Usina Santo Ângelo, localizada em Pirajuba, mantém um programa permanente de Prevenção e Combate a Incêndios no canavial. Recentemente, a usina iniciou o treinamento do Senar e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, com o objetivo de ampliar as técnicas de enfrentamento e fazer uma prevenção e combate mais rápido e eficaz. Para o combate das ocorrências, a usina conta com equipes de brigadas com treinamentos anuais, simulados periódicos, possui caminhões pipas e equipamentos de prevenção e combate ao fogo. “Agir de forma objetiva em situações preventivas e emergenciais, com métodos e materiais que tragam segurança aos envolvidos são fundamentais”, destaca. o coordenador de Segurança do Trabalho Agrícola da Santo Ângelo, Antônio Carlos Campos. Em Goiás, as usinas também desenvolvem uma ação com os profissionais do campo e da indústria para conscientizar todos sobre a importância de prevenir e evitar focos de incêndio para garantir a saúde do trabalhador. É o caso da CRV Industrial e Cooper-Rubi, usinas do Vale do São Patrício. “Desenvolver um trabalho educativo com as comunidades locais próximas às áreas florestais para evitar atitudes que levem ao risco de incêndios, além disso, incentivar as denúncias às autoridades sobre atividades suspeitas é importante”, explica o engenheiro de segurança do trabalho, Valdeir Sena. Já a Tereos, desde 2018, conta com um sistema de monitoramento feito por meio de 13 satélites meteorológicos operados por agências governamentais (entre elas a Nasa), que enviam alertas automáticos das ocorrências de incêndio diretamente à Central de Controle da empresa, o que permite respostas ágeis e controle imediato nas áreas atingidas. Para o controle rápido de focos de incêndio, a empresa adquiriu caminhonetes leves, equipadas com todos os aparatos necessários para combater focos iniciais, e com tração nas quatro rodas, conferindo agilidade no deslocamento e em todo o processo. O Grupo implantou o aplicativo Checklist de Aceiros para monitorar e avaliar a limpeza e metragem desta barreira contra a propagação do fogo.
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Gestores Gestores sugerem sugerem soluções soluções para para impulsionar resultados na crise Webinar WebinardodoJornalCana JornalCana debateu debateutemas temasligados ligadosàà alta altagestão gestãodas dasusinas usinas ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
Os os dadasafra Osdesafi desafios safradedecana-de-açúcar cana-de-açúcar foram potencializados foram potencializadoscom coma apandemia pandemia dadaCovia-19, Covia-19,mas masoosetor setorsucroenergétisucroenergéticocomostrou mostroumais maisuma umavez vezsua suaresiliência resiliência e evem vemconstruindo construindouma umatemporada temporadacom com bons resultados. O novo cenário impôs bons resultados. O novo cenário impôs a aimplementação implementaçãodedemedidas medidasdedeprevenprevenção, ção,rotinas rotinasexcepcionais excepcionaise ehabilidades habilidadesdede colaboradores colaboradorese egestores gestorespara paramanter manteraa continuidade do negócio. continuidade do negócio. Neste Nestecontexto, contexto,oowebinar webinar“1º “1ºEnEncontro controAlta AltaGestão GestãodedeUsinas” Usinas”realizado realizado nonodia ssionais dia5 5dedeagosto, agosto,trouxe trouxeprofi profissionais dadaalta gestão de grupos bem conceitualta gestão de grupos bem conceituados adospara paradebater debatere eapresentar apresentarsoluções soluções para paraenfrentar enfrentarososobstáculos obstáculosque quesurgisurgiram devido ao coronavírus. ram devido ao coronavírus. OOevento eventoonline, online,moderado moderadopelo pelojornajornalista listae ediretor diretordadaProCana ProCanaBrasil, Brasil,Josias JosiasMesMessias, sias,faz fazparte partedadasérie sérieQuarta QuartaEstratégica Estratégica JornalCana JornalCanae efoifoipatrocinado patrocinadopela pelaHB HBSaúde Saúde
— —Humanização HumanizaçãoeeTecnologia Tecnologiaem emSaúde; Saúde; pela Telog — Soluções logísticas pela Telog — Soluções logísticas integraintegradas!; das!;pela pelaPró-Usinas Pró-Usinas––Empresa Empresado doGrupo Grupo ProCana focada em tecnologia e ProCana focada em tecnologia einovação inovação dederesultados resultadospara paraasasusinas usinaseepela pelaS-PAA S-PAA Soteica Soteica––Software Softwarede deRTO RTOque quemaximiza maximiza aacogeração ciência industrial, cogeraçãoeeaaefi eficiência industrial,instalainstalado em mais de 40 usinas e do em mais de 40 usinas egerando gerandoganhos ganhos superiores superioresaaR$ R$1/TC. 1/TC. Joel JoelSoares, Soares,diretor diretorde deoperações operaçõesda daJalJalles Machado, foi categórico em dizer que les Machado, foi categórico em dizer queaa produtividade produtividadeééque quealavanca alavancaoocrescimencrescimentotodedeuma empresa ao uma empresa aolongo longoprazo. prazo.Neste Neste sentido, sentido,aainovação inovaçãotecnológica tecnológicaeecapacitacapacitação çãodas daspessoas pessoassão sãoessenciais. essenciais. “Acredita“Acreditamos na inovação como mos na inovação como fator fator importante importante para rmou. paraaabusca buscadadaprodutividade”, produtividade”,afi afirmou. Soares Soarescomentou comentouque queaaJalles JallesMachaMachado completa 40 anos em 2020 e do completa 40 anos em 2020 e toda toda aa trajetória e busca por conhecimento, trajetória e busca por conhecimento, por por performance, performance, pelo pelocuidado cuidadodas daspessoas, pessoas, pela pelatransparência transparência no no negócio, negócio, pela pela rorobustez fi nanceira e tudo que fi zeram até bustez financeira e tudo que fizeram até então, então,não nãoajuda ajudaaaempresa empresaaa sobreviver sobreviver mais mais40 40anos, anos,sesenão nãoapostarem apostaremem eminoinovação, na pesquisa, no desenvolvimento vação, na pesquisa, no desenvolvimento eesobretudo sobretudonas naspessoas. pessoas. AAtecnologia tecnologiatem temcontribuído contribuídoeemuito muito para paraaacompanhia companhiamitigar mitigar os os problemas problemas dedeestar estarlocalizada localizadaem emuma umaregião regiãode deamam-
Nada supera a Natureza em cores, harmonia e beleza... Os beija-flores comprovam isso.
biente biente restritivo, restritivo, com com regime regime de de chuvas chuvas bastante concentrado e solos rasos, bastante concentrado e solos rasos, que que impactam a performance agrícola, entre impactam a performance agrícola, entre outros os inerentes outrosdesafi desafios inerentes ao ao segmento. segmento. Com o pico da pandemia Com o pico da pandemia agora agora enenfrentado pelo Estado goiano, a Jalles segue frentado pelo Estado goiano, a Jalles segue fifirme, rme, tendo tendo jájá processado processado 51% 51% da da sua sua sasafra alicerçada pelos avanços tecnológicos fra alicerçada pelos avanços tecnológicos investidos, investidos,como como oo caso caso das das parcerias parcerias com com empresas empresas de de telecomunicação telecomunicação para para garangarantir tir aa conectividade conectividade no no campo. campo. Hoje, Hoje, oo sissistema, que cobre 70% de sua área tema, que cobre 70% de sua área agrícola, agrícola, ganhou ganhou reforço reforço com com aa instalação instalação de de uma uma torre torre para para gestão gestão agroindustriaI, agroindustriaI, que que perpermite o monitoramento de todo maquinário mite o monitoramento de todo maquinário no nocampo campoem emtempo tempo real, real, proporcionando proporcionando maior maiorprodutividade produtividadedo do equipamento. equipamento. “Nós “Nóstemos temos também também parceria parceria estratéestratégica com organismos importantes gica com organismos importantes de de tectecnologia e de inovação e pesquisa, nologia e de inovação e pesquisa, como como aa Universidade Universidade Federal Federal de de Goiás, Goiás, aa EmEmbrapa, o CTC, a Ridesa, o IAC e diversos brapa, o CTC, a Ridesa, o IAC e diversos fornecedores fornecedores de de insumo insumo para para oo desendesenvolvimento volvimento de de tecnologia tecnologia para para adequar adequar oo nosso nosso ambiente ambiente de de produção produção àà nossa nossa realidade”, realidade”, explicou. explicou. Assim, Assim, bem bem alinhados alinhados com com aa perforperformance, mance, oo grupo grupo tem tem conseguido conseguido produtiprodutividades vidades de de 103 103 toneladas toneladas de de cana cana em em uma unidade unidadeee 92 92 de de toneladas toneladas na na outra, outra, com com a
expectativa 5,3 milhões milhões de de totoexpectativa de de processar processar 5,3 neladas nesta safra. neladas nesta safra. Julimar Souza, diretor diretor de de Julimar Clemente Clemente de de Souza, operações agroindustriais do Grupo Usaoperações agroindustriais do Grupo Usacucar reforçou cucar (Usina (Usina Santa Santa Terezinha-PR) Terezinha-PR) reforçou que uma gestão efi caz é essencial para enenque uma gestão eficaz é essencial para frentar safra atual atual ee listou listou frentar ainda ainda metade metade da da safra três desafi os a serem superados. três desafios a serem superados. Para Saúde, Segurança Segurança Para ele, ele, aa área área de de Saúde, ee Meio se tornou tornou esesMeio Ambiente Ambiente (SSMA) (SSMA) se tratégica para a empresa, pois é sempre tratégica para a empresa, pois é sempre um o aa ser não só só nesta nesta um desafi desafio ser enfrentado, enfrentado, não safra, mas em todas e a área precisa estar safra, mas em todas e a área precisa estar bem bons indicadores indicadores ee bem estruturada, estruturada, com com bons atendendo às normais legais. atendendo às normais legais. Ele usinas têm têm custos custos Ele explicou explicou que que as as usinas fifixos xos muitos exemplo, em em média média muitos altos, altos, por por exemplo, 75% xos são da agrícola, agrícola, já já na na 75% dos dos custos custos fifixos são da área industrial fi cam em torno de 95%. Asárea industrial ficam em torno de 95%. Assim, uma condição condição sim, se se tem tem na na área área agrícola agrícola uma de está bem bem adequada adequada de segurança segurança que que não não está acaba-se tendo muitos acidentes e em muitos casos, sobrecarregam a área de manutenção, fugindo do inicialmente planejado. “Cada vez precisamos olhar pra dentro e fazer a lição de casa para ser mais competitivos. Como trabalhamos com commodities, nós somos tomadores de preços e não formadores de preço. Então, temos que lidar bem com o que está em nossas mãos
Natureza, a nossa inspiração. Assim pensamos. Assim fazemos.
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e pensar que é preciso ter excelência operacional em alto nível, pois o custo fixo é muito significativo”, alerta ele se referindo aos custos fixos da companhia. Souza ainda citou as pessoas e a transformação de liderança que o cenário atual exigiu, que vai além de atingir as metas, mas de ter um olhar mais humano para o negócio. “Há desafios em relação a questão da mídia e da velocidade das redes sociais. Além disso, há uma grande necessidade de manter seu pessoal de campo dentro de uma linguagem positiva, uma gestão que contemple a motivação, o engajamento e que arraste pelo bom exemplo, apesar das cobranças”, disse. Neste sentido, Luiz Antônio Magazoni,
diretor industrial da Usina São Domingos, de Catanduva/SP, também reforça que, em momentos de crise, as pessoas fazem a diferença e são fundamentais para a empresa conseguir resultados ou não. A usina, que tem 66 anos, segue rodando com segurança e conquistando recordes nesta safra, apesar dos desafios causados pela pandemia. Com 70% do mix voltado para a produção de açúcar, a São Domingos, conseguiu bater o recorde histórico de produção da commodity ao esmagar com eficiência 13.840 toneladas de cana-de-açúcar por dia. A cana processada também mostrou excelência, com ATR de 151,47 Kg/ton e 94 toneladas por hectares. Números que
contribuirão para a moagem de 2,640 milhões de toneladas nesta temporada, o que significa esmagar cana com toda capacidade instalada de moagem. Para conseguir esses resultados, foi preciso mudar as práticas agrícolas, para garantir a produtividade, mantendo a eficiência e de olho nos custos fixos, que são altíssimos. “Temos que aumentar a moagem para diluir os custos e estamos conseguindo”, afirmou, comentando “Com as condições de liquidez em que estão os produtos precisamos manter nossos orçamentos em dia, segurando os custos e fazendo um acompanhamento direto nos gastos da usina”, explica. Para Raul Guaragna, diretor agroin-
dustrial da Tereos, o desafio no cenário de pandemia foi garantir a continuidade da atividade, pilotando a volatilidade que o setor tem, ser ágil e estar alinhado com o negócio, sem esquecer a responsabilidade social que uma usina tem. “Não adianta ficar preso no seu indicador e procurar alcançar a sua meta quando, na verdade, o que importa é o produto que o mercado precisa e na qualidade que precisa”, disse. Segundo ele, a Tereos avança para superar os desafios agroindustriais da safra 2020/21, investindo em inovações que podem sustentar a programação estipulada, manter a competitividades de suas usinas e superar resultados, além de reduzir os custos. O grupo vai moer mais de 20 milhões de toneladas nesta temporada e já está com mais de 60% da safra realizada, sem tirar o olho da gestão do capex, garantindo investimentos e visando o futuro.
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SUCESSÃO FAMILIAR, GOVERNANÇA E INOVAÇÃO: O QUE PENSA A PRÓXIMA GERAÇÃO DO SETOR Casos bem-sucedidos dos grupos Ipiranga e Melhoramentos e das usinas Santa Lúcia e São Luiz dão exemplos ALESSANDRO REIS
Manter uma empresa nos dias atuais é um grande desafio e se torna ainda maior quando se refere a uma empresa familiar. Estatísticas mostram que somente 1/3 dessas companhias chega à segunda geração e dessas, somente 15% passam para a terceira geração, ou seja, a cada 100 companhias, só cinco passam para os netos, grande parte em função de conflitos familiares pelo poder. Quando analisamos o setor sucroenergético, ainda que grande parte da produção bioenergética esteja atualmente sob o controle de grandes grupos e companhias internacionais, uma boa parte con-
Pedro Podboi Adachi
tinua nas mãos de empresas nacionais e familiares. Empresas centenárias e que certamente enfrentam dificuldades para estabelecer uma governança sólida que possibilite a inovação e eficiência na gestão. O consultor em sucessão e um dos maiores especialistas no assunto, Pedro Podboi Adachi, comenta que “passar o bastão para a próxima geração” costuma ser um dos
temas mais complexos nas empresas familiares. As diferenças de gerações; a escolha do sucessor; a diferença entre sucessor e herdeiro ou mesmo as dificuldades do sucedido em deixar o cargo são algumas complexidades”, informa consultor da Societas. Ao citar o setor sucroenergético, Adachi afirma que é possível ter uma gestão familiar profissional nas usinas de cana, mas alerta. “Há uma confusão que alguns fazem sobre profissionalização, pensando – erroneamente – que isto significa tirar a família da direção e contratar executivos. Isso é um equívoco. Uma vez que é bem possível profissionalizar uma empresa familiar”, atenta. Explicando um pouco mais sobre governança, Adachi ressalta a importância de uma profissionalização completa. Ela envolve aspectos como a preparação da família empresária e a relevância de saber atuar como sócio. Além de entender os conceitos que envolvem uma sucessão familiar e governan-
ça corporativa eficiente, acionistas de usinas buscam cases para benchmarking e, nesse sentido, o setor vem exibindo uma safra de bons modelos. Adachi foi um dos palestrantes do webinar “Sucessão familiar, governança e inovação: o que pensa a próxima geração do setor”, realizado pelo JornalCana, no dia 2 de agosto, que contou com moderação do diretor da ProCana Brasil, Josias Messias. O webinar contou também com quatro bons exemplos de sucessão familiar de empresas tradicionais do setor sucroenergético.
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“É preciso separar o papel de sócio, executivo e membro da família” Beatriz Quagliato Porto, faz parte da terceira geração da família fundadora da Usina São Luiz, de Ourinhos (SP) e atua como gestora de suprimentos e sustentabilidade da companhia. No webinar, falou sobre o processo de sucessão na usina, que tem 70 anos e já segue preparando a sua quarta geração para assumir a empresa no futuro. “Nas empresas familiares temos um desafio enorme, que é separar o papel do sócio, executivo e membro da família. É uma tarefa complexa, mas primordial para o sucesso da família e dos negócios”, explica, ressaltando que a governança corporativa familiar é a base para a longevidade das empresas. “No mundo atual onde as empresas deixam de ser caixas preta e se tornam caixas de vidro, transparentes, os pilares da governança são fundamentais para a gestão e perpetuação dos negócios”, afirma.
“É preciso trabalhar para ser financeiramente sustentável” Em 1988, seis irmãos da família Tittoto, fornecedores de cana-de-açúcar, adquiriram o controle acionário da Açucareira Santo Alexandre, permanecendo três irmãos da família Cunali nesta nova sociedade. Em 1993 as duas famílias adquiriram a Usina Ipiranga, em Descalvado (SP), e em 2005, com a família Cardoso, constituíram a Usina Iacanga. “Durante esse período, uma nova geração passou a integrar o quadro executivo das usinas, sendo constante o exercício do affectio societatis, políticas de governança e instituição de regras no âmbito da família, da sociedade e da empresa”, conta Guilherme de Andrade Tittoto. Para o jovem executivo, o conflito na sucessão surge quando cada um tem uma expectativa. “É preciso ter vontade de estar junto e ter expectativas alinhadas”, disse ele, que citou os principais desafios da nova geração, entre eles, o de ser financeiramente sustentável, gerando divisas para os municípios, preservando o meio-ambiente e agindo com responsabilidade social”, elucida.
Ser uma empresa familiar pode ser uma vantagem competitiva “Não adianta replicar o que o fundador fez, pois cada pessoa é diferente. É preciso construir um novo modelo e o nosso desafio é manter a cultura e o trabalho que foi feito até aqui e que transformou a empresa em um sucesso”, disse Gastão de Souza Mesquita Filho, herdeiro da Companhia Melhoramentos (PR), uma empresa que tem 95 anos de história. O advogado, que fez carreira no mercado antes de auxiliar na direção da empresa familiar, afirma que há inúmeras vantagens quando membros da família acionista participam de sua gestão. “Mas se os princípios da governança corporativa não estiverem presentes no dia-a-dia da companhia, praticados por acionistas e gestores, essa vantagem competitiva pode se tornar um enorme problema. Quantas histórias não conhecemos de empresas que foram destruídas por conflitos, velados ou abertos, entre acionistas, desvios de finalidade, confusão patrimonial, etc.”, elucida Gastão.
“A sucessão mantém a essência e promove mudanças para a sobrevivência da empresa nos novos tempos” Em 1940, Jerônimo Ometto comprou parte da Fazenda São Joaquim, em Araras (SP), e assim nasceu a Usina Santa Lúcia. Atualmente, a terceira geração da família está no comando e a quarta geração inicia a jornada profissional para a futura sucessão. “As sucessões fazem parte de empresas familiares e têm uma importância enorme no negócio: manter a essência e promover mudanças para a sobrevivência da empresa nos novos tempos”, afirma Rafael Ometto Do Amaral, engenheiro de produção da companhia. Ao passo que ele revela que a estratégia que a Usina Santa Lúcia sempre seguiu, e que faz parte de sua cultura, é o crescimento constante e seguro. “Em um ano de crise não podemos deixar de crescer e em um ano de bons ventos precisamos ter sabedoria e caminhar com parcimônia, para que em momentos inesperados, tenha-se maior tranquilidade em atravessá-los e seguir evoluindo”, comentou. O evento contou com patrocínio da HB Saúde – Humanização e Tecnologia em Saúde; da Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas e da S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.
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Conheça 4 cases de sucesso em Governança, Risco e Compliance em usinas Quem apresenta são representantes da Alta Mogiana, CMAA, São Domingos e Coruripe ALESSANDRO REIS
A prática relevante do GRC (Governança, Risco e Compliance) nas usinas de cana é atingida quando executada através de alguns conceitos fundamentais. Primeiramente, ela
deve integrar e aperfeiçoar os processos da unidade produtora. Ao mesmo tempo que cria uma cultura corporativa que engaja os colaboradores com os objetivos da usina. Posteriormente, é preciso sustentar a competitividade do negócio. Ao
passo que o processo integrado deve reduzir custos, desperdícios e aumentar gradativamente a produtividade. Nesse ínterim, também é possível crescer verticalmente. Fazendo mais com menos. Juntamente com essas práticas é necessário que haja uma
conversão dos processos em rentabilidade comercial e financeira. Pensando especificamente nesse momento da safra o gestor de GRC deve focar nos pontos determinantes para os preços desta entressafra e da safra do ano que vem (2021/22).
Praticar GRC é trabalhar com incertezas Nesse sentido, precisamos pontuar a estratégia comercial como uma das ações mais relevantes da Governança, Risco e Compliance. Essa é a opinião de Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana. De acordo com ele é inerente a atuação de GRC desenvolver uma estratégia comercial competente em tempos incertos. De acordo ele, é preciso buscar meios para mitigar as incertezas e blindar os riscos de mercado. “Principalmente no cenário atual, que é de muita volatilidade. O que não é de todo ruim, pois eventualmente cria oportunidades de mercado para as usinas”, destaca. Para Figueiredo, riscos maiores, também promovem melhores oportunidades para quem pratica uma boa GRC. “Além disso, essa prática, bem elaborada, é boa para os próprios credores das usinas. Além de proteger a liquidez e a operação”, afirma.
Praticar GRC é saber cortar custos “Custo é igual unha, tem que cortar sempre”, dispara Jeferson Degaspari, CFO do Grupo CMAA. Ele também avalia que a Governança, Risco e Compliance em usinas deve contemplar longas parcerias. “O setor é de longo prazo. Portanto, na matriz de risco é preciso parcerias de longo prazo”, define. Para Degaspari a Governança, Risco e Compliance da CMAA está estruturada em 4 pilares fundamentais que constituem os resultados positivos. São eles: pessoas; performance operacional; gestão de risco; inovação, criatividade e agilidade.
Praticar GRC é reduzir GAPs e oscilações Juliano Ficher, diretor administrativo e financeiro da Usina São Domingos acredita que praticar GRC é assumir um mandato que promove redução de GAPs e oscilações. “Com isso o resultado final é positivo que permite melhorar as operações e tecnologia. De modo a fazer um mandato de hedge de mercado que protege a liquidez da usina”, calcula. De acordo com Ficher um dos primeiros passos para convergir o GRC em um panorama financeiro de alta rentabilidade passa por entender o processo e suas limitações. Bem como, o conhecimento das Máquinas, Equipamentos e Outros Bens (M&EQ) deve ser profundo. Ou seja – afirma Ficher – é preciso entender a capacidade de produção. Somado a isso é importante contar com as pessoas certas e contribuir com suas qualificações enxergando seus pontos fracos. Isso para que sejam corrigidos.
Praticar GRC é padronizar processos e maximizar pessoas “Quando se padroniza os processos e maximiza as pessoas se obtém alta perfomance. E isso traz uma responsabilidade: governa pessoal. Assim também a tecnologia é fundamental na Governança, Risco e Compliance. Principalmente quando executada no modelo Tripleway: acessível, abrangente e ágil, sem deixar de ser segura”, explica o CFO da Usina Coruripe, Thierry Soret. Para ele outro ponto importante é: “Governança se faz por exemplo, e não por imposição”, garante. Sob a moderação do diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, esses quatro gestores executivos debateram o tema no dia 19 de agosto, durante o Webinar JornalCana – GRC – Melhores Estratégias para Garantir a Rentabilidade das Usinas Nas Próximas Safras.
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Tecniplas já forneceu 600 torres de resfriamento de vinhaça nos últimos 25 anos DIVULGAÇÃO
Empresa produz, atualmente, três modelos em sua fábrica em Cabreúva (SP) A Tecniplas era uma das expositoras confirmadas para a Fenasucro, principal feira do setor sucroenergético, mas devido à pandemia, o evento foi reagendado para 2021. Nem por isso, as notícias do setor são negativas. O segmento segue em desenvolvimento, com investimentos feitos por grupos internacionais e a modernização de players brasileiros, o que tem acirrado a busca pela competitividade. Isso significa campo fértil para as torres de resfriamento de vinhaça que a Tecniplas fabrica em Cabreúva, no interior de São Paulo.“ Para reduzir os custos e, principalmente, aumentar a produção, as usinas precisam investir em todas as etapas, e o resfriamento
da vinhaça é uma fase importante do processo”, afirma Luís Gustavo Rossi, diretor da Tecniplas. Para ser aproveitada como fertilizante, a vinhaça deve ter a sua temperatura reduzida, em média, de 90 ºC para 55 ºC, operação efetuada por torres de resfriamento de compósitos em PRFV (Plástico Reforçado com Fibras
de Vidro). Com um histórico de mais de 600 torres fornecidas nos últimos 25 anos, a Tecniplas também enxerga boas oportunidades na substituição de equipamentos da concorrência que, após poucas safras, já não têm mais condições de operar. “Mesmo em se tratando de uma aplicação bastante desafiadora, que
combina corrosão e alta temperatura, nossas torres suportam muitas safras consecutivas”, explica o diretor. Rossi destaca que todas as torres de resfriamento de vinhaça da Tecniplas são fabricadas de acordo com a norma de segurança NR-12. “É uma exigência cada vez mais frequente das usinas”, comenta. Segundo ele, a empresa produz atualmente três modelos – TRV 3000, TRV 3500 e TRV 4000 –, e o que os difere é basicamente o volume resfriado por hora. “Também fornecemos para o mercado sucroenergético tubos de PRFV. Diferente dos tubos de PRFV com liner de PVC, que podem colapsar e contaminar o solo e o lençol freático com vinhaça quando a temperatura passa de 60 ºC, as nossas tubulações inteiramente de PRFV atendem a até 100 ºC”, detalha o executivo. Rossi ainda ressalta que a empresa ainda abastece as usinas com tanques de plástico reforçado com fibras de vidro para a armazenagem de água e produtos químicos.
DIVULGAÇÃO
Usina no RS produzirá etanol a partir da batata-doce DIVULGAÇÃO
DTM tem procedimentos que garantem a durabilidade das peças restauradas DTM vem demonstrando como o verdadeiro conhecimento, aplicado à solda, pode trazer benefícios a curto e longo prazo para os equipamentos das usinas e indústrias no geral. Os procedimentos adotados por ela têm melhorado progressivamente a durabilidade das peças restauradas. Fundada a mais de 30 anos, a companhia é especializada em trabalhos e prestação de serviços em soldagem para o setor sucroalcooleiro, mineradoras, cimenteiras, papel, entre outros.
“Garantimos a entrega de peças minuciosamente recuperadas, com maior durabilidade e resistência, comparadas com procedimentos tradicionais. Além do nosso ponto forte que é a pontualidade e a satisfação de nossos clientes”, afirma a DTM. A empresa trabalha ainda com recuperação de castelos, camisas de moenda, pentes, bagaceiras, placas desfibradoras, rolos e espalhadores, facas, martelos, volandeiras e pinhões, eixos e rodetes.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) emitiu, no ín´cio de setembro, a Licença Prévia e de Instalação Unificadas da primeira usina de etanol no estado do Rio Grande do Sul. A nova usina utilizará batata-doce como matéria-prima e será construída em uma área de três hectares na cidade de Carazinho. O empresário Henrique Sudbrack Leonhardt, que trouxe a ideia após uma visita a uma usina no Mato Grosso, identificou no Rio Grande do Sul um grande potencial para produzir etanol a partir da batata doce, já que o Estado é um dos maiores produtores do País. Segundo ele, mais de 400 famílias da agricultura familiar serão beneficiadas “Essas famílias estão cultivando batata doce há dois anos, com produção específica para a usina na transformação em etanol“, informou. Cerca de 50 pessoas serão empregadas quando a usina estiver em funcionamento. De acordo com
Henrique, a batata doce será 100% aproveitada. O álcool será utilizado nos postos da família e o farelo será vendido para a indústria de ração. Para a usina começar a funcionar ainda é preciso a emissão da Licença de Operação por parte da Fepam após a solicitação do empresário por meio do Sistema Online de Licenciamento e a análise dos técnicos da Fundação.
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Controle bacteriano na fermentação alcoólica influencia diretamente na redução dos custos operacionais e perdas dos açucares Preocupada com o controle da população bacteriana na fermentação alcoólica, de forma segura e eficaz, a Química Real fornece a seus clientes uma equipe treinada, que contribui na criação de programas de tratamento, visando a melhoria do processo fermentativo e equilíbrio financeiro nos custos operacionais. Pesquisas mostram que, quanto maior a população bacteriana presente no meio fermentativo, maior será a perda de produtividade, reduzindo consideravelmente o volume de etanol obtido no final da fermentação e elevando os custos operacionais. Neste case, o tratamento com HJ Emulsão, objetivou manter a população bacteriana abaixo de 107 bastonetes/mL, e assim, reduzir as perdas de produtividade, devido ao desvio dos açúcares em ácidos orgânicos, e biomassa de bactérias. Além de favorecer um ambiente favorável para a levedura, mantendo alta vitalidade das células, melhorando a taxa de conversão em etanol. Durante o tratamento foi possí-
vel observar melhora significativa em vários parâmetros do processo. No controle da população bacteriana da fermentação, foi feito um acompanhamento do processo fermentativo, onde se estudou as possíveis causas da alta contaminação e a forma de tratamento que atendesse às necessidades deste controle. Após o início do tratamento, observou a redução da população bacteriana em 97%, saindo de uma média na população de 5,49x107 para 1,25x106 bastonetes/mL. A produção de ácido lático segue a mesma tendência da contaminação bacteriana na fermentação alcoólica, e seu monitoramento serve como um parâmetro preciso para detectar a extensão desta contaminação, pois expressa a atividade metabólica desses microrganismos. Durante a fermentação alcoólica a bactéria consome os açúcares do meio fermentativo, para produzir o ácido láctico. Este é um dos desvios de açúcares, que compõe a perda do rendimento fermentativo devido ao aumento da população bacteriana. A rota metabólica utilizada pela bac-
Figura 01 – Rotas metabólicas para produção de etanol e ácido láctico, pelas leveduras e bactérias, respectivamente
téria, para produzir o ácido láctico, é semelhante a rota metabólica utilizada pelas leveduras para produção de etanol, em anaerobiose (Figura 01). “Tomando como base este conhecimento, e a partir da análise do balanço de ácido láctico, podemos mensurar quanto de etanol possível, deixou de ser produzido pelo desvio de açúcares, realizado pelas bactérias, para a produção de ácido láctico, e o quanto em ART foi desviado para obtenção deste ácido orgânico”, comenta a empresa. Para avaliação do custo específico
do tratamento da fermentação, foi levantado o custo médio de cada produto utilizado na fermentação, como: ácido sulfúrico, antiespumante e dispersante, biocidas e antibacterianos, e, de acordo com o consumo, chegou-se a um valor anual de investimento no tratamento da fermentação alcoólica. Este valor foi denominado R$/m³, ou seja, quanto se investiu nos insumos de tratamento para se produzir 1 m³ de etanol a cada safra. Na safra 2018/19, a unidade produziu 163.500.00 litros de etanol, com um custo específico de R$ 27,30. Já na safra seguinte, a unidade produziu 189.000.000 litros de etanol, para um custo específico de R$ 23,44. Assim, houve a redução de 14% no investimento para tratamento da fermentação entre a safra anterior ao tratamento proposto (2018/19), para a safra em que se empregou o tratamento (2019/20). Isso gerou uma economia de R$ 730.258,00, caso a unidade mantivesse o mesmo custo específico anterior, para produzir a mesma quantidade produzida na safra 2019/20.
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