Gazeta Rural nº 411

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EXPOH DE OLIVEIRA DO HOSPITAL À ESPERA 30 MIL VISITANTES A EXPOH vai regressar com um novo formato, propondo quatro dias de variados concertos e uma zona ‘gourmet’, onde estarão em destaque os produtos de excelência do concelho, mas também afirmar a marca “Oliveira do Hospital”.

FICHA TÉCNICA Ano XVIII | N.º 411

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Ana Pinto

Sede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : gazetarural@gmail.com

Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

04 Festa de Nossa Senhora dos Remédios espera milhares de pessoas 05 EXPOH de Oliveira do Hospital com novo formato 06 Leiria Medieval propõe uma visita às Cortes de 1438 08 Rui Veloso e Jorge Guerreiro são cabeças de cartaz na Feira de Atividades Económicas

10 Festival D’ONOR regressa e une gerações 12 Barcelos prepara XXXIX Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica 13 Festival Internacional do Caracol regressa à Colina do Revelim de Santo António

14 Mogadouro quer afirmar o Festival Terra Transmontana “em toda a região” 16 XII Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo realiza-se em 2023 18 Vinho de O Abrigo da Passarella venceu XIII Concurso Melhores Vinhos do Dão

20 Tinto da Adega 23 venceu XV Concurso de Vinhos da Beira Interior 22 Município de Pampilhosa da Serra vai plantar 30 hectares de vinha 23 Associação Prodouro quer tornar “oficial” conceito de quinta no Douro 24 Governo garante apoio à fileira dos queijos DOP da Região Centro 26 CAP quer recuperar plano de Camilo Mendonça para a agricultura transmontana

28 Pêssego do Vale da Vilariça ‘quer’ ter Indicação Geográfica Protegida 29 Regadio desperdiça mais de um terço das reservas de água 30 Investigador da UTAD criou dispositivo sensor para deteção precoce de fogos florestais

32 Associação de Lusinde promove Agenda Cultural para combater despovoamento

33 Câmara apresentou Carta Gastronómica de Viseu 34 Feiras Novas em Ponte de Lima de 7 a 12 de setembro 37 CRAFT - Turismo Criativo promove sessão em Sátão 39 Município de Moimenta da Beira instalou sistemas anti granizo



De 25 de agosto e 09 de setembro em Lamego

Festas de Nossa Senhora dos Remédios à espera de dezenas de milhares de pessoas Vão decorrer de 25 de agosto e 09 de setembro, em Lamego, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios. São esperadas dezenas de milhares de pessoas, num acontecimento que volta a incluir todos os eventos que tradicionalmente as caracterizam.

e ter mais lucro. A avaliar por aquilo que aconteceu em junho, “as pessoas estão ávidas de sair e de participar nos eventos que se estão a desenvolver” e, por isso, é esperada “uma enchente” em Lamego, no distrito de Viseu, entre 25 de agosto e 09 de setembro, afirmou. Francisco Lopes espera que participem nos festejos não ape“Vamos ter a programação em pleno, incluindo as atinas os residentes em Lamego, mas também “pessoas de concevidades principais nos dias festivos de 06, 07 e 08 de selhos vizinhos e muitos turistas que estão na região e que terão tembro, ou seja, a marcha luminosa, a batalha das flores e curiosidade em perceber o que é que é esta romaria”. a procissão do triunfo, em formato normal”, disse hoje à O programa inclui atividades religiosas, culturais e desportivas. agência Lusa o presidente da Câmara de Lamego, FranO ponto alto é a procissão de triunfo, na tarde de 08 de setemcisco Lopes. No seu entender, apesar de, nos últimos bro, durante a qual, cumprindo a tradição, os andores ostentam anos, a programação ter ficado condicionada devido à imagens sagradas puxadas por juntas de bois. A procissão sai da pandemia de covid-19, está na altura de “a vida norIgreja das Chagas, percorre algumas das principais ruas da cidade malizar” e a cidade voltar a encher-se de visitantes que e termina na Igreja de Santa Cruz. animam a economia local. A marcha luminosa (na noite de 06 de setembro), a batalha das Neste âmbito, será feito um investimento de cerca flores (na tarde de 07 de setembro), as arruadas por rusgas popude 400 mil euros nas Festas em Honra de Nossa Selares que percorrem a cidade com temas populares e cantigas ao nhora dos Remédios, também conhecidas como “a desafio, a iluminação das principais ruas e avenidas e o fogo de romaria de Portugal”. Segundo Francisco Lopes, “é artifício são outros aspetos marcantes das festas. “Haverá também um investimento que tem um retorno enormíssimo e atividades de animação, com os artistas, e um conjunto de eventos que é necessário para que a cidade tenha esta vida”, desportivos e culturais organizados por entidades locais”, acrescenque vai muito além “dos turistas que estão no hotel, tou Francisco Lopes. que visitam a cidade, vão aos restaurantes, às quintas O Zigurfest, o festival Folk, a concentração motard, um espetáculo e ao museu”. das Jornadas Mundiais da Juventude e a XI Exposição de Objetos “Estamos a falar de muita gente que vem e inunEscutistas são alguns dos pontos do programa. No entender do auda a cidade e todos beneficiam”, frisou o autarca, tarca, “é bom que cada um tome as suas precauções em função das acrescentando que a maior parte dos comerciantes suas condições”, mas “as pessoas saudáveis podem viver a romaria aproveita para alargar o horário de funcionamento com total normalidade”. 4

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De 28 e 31 de agosto, no Parque do Mandanelho

EXPOH de Oliveira do Hospital regressa com novo formato e espera 30 mil visitantes com a EXPOH. Mas queremos fazê-lo afirmando a marca de Oliveira do Hospital”. “A nossa expectativa é a de que possamos A EXPOH vai regressar com um chegar aos 30 mil visitantes”. Além disso “queremos afirmar um novo formato, propondo quatro conceito de sustentabilidade ambiental e de uso sustentável de recursos”, disse ainda. A entrada no certame, cujo investimento dias de variados concertos e uma ultrapassou os 100 mil euros, é feita através de Eco Acesso. “O zona ‘gourmet’, onde estarão em copo reciclável que dá acesso às quatro noites tem o custo simdestaque os produtos de excelência bólico de dois euros. Penso que estão reunidas as condições para uma EXPOH atrativa, com muito convívio, música e gastrodo concelho, mas também afirmar a nomia”, apontou. marca “Oliveira do Hospital”. Ao nível da gastronomia, e além dos espaços de restauração, o evento contará com uma zona “gourmet”, onde o público poderá degustar alguns dos principais produtos locais de quaO presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, lidade, assim como licores e vinhos do Dão. A EXPOH 2022 José Francisco Rolo, revelou que a EXPOH regressa terá também uma “street food”, exclusivamente dedicada à depois de dois anos de interregno, devido à pan- chamada comida de rua, um “loungebar” e algumas surpresas demia, com “novo formato e menos dias”. “Serão gastronómicas. Com vista a atrair visitantes das mais diversas faixas etárias, quatro dias, - menos um que em edições anteriores, o evento abre portas às 13 horas no fim de semana e oferece - mas mais intensidade e com um novo impulso. Vai várias novidades, como a criação de uma “Kid Zone” dirigiser um evento com muitas novidades e para todas da às crianças com múltiplas atividades e uma zona de lazer faixas etárias”, acrescentou. com atividades radicais e desportivas dirigidas aos jovens. A EXPOH vai ter lugar entre os dias 28 e 31 de agosto, no O objetivo é fazer da EXPOH um grande evento para as Parque do Mandanelho, o principal pulmão verde de Oliveira famílias com atividades e ofertas atraentes que cativem e do Hospital. De acordo com José Francisco Rolo, o evento proporcionem novas experiências no Parque do Mandanevai apostar em concertos para todo o tipo de público, com lho, aquele que é um grande espaço verde de excelência grandes nomes no palco principal, artistas locais num palco no centro da cidade. secundário e ainda animação noturna com DJ. “Vamos ter esSobre o cartaz oficial do evento, José Francisco Rolo inpaços de bem-estar, atividades de lazer para jovens, desportos dicou que subirão ao palco principal o grupo Alta Frequênradicais, espaços de restauração e uma zona ‘gourmet’, onde cia, a 28, os ProfJam, a 29, Toy, dia 30, e os Resistência, a o público poderá degustar alguns dos principais produtos de 31 de julho. excelência de Oliveira do Hospital. Terá também uma ‘street “Queremos proporcionar quatro dias de boas vibrações food’ e um ‘loungebar’”, indicou. As crianças também não foram a partir do Parque do Mandanelho para a nossa região” esquecidas, tendo sido pensada uma ‘kid zone’, uma vez que a resumiu José Francisco Rolo, na apresentação do cartaz EXPOH “é um convite às famílias, à região de Coimbra, da Serra da EXPOH de Oliveira do Hospital. da Estrela e até de Viseu”. A nova versão da EXPOH integrará um conjunto de O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital considerou, novos eventos temáticos, que a Câmara de Oliveira do ainda, que “é um grande desafio, no atual momento, regressar Hospital pretende levar a efeito ao longo do ano.

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Entre os dias de 21 e 24 de julho

Leiria Medieval propõe uma visita às Cortes de 1438 Do Castelo ao Jardim da Vala Real, do Rossio ao MoiContexto histórico nho do Papel, o Leiria Medieval está de volta, de 21 a 24 de julho, com o tema “As Cortes de 1438”, uma A edição deste ano do Leiria Medieval tem como tema edição com um programa ambicioso, que se propõe “As Cortes de 1438”. Esta reunião magna, que juntava ao recriar a realização das Cortes na Vila de Leiria, conrei a representação das principais forças do reino, represenvocadas por D. Duarte. tantes dos municípios, do alto clero e da nobreza, tem como Durante quatro dias este evento dá vida ao que seria o burobjetivo preciso emitir opinião sobre qual a posição de Porgo naqueles tempos com um batalhão de quatro centenas fitugal face aos compromissos estabelecidos após a derrota gurantes, centenas de mercadores e artesãos, dezenas de esde Tânger e, consequentemente, qual o destino imediato do paços de gastronomia, num cenário repleto de personagens Infante D. Fernando. As Cortes de Leiria de 1438 são por isso, medievais, como mercadores, nobres, plebeus, mercadores, certamente, as mais dramáticas do reinado e, pelas suas conartesãos, místicos e artífices. sequências, uma das mais marcantes da história do nosso país. Nesta grande recriação histórica, há cerca de 60 horas É este o desafio que esta recriação histórica faz aos visitande animação deambulante, numa programação em que se tes, um mergulho num momento capital da nossa história, que destacam novidades, como as Justas medievais (torneio a se vai desenrolar em diversos palcos na cidade de Leiria, nocavalo) no Jardim da Vala Real e as Conversas sobre a Idade meadamente o Largo do Papa Paulo VI, Jardim Luís de Camões, Média. Marachão, Largo Goa, Damão e Diu (Fonte Luminosa), Praça RoÀ semelhança das edições anteriores, o Leiria Medieval drigues Lobo, Largo 5 de Outubro de 1910, Parque José Heraposta na conjugação do rigor histórico com a vertente mano Saraiva, Moinho do Papel e Castelo, sendo este último o lúdica, oferecendo um leque alargado de atividades aos único espaço de entrada paga, correspondente ao valor da visita visitantes, como gastronomia, falcoaria real, exposição de normal. aves, fazenda dos animais, música, teatro, cetraria, artesaA abordagem histórica da edição deste ano está reforçada com nato, acampamento militar, torneio d’armas, cortejo real, a realização, na Igreja da Pena, de um ciclo de Conversas sobre a bobo da corte, espada lusitana, recriações, animação de Idade Média, com a participação de reputados especialistas nesta rua, cenas da vida do povo, trovadores, exposições, ofitemática, como Luís Rêpas, Maria Helena da Cruz Coelho e Saul cina de escrita medieval e iluminura, jograis, conversas António Gomes. sobre a idade média, mercado medieval, e muitas outras atividades. 6

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Em Aguiar da Beira de 28 a 31 de julho

Rui Veloso e Jorge Guerreiro são cabeças de cartaz na Feira de Atividades Económicas A Feira de Atividades Económicas de Aguiar da Beira marca o calendário de eventos nesta altura do verão. O certame apresenta este ano um cartaz apelativo, com Rui Veloso, um dos grandes nomes da música portuguesa das últimas décadas, Piruka e Jorge Guerreiro, procurando, desse modo, atingir os diferentes tipos de público.

Com um leque variado de atividades de cariz cultural e recreativo, ao longo de quatro dias, os visitantes da feira podem apreciar a gastronomia local, conhecer melhor o tecido económico, social e cultural do concelho, bem como os seus recursos endógenos. O certame é uma mostra das potencialidades das empresas do concelho, mas há também de expositores de artesanato e serviços.

“A nossa expetativa para a Feira de Atividades é grande” O presidente da Câmara de Aguiar da Beira, à Gazeta Rural, diz que a expetativa para a Feira de Atividades “é grande”, num evento que, diz Virgílio Cunha, já “marca a agenda da região nesta altura do ano”.

A Feira de Atividades Económicas do concelho de Aguiar da Beira vai decorrer de 28 a 31 Gazeta Rural (GR): A Feira de Atividades Económicas tem este de julho, conta com mais de uma centena de ano um cartaz atrativo? expositores que marcam o tecido económico Virgílio Cunha (VC): Sim, temos o Rui Veloso como o nome maior, do concelho, nas áreas comercial, industrial, mas Piruka e Jorge Guerreiro são outros dois nomes que atraem miagricultura, restauração, atividades diversas, lhares de pessoas. O que nos interessou foi fazer um programa que preenchesse todo o espaço temporal da feira, mas também que atraísIPSS, coletividades do concelho. 8

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Mundial de Orientação de Juniores levou 39 seleções ao concelho Aguiar da Beira foi palco do Campeonato do Mundo de Orientação na categoria de juniores. A prova levou ao concelho 39 seleções nacionais, de todos os continentes, com mais de três centenas de participantes. A prova decorreu numa semana difícil, face às condições meteorológicas adversas, o que obrigou à alteração do calendário, mudando GR: Os eventos, pós pandemia, têm atraído muias provas previstas para espaços florestais para circuitos urbanos, to público. Que expetativa tem? facto que não triou brilho a um dos maiores eventos mundiais da VC: Já fizemos vários eventos, como o Certame do modalidade. Míscaro, a Feira do Queijo e dois eventos de Orien“Tivemos concentrado em Aguiar da Beira o maior evento de tação, e o que damos conta é que as pessoas estão a orientação do mundo”, afirmou o presidente da Câmara de Aguiar aderir às nossas iniciativas e estavam ávidas de se diverda Beira, destacando que, apesar do intenso calor que se fez sentir tirem e de estarem com os amigos. e a alteração das provas de circuitos na floresta para zonas urbaA nossa expetativa para a Feira de Atividades é grannas, na vila e nas freguesias, “não houve desistências”. de. Esperamos muita gente, do concelho e da região, tal O concelho de Aguiar da Beira é reconhecido com um dos mecomo em anos anteriores. Aliás, é bom referir que este lhores locais do mundo para a prática desta modalidade e a reacertame já marca a agenda da região nesta altura do ano, lização desta prova mostrou isso mesmo. Este facto faz com que pelo que esperamos uma grande afluência de visitantes. ao longo de todo o ano haja atletas e seleções que ali estagiam, sendo hoje uma boa alavanca para a economia local e regional. GR: Com boa adesão do tecido económico do con“Ao longo do ano temos cá seleções e atletas a treinar, o que celho? faz com que os alojamentos e restaurantes locais estejam praVC: Temos o espaço da Feira totalmente preenchido, ticamente esgotados”, salienta Virgílio Cunha, reconhecendo o que mostra, também, a sua importância para os nossos que “é uma boa alavanca para a economia do concelho, mas empresários e para as nossas gentes. As inscrições ultrapastambém da região”. É que, referiu o autarca, nesta e noutras saram as expectativas, mas não temos espaço para albergar provas “muitas comitivas ficam nos concelhos limítrofes”. toda a gente que fez questão de nos contactar e a mostrar O presidente da Câmara de Aguiar da Beira reconheceu que vontade em estar presente no evento. o tempo que se fez sentir obrigou a alteração de planos, mas, ainda assim, “não tirou brilho à prova”, acrescentando que “já tivemos outras que também correram muito bem”. se diferentes públicos. Penso que temos um programa bem conseguido, com cultura, gastronomia e, naturalmente, animação permanente, durante os quatro dias da feira, com grupos locais.

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De 23 a 24 de julho, perto da fronteira de Quintanilha

Festival D’ONOR regressa e une gerações em Rio de Onor

centro da atuação. Com vista à dinamização e divulgação do patrimóO segundo dia de festival arranca com o Passeio Internio material e imaterial de Rio de Onor, uma das 7 pretativo pela Natureza, com concentração no centro da Maravilhas de Portugal - Aldeias, a Montes de Festa aldeia (junto à Associação de Rio de Onor, às 08,30 horas). - Associação retoma, depois de dois anos de paraO desafio deste ano é o Percurso do Carvalho, assinalado e gem forçada, o Festival D’ONOR, evento que conta com um total de 6,8 quilómetros em pleno Parque Natural com o apoio e colaboração da população de Rio de de Montesinho, onde os participantes poderão desfrutar de Onor, da associação local e de diversas entidades paisagens arrebatadoras e locais únicos, como o maior exemplar de Carvalho Negral da Europa, com 23 metros de altura e da região transmontana e, também, de Espanha.

cerca de 20 metros de copa. A quarta edição decorrerá de 23 a 24 de julho e apostaComo novidade e para melhor compreender toda a enrá sobretudo em ser um festival de música de identidade volvência e a verdadeira riqueza do património natural deste tradicional enquanto experiência, com diversas novidades território, os participantes terão a oportunidade de ser acomem relação às edições anteriores. Aos habituais concertos panhados pelo biólogo Paulo Mafra, que fará a interpretação (este ano os cabeça de cartaz são SEIVA e OMIRI), à Rone explicação dos diferentes elementos presentes ao longo do da Cultural e das Adegas e às atividades imersivas na napercurso. Esta iniciativa conta com a colaboração da Associação tureza, juntam-se iniciativas como “Músicas no Rio”, um de Caminheiros Enzonas e será a única do festival com um custo showcase que leva a palco projetos de identidade ou com simbólico, para raízes na música tradicional, um Mercado Tradicional, Na tarde do segundo dia, pelas 17 horas, surge uma das grancom artesanato e produtos locais, uma mostra de Jogos des novidades desta edição – Músicas no Rio, junto à Ponte AnTradicionais, entre outras iniciativas. tiga de Rio de Onor, ao lado do lavadouro e da forja comuniO festival arranca dia 23, pela manhã, com a recriatária. Esta iniciativa juntará quatro projetos musicais/intérpretes ção do mítico Conselho do Povo, onde os festivaleiros do distrito de Bragança, todos eles com o desafio comum de inserão convidados a ajudar as gentes de Rio de Onor terpretar, de diferentes formas e com a sua identidade própria, num acessível trabalho comunitário. Um momento que música enquadrada no contexto do Festival. Assim, Gil Miranda, se quer de plena união entre quem visita e quem vive Fernando Ferndandes, Lá Crau e Charango reavivem temas do a aldeia. cancioneiro tradicional, não só português, mas também espanhol, Às 21,30 horas, SEIVA sobe a palco. Uma das mais e da música que marcou gerações a fio. Depois, no mesmo local, a originais e internacionais bandas do panorama folk em apresentação de Rio de Onor: Recolhas Musicais da Tradição Oral, Portugal, que iniciaram a sua carreira em 2014 como um trabalho da Sons da Terra, numa iniciativa da Casa da Portela objetivo de fazer um projeto musical totalmente ba– Turismo Rural, com a colaboração de diversas entidades. Neste seado na música da tradição oral portuguesa. projeto, foram recolhidas, em álbum, canções e interpretações da Depois, os OMIRI, que atuam às 23 horas, são um tradição oral de Rio de Onor, na voz da Tia Diolinda do Campo e dos mais originais projetos de reinvenção da música do Ti Mariano Preto. O Festival termina com uma visita ao passado de raiz portuguesa. O projeto OMIRI é um autêntico comunitário de Rio de Onor (21,30 horas), na sede da Associação desafio para reinventar a tradição musical, onde os de Rio de Onor, num momento surpresa dedicado, sobretudo, aos verdadeiros intervenientes da cultura tradicional habitantes da aldeia. músicos e paisagens sonoras de todo o país – são o 10

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Gisela João, Sons do Minho e Miguel Araújo animam o certame

Barcelos prepara XXXIX Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica A trigésima nona edição da Mostra Nacional de certame. Programa de animação: concertos de Gisela João, Sons do Artesanato e Cerâmica de Barcelos abre portas na Minho e Miguel Araújo sexta-feira, dia 29 de julho, a partir das 18 horas, e Além da Mostra propriamente dita, esta iniciativa conta prolonga-se até 7 de agosto, no Parque da Cidade. com um vastíssimo e diversificado programa de animação. Reunindo, de norte a sul do país, em Barcelos - Ci- Desde logo, um dia após a abertura, sábado dia 30 de julho, dade Criativa da UNESCO e Capital do Artesanato uma grande artista da terra, Gisela João, faz as honras da casa, - cerca de cento e trinta expositores, dos quais num concerto há muito ansiado pelos seus milhares de fãs. Entretanto, a meio da semana, (4 agosto, quinta-feira) o grupo perto de uma centena são artesãos. A edição da Mostra 2022 dará a conhecer aos visitantes as ri- Sons do Minho fará a animação dessa noite, num espetáculo que promete mobilizar todos os que gostam da música popular quezas da arte popular portuguesa, numa iniciada região. Finalmente, na sexta (dia 5) é a vez do inconfundível tiva da autarquia barcelense e da Empresa MuniMiguel Araújo subir ao palco principal da Mostra para um concipal de Educação e Cultura (EMEC) certo que não vai deixar ninguém indiferente.

No lançamento do certame, o presidente da Câmara Com a Mostra a estar aberta todos os dias da semana (segunde Barcelos, Mário Constantino, destaca que “a edição da a sexta-feira, das 18h às 24 horas, e aos fins de semana, das deste ano da Mostra pretende valorizar os produtos da 16h às 24 horas), a organização do evento preparou um prograterra e o trabalho dos artesãos barcelenses, pois mais ma de atividades que possibilita a ocupação do tempo de estada que artistas da atualidade, cada artesão é um reposino recinto da melhor maneira. Assim, todos os dias pode jantar, tório da memória comum e de um saber-fazer muito ou simplesmente petiscar, nas tasquinhas de comida regional no nosso”. Nesse sentido, o autarca diz que esta é “mais recinto da praça de alimentação, assistir e participar nas arruadas uma excelente oportunidade de valorizar os artesãos de folclore, meter as mãos no barro nos workshops criativos, ou enquanto artistas de excelência, protagonistas na desimplesmente fazer compras nos stands dos artesãos ou no mercafesa, preservação e valorização da identidade social e do dedicado à gastronomia e vinhos. cultural de Barcelos”. Gala de homenagem aos artesãos encerra o certame A Mostra de Artesanato e Cerâmica de Barcelos é A edição 2022 da Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica uma verdadeira montra viva das artes e ofícios porde Barcelos reservou para o dia de encerramento – domingo, 7 de tugueses. Desde o trabalhar o barro - olaria e figuraagosto, às 22 horas, um dos momentos mais emblemáticos do cerdo -, à cestaria, bordados e linhos, passando pelos tame: a realização da “Gala do Artesanato”, iniciativa que pretende trabalhos em madeira e em cobre, artigos em pele homenagear os artesãos barcelenses, sendo atribuídos os prémios e têxteis, até ao artesanato contemporâneo e joa“Inovação”, “Revelação Artesanato Contemporâneo”, “Revelação lharia, estes são alguns dos exemplos da atividade Artesanato Tradicional”, “Prémio Carreira”, e melhor “Stand da Mosartesanal que poderá ser apreciada no decorrer do tra”. 12

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De 16 a 31 de julho nos estabelecimentos aderentes, em Castro Marim

Festival Internacional do Caracol regressa à Colina do Revelim de Santo António De 22 a 24 de julho o Festival Internacional do Caracol regressa ao seu palco de eleição, a Colina do Revelim de St. António, em Castro Marim. Mas após dois anos de edições confinadas, uma online e outra em esplanadas de estabelecimentos aderentes, o festival reinventa-se e acontece também, de 16 a 31 de julho, em estabelecimentos aderentes. Com abertura às 19 horas, na colina do Revelim de St. António, além da vista privilegiada sobre o Rio Guadiana e sobre a Reserva Natural, serão muitas as tasquinhas a oferecer diferentes confeções deste afamado petisco internacional, para além de outras tapas. Aos caracóis, temperados com “o melhor sal do mundo”, junta-se o programa de animação, com música, dança e também ateliers infantis. Sexta-feira, dia 22 de julho, os “Pardais à Solta” começam a animar as ruas do recinto, seguindo-se o concerto acústico “À Volta das Guitarras”, com Zé Francisco, pelas 20h00. A fechar este dia de abertura, pelas 22 horas, fado com “Al-Mouraria”. Sábado, dia 23 de julho, começa com “Charanga Los de Ruedo”, seguidos do espetáculo de dança de Gracia Diaz. Às 22 horas, o concerto de Viviane, com o seu trabalho “Confidências”, um best of que assinala os seus 10 anos de carreira a solo. No último dia, 24 de julho, a animação de rua também estará com os “Pardais à Solta”, encerrando com “Us Sai de Gatas”, pelas 22 horas. Na senda de tornar os seus eventos mais ecológicos e amigos do ambiente, o Município de Castro Marim disponibilizará copos reutilizáveis, procurando conseguir uma redução drástica de resíduos. Nos estabelecimentos aderentes, o Festival do Caracol arranca a 16 de julho. Esta modalidade, que surgiu estimulada pelas contingências da pandemia, revelou-se uma ótima estratégia para impulsionar o pequeno comércio e restauração. Tendo o cuidado de apoiar também a cultura local, além de assumir toda promoção e divulgação do evento, o Município de Castro Marim levará animação musical a todos os cafés/restaurantes que aderirem. Cada estabelecimento aderente estará assinalado com uma pequena réplica do caracol gigante, que este ano estará na Colina do revelim. Até à data, aderiram à iniciativa 20 cafés e restaurantes do concelho. O Festival Internacional do Caracol é uma organização do Município de Castro Marim, contado com a colaboração de associações do concelho. www.gazetarural.com

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Entre 22 e 24 de julho

Mogadouro quer afirmar o Festival Terra Transmontana “em toda a região” O Festival Terra Transmontana (FTT) está de a nossa ancestralidade”. Aos visitantes, o autarca diz que “três dias de Festival não chegam para descobrir Mogadouro”. Do regresso à zona histórica da vila de Mogadouprograma do FTT estaca o Desfile Etnográfico, mas desafia-os a ro. voltar sempre. Entre os dias 22 e 24 de julho, a bússola aponta para esta “Terra Trasmontana”, que Gazeta Rural (GR): Quais os objetivos que a autarquia pretenaposta em afirmar este evento “em toda a de alcançar com este evento? região”. António Pimentel (AP): Os principais objetivos a alcançar, com

Para o presidente da Câmara de Mogadouro, este a realização do Festival da Terra Transmontana, são a afirmação do evento pretende “promover um acervo vivo da culevento no calendário festivo e cultural de toda a região e, ao mestura local, lembrando a nossa história e tradições, mo tempo, promover um acervo vivo da cultura local, lembrando a usos e costumes”, pois António Pimentel, à Gazeta nossa história e tradições, usos e costumes, de forma que os resiRural, considera que “é muito importante termos dentes mais jovens e todos os visitantes possam conhecer o modo conhecimento do percurso feito até chegarmos de vida dos nossos antepassados, como vestiam, o que faziam, o aqui e termos a vontade e a capacidade de honrar que comiam, os seus triunfos e dificuldades. Pessoalmente, penso

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que é muito importante termos conhecimento do cido comercial e turístico se desenvolva em Mogadouro, caso contrário grande parte do benefício que poderia derivar deste e de percurso feito até chegarmos aqui e termos a vontade e a capacidade de honrar a nossa ancestralidade. outros eventos de grande impacto, vai dissolver-se pelos concelhos vizinhos, não impactando de forma significativa em nenhum Assim, podemos catalogar para este evento objetivos ao nível da valorização dos recursos endógede nós. nos materiais e imateriais e ao nível da promoção do GR: A pandemia fez com que muita gente que vivia, ou aincomércio e do turismo. Se tivéssemos que resumir os da vive, nos grandes centros esteja a procurar outras regiões. grandes objetivos do Festival da Terra Transmontana Tem havido essa procura no concelho? em duas palavras, estas seriam “valorizar” e “proteger”. AP: Ainda não dispomos dessa estatística ao nível dos concelhos, contudo, a nível nacional, e em particular no norte do GR: Este festival ‘mostra’ os 750 anos de história, país, revela que em 2020 e 2021 houve um aumento da procura usos e costumes de Mogadouro, mas também da repor respostas turísticas nas regiões do interior, e, por osmose, gião sudeste de Trás-os-Montes? também em Mogadouro. Sabemos, pelo feedback direto de alguns alojamentos locais, que no nosso concelho houve muitas AP: Sim, podemos dizer que sim, porque o modo de pessoas do litoral a passar temporadas em Mogadouro, num vida, na atualidade e ao longo da história, é muito semelhante em toda a região. fluxo de visitantes maior do que no período pré-pandemia. De um modo geral, não só em Mogadouro, mas em todo o inteGR: O que mais destaca na programação deste fesrior de Portugal, acho que podemos afirmar que a pandemia tival? funcionou como um gatilho para a descoberta do potencial AP: Essa é uma pergunta difícil, porque, do meu ponto turístico destas regiões. de vista, todas as componentes do FTT são importantes e GR: Com as novas formas de turismo e de trabalho, fazem sentido. A identidade do Festival está muito ligada como os nómadas digitais e outros, o concelho oferece a cada uma das atividades desenvolvidas, que são muito as condições necessárias para este novo tipo de turista? variadas e direcionadas para diferentes grupos de interesse AP: Com certeza. Durante a pandemia tivemos o privie faixas etárias. Acredito que para as crianças a melhor parte do FTT seja o espaço de diversão infantil, para os amanlégio de receber algumas pessoas que escolheram Mogates da gastronomia serão as tascas populares, instaladas ao douro para viver e trabalhar à distância. Esta é uma forma modo rústico que a linha do evento indica. de trabalho que já todos sabíamos que existia, mas cujo Mas para mim, como presidente da Câmara Municipal potencial de eficiência desconhecíamos. A experiência de de Mogadouro, o momento de maior destaque é do Desteletrabalho generalizado ao longo da pandemia tornou file Etnográfico, que contará com grupos das diferentes alclaro que esta é uma opção produtiva e uma boa oportudeias e lugares do concelho, com cortejos temáticos alusivos nidade para as localidades do interior, como nós. a diferentes atividades tradicionais. Haverá quem reproduza a Pretendemos aproveitar este filão e já estamos a criar apanha da azeitona, o cultivo do trigo e a sua transformação condições para acolher este tipo de turista, visitante ou em pão, a pastorícia, a presença templária e muitas outras. residente temporário, nomeadamente, através da criação Enche-me de orgulho dizer que, desde o início do FTT, esta foi de um espaço de coworking, cujo projeto já arrancou. a edição em que tivemos mais inscrições para o desfile etnográfico. Como autarca, satisfaz-me ver as pessoas a participar GR: Que concelhos daria (turísticos, gastronómicos ativamente neste pequeno movimento a favor do registo e da e outros) a quem, pela primeira vez, vem a Mogadouro? memória coletiva. AP: O meu principal conselho é de que venham com GR: Tendo em conta a posição estratégica de Mogadouro, responsabilidade e que continuem a ter presentes as esta iniciativa é uma montra das potencialidades económicas medidas de prevenção relativamente à transmissão da e turísticas do concelho? COVID-19, que não está, de forma nenhuma, extinta. AP: Sim, sem dúvida. Contudo, é essencial ir preparando o terDepois, digo-lhes que são muito bem-vindos e que ritório com estruturas turísticas e comerciais que possam corresvenham com a mente e o coração aberto para conheponder às expetativas criadas pela realização do FTT. A chegada cer e saber apreciar a singularidade da nossa cultura, de milhares de pessoas durante este fim de semana vai colocar da nossa gastronomia, dos nossos vinhos, do nosso em evidência algumas fragilidades do nosso território, no que diz património e da nossa gente. respeito à capacidade de resposta em alojamento, alimentação, Por fim, digo-lhes que voltem sempre, porque três transporte, etc. Ainda dispomos de poucas unidades empresariais dias de Festival não chegam para descobrir Mogadouro. nesta área e, para mim, é prioritário criar condições para que o te-

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Duas mulheres eleitas para a liderança no mandato 2022-2025

Dora Simões é a nova presidente da CVR dos Vinhos Verdes Dora Simões foi eleita para o cargo de presidente da direção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para o triénio 2022-2025, contando com Óscar Meireles e Rui Pinto como Vogais, em representação do Comércio e da Produção, respetivamente.

Natural do Porto e licenciada em English for International Business pela University of Central Lancashire, no Reino Unido, Dora Simões conta com um percurso profissional de mais de 25 anos em que se destacam funções de relevo no sector dos vinhos, desde gestão de Marketing na Europa Central da Ernest & Julio Gallo Winery, à Direcção-Geral da ViniPortugal ou a Presidência da Direcção da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), onde lançou e desenvolveu o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) que constitui uma referência a nível nacional e internacional. Dora Simões foi eleita por unanimidade para suceder a Manuel Pinheiro, presidente da direção da CVRVV durante cerca de duas décadas, na qual assumiu sete mandatos.

Agendado para os dias 17, 18 e 19 de maio

XII Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo realiza-se em 2023 O décimo segundo Simpósio de Viticultura do Alentejo foi agendado para os dias 17, 18 e 19 de maio de 2023. Realizado a cada três anos desde 1988, este é um dos mais importantes fóruns de debate das prioridades para o setor vitivinícola, reunindo participantes provenientes das mais variadas regiões vitivinícolas mundiais.

A iniciativa vai realizar-se no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, e pretende colocar em cima da mesa os temas quentes do setor, que vão desde a sustentabilidade até à política agrícola comum (PAC). O Simpósio de Viticultura do Alentejo é uma iniciativa da responsabilidade da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), da Associação Técnica de Viticultores do Alentejo (ATEVA); da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA); da Direção Regional de Agricultura do Alentejo (DRAPAL); e da Universidade de Évora. A última edição realizou-se em 2019. Recorde-se que, realizado a cada três anos desde 1988, o Simpósio de Viticultura do Alentejo tem como objetivos a atualização de conhecimentos e apresentação e divulgação dos últimos estudos científicos do setor, promovendo a troca de experiências entre profissionais oriundos de várias regiões vitícolas do mundo. 16

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Com “muito mais” medalhas de ouro do que de prata

Vinho de O Abrigo da Passarella venceu XIII Concurso Melhores Vinhos do Dão A edição deste ano do concurso ‘Os Melhores Vinhos do Dão’ premiou com “muito mais” medalhas de ouro do que de prata os vinhos da região e o eleito principal foi o Villa Oliveira Vinha das Pedras Altas Tinto 2016, do Abrigo da Passarella.

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O Villa Oliveira Vinha das Pedras Altas Tinto 2016, do Abrigo da Passarela, da sub-região Serra da Estrela, foi eleito o melhor vinho a concurso na edição XIII Concurso ‘Os Melhores Vinhos do Dão’.

Entre os 140 vinhos do Dão colocados à prova, 26 receberam medalha de ouro e, destes, 12 são da sub-região Serra da Estrela, uma das sete do Dão. Houve também cinco medalhas de platina: Tesouro da Sé Private Sellection Branco 2017 (UDACA), Vila Oliveira Vinha das Pedras Altas Tinto 2016 e Casa da Passarela A Descoberta Rosado 2021 (ambos de O Abrigo da Passarela), Casa de Santar Vinha dos Amores Encruzado 2017 (Sociedade Agrícola de Santar) e Quinta do Cerrado Espumante Reserva Rosé 2016 (União Comercial da Beira). “De todos os vinhos a concurso, só 30% é que podem ter medalhas. E se nesses 30% houver pontuações muito elevadas, acaba por haver


mais medalhas de ouro e menos de prata e foi o que aconteceu este ano”, justificou o presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão). Arlindo Cunha destacou ainda a sub-região Serra da Estrela por, nesta edição, ter sido a mais medalhada, o que “comprova de que ali se produzem excelentes vinhos”. “Temos vinhos até 700 metros de altitude, o que é notável. Temos vinhos muito frescos, quer brancos, quer tintos, vinhos com muita elegância e com uma bela matriz dos vinhos do Dão”, apontou. O presidente da CVR sublinhou ainda que “todos os vinhos, no geral, tiveram uma pontuação muito elevada” e destacou a “exigência dos produtores, cada vez maior, para produção de vinhos de qualidade, porque já perceberam que este mercado é altamente competitivo”. “Para se ter sucesso, a primeira coisa que tem de se ter é a qualidade. Os produtores estão cada vez mais cuidadosos e atentos à qualidade do vinho e apresentam cada vez mais o melhor vinho da sua produção”, apontou. Neste sentido, “os produtores levam a concurso vinhos de várias idades e, eles próprios, vão à garrafeira escolher o que entendem ser o melhor e, por isso é que, este ano, houve muito mais medalhas de ouro, o que obrigou a reduzir as de prata”. “Os vinhos do Dão, sobretudo os tintos, mas também os Encruzados, têm uma longa longevidade e os produtores estão atentos à sua evolução, para que assim decidam se está na hora de os levar a concurso ou não”, apontou Arlindo Cunha. A gala da entrega das medalhas do concurso Os Melhores Vinhos do Dão contemplou vinhos de vários anos e das sete sub-regiões do Dão: Alva, Besteiros, Castendo, Serra da Estrela, Silgueiros e Terras de Azurara.

Temperaturas elevadas podem ser “problema grave” para as uvas O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, disse que as temperaturas elevadas que estão previstas a partir de hoje podem ser um “problema grave” para as uvas. “As previsões apontam para dias muito quentes, com temperaturas acima dos 40 graus. Isso é brutal”, alertou Arlindo Cunha, considerando que estes valores são “muito stressantes para as plantas”. “Os produtores que já fizeram a desfolha, por exemplo, podem ter problemas graves com isso. Estamos todos muito preocupados. Vamos ver o que vai acontecer”, reagiu. Arlindo Cunha admitiu que, atualmente, e “em geral, as vinhas estão muito boas, com uma carga que não é excessiva, é equilibrada”. Mas o facto de “as vinhas estarem agora excelentes, não quer dizer que a época esteja a salvo”. Este responsável alertou para as “várias as ameaças” que as vinhas vão enfrentar até à altura das vindimas, nomeadamente a “seca que se faz sentir, porque o que tem chovido não é nada”. Arlindo Cunha reconheceu que, “de há uns anos para cá, não tem havido um único ano normal”. “Se não é um problema grave, é outro, mas tem havido sempre alguma coisa que deixa os produtores em alerta”.

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Com a participação de 84 vinhos

Tinto da “Adega 23” venceu XV Concurso de Vinhos da Beira Interior O vinho “Adega 23, reserva, tinto, 2018” recebeu o prémio de Melhor Vinho da Beira Interior do décimo quinto concurso de vinhos da região, organizado pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), que tem sede na Guarda.

“Para além do Melhor Vinho da Beira Interior, o júri do concurso realizado na Guarda, nos dias 27 e 28 de junho, atribuiu ainda o prémio do Melhor Vinho no Feminino, o Prémio de Melhor Imagem, o Prémio de Melhor Imagem no Feminino, 14 medalhas de ouro e 10 medalhas de prata, num total de 84 vinhos a concurso, em representação de 30 associados da região”, referiu a CVRBI numa nota de imprensa. O galardão Melhor Vinho no Feminino foi atribuído a “Bodas Reais, branco, 2019”, o prémio de Melhor Imagem a “Quinta do Cardo, branco, 2021” e a distinção Melhor Imagem no Feminino a “Almeida Garrett, tinto, 2018”). A cerimónia de anúncio dos vencedores e entrega dos prémios decorreu em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, e foi presidida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. Na sessão, o presidente da CVRBI da Beira Interior, Rodolfo Queirós, “enalteceu a resiliência dos associados da CVRBI nestes tempos difíceis e parabenizou todos os participantes no concurso, referindo que, com mais esta iniciativa, a no-

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toriedade da Beira Interior saiu reforçada”. Reforçou, ainda, “a importância deste tipo de eventos para a dinamização da Rota dos Vinhos da Beira Interior”. Por sua vez, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, salientou “a relevância do setor vitivinícola para a coesão dos territórios, para a fixação de pessoas e captação de novos investimentos” e também “o papel da Rota dos Vinhos da Beira Interior como elo de ligação” entre o “vasto território da Beira Interior”. O décimo quinto concurso de vinhos da Beira Interior, que decorreu no Solar do Vinho da Beira Interior, na Guarda, contou com a participação de 84 vinhos tintos, brancos e rosados, vinhos espumantes e vinhos frisantes, “certificados como Denominação de Origem Controlada (DOC) Beira Interior ou como Indicação Geográfica (IG) Terras da Beira, das colheitas efetuadas entre os anos de 1999 a 2020, inclusive”. O júri do concurso foi presidido pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho e por mais 16 especialistas na área (oito mulheres e oito homens). O evento foi realizado nos moldes tradicionais de “prova cega”. A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, que correspondem a uma área de 20 municípios, onde se contabilizam cerca de cinco mil viticultores.


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Já autorizado pelo Instituto da Vinha e do Vinho

Município de Pampilhosa da Serra vai plantar 30 hectares de vinha Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) atribui ao Município de Pampilhosa da Serra autorização para plantação dos primeiros 30 hectares de vinha com Indicação Geográfica Protegida (IGP), na AIGP da Travessa, junto à aldeia do Trinhão.

aplicação dos critérios definidos no Despacho n.º 2560-A/2022 de 25 de fevereiro, que determina a área total máxima a atribuir, no país e por região, definida em 1% da área total de vinha existente, limitando a área máxima a atribuir por requerente a 30 ha, caso a área máxima requerida fosse superior à área total máxima a atribuir, como foi o caso neste ano de 2022. No seguimento dos trabalhos preparatórios para Rui Simão, vereador da Câmara de Pampilhosa da Serra, disse a transformação da paisagem na AIGP da Travessa, que a atribuição da área máxima ao Município para o ano 2022, o Município de Pampilhosa da Serra submeteu uma “premeia todo o trabalho realizado pelo Município, pela Comucandidatura, junto do Instituto da Vinha e do Vinho nidade Intermunicipal da Região de Coimbra e pela Comissão (IVV), à linha das Novas Autorizações de Plantação Vitivinícola Regional da Bairrada, parceiros desde o primeiro mode Vinha. mento com contributos em várias áreas, designadamente através Decorrido o processo de avaliação, o IVV delibede estudos e pareceres que robusteceram a qualidade e o crédito rou contemplar a candidatura com uma área inicial do projeto”. de nova vinha de 30 hectares, com Indicação GeoAinda no seguimento desta autorização para a plantação de nova gráfica Protegida (IGP) Beira Atlântico, sob a égide vinha com estatuto IGP, Rui Simão salientou que se trata de “um da Comissão Vitivinícola Regional da Bairrada, disnovo marco no caminho da transformação da paisagem na AIGP ponibilizando no registo vitícola a correspondente da Travessa, premeia a adesão dos proprietários a este projeto e o autorização de nova plantação, para um prazo máentusiasmo e interesse com que as comunidades e outros agentes ximo de três anos. públicos e privados têm dedicado a esta missão”. A área desta primeira autorização decorre da 22

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Alertando para um cadastro vitícola “desatualizado”

Associação Prodouro quer tornar “oficial” conceito de quinta no Douro A Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro) quer tornar “oficiais” as quintas da região e defendeu a inclusão desta designação no âmbito da criação do conceito único de parcela, alertando para um cadastro vitícola “desatualizado”.

numa propriedade totalmente junta com, por exemplo, 30 hectares de vinha, ter vários artigos matriciais e só um estar registado nas finanças e na conservatória como ‘quinta’”, referiu. De acordo com a associação, na “situação atual, só essa parcela poderá produzir vinhos com a designação ‘quinta’ e todas as outras parcelas, mesmo que contíguas, não podem”. “É uma situação caricata, porque não tem em conta a unidade da ex“Esta é uma oportunidade para rever as questões do ploração, mas sim o registo nas finanças e na conservatória”, cadastro do Douro e introduzir o conceito de quinta”, salientou a Prodouro no comunicado. afirmou o presidente da Prodouro, Rui Soares, citado Rui Soares acrescentou que “é preciso, agora, perceber qual num comunicado divulgado hoje pela organização que o método de medição da área que será utilizado”. “O Douro conta com 96 associados, entre viticultores independendeixou de contar as videiras que recheiam uma parcela de vites, produtores-engarrafadores e adegas cooperativas, nha, passando a valer a área da vinha, mas nunca medida da abrangendo 5.075 hectares de vinha. mesma maneira. Umas vezes a medição é feita sobre o moA associação explicou que as “propriedades do Douro nitor do computador, outras vezes através de levantamento são uma listagem de parcelas, sem estarem agregadas topográfico preciso. Uma incongruência absoluta e uma desinuma quinta”, uma situação classificada como “insólita” gualdade inaceitável”, sublinhou. e que denuncia um “cadastro vitícola desatualizado”. Por Para este responsável, o cadastro vitícola da Região Deisso mesmo, a Prodouro disse que quer aproveitar o novo marcada do Douro é uma “ferramenta única e inestimável”, conceito único de parcela para dar “a volta ao problema e pelo que é “fundamental assegurar rigor e riqueza da nova tornar ‘oficiais’ as quintas da região”. base de dados associada à parcela de vinha”. A Prodouro É que, segundo a organização, foi anunciada a criação do defendeu que, entre as especificidades do Douro que o conceito único de parcela, até agora diferente nos três ornovo conceito único de parcela deverá contemplar, está o ganismos públicos que intervêm no setor, designadamente inventário das castas tradicionais da região. o Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), o Instituto dos Vinhos O novo conceito de parcela integra dados como o explodo Douro e do Porto (IVDP) e o Instituto de Financiamento de rador, a data da plantação, o tipo de cultura, o destino da Agricultura e Pescas (IFAP). produção/uva, o modo de condução, a sistematização do A Prodouro explicou que as propriedades do Douro são terreno, o material vegetativo, o compasso de plantação, uma listagem de parcelas e só aquelas que estão registadas as castas, o método de irrigação e a identificação de parnas finanças e na conservatória como “quinta” é que são decela abandonada. signadas como tal no cadastro vitícola. “Pode dar-se o caso de

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Garantiu Ana Abrunhosa em Oliveira do Hospital

Governo garante apoio à fileira dos queijos DOP da Região Centro total de 40 mil euros. Nesta ocasião, a governante sublinhou que a Região Centro é a única região com projetos desta natureza e que integram uma fileira inteira. O projeto estará concluído no final deste ano, mas terá continuidade, através de um programa 2.0, “com mais ambição, mais pastores, mais escolas de pastores, mais escolas de queijeiros e outras atividades”. “Sobretudo que estas atividades sirvam para manter estes territórios ocupados, para valorizarmos estes territórios. Podemos não ter mais população, mas continuar a insistir em manter e fixar as pessoas, em rejuvenescer a classe que trabalha neste setor”, apontou. Ana Abrunhosa evidenciou ainda que as pessoas só vão ter “Deixo-vos a garantia de que não faltarão verinteresse neste setor de atividade se for rentável. “Às vezes, em Portugal, somos demasiado demagógicos, demonizamos os embas, nem recursos, para apoiar os vossos projepresários que têm lucro e até temos inveja daqueles que têm sutos. Queremos continuar com eles, os fundos cesso. Nada disso, tenhamos orgulho nos que têm sucesso, tomecomunitários existem, não só na Agricultura, mos por referência e desejemos que todos tenham lucro”, referiu. mas também através da Comissão de CoordeAos presentes, deixou o compromisso de o Governo continuar a nação e Desenvolvimento Regional do Centro trabalhar em conjunto. “Um país mais coeso é um país que cresce, e contamos com todos para estes projetos”, em todas as regiões e em que todas as famílias beneficiam desse destacou a governante. crescimento, em que não haja assimetrias ou em que uns não beneAna Abrunhosa visitou uma empresa agrícola de ficiem mais do que os outros. Isso significa igualdade de oportunicariz familiar, onde se produz leite e queijo Serra da dades, independentemente do sítio onde vivemos ou trabalhamos”, Estrela DOP, no concelho de Oliveira do Hospital, concluiu. presidindo depois à cerimónia de entrega dos PréO projeto “Programa de valorização da fileira do queijo DOP na mios “Vale Pastor”, onde foram atribuídos oito vales Região Centro” tem por objetivo apoiar os agentes da fileira na de cinco mil euros a empreendedores das Regiões resolução dos principais estrangulamentos da cadeia de valor dos DOP da Serra da Estrela e da Beira Baixa, no valor Queijos tradicionais da região desde o produtor de leite até ao con-

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu em Oliveira do Hospital que não vão faltar verbas e recursos para se continuar a apoiar projetos de valorização da fileira dos queijos da Região Centro.

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sumidor, de modo a fortalecer e valorizar a fileira. Com um financiamento aproximado de 2,5 milhões de euros, é desenvolvido pela Inovcluster, contando com 15 parceiros.

Oliveira do Hospital quer “mais gente” na produção de queijos DOP O setor da produção de queijos DOP precisa de ser reforçado, com mais pastores, mais queijeiros e incentivos, defendeu o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital. “Temos novas ambições, mas para isso precisamos de novos pastores, novos queijeiros. Precisamos de mais gente nesta atividade”, sustentou José Francisco Rolo. Na sua intervenção na entrega dos Prémios “Vale Pastor”, onde foram atribuídos oito vales de cinco mil euros a empreendedores das Regiões DOP da Serra da Estrela e da Beira Baixa, no valor total de 40 mil euros, José Francisco Rolo apontou que este é “um setor de futuro”. “Temos de acreditar, temos de incentivar e ter pessoas. Sim, este é um setor de futuro e para haver um futuro sustentável temos de manter as atividades agropastoris vivas, ativas e a produzir no terreno, a gerar valor acrescentado”, sublinhou. O autarca destacou a importância desta fileira, que “incorpora enorme riqueza para a região Centro”, e que tem mercados a conquistar, mas que vai muito além da sua dimensão produtiva. “Cada rebanho, cada pastor, é um fator de proteção do território, cada ovil no território é um vigilante da natureza, um ponto de deteção de qualquer ignição. Cada pasto é um ponto de defesa e de proteção civil”, acrescentou. Nesta ocasião, José Francisco Rolo agradeceu também a todos aqueles que trabalham diariamente nesta fileira. “São tão empresários, empenhados e criativos estes pequenos empresários agrícolas, como os que são criadores de aplicações tecnológicas e digitais. São os nossos ‘Steves Jobs’ da inovação territorial no mundo rural”, destacou. Sobre o “Programa de valorização da fileira do queijo DOP na Região Centro”, o autarca realçou a sua importância “na articulação com o turismo, com a estrutura das rotas de visitação e aumento do tempo de permanência dos turistas e dos visitantes”. “Associar a produção de queijo à visitação, a pontos de visitação, são de grande relevo”, concluiu.

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Feito há mais de 60 anos, tem soluções para enfrentar a seca

CAP quer recuperar plano de Camilo Mendonça para a agricultura transmontana O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, defendeu que um plano feito há mais de 60 anos tem soluções para a agricultura transmontana enfrentar a seca.

tempo e horas para que, dentro de pouco tempo, possam entrar em funcionamento”. “Esses projetos existem, pelo menos sabe-se quais são os locais onde esses projetos podem ser implementados, mas hoje há muito mais conhecimento para além disso. Se aquele plano existiu, saiu do papel, ganhou forma, fixou pessoas, criou riqueza na região porque não olhar para Na década de 1960, o engenheiro agrónomo e político ele”, questionou. Camilo Mendonça, conhecido como “pai da agricultura O presidente da CAP enfatizou que no tempo em que foi protransmontana”, revolucionou o setor nesta região com jetado “não havia dinheiro da Política Agrícola Comum (PAC), um plano que contemplava desde as produções em cada nem havia fundos comunitário e hoje há” e há também conhecizona a cooperativas agrícolas, infraestruturas e transformento e novas tecnologias. mação e comercialização de produtos no antigo CompleA confederação defende ainda como medida contra a seca que xo do Cachão. as barragens destinadas à produção de energia elétrica possam Muito do que o setor tem na atualidade nesta região é “no futuro ter uma função mista de produzir energia, de promover resultado desta estratégia, que não foi concretizada em o turismo e de promover a economia”. pleno e para a qual os políticos e agentes locais devem Reclama também que é necessário levar a este território, mais voltar a olhar, na opinião do presidente da CAP, expresafastado do litoral, “o 5G para que a Internet com muita qualidasa numa reunião, em Mirandela, para ouvir as preocupade possa atrair pessoas para desenvolver atividades económicas na ções dos agricultores de Trás-os-Montes. região, a começar pela agricultura”. “Toda a gente ouve falar em O dirigente destacou que “nesta região em particuagricultura de precisão, não é possível ser feita se não tivermos 5G, lar, a seca está a tomar proporções fora do comum” e se não tivermos Internet de qualidade em todos os locais”, vincou. lembrou que no plano de Camilo Mendonça “estava O dirigente defende ainda que “os políticos que representam a prevista a construção de dezenas de pequenas barraregião, ao nível do parlamento, ao nível local, presidentes de câmara, gens para beneficiar milhares de hectares (regadio) e de juntas de freguesia, associações de agricultores e os seus dirigenforam construídas quatro ou cinco”. tes têm que se juntar”. Para enfrentar períodos de seca como o atual, o Eduardo Oliveira e Sousa registou ainda que as prometidas ajudas presidente da CAP defende que em Trás-os-Montes financeiras do Governo para mitigar os efeitos da seca “chegaram se deve olhar para esses projetos e outros menos hoje, pela primeira vez, em seis ou sete meses” às mãos dos agriantigos, que “deveriam já estar a ser devidamente cultores transmontanos e considerou que “serão insuficientes face ao ajustados, modernizados e a serem financiados a período de seca vivido”.

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Desafio lançado pela Associação de Regantes

Pêssego do Vale da Vilariça ‘quer’ ter Indicação Geográfica Protegida fazer a Indicação Geográfica do pêssego do Vale da Vilariça O pêssego do Vale da Vilariça pode vir a ter Indipor forma a protegê-lo”, salientou. cação Geográfica Protegida. O desafio foi lançado O ponto de partida será a elaboração de um caderno de pela Associação de Regantes do Vale da Vilariça às especificações para o qual o dirigente disse que a associação entidades locais, no sentido de trabalharem em tem vindo a recolher alguns elementos para poder pedir a IGP, conjunto para a certificação deste fruto produzido um selo que passaria a garantir que não se repetem situações naquela região de Trás-os-Montes. como ver “pêssego espanhol nas caixas da Vilariça”.

Este fruto destaca-se entre a diversidade de culturas do O nome é sinónimo de qualidade e, para Fernando Brás, o Vale da Vilariça, que tem das maiores manchas de pomaprocesso de certificação será a garantia de que a Vilariça não res e é o maior produtor ibérico no concelho de Vila Flor, está “a dar as mais-valias aos outros”. “Se o nosso produto é segundo o presidente da Câmara. Pedro Lima manifestou único e autêntico, fruto do microclima que temos, temos a obridisponibilidade para aceitar o desafio. “O município está gação de fazer esse trabalho e dar garantias ao consumidor da disponível a fazer o que seja necessário para ajudar um qualidade do nosso produto”, salientou. produto que já se impôs no mercado e que agora só falta Ainda segundo o presidente da associação de regantes, a IGP o reconhecimento oficial”, disse o autarca. permitirá também proteger “algumas coisas que são tradição anO pêssego é um produto diferenciador daquele que é tiga, como era o pêssego seco, aquilo que chamavam as pavias considerado um dos vales agrícolas mais férteis de Trásda Vilariça, que é um subproduto que pode ser uma mais-valia -os-Montes e a possibilidade de criar um evento em torpara os agricultores” e que não está a ser aproveitado. no deste fruto foi levantada no Fórum Ambiente sobre Dos 2.400 hectares da área de regadio do Vale da Vilariça, 400 seca e regadio, integrado na Expovila, uma feira que são ocupados por pomares com uma produção de cerca de 10 mil decorreu durante quatro dias, em Vila Flor, no distrito toneladas de pêssego. Mas, segundo Fernando Brás, a quantidade de Bragança. é maior, já que existem também plantações fora do perímetro. A Associação de Regantes do Vale da Vilariça, a O presidente da Câmara de Vila Flor mostrou-se disponível para principal organização do vale, não esteve presente na apoiar o trabalho de certificação e a ideia de um evento em torno sessão, alegando que as representantes do setor não do pêssego apresentada no fórum da Expovila. “Acho que temos tiveram conhecimento da mesma. Contactado para toda a legitimidade de o fazer”, disse, apontando como hipótese comentar a ideia da criação de um evento em torno “lançar um certame onde Vila Flor fosse a rainha do pêssego”. “Tedo pêssego, o presidente da associação, Fernando mos na Vilariça centrais de triagem, que não ficam atrás de nenhuma Brás, defendeu que em primeiro lugar devia avançar na Europa e fornece por todo o país”, garantiu o autarca, acresceno processo de certificação. “A associação não tem tando que Vila Flor é “o maior produtor de pêssego a nível ibérico” e tido hipóteses de o fazer, porque não tem grandes um dos concelhos com maior área no vale que se estende ainda por condições económicas para isso, mas nós devíamos Torre de Moncorvo e Alfândega da Fé. 28

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Alertou o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente

Regadio desperdiça mais de um terço das reservas de água O regadio, em Portugal, desperdiça mais de um terço das reservas de água e alertou vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, salientando a necessidade de tornar os sistemas mais eficientes.

minho é os setores serem mais eficientes, nós pedimos mais barragens, e claro que é necessário fazer mais barragens, mas este ano nós estamos aflitos não é por não ter barragens, nós temos barragens, elas é que não têm água”, defendeu. Presente na iniciativa Fórum do Ambiente organizada pelo município de Vila Flor, a diretora regional de Agricultura e Pescas Num ano de seca, Pimenta Machado reiterou que a do Norte, Carla Alves, assegurou que há financiamento para a situação é “dramática” em algumas zonas do país, com reabilitação e modernização dos sistemas de regadio já existenas reservas abaixo do normal, mas considerou que a sotes e deu como exemplo a Associação de Regantes do Vale da lução não passa apenas por construir mais barragens, Vilariça, em Trás-os-Montes, que tem um projeto aprovado de mas também por resolver problemas de desperdício, in1,5 milhões de euros para o melhoramento da barragem da dicando que “os sistemas de regadio desperdiçam mais Burga e do Salgueiro. de 35% da água”. Carla Alves salientou que o próximo aviso para candidaturas Segundo explicou, a Agricultura consome 75% da água ao Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) destina-se precisautilizada no país e mais de um terço continua a ser despermente à aquisição “de tudo que são equipamentos necessádiçada em perdas no transporte, devido à antiguidade dos rios para uma rega eficiente, sejam sensores, drones, estações sistemas, muitos construídos nos anos de 1950, e considemeteorológicas, que permitem hoje fazer uma contabilidade rou que “o caminho é tornar os sistemas mais eficientes”. daquilo que é preciso a planta beber”. “O que é preciso é modernizar os canais. Não faz sentido A diretora regional defendeu que há também que contihoje que se perca água através do transporte, portanto a nuar a apostar em aproveitamentos hidroagrícolas, mas tamaposta é na eficiência, mas também em encontrar novas bém nas práticas tradicionais como as culturas de sequeiro origens de água, por exemplo usar águas das Estações de na região de Trás-os-Montes, mais adaptadas às alterações Tratamentos de Águas Residuais (ETAR) para lavar caixotes do clima. do lixo, ruas, regas de jardins”, afirmou. Carla Alves vincou se esta região continuar a plantar O vice-presidente da APA falava num fórum sobre a seca e amendoal, olival e vinha de variedades autóctones, “em o regadio, em Vila Flor, no distrito de Bragança, e especificou anos normais são plantas que conseguem funcionar sem que Portugal consome o equivalente a “dois Alquevas” de regadio e conseguem ser produtivas”. “É óbvio que nós água anualmente, destinando-se cerca de 75% desta a rega conseguimos aumentar as quantidades e o olival, a vinha, na Agricultura. o amendoal foram regados, mas se não forem as plantas Neste setor, destacou duas realidades no país, a sul do Tejo são resilientes e conseguem adaptar-se a estas alterações e no Nordeste Transmontano, onde, segundo disse, “a seca climáticas e, por isso, é que essa tem que ser a aposta no é estrutural e não uma questão de escassez de água”. “O cafuturo”, defendeu.

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Pode vir a tornar-se um instrumento valioso

Investigador da UTAD criou dispositivo sensor para deteção precoce de fogos florestais e contando com uma rede eficaz de comunicações, podem ser O professor e investigador da Universidade de mobilizados mais cedo os meios de combate ao incêndio e minoTrás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), António rados os seus danos. Encontrando-se já em fase experimental de Valente, desenvolveu um dispositivo sensor preaplicação simulada em territórios estratégicos, espera-se conheparado para antecipar alertas de ignições nas cer em breve os seus resultados. florestas, o que pode vir a tornar-se um instruEmbora se trate de um novo “vigilante da floresta”, é de referir mento valioso na prevenção e combate dos foque o mesmo dispositivo foi concebido igualmente para aplicagos florestais. ções ligadas à agricultura. Segundo António Valente, especialista Este projeto, inserido nas atividades do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), de que a UTAD faz parte, assenta na conceção de um pequeno aparelho, do tamanho de um telemóvel, tendo António Valente desenvolvido os “nós autónomos de sensorização”, isto é, segundo o investigador, “os módulos de hardware que contêm sensores de temperatura, humidade, pressão atmosférica e de CO2 e que transmitem os dados através de uma rede sem fios LoRaWAN”. Assim, ao ser detetada precocemente uma ignição,

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em dispositivos LoRaWAN, “a agricultura inteligente em geral, mas principalmente quando os campos agrícolas são muito heterogéneos, como é o caso da Região Demarcada do Douro, requer um grande número de sensores para obter um controle efetivo e, assim, aumentar a produtividade”. Trata-se de “sensores de baixo custo e, essencialmente, fáceis de instalar e manter”, podendo ser utilizados para medir diversos parâmetros ambientais, tais como “temperatura do solo e do ar, velocidade, rajada e direção do vento, teor de água no solo, tensão da água e condutividade elétrica, radiação solar, precipitação, pressão atmosférica e contagem de relâmpagos”.


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No concelho de Penalva do Castelo

Associação de Lusinde promove Agenda Cultural para combater despovoamento A Associação ‘A Eira’ promove durante este verão uma agenda cultural com o intuito de provocar encontros e diálogos entre as pessoas, de forma a combater o despovoamento e isolamento das aldeias.

alargámos um pouco mais. E vamos ter também ‘workshops’ de teatro sensorial, jogos tradicionais e conversas”, contou. Carlos Rodrigues adiantou que as conversas terão como foco “as questões do interior e do mundo rural”, e que vai haver também um “ciclo de cinema documental com alguns documentários que têm pontes de contacto com a realidade” de “Estamos numa freguesia onde quase não existia nada Lusinde. “De alguma forma, este cinema tem a ver connosco e acabamos por nascer, em 2020, com pessoas da aldeia, e com questões sociais para que o cinema comunique melhor que se preocupam com as questões do despovoamento com o nosso público-alvo, que é de uma faixa etária muito elee abandono das terras, com o objetivo de promover inivada, tendo em conta as nossas populações”, disse. ciativas culturais”, contou o presidente da associação. A agenda cultural acontecerá, “essencialmente, ao fim de seCarlos Rodrigues disse que a ‘A Eira’ nasceu em Lumana, durante os meses de julho, agosto e setembro, com exsinde, uma aldeia que dá nome a uma das freguesias ceção para os documentários que serão durante a semana, porde Penalva do Castelo, distrito de Viseu, e que, “à seque acontecem na biblioteca municipal” de Penalva do Castelo. melhança de outras aldeias do interior, tem uma popu“Também iremos ter iniciativas com jogos tradicionais e aí contalação muito idosa”. “Nascemos para lhes dar alguns mos com as colaborações das pessoas, junto das quais estamos a motivos para saírem de casa, encontrarem-se e parfazer recolhas de informações para podermos promover os jogos tilharem as suas ideias e conversarem de forma desque mais lhes dizem”, contou. contraída. No fundo, queríamos promover o convívio O presidente da Associação ‘A Eira’ admitiu ainda que um dos entre as pessoas da aldeia”. objetivos que a coletividade tem é a de “criar sinergias com outras Depois de terem proporcionado em algumas noiassociações do concelho para promover iniciativas conjuntas a cirtes do verão de 2021 sessões de cinema e alguns cularem nas aldeias” de Penalva do Castelo. serões musicais, a coletividade promove este ano O programa do Verão n’A Eira pode ser consultado na sua páuma segunda edição de “Verão n’A Eira” com mais gina na internet (https://aeira.net/verao_eira_2022/) e, este ano, as atividades. “Este ano, decidimos manter, porque, iniciativas percorrem as localidades de Lusinde, Penalva do Castelo, de forma surpreendente, tivemos uma forte adeEsmolfe, Sezures, Encoberta e Ínsua. são por parte das pessoas por onde andámos e até 32

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Um livro com 157 receitas e muitas histórias

Câmara apresentou Carta Gastronómica de Viseu

O Solar do Vinho do Dão, em Viseu, foi o palco para a apresentação da Carta Gastronómica de Viseu, que mostra uma ‘viagem’ pelo receituário tradicional do concelho, desde o seculo XVI até à atualidade.

O livro contém receitas, mas também textos que contam histórias, num convite para uma viagem pelos saberes e sabores da gastronomia mais genuína, que se praticava noutros tempos e que agora se procura preservar. “É um documento com o registo de 157 receitas populares da nossa região, resultado de um vasto trabalho de entrevistas, pesquisa e recolha de informação realizado ao longo dos anos no concelho de Viseu”, referia um nota da autarquia viseense. “Muito do que somos tem a ver com o que praticamos no nosso dia a dia, através das refeições, e cada uma dela tem uma história. Estas receitas levam-nos ao passado e trazem saudades”, disse o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas. Da doçaria conventual, como as Castanhas de Ovos e o Creme de Água, ao rancho à moda de Viseu; dos produtos agrícolas mais genuínos, que se cultivavam (e cultivam) nos quintais, aos apetrechos utilizados; da cozinha dos pobres à dos mais abastados, a Carta Gastronómica de Viseu é um documento que perpetuará a memória do gosto, que nos leva às nossas origens, mas também à dos nossos pais e avós. “É no dedo e no paladar que está o segredo”, referiu Alberto Correia, que lembrou “a importância da qualidade dos produtos e do saber fazer”. Alberto Correia, antropólogo, foi um dos investigadores e redatores do livro, que, frisou, “é de muita gente, uma obra coletiva”. A fotografia é de José Alfredo e contou com textos de Paulo Barracosa, Luís da Silva Fernandes, Carlos Silva, Rui Monteiro e Rosário Pinheiro.

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Cartaz foi apresentado durante Feira do Cavalo

Feiras Novas em Ponte de Lima acontecem de 7 a 12 de setembro gem deste ano das tradicionais Feiras Novas homenageia uma figura limiana ímpar no contexto cultural e de relevo singular das A apresentação publica do cartaz Feiras Novas, o cantador ao desafio Zé Cachadinha. das Feiras Novas é um momento soleDurante a apresentação pública do cartaz, que aconteceu na cerimónia de abertura da Feira do Cavalo, o presidente da Asne e especial em Ponte de Lima. Este sociação Concelhia das Feiras Novas, Gonçalo Rodrigues, aludiu ano foi dado a conhecer na abertura aos vários elementos que surgem no cartaz, que “nos transportam da Feira do Cavalo. Zé Cachadinha, de imediato para as Feiras Novas, como sejam a multidão, o movimento, o fogo-de-artifício, a iluminação e outros elementos decantador ao desfaio ‘desaparecido’ corativos, o folclore, os arcos da ponte e as tendas dos feirantes”. em 2019, está em destaque. Já o presidente da Câmara de Ponte de Lima, Vasco Ferraz, considerou que este “importante ritual de apresentação do cartaz das Feiras Novas contribui para um abrir de apetite em relação à nossa Consideradas como “o maior congresso ao importante Romaria e funciona como uma espécie de tiro de partivivo da cultura em Portugal”, as Feiras Novas da, a partir do qual começa a contagem decrescente para este granregressam em pleno, e 7 a 12 de setembro, de arraial minhoto servido nas ruas, nos largos e no areal de Ponte de Lima”. Para o autarca minhoto, a apresentação do cartaz “é sempre sendo uma referência nacional que atrai cenanimado por um espírito de grande curiosidade, em que assistimos tenas de milhares de visitantes a Ponte de ao retirar do véu e à revelação do cartaz das Feiras Novas, que vai Lima. passar, a partir de agora, a ser a imagem identificadora por excelência Da autoria do artista plástico Mário Rocha, a imadas Festas de Setembro”. 34

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Feira do Cavalo superou as expectativas Considerado um dos eventos mais relevantes do concelho de Ponte de Lima, e com forte predominância desportiva, a XIV Feira do Cavalo de Ponte de Lima superou as expectativas com destaque para um recorde de inscrições no concurso de Modelo e Andamento. Esta adesão refletiu a importância do Cavalo Lusitano como fator de atratividade, que leva à Vila Mais Antiga de Portugal adeptos do “turismo a cavalo”, bem como do “turismo do cavalo”, ou seja, cavaleiros recreativos/de competição e admiradores de eventos equestres. Neste regresso, a aposta na promoção do cavalo e do hipismo em toda a região foi um dos grandes objetivos da deira, que eleva Ponte de Lima e Portugal no circuito mundial equestre, transformando-se em simultâneo num motor de desenvolvimento social e económico, valorizando as potencialidades turísticas e ambientais do concelho e da região. Nesta edição da Feira do Cavalo de Ponte de Lima, Requinte, apresentado por Carlos Ramalhete, sagrou-se o Campeão dos Campeões 2022. Requinte pertence ao proprietário e criador Filipe José Fernandes Sousa.

Associação de Municípios Portugueses do Cavalo Em simultâneo ao programa da Feira, a autarquia de Ponte de Lima promoveu um encontro com vários municípios com atividades equestres e algumas associações do setor, durante o qual foi assinado um Memorando de Entendimento para a Constituição da Associação de Municípios Portugueses do Cavalo. Esta associação pretende estabelecer a definição de uma estratégia conjunta em prol do desenvolvimento do sector, promovendo, protegendo e valorizando os territórios de vocação equestre. É, entre outros, objetivo comum dos municípios e entidades que assinaram o documento procurar financiamento e reivindicar investimentos para projetos que promovam o desenvolvimento dos territórios, numa estratégia conjunta de ações que visem a preservação ativa da tradição, decorrente do aproveitamento deste recurso endógeno estratégico, através da criação de infraestruturas de qualidade superior, e da organização de provas de alta competição. Os signatários pretendem, ainda, tornar tangível o acesso ao desporto equestre ao público local e não local, associando toda esta dinâmica a uma forte componente de turismo e lazer. Marcaram presença as autarquias de Alter do Chão, Barcelos, Esposende, Fundão, Golegã, Ponte da Barca, Viana do Alentejo, Viana do Castelo, Vila Pouca de Aguiar e Ponte de Lima e demostraram interesse em associar-se à Associação os Municípios de Valongo, Alfandega da Fé, Lagoa, Serpa, Santarém e Ponta Delgada. Assinaram também o Memorando de Entendimento para a Constituição da Associação de Municípios Portugueses do Cavalo, a Federação Equestre Portuguesa, Associação Nacional de Turismo Equestre e a Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano.

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CURTAS

Sabores de verão nos Fins de Semana Gastronómicos da Fruta de Palmela De 15 a 17 e de 22 a 24 de julho, a Fruta de Palmela dá cor e sabor à próxima edição dos Fins de Semana Gastronómicos, que vai decorrer em 24 estabelecimentos de restauração do concelho. A típica Maçã Riscadinha vai estar em destaque nas ementas, mas também vai ser possível saborear diversas entradas, pratos principais, sobremesas e bebidas confecionados utilizando outros frutos, como laranja, noz, pêssego, figo, manga, morango ou maracujá. Os Fins de Semana Gastronómicos da Fruta de Palmela integram o calendário anual do programa “Palmela - Experiências com Sabor!”, promovido pelo Município e pela Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal.

Sabores do Castelo promove produtos típicos de Leiria O verão vai ter mais sabor no Castelo aos fins de semana e feriados, com a comercialização de produtos típicos de Leiria, um projeto desenvolvido pelo Município em colaboração com os agrupamentos de escuteiros do concelho, em que é recriado um espaço de comercialização de iguarias gastronómicas de inspiração medieval. Os produtos base desta recriação fazem parte do cabaz do projeto É de Leiria, podendo ser degustadas no castelo iguarias como a bola de leitão da Boa Vista, morcela de arroz, xágria, limonada com hortelã, café medieval, merendeiras de batata-doce, bolo das festas, amendoim torrado e as inevitáveis e deliciosas Brisas do Liz.

XVII Feira do Caracol em Cernache do Bonjardim “Agricultura Biológica Passo a Passo” em seminário na ESAC De 8 de julho a 28 de agosto, o Clube Bonjardim, em Cernache do Bonjardim, promove a 17.ª edição da Feira do Caracol, desta feita em regime de take away. “Comer caracóis com o ensinamento do Mestre” continua a ser o mote da iniciativa que possibilita degustar onze receitas diferentes desta especialidade: Caracol frito, Caracol à A Escola Superior Agrária de Coimbra promove, no dia 20 Pescador, Caracol com Caril, Caracol à S. Nuno, Omede julho, a partir das 9h30, o seminário “Agricultura Biológica lete de Caracol, Feijoada de Caracol, Escargot, CaracoPasso a Passo”. leta Grelhada na Chapa, Caracol Tradicional, Caracol à Trata-se do evento de encerramento do projeto Divulgar Bio, Caçador e Caracol à Criança. liderado por esta Escola, que visou a criação de manuais facilitaRefira-se que a Feira do Caracol funcionará de terdores do processo de conversão das explorações horto-frutícoça a domingo, das 17 horas às 21h30m, apenas em las para Agricultura Biológica (AB), com a participação ativa dos regime de take away, no Jardim do Clube Bonjardim, agricultores e tendo em conta as suas perspetivas. em Cernache do Bonjardim. Os pedidos deverão ser “Produzir em Agricultura Biológica”, “Comercialização e Certifeitos através dos contactos 936509028 e 933564758. ficação” e “Perspetivas para a Agricultura Biológica em Portugal” A XVII Feira do Caracol é promovida pelo Clube são os temas genéricos em abordagem neste seminário, cujo proBonjardim e pela Confraria do Caracol, com o apoio grama contempla ainda a partilha de experiências de agricultores do Município da Sertã e da União de Freguesias de parceiros do projeto Divulgar Bio, bem como a apresentação dos Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais. manuais intitulados “Agricultura Biológica passo a passo”.

Ana Moura e Augusto Canário animam Feira Terras do Lince

A Feira Terras do Lince regressa, este ano, em fordo programa. Ana Moura, Augusto Canário, Putzgrilla, FH5, os mato presencial a Penamacor nos dias 29, 30 e 31 ritmos cubanos da Union Salsera e os DJ ´s Rizzo, Joana Perez e de julho. Recorde-se que, durante a pandemia de Mastikshine são alguns dos nomes que fazem parte do programa. COVID-19, o Município local tinha garantido um Recorde-se que a Feira Terras do Lince marca o calendário de formato alternativo para garantir a continuidade verão em Penamacor, com uma mostra de produtos regionais, dos do certame. Artesanato, tasquinhas, pintura, esquais se destacam o mel, o azeite, as azeitonas, os enchidos, os cultura, animação de rua, animação infantil, visita doces, e os licores, dando a conhecer o que de melhor se produz guiada e encenada e muita música fazem parte no concelho. 36

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No dia 20 de julho, na Casa da Cultura

CRAFT - Turismo Criativo promove sessão em Sátão No âmbito do projeto CRAFT - Turismo Criativo Viseu Dão Lafões a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões e a Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD) vão promover uma sessão aberta e colaborativa em torno dos produtos a prototipar.

Esta sessão, que terá lugar no dia 20 de julho, pelas 14 horas, na Casa da Cultura de Sátão, conta com a presença de artesãos e participantes nas Oficinas de Cocriação, realizadas no passado mês de junho, e pretende discutir, em conjunto, as ideias que irão avançar para processo de prototipagem. O Craft Turismo Criativo assume-se enquanto um projeto de valorização, qualificação e promoção turística baseado nos recursos e ativos patrimoniais, culturais e imateriais associados ao artesanato, do saber-fazer à criatividade, que conta com a participação ativa das comunidades de Aguiar da Beira, Sátão, Penalva do Castelo, Mangualde e Nelas. Desenvolvido numa parceria entre a ADD e a CIM Viseu Dão Lafões, o Craft - Turismo Criativo pretende reinterpretar técnicas e matérias-primas tradicionais e desenvolver novas abordagens estéticas de forma a contribuir para a afirmação do património artesanal regional como ativo cultural e turístico. Após um levantamento de técnicas, matérias e artesãos presentes neste território, foram realizadas Oficinas de Cocriação em conjunto com os artesãos locais. Nesta sessão colaborativa será promovida a partilha dos resultados destas oficinas, assim como referências de boas práticas e projetos semelhantes, estimulando a discussão sobre a inovação e o potencial do artesanato nas práticas culturais e turísticas. Para o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, “através deste projeto pretende-se promover o património associado às artes e ofícios tradicionais, enquanto fator de diferenciação e competitividade turística”. “Esta sessão colaborativa vem promover a criação de novas dinâmicas entre os diversos agentes ligados ao artesanato presentes no território”, acrescentou. Por sua vez o coordenador da ADD, Emanuel Ribeiro, salienta que “esta sessão colaborativa visa dinamizar a troca de saberes e experiências entre os artesãos envolvidos neste projeto, ao mesmo tempo que dissemina o conhecimento e o seu know-how relativo ao artesanato”.

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OPINIÃO

A vida virada do avesso Vivemos tempos difíceis no que ao clima diz respeito. -se insuportável. Passaram 50 anos. As elevadas temperaturas que nos últimos dias se fizeram Os dados indicam que a temperatura média do planeta subiu, nas últimas décadas, cerca de um grau e meio. Pouca coisentir devem fazer-nos refletir, mas sobretudo agir e rápido, sob pena de olharmos para as próximas décadas com sa, dirão alguns. O que já percebemos é que é mesmo muito. muita preocupação. Espero ainda andar por cá mais alguns anos. “Mais trinta”, Eu, que já entrei na chamada ‘segunda’ idade, há alcomo digo à minha médica há alguns anos. Quero ver os meus guns anos que sinto tais efeitos. Lembro do tempo em netos crescerem, felizes e com saúde. Contudo, e sem querer que os nevões eram frequentes no inverno, chovia duser pessimista, estou preocupado que a vida que eles terão rante semanas e no rio Coja, que passava ao fundo da neste pedaço de chão daqui a 50 anos. quinta, ali na Silvã, não faltava água para dar uns merOu definitivamente olhamos para o planeta Terra com muita gulhos e regar as culturas. O sol, no verão, era quente, atenção, tratando-o mesmo muito bem, trazendo-o na palma da mas suportável. mão, ou corremos o sério risco de termos que construir ‘bunkers’ Hoje os nevões são inexistentes, chove muito menos para melhor suportarmos as temperaturas, talvez dormindo de e durante poucos dias, o rio Coja leva pouca água, tem dia e trabalhando de noite. Ou seja, a vida está a ficar virada do muitas zonas secas, e o sol, nesta altura do ano, tornouavesso. José Luís Araújo

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Para salvar pomares de maçã

Município de Moimenta da Beira instalou sistemas anti granizo só a sobrevivência financeira de muitos empresários agrícoÉ uma nova arma de combate ao granizo, que sallas e respetivos colaboradores, bem como da economia do va a cultura da maçã e que já está a ser instalada no nosso concelho”, explicou o presidente da Câmara de Moiconcelho de Moimenta da Beira. Nesta fase de implementa da Beira, Paulo Figueiredo. mentação do sistema anti granizo (canhões), concretiO canhão anti granizo é um dispositivo que interrompe zado em colaboração com a Associação de Fruticultoa formação do granizo, por ondas de choque. Uma misres da Beira Távora, num investimento superior a meio tura explosiva de oxigénio e gás de acetileno é inflamado milhão de euros (513.908,40). na câmara inferior do aparelho. À medida que a explosão

“Entre outros sistemas que analisamos, concluímos que este é o mais eficaz contra o granizo. É bom lembrar que a atividade frutícola, designadamente a produção de maçã, tem sido fortemente fustigada pelas intempéries de granizo, que se traduziu numa quebra acentuada na produção, colocando em causa não

passa através da garganta e para dentro do cone, desenvolve uma onda de choque, que em seguida se desloca à velocidade do som, atingindo rapidamente as camadas mais altas da atmosfera, zona onde se forma o granizo, interrompendo assim a sua formação.

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Astra 5P Híbrido Plug-In - Consumo de combustível combinado (1,1–1,2 l/km); Emissões de CO₂ combinadas (24-27 g/km); Consumo de energia elétrica combinado (14,5–14,9 kWh/100 km); Emissão de CO₂ (0 g/km); autonomia 100% elétrica (59-60 km) (dependendo das opções equipadas no veículo). De acordo com a metodologia de procedimento de teste WLTP R (CE) n.º 715/2007, R (UE) n.º 2017/1153 e R (UE) n.º 2017/1151. Sabe mais em opel.pt ou contacta o teu concessionário.

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MIRTILO

Autor: Diogo M. Marcelino

“Seus frutos mimosos, ostentam airosos, alegres pomares.”

MANGUALDE

Frutos Vermelhos de


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