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Ministra da Agricultura anunciou novas medidas de apoio ao setor vitivinícola
Adegas Cooperativas do Dão com prejuízos superiores a um milhão de euros Câmara de Aguiar da Beira cancelou Feira das Atividades Económicas 2020
Maranho da Sertã é marca protegida a nível nacional
Câmara da Mealhada marcou a FESTAME 2021 para a semana de 5 a 13 de Junho
Técnicos e investigadores vão estudar e caraterizar os Azeites do Douro Sónia Martins assumiu a liderança da Lusovini – Vinhos de Portugal
Maceração Pelicular e Clarete são as ‘novas estrelas’ da Adega de Penalva Mais de três dezenas de restaurantes no Concurso Beira Interior Gourmet Comissão Vitivinícola do Algarve dá um novo impulso aos produtores de vinhos da região Douro Primeira Prova 2020 adiada para Outubro
Ficha técnica Ano XV | N.º 364 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba | Júlio Sá Rego Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores. 2
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Câmara de Anadia realiza Feira da Vinha e do Vinho online
Crónicas Rurais: Terra Quente Terra Fria - Terra de Churras
Produtos à base de urtiga têm sido um sucesso
Universidade de Évora representa Portugal em projeto multinacional de irrigação solar Politécnico de Coimbra experimenta substituição de herbicidas na Agricultura Biológica Proença-a-Nova aposta nas plantas aromáticas como novo pilar estratégico
Associação das Termas de Portugal congratula-se com a reabertura das termas Projeto das Aldeias da Mesa dos 4 Abades apresentado em Ponte de Lima Diário de Bordos II - Luís Serpa: “A minha Palma”
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Maria do Céu Albuquerque visitou a região de Viseu
Ministra da Agricultura anunciou novas medidas de apoio ao setor vitivinícola A ministra da Agricultura esteve na região de Viseu e anunciou um pacote de ajudas ao setor agrícola, que inclui 25 milhões de euros para agricultores de zonas desfavorecidas e, especialmente, cerca de 15 milhões para apoio à destilação e armazenamento privado.
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aria do Céu Albuquerque visitou a região a convite da Turismo Centro de Portugal, no âmbito da iniciativa “Turismo e Agricultura na região do Dão”, para melhor conhecer a realidade da integração das questões da agricultura no turismo e no enoturismo. A ministra começou o périplo pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, onde teve um encontro com a CVR, CIM Viseu Dão Lafões, presidente da Turismo do Centro e outros dirigentes do setor. A governante ficou a par dos projetos da Comissão Vitivinícola Regional do Dão na área do Turismo, nomeadamente a Cidade do Vinho, iniciativa com componente turística e pedagógica. Seguiram-se visitas à União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA), à Queijaria Flor da Estrela, em Mangualde, e à Ervital, em Castro Daire. 4
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Enoturismo é “uma aposta estratégica do Turismo Centro de Portugal” Após a visita às instalações da UDACA, o presidente do Turismo do Centro sublinhou que o enoturismo é “uma aposta estratégica do Turismo Centro de Portugal” e uma “nova fileira com capacidade de atrair visitantes”. “A paisagem rural é um ativo importantíssimo da região. Os produtores destes territórios são mestres na transformação da paisagem, tendo-a tornado um ativo poderoso de atração turística”, enalteceu Pedro Machado. Há “cerca de 15 milhões de euros para destilação de crise e armazenamento privado”
O Governo vai anunciar várias iniciativas para ajudar o setor vitivinícola a enfrentar a crise provocada pela Covid-19. A ministra da Agricultura adiantou que “há um conjunto de medidas de crise que estão a ser estudadas e que vamos apresentar, se tudo correr como estamos à espera,
até final desta semana”, disse Maria do Céu Albuquerque em Viseu, no final de uma visita à União das Adegas Cooperativas do Dão. Segundo a governante, numa primeira fase, o Governo conseguirá, “sem prejuízo dos programas anuais em curso, disponibilizar cerca de 15 milhões de euros para medidas de destilação de crise e armazenamento privado”. Tal será feito de acordo com as condições permitidas pela Comissão Europeia, explicou: “Sem haver reforço do orçamento comunitário, mas apenas com as verbas que disponibilizamos a nível nacional dos nossos programas em vigor”. A ministra disse que, no entanto, há a expectativa “de que a Comissão Europeia rapidamente faça um reforço destas medidas, nomeadamente com mais reforço financeiro”, para que o Governo possa ir ao encontro das necessidades do setor. “Estamos também a estudar para o vinho do Porto uma medida específica de reserva qualitativa”, acrescentou a governante, sublinhando que o Governo quer “apresentar medidas que vão setorialmente permitir fazer a retoma e atingir os objetivos” que estavam previstos. Maria do Céu Albuquerque disse que se mantém o objetivo de Mangualde. Jorge Coelho, responsável máximo da “atingir os mil milhões de euros de exportações em 2022”, que o queijaria, contou a história desta unidade de refeGoverno não pretende alterar, apesar da pandemia. “O que querência na região, que tem sabido conquistar quota de remos é criar condições para que rapidamente este setor possa mercado graças a excelência dos seus queijos. Numa retomar o que estava a fazer, posicionando-se como um dos parbreve intervenção, Maria do Céu Albuquerque salienticipantes no top ten de países mais exportadores em matérias tou os bons exemplos de trabalho que está a ser feito de vinho”, frisou. A ministra lembrou que existe um conjunto no interior, por “pessoas de grande valor”. de medidas transversais, ao qual a produção vitivinícola está A deslocação terminou em Mezio, Castro Daire, com associada, concretamente para regiões desfavorecidas, como uma visita à Ervital, unidade de produção de infusões e colocar mais 25 milhões ao serviço dos agricultores nestas recondimentos biológicos. giões e antecipar para Outubro os pagamentos diretos que A comitiva tomou conhecimento da qualidade excecioseriam feitos em Dezembro. nal dos produtos cultivados nesta exploração, no coração da Serra do Montemuro. Como realçou o administrador, Visitas à Queijaria Flor da Estrela e à Ervital Joaquim Morgado, aqui “são cultivadas 300 espécies autóctones, em campos exclusivos e onde não há cultivo em Após um almoço no restaurante Mesa de Lemos, onde redor, de forma a garantir que não existem contaminações a comitiva foi recebida pelo chef Diogo Rocha, teve lugar cruzadas”. uma visita às instalações da Queijaria Vale da Estrela, em Pág. seguinte www.gazetarural.com
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Paulo Almeida, presidente da Câmara de Castro Daire, destacou a Ervital como símbolo do “excelente trabalho e da qualidade que tem vindo a acontecer” no concelho nesta e noutras áreas de atividade. Apoios ao setor, programa VITIS, incêndios de 2017 e seguros agrícolas estiveram em cima da mesa
meadamente os vinhos de menor durabilidade”, frisou o presidente da CVR Dâo à Gazeta Rural. “Mais importante que o reforço da verba, é a rapidez da sua aplicação”
Esta “é uma boa medida, mas não chega, pois segundo cálculos que fizemos o setor, a nível nacional, só para a intervenção necessitaria de 25 a 30 milhões de euros, mas mais importante que o reforço da verba, é a sua aplicação o mais rápido possível, de modo a que quando comeO presidente da Comissão Vitivinícola Regional çarem as vindimas isso não vá afetar os preços das uvas”, salienta o dido Dão ficou satisfeito com a visita, considerando rigente, lembrando que o setor “andou lutar durante 20 anos para criar que “foi muito importante ter cá a Ministra da valor para o vinho e para as uvas, e com esta paragem por causa da panAgricultura, para lhe darmos a conhecer os nosdemia isso não pode ser posto em causa”, considerou Arlindo Cunha. sos projectos, mas principalmente os problemas, Outra questão abordada foi a taxa de não aprovações, por falta de e uma oportunidade para ver mais de perto a dotação orçamental, de candidaturas ao programa VITIS, que a nível nossa realidade. nacional ronda os 50% e na região do Dão foi superior a 80%. “Há algo Questões como o apoio a destilação e armazeque está errado e fizemos sentir à senhora ministra a necessidade de namento privado; a baixa taxa de não aprovação verificar o que se passa, pois isto é uma situação anómala”, referiu o de candidaturas ao programa VITIS, que na região dirigente, que interpelou Maria do Céu Albuquerque acerca da não do Dão foi superior a 80%, e também a questão aprovação das candidaturas para a reconversão das vinhas que ardedos seguros agrícolas estiveram em cima da mesa ram nos incêndios de 2017, o que Arlindo Cunha considera “imoral”. na reunião tida na CVR Dão. Por fim a incontornável questão à volta dos seguros agrícolas. “ToArlindo Cunha considerou que o anúncio de 15 dos os anos a agricultura tem situações de calamidade, mas se tivermilhões para destilação e armazenamento privado mos um instrumento de seguros a funcionar em termos de rotina, “é uma novidade”, mas “não chega”. “Os 25 milhões não precisamos de andar a pedir dinheiro ao Governo sempre que para zonas desfavorecidas já tinham sido anunciahá uma calamidade”, considera o antigo ministro da agricultura. dos, mas os 15 milhões é uma novidade e uma boa Arlindo Cunha pediu a intervenção da governante para o facto de medida, porque inicialmente eram apenas 10 mina região do Dão haver duas zonas, uma com a classe D (de baixo lhões”, referiu, vendo “com satisfação esta mudança, risco) e outra com classe C, (de maior risco), que é a região norte, pois 15 é melhor que 12”, lembrando, porém, que “a nomeadamente a sub-região de Castendo. grande maioria dos agricultores tem a campanha de Para Arlindo Cunha “não faz sentido que numa região pequena 2019 quase toda nas adegas, pelo é necessário uma como o Dão haja esta diferenciação”. A ministra garantiu que esta medida com muito peso para que os viticultores se questão iria ser debatida numa reunião com as seguradoras sobre possam livrar de alguma produção excedentária, noos seguros agrícolas. 6
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Devido à quebra de vendas no mercado externo no primeiro semestre deste ano
Adegas Cooperativas do Dão com prejuízos superiores a um milhão de euros M
“excesso de ‘stocks’ de países próximos”, como o Chile e a Argentina. ais de um milhão de euros é o prejuízo “Exportavam fundamentalmente para a China, o que fez com que eles estimado pelo presidente da União das entrassem no mercado brasileiro a preços muito mais baixos. Isso criaAdegas Cooperativas do Dão (UDACA) no primei-nos problemas nesse mercado, porque não temos preços concorrenro semestre deste ano devido à covid-19, mas ciais”, lamentou. Fernando Figueiredo mostrou-se otimista relativaNeste primeiro semestre, a quebra terá sido “de 30 a 40%, não mente ao futuro. só nesses mercados internacionais, mas também no mercado nacioEm declarações aos jornalistas no final de uma nal”, que “teve uma quebra muito acentuada”, acrescentou. visita da ministra da Agricultura, Maria do Céu AlbuA UDACA teve de recorrer ao ‘lay-off’ a 50%, um processo que já querque, o dirigente explicou que 70% do negócio terminou. “Agora, estamos a recuperar e pensamos que, até ao fida UDACA é feito no mercado internacional. “Depennal do ano, vamos conseguir, não digo recuperar a totalidade, mas de muito de como estão os mercados internacionais, chegar próximo disso”, realçou Fernando Figueiredo. fundamentalmente dois mercados que nos afetaram O responsável garantiu que continuará atento às novas medibastante: a China e o Brasil”, frisou. das que devem ser anunciadas esta semana para o setor, porque No que respeita à China, as encomendas pararam depretende “aproveitar tudo para tentar continuar na senda da vido à covid-19 e a UDACA também parou. “Felizmente, exportação” e defender as suas marcas. já recebemos uma encomenda e as coisas estão a correr A UDACA representa as adegas de Penalva do Castelo, Silbem”, contou o responsável. gueiros, Mangualde, Vila Nova de Tázem e Ervedal da Beira, Relativamente ao Brasil, Fernando Figueiredo consideque, no conjunto, abrangem mais de cinco mil produtores. rou que a situação é mais complicada, quer por causa do momento crítico da pandemia que ainda vive, quer pelo
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Adiada para o próximo ano
Câmara de Aguiar da Beira cancelou Feira Atividades Económicas de 2020
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Câmara de Aguiar da Beira decidiu cancelar a edição deste ano da Feira das Atividades Económicas 2020, que voltará a realizar-se em 2021. A autarquia justifica a decisão numa nota publicada nas redes socias “atendendo ao contexto de pandemia da Covid-19 e todas as implicações que daí advêm”. Recorde-se que Feira das Atividades Económicas é o maior certame de promoção do concelho de Aguiar da Beira, “sempre tão aguardado por todos os agentes económicos, jovens e menos jovens”, diz a autarquia liderada por Joaquim Bonifácio. Realizada no último fim de semana de Julho, a feira recebe mais de uma centena de expositores e muitos milhares de visitantes.
Nos dias 27 e 28 de Junho e 4 e 5 de Julho em Palmela
Mercado Queijo, Pão e Vinho em Palmela oferece os melhores produtos regionais
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os dias 27 e 28 de Junho e 4 e 5 de Julho, o Mercado do Queijo, Pão e Vinho, em S. Gonçalo, Quinta do Anjo, em Palmela oferece os melhores produtos regionais. A edição deste ano do Festival teve que ser cancelada, devido ao surgimento da pandemia que assola o país, mas, consciente da importância que este evento tem para a economia local, a organização, a cargo da Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA), com o apoio da Câmara de Palmela e da Junta de Freguesia da Quinta do Anjo, decidiu avançar com esta iniciativa. Nos dois fins de semana, entre as 9 e as 14 horas, os visitantes vão poder encontrar os produtores de queijo, pão, vinho e doçaria regional que, habitualmente, participam no Festival, apresentando e vendendo alguns dos melhores produtos da região. Ao visitar o Mercado do Queijo Pão e Vinho está também a apoiar estes agentes económicos, que viram a sua atividade prejudicada pela pandemia da COVID-19. A iniciativa não vai contar com os espaços de gastronomia, animação e exposição habitualmente presentes habitualmente no Festival. Para garantir as distâncias obrigatórias e a segurança de todos, os produtores vão repartir-se entre o interior e o exterior do pavilhão da ARCOLSA. 8
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Parque Industrial CoimbrĂľes, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.soveco.pt
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Pedido de reconhecimento de produto com IGP já deu entrada
Maranho da Sertã é marca protegida com “Indicação Geográfica” O “Maranho da Sertã” é já um produto protegido com “Indicação Geográfica” (IG). O despacho da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural já publicado em Diário da República.
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despacho foi o culminar de um longo processo iniciado há alguns anos pela Câmara da Sertã e pela Associação de Produtores do Concelho da Sertã (APROSER). O presidente do Município da Sertã não escondeu a sua satisfação, pois esta “era uma notícia aguardada há muito e que nos enche a todos de orgulho”, afirmou José Farinha Nunes. “Sempre acreditámos na viabilidade deste projeto, que considerávamos fundamental para a afirmação do Maranho, que necessitava desta proteção legal e a Sertã pode assim reforçar o estatuto desta iguaria que é produzida no nosso concelho há mais de dois séculos”, sublinhou o autarca. O despacho n.º 6106/2020 da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural indica que “ao abrigo do artigo 9.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Novembro de 2012, e ao abrigo da subalínea i) da alínea a) do n.º 3 do Despacho n.º 572/2020, de 18 de Dezembro de 2019, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 11, de 16 de Janeiro de 2020” é conferida, “a nível nacional, proteção à denominação ‘Maranho da Sertã’ como Indicação Geográfica, com efeitos a partir de 11 de Maio de 2020, data de apresentação do colas tradicionalmente produzidos numa região, gapedido de registo à Comissão”. rantindo, assim, ao consumidor que os produtos foO Maranho da Sertã passa, a partir de agora, a poder ser acomram produzidos na região que os tornou conhecidos panhado pela designação IG. Na prática, além de informar o e cujas características, qualidade e modo de confeção consumidor sobre a origem ou a proveniência de um produto, estão de acordo com as tradições que os fizeram faserve também para garantir que o mesmo reúne determinadas mosos. características e qualidades específicas. Esta IG fica também ao Todos os produtos com IGP apresentam a respetiva abrigo do Direito de Propriedade Industrial, o que confere aos menção, assim como a marca de conformidade e o lolegítimos usuários a possibilidade de reagir contra utilizações gótipo comunitário. indevidas e abusivas em produtos que as desprestigiam. Para o presidente da Câmara da Sertã, a proteção IG não “é meramente simbólica, mas antes um veículo importante conducente à criação de valor acrescentado para o produto e para o tecido empresarial, que vende Maranho”. Mas o processo de proteção não termina por aqui. Neste momento, deu já entrada na União Europeia o pedido de reconhecimento do Maranho da Sertã enquanto produto com Indicação Geográfica Protegida (IGP). No caso da IGP cabe às instâncias europeias a decisão final. A IGP é atribuída a produtos gastronómicos ou agrí10
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Por Despacho publicado no Diário da República de 5 de Junho
Sal e Flor de Sal de Castro Marim tem denominação de origem O Sal e Flor de Sal de Castro Marim já tem Denominação de Origem, uma proteção há muito esperada pela Cooperativa Terras de Sal e pelo Município de Castro Marim. Foi assim determinada, a nível nacional, proteção ao “Sal de Castro Marim” e “Flor de Sal de Castro Marim”, por Despacho n.º 6105/2020, publicado no Diário da República de 5 de Junho.
O
uso desta denominação de origem fica reservado aos produtos que obedeçam às disposições constantes no respetivo caderno de especificações depositado na Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Esta iniciativa, candidatada pela Cooperativa Terras de Sal com o apoio do Município de Castro Marim, é um enorme passo no reconhecimento da excelência do Sal e Flor de Sal de Castro Marim, manualmente recolhidos e seco ao sol em plena Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, o que lhe permite a sua cor naturalmente branca e a retenção de microelementos da vida marinha, contrariamente ao sal industrial, extraído com recurso a meios mecânicos e depurado com sistemas e produtos industriais. A produção de sal é uma atividade tradicional e um dos ex-libris do município de Castro Marim, que muito se tem empenhado, ao longo dos anos, em ações diversas para a revitalização da atividade salineira, assente no princípio de que é um produto único e distinto. Além da formação de salineiros, a Câmara de Castro Marim tem trabalhado na valorização desta atividade, tendo inclusive produzido o documentário “Os Dias do Sal”, de Ivan Dias, que traduz a identidade castromarinense, profundamente ligada à exploração do sal, e todo o potencial deste produto nos mercados nacionais e internacionais. A Câmara de Castro Marim aprovou também a entrega de espaços no Edifício Multifuncional de Empresas à Cooperativa Terras de Sal, contribuindo para que possam também potenciar a sua relação institucional com o mercado.
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Edição 2020 foi cancelada devido à pandemia
Câmara da Mealhada marcou a FESTAME 2021 para a semana de 5 a 13 de Junho Cancelada a FESTAME 2020, a Câmara da Mealhada já marcou a edição 2021, que se vai realizar de 5 a 13 de Junho. A Feira do Município da Mealhada de 2020 foi cancelada por força da pandemia de COVID-19, mas a autarquia prepara já a edição do próximo ano. “Tudo vamos fazer para ter a melhor edição de sempre, compensando o facto de não a termos podido realizar este ano”, garante Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada.
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autarca promete em 2021 “uma FESTAME fortíssima, com um cartaz eclético, que promete agradar aos vários públicos e com vários tipos de música”. Rui Marqueiro explica que se a pandemia estiver controlada em 2021 e a legislação o permitir, é intenção do executivo que lidera fazer uma edição memorável, compensando os munícipes, os expositores, as empresas e associações pelo facto da festa não se realizar este ano. A FESTAME – Feira do Município da Mealhada deveria ter decorrido de 6 a 14 de Junho deste ano, numa semana em que se potencia e mostra a economia local, mas há lugar também para o convívio, seja através da música ou da gastronomia. “Tenho a certeza que todos os nossos munícipes estarão muito 12
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tristes pelo facto de não podermos realizar a FESTAME, este ano, mas não podíamos fazer de outra forma. Neste momento, temos uma prioridade que é o combate à pandemia. Esperemos que, em 2021, tudo isto esteja ultrapassado, que surjam os medicamentos necessários para controlar esta doença terrível, e que possamos, todos juntos, festejar o nosso município, a nossa cultura, as nossas amizades”, sublinha o autarca. O programa que já estava definido para 2020 não se perde e os artistas, que até agora não fizeram qualquer pedido de pagamento à autarquia, serão convidados a atuar em 2021. “E teremos algumas novidades”, garante Rui Marqueiro. Ainda com alguns nomes para fechar, certo é que o cartaz será o mais diversificado possível, de forma a chegar aos adolescentes, aos adultos mais jovens, mas também aos mais idosos, com estilos que vão do pop ao rap e música popular. Como habitual, as noites serão complementadas com a atuação de dj’s e manter-se-á também, antes dos espetáculos no Palco 1, as atuações no Palco 2, junto à área das tasquinhas. O layout da feira será semelhante ao de 2019, com área de exposição comercial e industrial, área automóvel e agrícola, gastronomia (tasquinhas), artesanato, área infantil, street food e bares. Tal como nas anteriores edições, a FESTAME 2021 manterá a matriz de gratuitidade para acesso ao recinto, seja por parte de visitantes, seja por parte dos expositores. A Feira do Município da Mealhada é a festa anual concelhia que procura dinamizar a economia local, criando um espaço de exposição e negócios, para além de proporcionar momentos de lazer à população, com a possibilidade de assistir a concertos de concei-
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Trabalho vai decorrer nos próximos três anos
Técnicos e investigadores vão estudar e caraterizar os Azeites do Douro Nos próximos 3 anos, uma equipa de técnicos e investigadores vai estudar e caraterizar os azeites produzidos na região do Douro, com vista à sua valorização pelos agentes locais e estabelecimentos das bases para a criação de um regime de qualidade, DOP ou IGP.
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estudo conta com o apoio do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Douro (CEPAD), o Centro de Investigação de Montanha (CIMO), do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e a Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD). Para o efeito, estas instituições assinaram dois protocolos de cooperação. Um tem como objetivo a “Caraterização e valorização dos azeites do Douro”, e foi assinado entre o IPB/ CIMO, o CEPAD e a APPITAD). O segundo documento assinado pretende dar continuidade e periodicidade ao “Concurso de Azeites de Trás-os-Montes e Alto Douro”, uma prova que começou em 2019 e que vai decorrer ao longo dos próximos três anos com uma organização conjunta do IPB/CIMO, a “Capital Douro – Associação Industrial, Comercial e de Ser14
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viços de São João da Pesqueira” e a APPITAD. Os protocolos firmados, com valor superior a 110 000 euros, são um reconhecimento das competências do IPB/CIMO na área da olivicultura e do azeite e que muito têm contribuído para o desenvolvimento do setor na região norte do País. A região norte interior de Portugal produz azeites de excelente qualidade, com reconhecimento a nível nacional e internacional. Na última década, os azeites produzidos na região do Douro têm ganho notoriedade pela excelente qualidade que apresentam, mas também pelas caraterísticas sensoriais que os tornam únicos e distintos dos produzidos noutras regiões, o que estará relacionado com o “terroir” da região e com as variedades de oliveira utilizadas.
Partilha a gestão com Casimiro Gomes, desde Maio
Sónia Martins assumiu a liderança da Lusovini A enóloga Sónia Martins assumiu a liderança da Losuvini, empresa sedeada em Nelas, desde o passado mês de Maio. A diretora de enologia passa a acumular essa função com a presidência da empresa sediada em Nelas. Sócia fundadora da Lusovini, Sónia Martins vai continuar a partilhar a gestão com o acionista principal, Casimiro Gomes, e os restantes sócios administradores.
(Douro), passando por Anadia e Aguada de Cima (Bairrada) e, sobretudo, pela região do Dão, com vinhedos em Viseu, Mangualde, Nelas e Carregal do Sal. É precisamente em Carregal do Sal que se encontra o mais recente investimento vitícola da empresa, a Vinha da Fidalga, propriedade de 25 hectares, com 15 de vinha plantada, e que se constitui como a base do Pedra Cancela, a marca bandeira da Lusovini. Criados em 2000 por João Paulo Gouveia, também ele sócio da empresa, os vinhos Pedra Cancela comemoram este ano o seu vigésta alteração ficou a dever-se à necessidasimo aniversário e Sónia Martins anunciou já que serão realizadas de de reforçar as componentes da vinha e no segundo semestre diversas ações alusivas à marca, culminando do vinho na primeira linha de decisão da empresa” com o lançamento de um vinho muito especial. diz a empresa em comunicado. Entretanto, Casimiro A Lusovini foi fundada em 2009, está sediada em Nelas e proGomes, que até agora tem sido a “cara” da Lusoviduz vinhos em quatro diferentes regiões, (Dão, Bairrada, Alentejo ni, “continuará a ser o grande esteio da empresa que e Douro), detendo 106 hectares de vinha. Tem como principais criou, mas aumentará a sua intervenção na viticultura, referências as marcas Pedra Cancela e Varanda da Serra no Dão, área de formação e paixão deste conhecido profissional Regateiro na Bairrada, Sericaia no Alentejo e Hidrângeas no Doudo sector”. Paralelamente, “esta mudança permite-lhe ro. concentrar mais tempo no desenvolvimento do projeto A exportação é uma vertente importante do negócio da LuRegateiro, marca da Bairrada criada pela sua família e que sovini, trabalhando em 21 mercados de todo o mundo, com integra o portefólio Lusovini”, refere o documento. empresas comerciais criadas em Angola, Moçambique, Brasil A componente vitícola na Lusovini tem vindo sempre a e Estados Unidos e escritório de representações em Macau. crescer, contabilizando hoje cerca de 106 hectares de vinha com uma vasta dispersão geográfica, desde a serra de S. Mamede, em Portalegre (Alentejo), até S. João da Pesqueira
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Para além de novas colheitas de monocastas
Maceração Pelicular e Clarete são as ‘novas estrelas’ da Adega de Penalva Há alguns anos que a Adega de Penalva tem vindo a lançar uma nova gama de vinhos, nomeadamente monocastas, e que tão bons resultados têm dado. Os apreciadores do Tinta Pinheira não vão ter que esperar muito, pois está a chegar ao mercado a colheita de 2018. Depois da de 2015 ter sido premiada com uma Grande Medalha de Ouro num Concurso Nacional, é com grande expetativa que se espera a chegada deste novo vinho.
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grandes cidades, como Lisboa e Porto, onde em breve iremos fazer a apresentação destes e de outros”, adiantou o dirigente, salientando que o mercado “está aberto a novas experiências e estes dois vinhos foram bem recebidos pelos consumidores”. As geadas de Março afetaram algumas vinhas na sub-região de Castendo e o presidente da Adega de Penalva estima uma quebra na produção de cerca de 30% na próxima vindima.
as se está à espera de outras novidades, para além dos novos Encruzado 2018, Bical 2019 e Touriga Nacional 2017, as novas ‘estrelas, são o branco Maceração Pelicular e o tinto Na sub-região de Castendo Clarete. “haverá uma quebra na produção “Este Clarete resulta de heranças antigas, que, entretanto, na ordem dos 30%” entraram em desuso em quase todo o país, mas que pretendemos retomar. O professor Virgílio Loureiro, nosso consultor, Em entrevista à Gazeta Rural, José Frias Clemente diz os é o responsável pela produção do Clarete e do Maceração Peúltimos meses têm sido difíceis. Os efeitos na pandemia licular”, refere o presidente da Adega de Penalva. José Frias fizeram-se sentir no setor do vinho, ainda assim as vendas, Clemente diz que, para além dos rótulos tradicionais da Adecom alguma quebra, têm-se mantido estáveis. O problema ga, “este é um outro caminho” e “todos os vinhos têm o seu maior, diz o dirigente associativo, “são as cobranças”, pois mercado”. “Estes são mais virados para as garrafeiras das “as pessoas não têm dinheiro”. 16
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notámos muito essa quebra, exceto para o Brasil, onde houve uma baiGazeta Rural (GR): Como têm sido os últixa significativa, mas parece-me que a retoma se está a verificar, ainda mos tempos na Adega de Penalva? que de forma cautelosa. José Frias Clemente (JFC): Não têm sido muiNo mercado nacional as vendas nas grandes superfícies aumentato fácais, mas temos conseguido ultrapassar as ram um pouco, refletindo o que tem vindo a público, relativamente ao dificuldades. O setor estava no bom caminho, aumento do consumo nos últimos tempos. A quebra nas vendas foi com um consumo bastante razoável, com o conmais significativa no granel. sumidor a ter maior adesão ao consumo de vinho, mas esta pandemia veio trazer grandes proGR: Quanto à próxima vindima, está preocupado? blemas, não só a este, mas a todos os setores de JFC: Não diria preocupado, mas sim cauteloso. Se não fosse a panatividade. demia teria menos vinho na Adega, mas não estou muito preocuApesar de todas as dificuldades, temos consepado com o stock que temos. Há agricultores que devem estar com guido manter as vendas num nível aceitável, mas bastantes dificuldades, especialmente aqueles que vendiam para temos vindo a deparar-nos com alguns problemas a restauração. nas cobranças. Percebemos que as pessoas não têm Estamos a cerca de três meses da nova vindima, mas o que já dinheiro, facto que se acentua mais na restauração, se pode dizer é que na sub-região de Castendo estimamos uma que esteve parada. Reabriu, mas as pessoas ainda quebra na produção na ordem dos 30%. têm medo, têm receio de ir aos restaurantes. Aí o consumo caiu bastante e a retoma está a ser lenta. GR: A que se deve essa quebra? Temos que estar preparados, pois esta crise, que já JFC: Deve-se às geadas de Março, que afetaram bastante alse nota bastante, pode vir a acentuar-se. Se a pandegumas zonas. Houve vinhas que nada sofreram, e estas estão mia vier para ficar, como muita gente diz, isso pode ser muito grave. Contudo, sendo otimista, acredito que em muito bonitas, mas outras houve que foram bastante afetadas e não têm quase nada. breve teremos uma vacina e ultrapassaremos esta situaNa Adega de Penalva estamos preocupados com os agriculção, para bem de todos nós. tores cujas vinhas foram mais atingidos, mas esta quebra de produção não afetará o normal funcionamento da cooperatiGR: Sofreu o mercado nacional, mas também as exva, tendo em conta que neste momento teremos em stock portações? cerca de cinco milhões de litros de vinho, que, entretanto, JFC: Na Adega de Penalva as exportações ainda não têm esperamos escoar na sua quase totalidade. o ‘peso’ que desejamos. Porém, posso dizer-lhe que não www.gazetarural.com
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Decorre de 10 de Julho a 10 de Agosto
Mais de três dezenas de restaurantes no Concurso Beira Interior Gourmet O I Concurso Beira Interior Gourmet vai decorrer de 10 de Julho a 10 de Agosto em mais de três dezenas de restaurantes da região, anunciou esta quarta-feira a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI).
O projeto da CVRBI insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, sendo que a Rota dos Vinhos da Beira Interior, criada recentemente, faz do evento “uma aposta no desenvolvimento da Beira Interior”, segundo a mesma fonte. concurso, que é organizado com o objetivo de promover o O concurso abrange 20 municípios da Beira In‘casamento’ dos vinhos com a gastronomia local, estava preterior (envolve a totalidade do distrito de Castelo visto decorrer de 14 de Março a 16 de Abril, mas foi adiado devido Branco e os concelhos de Almeida, Celorico da Beià pandemia causada pela Covid-19. ra, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, A CVRBI decidiu avançar com a realização da iniciativa “depois Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso, no distrito da de reunidas as condições de abertura dos restaurantes”. No Beira Guarda). Interior Gourmet participam “mais de três dezenas de restauranO júri presidido por Fernando Melo, crítico de vites” da região, que naquele período “terão os menus disponíveis nhos e de gastronomia, fará as visitas aos restaurantes ao grande público”. entre 10 de Julho e 10 de Agosto. O concurso tem as “Superada esta difícil fase de confinamento, particularmente categorias de “Cozinha regional/tradicional”, “Cozinha dolorosa para os empresários de restauração da região, ganhou criativa/evolutiva” e “Cozinha Europeia e do mundo”. um duplo sentido o nosso concurso”, refere a entidade organiA CVRBI, com sede no Solar do Vinho, na Guarda, já zadora. promove, em colaboração com o Associação EmpresaA CVRBI, presidida por Rodolfo Queirós, aponta que o concurrial da Região da Guarda (NERGA) e a Associação Emso tem como pressuposto “valorizar e dar a conhecer a qualidapresarial da Beira Baixa (AEBB), um concurso de vinhos de e criatividade dos restaurantes e vinhos da Beira Interior” e da Beira Interior, que em 2019 conheceu a sua décima segunda edição. também “ajudar a reavivar a grande dinâmica gerada com uma Aquela entidade abrange as zonas vitivinícolas de retoma económica, turística e anímica, no ‘pós-Covid-19’”. Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Com a iniciativa, a entidade promotora visa “valorizar (sobreGuarda e de Castelo Branco, onde possui mais de 60 astudo) os vinhos DO (Denominação de Origem) Beira Interior e sociados, sendo quatro adegas cooperativas. IG (Indicação Geográfica) Terras da Beira, e os seus produtores, promovendo a excelência na restauração da região”.
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Em resposta aos desafios da pandemia
Comissão Vitivinícola do Algarve dá um novo impulso aos produtores de vinhos da região A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), ultrapassando as incitativas canceladas por via da pandemia, está a usar os meios digitais como forma de promover e dar um novo impulso aos produtores de Vinhos da região.
O Dia Aberto deu assim lugar a um conjunto de reportagens, onde cada produtor relata um pouco da sua história e das particularidades das suas Quintas e dos seus vinhos. Também o site da CVA (www.vinhosdoalgarve.pt) ssim, todas as quintas feiras, nas redes sociais Facebook e Insfoi reforçado com informação sobre cada um dos tagram, há uma rubrica que dá pelo nome de “5ªs à Quinta”, produtores e formas de adquirir os seus vinhos sem onde cada produtor relata um pouco da sua história e das partisair de casa, bastando para isso visitar as plataformas cularidades das suas quintas e dos seus vinhos. Uma rubrica que digitais de cada um. acontece todas as quintas feiras, nas redes sociais Facebook e InsTambém a APP dos Vinhos do Algarve está a ser tagram. melhorada e será relançada em breve com uma nova Com os desenvolvimentos da epidemia do COVID-19, e como imagem, disponível também em IOS, com o intuito de medida de precaução e defesa de saúde dos participantes, a Cocolocar os Vinhos do Algarve no mapa, destacando asmissão Vitivinícola do Algarve cancelou o Dia Aberto das Quintas sim a qualidade da região também a este nível. destinado ao canal Horeca, inicialmente marcado para Março, Na APP é possível consultar a localização geográfica e mais tarde adiado para 4 de Maio. Este evento tinha como dos produtores, saber quais os pontos de venda e resprincipal objetivo dar a conhecer os produtores e os vinhos do taurantes onde os vinhos estão disponíveis, bem como Algarve aos decisores de compra da restauração e hotelaria reencontrar notícias e eventos relacionados com a Região gional. Vitivinícola. “Num momento em que todos os apelos nos levavam ao Está ainda em curso uma Ativação de Marca em parceafastamento, decidimos transformar esse desafio numa oporria com a Nutrifresco, um dos mais reconhecidos distribuidores de Pescado do Algarve, com a oferta de garrafas de tunidade para nos aproximarmos ainda mais dos nossos proVinhos do Algarve na compra de Cabazes de Peixe e Marisdutores”, aponta a presidente da CVA. Sara Silva refere que co da sua recente marca Peixe à Porta (www.peixeaporta. “usando os meios digitais como nossos aliados, começámos pt). A campanha decorre a nível nacional e está em curso a preparar formas alternativas de fazer chegar a mensagem a nos meses de Junho e Julho (limitado ao stock existente), na esses públicos, mas também aos consumidores finais, peças chave no consumo e aumento da notoriedade dos nossos compra do Cabaz das Rias. vinhos”.
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Nos dias 19, 20 e 21, no Museu do Douro, no Peso da Régua
Douro Primeira Prova adiada para Outubro A Primeira Prova do Douro, inicialmente marcada para o início de Junho, foi adiada para os dias 19, 20 e 21 de Outubro, no Museu do Douro, no Peso da Régua. Este é um evento de degustação exclusivo para profissionais do vinho, onde estarão representadas as 23 principais vinícolas do Vale do Douro, com os vinhos das suas colheitas mais recentes, como os brancos, rosés e espumantes de 2019, os tintos de 2018 e os Vintage Ports 2018.
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s 167 vinhos podem ser degustados e pontuados na forma de uma ‘degustação silenciosa’. 50 assentos de degustação estarão disponíveis em três dias, em um total de seis slots de degustação. O Douro Primeira Prova apresenta-se como a oportunidade perfeita para quem quiser provar os melhores 160 vinhos do Vale do Douro, de forma concentrada, mas também ter uma ideia dos desenvolvimentos atuais nas propriedades, da qualidade das últimas colheitas e do potencial máximo dos vinhos - não apenas dos tintos, mas também os novos e empolgantes brancos, bem como os Portos. Originalmente agendada para ocorrer no início deste mês de Junho, as datas foram redefinidas para 19 e 21 de Outubro, podendo os interessados em participar fazer a sua reserva. É que o Douro Primeira Prova recebe especialistas em vinho de todo o mundo, que se reúnem no pitoresco vale do Douro. Um silêncio intenso domina a sala, refletindo sua concentração profunda e ininterrupta. Todas as mentes estão focadas na nova safra de vinhos tintos, brancos e do Porto, 20
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que serão apresentados antes do lançamento oficial no mercado. A primeira ‘Douro Primeira Prova’ foi realizada em Maio de 2019 e estiveram em prova 167 vinhos, numa oportunidade única que reuniu mais de 90 especialistas de 18 países, incluindo Suécia, Itália, Canadá, Rússia e Japão. Durante três dias, todos os olhos estavam nos vinhos do deslumbrante vale do Douro. O excelente feedback desse evento de estreia mais do que justificou um bis. Este ano reunirá mais uma vez 23 produtores da região, que irão apresentar os seus vinhos. Os profissionais da indústria podem reservar um dos seis horários disponíveis para provar a ‘coleção’ completa num mesmo um local. “Foi-se o aborrecimento do longo e sinuoso caminho de uma propriedade para outra através do escaldante vale do Douro, permitindo que o provador se concentre menos na organização e mais na maravilha sensorial”, refere a organziação.
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Certame decorrerá de 20 a 28 de Junho
Câmara de Anadia realiza Feira da Vinha e do Vinho online O Município de Anadia decidiu realizar a Feira da Vinha e do Vinho 2020. A décima sétima edição, que decorrerá de 20 a 28 de Junho, será exclusivamente online. O programa do evento inclui concertos, testemunhos de produtores vitivinícolas e sessões de show cooking. Esta será uma edição especial, disponível através da internet, e focada no concelho de Anadia.
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odos os conteúdos que fazem parte do programa da Feira da Vinha e do Vinho 2020 serão apresentados aos “visitantes” online, via página de Facebook, conta do Youtube e site do Município de Anadia, e também através da página de Facebook da Feira da Vinha e do Vinho de Anadia. A inauguração desta edição está marcada para o dia 20 de Junho, às 14,30 horas. Nos nove dias do evento, haverá várias sessões do “Espaço Produtor”, que darão a conhecer alguns produtores vitivinícolas do concelho, que se quiseram associar a esta iniciativa. Estas sessões, que vão também servir para promover produtos vitivinícolas, começam com uma entrevista pré-gravada e terminam com um momento em direto, no qual os “visitantes” vão poder interagir com o produtor, fazendo comentários ou colocando questões. No que diz respeito à animação, a feira vai apresentar vários concertos, protagonizados por grupos musicais de associações culturais do concelho. Todas as noites da feira vão terminar com a animação de um DJ. 22
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As sessões de show cooking serão protagonizadas por alunos do Curso de Técnico de Cozinha/Pastelaria da VITI – Escola Profissional de Anadia, que vão ensinar a confecionar pratos e sobremesas típicos da região. A confeção será gravada por alunos do Curso de Técnico de Multimédia, da Escola Básica e Secundária de Anadia. Estes alunos vão também responsabilizar-se pela edição do vídeo. De 20 a 28 de Junho, os restaurantes do concelho de Anadia vão ser desafiados a integrar na sua ementa o “Menu Feira da Vinha e do Vinho”, centrado em pratos bairradinos. O Município de Anadia pretende, desta forma, apoiar e promover o setor da restauração, fortemente afetado pela pandemia de Covid-19. Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, diz que a realização desta edição especial do “evento cultural de maior dimensão do concelho” tem dois objetivos fundamentais, “o de animar os munícipes, cumprindo normas de segurança exigidas pela atual pandemia”, e “apoiar, promover e valorizar Anadia e os anadienses”. A autarca acredita que “parar não resolve o problema” e que a solução está na “adaptação à nova realidade”.
Até 31 de Dezembro deste ano
EyesOnTraps é solução móvel para prevenção de pragas nas vinhas Investigadores do centro de investigação Fraunhofer AICOS (FhP-AICOS) estão a desenvolver uma solução móvel para prevenção de pragas na vinha. O projeto, designado EyesOnTraps, recorre a técnicas de visão computacional (inteligência artificial) e crowd sensing para o desenvolvimento de uma solução que inclui a deteção automática de insetos em armadilhas, registo de temperatura localizada, e recomendações para combater as ameaças identificadas, de forma a diminuir o erro humano e maximizar o processo de prevenção de pragas na vinha.
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sistema considera três vertentes: (1) uma aplicação móvel para o viticultor, para utilização no terreno, com o intuito de reconhecer e contabilizar automaticamente pragas em armadilhas, recolher o histórico de temperatura local e registar o estado fenológico; (2) um módulo web central, para centralização e armazenamento da informação reportada pelo viticultor, que disponibiliza recomendações de monitorização, possuindo simultaneamente flexibilidade para expandir futuramente as suas capacidades de deteção automática a novos insetos; e (3) um portal web para especialistas em taxonomia, para utilização remota, que permite a observação dos resultados da monitorização automática de insectos nas diferentes parcelas ou regiões geográficas, sendo desta forma possível despoletar uma resposta atempada às pragas detetadas, em estrita colaboração com os viticultores. O sistema pretende ser um apoio aos produtores e empresários da região do Douro, onde a produção da uva constitui um dos setores económicos de referência em Portugal e, simultaneamente, dos mais vulneráveis devido às consequências cada vez mais alarmantes das mudanças climáticas e das pragas, que se tornaram uma séria ameaça à qualidade da uva e ao rendimen-se, atualmente, através do centro de investigação Frauto da viticultura. nhofer Portugal Research Center for Assistive Information O EyesOnTraps, um projeto SI I& DT (NORTE-01-0247-FEand Communication Solutions (AICOS), localizado no Porto DER-039912) com um investimento superior a 400 mil euros, e surgido em 2009 no seguimento de uma parceria entre a está a ser desenvolvido pelo FhP-AICOS, em parceria com a Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft), a FundaGeoDouro – Consultoria e Topografia, Lda e a Associação para ção para a Ciência e a Tecnologia e a Universidade do Porto. o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). ParticiCom uma equipa de cerca de 80 investigadores contrapam como stakeholders representantes do setor do vinho, a tados e uma carteira de clientes de diversas áreas de negóSogevinus, a Adriano Ramos Pinto e a Sogrape. cio como a saúde, agricultura, retalho ou energia, o AICOS apresenta competências consolidadas nas áreas de Design Fraunhofer Portugal Centrado no Utilizador; Inteligência Artificial; Sistemas Ciber-Físicos. A missão da Fraunhofer Portugal - de desenvolver invesDesde 2009, o AICOS participou em 10 projetos europeus e tigação com aplicabilidade prática para o desenvolvimento estabeleceu parceria com mais de 150 instituições em 31 paíeconómico e melhorar a vida das populações - materializases. www.gazetarural.com
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Crónicas Rurais
Terra Quente, Terra Fria: terra de Churras Por Júlio Sá Rêgo* Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. (Alberto Caeiro, 1925, poema IX)
O outono minguava e o inverno vingava. As peripécias caprinas do verão já eram saudade e de recordação apenas me restavam cadernos de viagem. Olhando de perto, cadernos de viagem parecem um amontoado de grafemas negros rasgando a monotonia de folhas brancas a partir dos quais você se aplica em dar algum sentido. Eu me situava exatamente ali. Estava a puxar, esticar, encurtar, moldar os grafemas para escrever uma narrativa de acesso às terras de pastagens nos baldios para um congresso de estudos rurais, quando o telefone tocou. A conversa foi curta e minha reposta incisiva: SIM! Havia sido convidado para participar num levantamento das práticas da fileira ovina no distrito de Bragança. Poucas semanas depois, lá estava eu, de volta à estrada, rumo a Bragança, só que dessa vez com chapéu, cajado e um pouco mais de prática.
enquanto a bragançana preta, bem, é uma branca só que colorida de preto. O acesso aos pastores seria facilitado pelas associações de criadores, entidades gestoras dos respectivos livros genealógicos e responsáveis pela conservação e melhoramento das raças. As conversas iniciais com os secretários técnicos de cada uma das associações foram ricas e permitiram estabelecer um primeiro mapeamento da fileira ovina, dos atores envolvidos e de suas práticas. Contudo, o que mais chamou-me a atenção nas diferentes conversas não residia tanto nas palavras em si, mas sim na certa preocupação que exauria das falas dessas conceituadas e respeitáveis engenheiras zootécnicas (apedrejem-me pela concordância linguística, eram três objetivo do projeto era apreciar a viabilidade técnica e senhoras para um senhor!). A profissão sofria e morria econômica da pastorícia ovina aplicada à prevenção de de uma lenta e inexorável hemorragia. Os criadores posincêndios florestais. As ovelhas também são cabras... sapadosuíam idade avançada e eram poucos os novos entrantes ras. Fora isso, meu conhecimento ovino era bem limitado. O na profissão. trabalho encomendado circunscrevia-se às raças ovinas autócA hemorragia diagnosticada repercutia nos efetivos tones por estarem mais emaranhadas ao ecossistema local e, animais. Estes diminuíam lentamente ao longo dos anos. portanto, mais suscetíveis de contribuir para a restauração da A sobrevivência de cada uma das raças estava em jogo e paisagem e a prevenção dos incêndios. No distrito há cinco, a badana já beirava a extinção. O desaparecimento destodas da família churra: a badana, a bragançana branca e a sas raças significaria também a morte histórico-cultural de preta, a mirandesa e a terrincha. Explicaram-me que cada seus territórios, espaços ocupados desde tempos imemoraça tinha suas particularidades alimentares e temperamenriais por essas ovelhas. A badana, como também a bragantais. Eu, infelizmente, tudo que conseguia enxergar naquele çana e a mirandesa, preenchem os lameiros e os montes momento era que a bragançana branca felpuda transformadessas terras desde antes da Nacionalidade, e tornaram-se -se numa mirandesa que, se lhe tirar os óculos, aparenta-se parte integrante, simbiótica da paisagem e da cultura de seus habitantes. Cada vez mais tocado e mobilizado para a uma terrincha que é, por sua vez, uma badana grande;
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ra autoriza-me a pensar que nem sempre o “moderno” é o certo, nem contribuir para a revitalização da cultura ovina sempre o “tradicional” é o ético, e que, quase sempre, o “justo” situatransmontana, mesmo que marginalmente, eu -se bem ali no meio, entre o “tradicional e o “moderno”. Em todos os continuava minhas leituras prévias e conversas casos, se ambicionávamos elevar os pastores à condição de agentes com acadêmicos especialistas para apreender e do ambiente, parceiros no esforço social de prevenção dos incêndios aprender mais sobre a realidade da atividade e da rurais, tínhamos que começar por ouvi-los. É com esta convicção imregião. pregnada e com meus cadernos de anotações debaixo do braço que Práticas pastoris rudimentares ainda prevaleciam eu estava pronto e ansioso para o terreno... bastava-me apenas um como norma e uma modernização seria bem-vinda detalhe: o que era a Terra Quente e a Terra Fria? para dar mais produtividade à atividade, afirmaram-me. Modernização é uma grande palavra e um pastor, de outras viagens, escrevera-me uma vez, em tom *Júlio Sá Rêgo é economista e antropólogo nascido em Paris e criado no Rio acusador: “deixem-se de modernices ridículas, os pode Janeiro. Especialista do patrimônio cultural imaterial e do desenvolvimento vos serranos sabem viver pelos seus próprios meios e sustentável, ele está a percorrer o Centro e Norte de Portugal relatando as pasalguns dos seus métodos têm de ser executados à matorícias em busca das agora em voga “cabras sapadoras”. Em plena pandemia e neira ancestral.” à espera do próximo grande incêndio, percebemos cada vez mais a relevância Sem entrar nesse interminável debate, entendo que de fomentar soluções ancoradas na natureza e em conhecimentos tradicionais possa haver conflitos entre diferentes visões de mundo, para enfrentar as crises estruturais do Antropoceno. ancoradas em saberes e valores distintos. O “moderno” e [website] www.juliosarego.site o “tradicional” podem chocar-se, às vezes (ou muitas), mas [email] jsr@juliosarego.site minha experiência com comunidades por esse mundo afo[Instagram] @aneconomistinanthropology
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À venda na plataforma “O bom Sabor da Serra”
Vendas de produtos à base de urtiga têm sido um sucesso Dinamizados pela Confraria da Urtiga, os produtos feitos à base desta planta têm obtido o reconhecimento dos consumidores. A urtigueira (alheira de urtiga), para além de ser um sucesso de vendas, recebeu recentemente uma medalha de prata num concurso nacional em Santarém.
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anuel Paraíso, o presidente daquela Confraria, em conversa com a Gazeta Rural, destaca a procura que produtos como a urtigueira, o queijo, as queijadas e o pão têm tido, nomeadamente na plataforma “O Bom Sabor da Serra”. Com uma candidatura em fase de aprovação, Manuel Paraíso acredita que a criação de um campo experimental de urtiga em Fornos de Algodres possa dinamizar ainda mais este setor no concelho. Gazeta Rural (GR): Os produtos de urtiga têm sido bem recebidos? Manuel Paraíso (MP): Sim, bastante bem. Recentemente a urtigueira, produzida pelos Fumeiros Amaral, recebeu uma medalha de prata num concurso nacional em Santarém. É um prémio para um produto de excelência, que está a ter muita procura. A plataforma “O Bom Sabor da Serra” (obomsabordaserra.pt) tem sido um bom barómetro para vermos a recetividade que os consumidores têm tido para com os produtos de urtiga, não só a urtigueira, mas também a queijada, o queijo e o pão têm tido muito boa saída. Tem-se dado bom uso à urtiga. Neste momento posso dizer que aquela plataforma tem sido um sucesso e um bom 26
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meio de escoamento destes e de outros produtos da região de Fornos de Algodres. GR: Estava à espera da grande recetividade dos consumidores aos produtos de urtiga? MP: Sabemos que os produtos que têm a urtiga como ingrediente têm grande potencial de venda, mas com os novos meios digitais de promoção e divulgação chega-se a mais público e a novos potenciais consumidores, que têm aderido bastante bem. GR: Como estão os processos relativos ao tecido e ao papel de urtiga? MP: Temos um contato relativamente ao papel de urtiga e vamos ver como este processo vai evoluir. Houve alguns estudos e é um assunto em que vamos continuar a trabalhar.
GR: Maio é um mês em que a Confraria da Urtiga promove várias atividades, que este ano não foi possível realizar? MP: As nossas atividades têm um tempo certo e não faz sentido a sua realização noutra qualquer altura do ano. As que tínhamos programadas para o passado mês de Maio foram adiadas para o próximo ano. Esperamos que esta situação da pandemia esteja definitivamente sanada para as podermos retomar.
GR: Como está a situação do campo experimental de urtiga? MP: Houve uma candidatura, numa parceria entre a Confraria da Urtiga e a Associação de Promoção Social Cultural e Desportiva de Fornos Algodres, e, ao que sabemos, tem boas condições de ser aprovada. Esse campo experimental vai dar-nos muito trabalho, eventualmente com a instalação de estufas, permitindo-nos dinamizar ainda mais este setor da urtiga em Fornos de Algodres. GR: Já estudaram as diferentes variedades e quais as que melhor se adaptam à região? MP: Já. A variedade que mais temos trabalho é urtiga-comum ou Dioica. Desde os primeiros contatos que fizemos com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra no âmbito de um estudo para uma tese de mestrado, nos estudos feitos a três variedades, a Dioica confirmou tudo o que sabíamos, nos testes que fizemos localmente, e das suas potencialidades, tanto alimentares como medicinais. Será nesta variedade que continuaremos a apostar.
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Reúne um consórcio de 11 organizações de seis países
Universidade de Évora representa Portugal em projeto multinacional de irrigação solar A Universidade de Évora é a única representante de Portugal num projeto multinacional promotor da irrigação solar, para fornecer energia para rega com zero emissões e um custo até 70% inferior às soluções baseadas nos combustíveis fósseis.
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projeto, designado SolAqua - Accessible, reliable and affordable solar irrigation for Europe and beyond, tem o apoio do programa europeu Horizonte 2020 e reúne um consórcio de 11 organizações de seis países ((Portugal, Espanha, França, Itália, Marrocos e Roménia), revelou hoje a Universidade de Évora (UÉ). A Cátedra Energias Renováveis da universidade alentejana (CER-UÉ) “é a única entidade portuguesa a integrar o consórcio” desta iniciativa, que está focada “na irrigação fotovoltaica de alta potência”, destacou a academia. O aumento da quota de energias renováveis na Europa, “ao combinar tecnologia fotovoltaica e hidráulica com irrigação de alta eficiência”, é o principal objetivo do projeto, coordenado na pequenas e médias empresas (PME) locais e autoUÉ por Luís Fialho, da CER. “A irrigação solar permitirá o forneridades públicas”, destacou a academia alentejana. cimento de energia” para a rega de culturas agrícolas “com zero Luís Fialho lembrou que, desde 2010, a CER-UÉ emissões e um custo até 70% inferior às soluções à base de desenvolve “tecnologias de energia solar e de armacombustíveis fósseis existentes”, destacou a UÉ em comunicazenamento de energia” com o objetivo de “potenciar do. o contributo da energia solar para a Transição EnergéO investigador Luís Fialho explicou que “o mercado para adotica” e que, em Alter do Chão (Portalegre), existe até ção da tecnologia de irrigação fotovoltaica de alta potência uma instalação-piloto que “utiliza tecnologia semelhanencontra-se num ponto crítico de evolução”. O SolAqua irá, te à que será desenvolvida” pelo projeto SolAqua. pois, “criar e fomentar as condições para uma evolução com Este projeto multinacional, numa primeira fase, presucesso para um mercado consolidado, com elevada protetende “produzir sete materiais e ferramentas de ‘hação do consumidor final, redução de custos e de preço da bilitação-chave’ para adoção do mercado de irrigação energia, mas também alto nível de inovação”, argumentou. solar”, assim como definir “padrões de qualidade e de Atualmente, lembrou o investigador da CER-UÉ, “o mometodologias de avaliação económica e ambiental”, refedelo energético da agricultura europeia exige grande quanriu a academia. tidade de energia para bombear água para as culturas de A seguir, de acordo com a universidade, “será promoviregadio”. Isto “implica uma pesada fatura de quatro mil do um plano de divulgação e de comunicação, direcionado milhões de euros, além de custos ambientais associados para partes interessadas na Europa e no norte de África, às 16 milhões de toneladas de CO2 produzidas todos os sobre irrigação solar e sobre o plano de exploração do SolAanos, que representam cerca de 15% das emissões totais qua”. “Este plano, que contempla um instrumento de apoio de CO2 da agricultura da União Europeia (UE)”, assinalou. a ser replicado” pelas autoridades públicas em “investimentos em irrigação solar, permitirá o desencadear de um merNeste quadro, “a irrigação solar tem um enorme pocado funcional” nesta área, afirmou. tencial de aplicação, apenas desaproveitado por barreiras não tecnológicas, como falta de consciência e de competências em irrigação solar entre os irrigadores, 28
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Um projeto da BIOPROTEC e da Agrária de Coimbra
Politécnico de Coimbra experimenta substituição de herbicidas na Agricultura Biológica Substituir a aplicação de herbicidas pelo pastoreio realizado por galinhas no controlo de infestantes em vinhas, pomares e hortas em agricultura biológica é o objectivo do Projeto GMóvel, uma iniciativa da BIOPROTEC – Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica, em parceria com o Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC).
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Móvel é um projeto que surge da necessidade de uma solução alternativa para o controlo de infestantes nas linhas de cultura das vinhas, pomares e entrelinhas das hortícolas, principal obstáculo sentido pelos agricultores na conversão à produção biológica. A alternativa proposta assenta na substituição de herbicidas de síntese química e da mobilização localizada do solo pelo controlo de infestantes realizado por galinhas de raças autóctones, bastante rústicas, confinadas em parques móveis de modo a evitar danos nas culturas. Alexandra Oliveira, docente da ESAC-IPC, explica que “além de procurar auxiliar na resolução de um problema, esta iniciativa pretende também contribuir para melhorar a rentabilidade das explorações, através da incorporação de matéria orgânica no solo e da produção de ovos e carne biológicos. Igualmente importante é o contributo do projeto para a divulgação e preservação das nossas raças de galinhas”. Prevê-se que o método possa constituir um recurso não só em explorações de viticultores, fruticultores e horticultores biológicos, mas também em explorações convencionais, auxiliando não só no controlo de infestantes, mas contribuindo também para a rentabilização das explorações. A ESAC-IPC é uma das entidades parceiras do GMóvel, liderado pela BIOPROTEC- Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica. A iniciativa visa, ainda, a criação de um “Manual técnico de controlo de infestantes nas culturas da vinha, pomares e hortas em Agricultura Biológica, com galinhas de raças autóctones”, divulgação da técnica junto de potenciais produtores, nomeadamente através da demonstração e aplicação do método em produtores, parceiros do projeto.
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Dia do Município comemorado sem público, mas com conclusões
Proença-a-Nova aposta nas plantas aromáticas e medicinais como novos pilares estratégicos
Colocar na agenda política temas como a biodiversidade, a floresta e as plantas aromáticas e medicinais é uma estratégia pioneira do município de Proença-a-Nova. Esta foi uma das conclusões dos discursos proferidos na Sessão Solene que assinalou o Dia do Município, a 13 de Junho, que, pela primeira vez na história do concelho, não teve público, mas, em contrapartida, foi única por ter sido transmitida em direto para as redes sociais, inserida na Festa do Município: Proença ON Festa.
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m 2018 o executivo reuniu esforços na concretização do Ano Municipal da Floresta, promoveu a realização do Biodiv Summit em 2019, e em linha com essa estratégia, em 2020, instituiu o Ano Municipal das Plantas Aromáticas e Medicinais com o objetivo de colocar na ordem do dia estes temas, “convidando a todos a refletir sobre o seu potencial do ponto de vista turístico, económico e social”, afirmou João Lobo, presidente da Câmara Municipal, explicando que “dentro da estratégia do Município, as plantas aromáticas e medicinais são uma das parcelas deste território biodiverso que devemos potenciar”. Na opinião do presidente da Assembleia Municipal, João Paulo Catarino, “a biodiversidade é tema principal nos palcos de debate e decisão para a próxima década” e “Proença-a-Nova decretou em boa hora este ano como Ano Municipal das Plantas Aromáticas e Medicinais, uma estratégia alinhada com a do Governo que aprovou a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade para 2030 e com a Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2020”. A representante da bancada do Partido Social Democrata, Daniela Dias José, acrescentou ainda que “existe um potencial turístico extraordinário por trás da exploração das plantas aromáticas e medicinais, como o ecoturismo, 30
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os passeios pedestres e a gastronomia, mas devemos destacar o potencial económico na sua produção, relacionado com a existência de nicho de comércio e indústria associado a estas plantas, ao qual acresce crescente procura”. Esta foi também a opinião partilhada pelo representante da bancada do Partido Socialista, André Dias, que afirmou que “esta é uma forma de darmos valor acrescentando à flora local, seja através das propriedades gastronómicas, seja medicinais, aliado ao turismo que continua a ser uma estratégia local importante, porque se centra num dos recursos mais importantes: a qualidade de vida através da saúde e bem-estar”, um importante fator de diferenciação. Se é verdade que nos últimos 40 anos o território tem vindo a sofrer com o despovoamento, hoje o mesmo oferece oportunidades únicas para o setor do turismo, quando as viagens para o estrangeiro estão condicionadas e os portugueses irão optar por passar férias no território nacional. Proença-a-Nova oferece características únicas como o contacto com a natureza, a autenticidade e o bem-receber das pessoas. No seu discurso, o presidente da Câmara referiu também a questão das plataformas digitais “que representam um enorme potencial para a nossa divulgação e tem de ser feito de forma coordenada e o investimento realizado para assinalar a Festa do Município justificou-se, pois levamos a todos os que nos acompanham muitas das nossas valências: percursos pedestres, praias fluviais, gastronomia , o Centro Ciência Viva da Floresta – só temos de as combinar de forma articulada e este é o momento chave”, concluiu João Lobo.
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Novo agregador de conhecimento sobre sector florestal nacional em florestas.pt
RAIZ e Navigator lançam plataforma sobre a floresta portuguesa Foi lançada uma plataforma digital inteiramente dedicada à floresta portuguesa - www.florestas.pt - que reúne um conjunto alargado de informação sobre o setor florestal nas suas diversas dimensões - natural, ambiental, recreativa e socioeconómica, numa iniciativa do RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e do Papel e a The Navigator Company.
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ob o mote “conhecer, valorizar e cuidar da floresta portuguesa”, e enquanto centro de conhecimento sobre os ecossistemas florestais portugueses e temas relacionados, a plataforma “Florestas.pt” disponibiliza informação oficial e conhecimento técnico-científico sobre o setor, com dados nacionais que, sempre que possível, são enquadrados no contexto europeu e mundial. O objetivo desta plataforma agregadora de conteúdos é levar os visitantes a conhecer, a valorizar e a descobrir o que as florestas portuguesas têm para oferecer e o que podemos fazer para fortalecer, desfrutar e cuidar destes ecossistemas. 32
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A informação veiculada é produzida por uma equipa de investigadores e redatores que trabalham conjuntamente para criar conteúdos acessíveis, baseados em informação técnica e científica, apoiada em fontes técnicas e oficias e em referências bibliográficas consistentes. A plataforma “Florestas.pt” conta com o apoio e colaboração da comunidade científica nacional e de várias instituições e iniciativas com ligação à floresta. Estrutura da plataforma A plataforma encontra-se estruturada em quatro secções. A primeira, ‘Conhecer’, disponibiliza dados sobre a caracterização da floresta portuguesa, assim como uma visão alargada dos múltiplos desafios que se colocam ao seu equilíbrio e sustentabilidade; na segunda, ‘Valorizar, é possível encontrar indicadores socioeconómicos da floresta por-
tuguesa e dos seus vários sectores, assim como o valor dos seus produtos, dos seus serviços e o potencial trazido pela inovação de base florestal (bioeconomia); a terceira, ‘Descobrir’, tal como a própria denominação indica, é feito o convite para a descoberta da floresta portuguesa e para a vivência dos seus benefícios, sendo disponibilizado para este efeito um conjunto de informação de cariz cultural e recreativo (roteiros, curiosidades, aplicações tradicionais dos produtos florestais, saúde e gastronomia); por fim, ‘Notícias & Agenda’, encontram-se os principais acontecimentos que marcam o setor florestal, assim como destacados eventos que permitem conhecer, valorizar e descobrir a floresta. Tal como a própria floresta, também a plataforma que chegou ao universo digital se encontra em permanente evolução, servindo de ponto de partida para a sistematização de conhecimento e reflexão sobre temas transversais e atuais que se colocam ao sector. Mais floresta em Portugal, menos no mundo A floresta mundial que se perdeu nos últimos 30 anos equivale a mais de 20 vezes a área de Portugal Continental, revelam as conclusões preliminares do conclusões preliminares do Global Forest Resources Assessment 2020, que é possível ler no Florestas.pt, embora o ritmo de perda tenha vindo a diminuir: depois de um declínio médio de 7,8 milhões de hectares/ano na década 1990-2000, registou-se uma redução na última década para 4,7 milhões de hectares/
ano. Segundo o mesmo documento, a floresta ocupa atualmente 31% da área terrestre global. Em Portugal, a floresta representava 36% do solo continental, numa extensão superior a três milhões de hectares, segundo o 6.º Inventário Florestal Nacional, apresentado em 2019 (com dados que reportam a 2015). Este valor coloca Portugal em linha com a média europeia e mostra um aumento de 59 mil hectares (1,9%) face a 2010 (data da avaliação anterior). Estas e outras informações estão disponíveis em www.florestas.pt Plataforma Florestas.pt A plataforma Florestas.pt tem como missão recolher, sistematizar e divulgar informação e conhecimento abrangente sobre a floresta portuguesa, dando a conhecer a sua relevância, desafios e oportunidades, de uma forma clara e acessível. É uma fonte de informação fidedigna e contextualizada, que partilha conhecimento científico sobre os ecossistemas florestais, que contribui para clarificar temas essenciais e que desafia a sociedade – todos nós – a conhecer, valorizar e cuidar da floresta portuguesa. A plataforma Florestas.pt é uma iniciativa do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel, um centro de investigação privado, sem fins lucrativos, reconhecido como entidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e como Centro de Interface – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia, e da The Navigator Company.
ASS. FLORESTAL DO BAIXO VOUGA
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No montante global de dois milhões de euros
Jovens agricultores podem candidatar-se a ajudas até 8 de Setembro
Segundo responsáveis pelo setor
Pandemia não prejudicou exportações de kiwi nacional A internacionalização do kiwi foi o tema do webinário organizado pela consultora agrícola Espaço Visual no âmbito das conferências Agromeeting. O evento contou com as participações de Vítor Araújo, administrador da Greensun - Organização de Produtores, e de Luísa Moura, docente na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESA/IPVC). No papel de moderador esteve José Martino, CEO da Espaço Visual, e um dos maiores especialistas nacionais na cultura do kiwi.
A internacionalização do kiwi foi o tema do webinário organizado pela consultora agrícola Espaço Visual no âmbito das conferências Agromeeting. O evento contou com as participações de Vítor Araújo, administrador da Greensun - Organização de Produtores, e de Luísa Moura, docente na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESA/ IPVC). No papel de moderador esteve José Martino, CEO da Espaço Visual, e um dos maiores especialistas nacionais na cultura do kiwi.
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s jovens agricultores do continente podem candidatar-se até 08 de Setembro a prémios à instalação, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, no montante global de dois milhões de euros. De acordo com um aviso publicado no ‘site’ do PDR 2020, em ítor Araújo, da Greensun, considerou que a causa está um prémio à instalação, sob a forma de subvenção não procura externa pelo kiwi nacional vai aumenreembolsável, estando a dotação total fixada nos dois milhões de tar, nomeadamente nos mercados ibérico, França, euros. Marrocos, Canadá. “O consumo externo do kiwi naAs candidaturas devem “fomentar a renovação e o rejuvenescicional vai aumentar”, considerou. Para o responsável mento das empresas agrícolas e aumentar a atratividade do setor da Greensun, a pandemia do Covid19 não afetou as exagrícola aos jovens, promovendo o investimento, o apoio à aquisiportações de kiwi. Este facto revelou-se decisivo na esção de conhecimentos e a participação no mercado”. tratégia desta Organização que reúne cerca de 40 proSó é permitida uma candidatura por cada beneficiário. No endutores de kiwis e que investiu mais de quatro milhões tanto, não são admitidos para a atribuição de apoios os candidade euros nos últimos anos, aumentando a produção de tos que já tenham recebidos ajudas à produção ou à atividade 8.500 toneladas para mais 2.000, com a construção de agrícola, “além dos dois anos anteriores ao ano de apresentação um novo armazém de frio. da candidatura”, que tenham celebrado um contrato de finan“Temos de satisfazer a procura que existe”, consideciamento ou assinado um termo de aceitação em quaisquer rou este responsável, que estimou o aumento dos preajudas aos investimentos no setor agrícola, nem recebido um ços do kiwi nacional nos próximos anos, alicerçado numa prémio à instalação, “com a exceção das candidaturas que tequalidade superior do produto “made in” Portugal - sem nham sido aprovadas nos 12 meses anteriores à submissão da problemas de conservação e com maturação homogénea. candidatura no âmbito do regime de apoio à reestruturação Luísa Moura debruçou-se sobre o impacto da doença PSA e reconversão da vinha (VITIS)” ou os que tenham assumido na produção do kiwi e métodos para a combater e minorar a gestão direta de uma exploração “inscrita na Autoridade os seus efeitos. Tributária com a atividade agrícola e no organismo pagador José Martino concluiu com a certeza de que estes weenquanto beneficiário”. binários organizados pela Espaço Visual contribuem para A submissão de candidaturas deve ser feita no portal do partilhar informação e conhecimento, ferramentas decisivas PDR 2020 ou do Portugal 2020. para o desenvolvimento das agriculturas de Portugal.
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Última Hora
São Pedro do Sul e Chaves reabriram a 15 de Junho
Associação das Termas de Portugal congratula-se com a reabertura dos tratamentos termais
A Associação das Termas de Portugal congratula-se com o anúncio da reabertura da atividade termal. Recorde-se que as estâncias termais tinham tomado a iniciativa de suspender a atividade em meados de Março, no início da fase aguda da pandemia.
das suas instalações. É uma preocupação inerente à atividade termal, que não começou agora. Por isso, podemos assegurar a todos os que nos procuram que o poderão fazer com toda a confiança e garantias”, acrescenta o mesmo responsável. anúncio da possibilidade de reabertura foi feito pela Direção“Os tratamentos termais são uma mais-valia para -Geral de Saúde (DGS), através de uma orientação específica quem procura recuperar de afeções respiratórias e para estabelecimentos termais. Esta prevê várias medidas de segude outras situações clínicas, frequentes em quem rança adicional para os tratamentos termais, a vigorarem durante a esteve muito tempo confinado em casa. Os benefífase de pandemia. cios das curas termais para o reforço do sistema imu“Era uma medida que esperávamos há muito. Temos 46 estabenológico têm vindo a ser comprovados pela ciência, lecimentos termais disponíveis para funcionar, dos quais dois - São pelo que convidamos todos a virem restabelecerPedro do Sul e Chaves - já reabriram. As restantes Termas estão a -se nas estâncias termais da região Centro. Além do cumprir o seu plano de análise bacteriológico, solicitado pela DGS, mais, estas estão situadas em zonas tranquilas, afaspara que possam reabrir durante as próximas semanas”, sublinha tadas das grandes aglomerações de pessoas, e com Victor Leal, presidente da Associação das Termas de Portugal. “As uma envolvência natural que induz o relaxamento e o bem-estar”, diz ainda Adriano Barreto Ramos. termas portuguesas já têm protocolos de higiene, de limpeza e de Entre as medidas de segurança adicional estipuladas controlo bacteriológico muito apertadas. O que fizemos foi adappara esta fase, constam a admissão apenas de termatar os protocolos que já temos a esta nova realidade. Entre outras listas de baixo risco e sem sintomas de infeção pelo medidas, adotámos medidas como higienização das mãos, medinovo coronavírus e a criação de zonas de isolamento. ção de temperatura a clientes e a funcionários, tapetes desinfeTerá de ser feita uma triagem prévia não presencial antantes e menor carga nos edifícios para ter maior espaçamento”, tes das consultas ou tratamentos. Garantir uma ventilaexplica. ção adequada de todos os espaços, reforçar a limpeza e Victor Leal acredita que, apesar da crise provocada pela pandesinfeção das instalações, assegurar um distanciamendemia, as Termas têm condições para encarar o futuro com otito de dois metros entre os aquistas e organizar horários mismo: “Antes da pandemia, o ano de 2020 estava a ser muito positivo para a atividade termal, com crescimento na ordem e circuitos de forma a evitar o cruzamento entre pessoas dos dois dígitos e muitos agendamentos de termalistas. Nas são outras das determinações da DGS. próximas semanas acreditamos que a retoma seja real, apesar As termas disponibilizarão uma solução de base alde sabermos que as pessoas precisam de tempo para ganhar coólica e máscaras cirúrgicas aos utentes, assim como confiança”, acrescenta. os lençóis, toalhas e roupões utilizados nos tratamentos A mesma opinião é partilhada por Adriano Barreto Ramos, e cobre-sapatos ou chinelos de uso único e exclusivo. As coordenador do consórcio Termas Centro, que reúne 20 esmáscaras devem ser usadas dentro de todo o espaço tertâncias termais da região Centro. “Desde a primeira hora da mal, podendo ser removidas no gabinete de consulta e no epidemia que as estâncias termais se prepararam para estar decorrer dos tratamentos termais. A verificação de algum à altura das exigências de segurança impostas por esta situados sintomas sugestivos de covid-19 implica a suspensão ção nova e é com grande satisfação que vão voltar a receber do tratamento. os seus aquistas a partir desta segunda-feira”, destaca AdriaAs datas de reabertura das várias Termas serão anunciano Barreto Ramos. das nas redes sociais da Associação das Termas de Portugal “As estâncias termais sempre mantiveram o máximo cuie das Termas Centro. dado relativamente às condições de higiene e de segurança
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Inclui o Centro de Interpretação da Mesa dos 4 Abades
Projeto das Aldeias da Mesa dos 4 Abades apresentado em Ponte de Lima Foi apresentado em Ponte de Lima o Projeto das Aldeias da Mesa dos 4 Abades, uma iniciativa do Município local, que inclui o novo Centro de Interpretação da Mesa dos Quatro Abades, localizado em Vilar do Monte, nas Freguesias de Labrujó, Rendufe e Vilar do Monte, sendo que só esta última pertencia à ancestral tradição da Mesa dos 4 Abades.
tem um enorme potencial do ponto de vista do património cultural, rural, paisagístico e imaterial, referiu o autarca de Ponte de Lima, acrescentando que “se pretende melhorar e apoiar um conjunto de infraestruturas e equipamentos ligados aos caminhos pedestres, BTT, Downhill, bem como requalificar as pistas e sinaléticas, ou seja criar uma dinâmica que tem como sta tradição, que se mantém desde o século XVIII, consta de objetivo futuro classificar esta área como património uma mesa em granito que se apoia no marco divisório das natural e cultural, e neste sentido irá ser elaborado um freguesias de Bárrio, Cepões, Calheiros e Vilar do Monte, realizaestudo que caracterize este território” adiantou Victor -se no terceiro domingo do mês de Junho. Atualmente, com alMendes. gumas alterações, os abades das quatro freguesias foram substiO Centro de Interpretação da Mesa dos 4 Abades vai tuídos pelos presidentes das Juntas que debatem os problemas permitir descobrir trilhos, atividades de natureza, obque afetam as respetivas freguesias, os seus anseios e projetos servação de animais selvagens, participar em atividades futuros. agrícolas e descobrir sabores únicos produzidos por mãos Na apresentação do projeto, o presidente da Câmara de genuínas das gentes das Aldeias da Mesa dos 4 Abades. Ponte de Lima afirmou que foram apresentadas “um conjunApoiado pelo PROVERE - Programa de Valorização Econóto de ações que representam um investimento global de meio mica de Recursos Endógenos, o projeto resultou de um milhão de euros e esperamos o respetivo retorno para este investimento total de 119.698,32 euros, com uma taxa de território”, referiu Victor Mendes. Trata-se de um significativo comparticipação de 75,13%. Neste contexto, o Município investimento, cujo valor total do conjunto das candidaturas de Ponte de Lima apresentou várias candidaturas, algumas já aprovadas e outras em fase de conclusão. ascende aos 557.549,49 euros, o que representa um finanNo âmbito da Linha de Valorização Turística do Interior ciamento de 448.916,99 euros e um investimento municipal do Turismo de Portugal, o Município apresentou mais duas no valor de 108.632,50 euros. candidaturas, estando já aprovada e em fase de execução O futuro Centro de Interpretação da Mesa dos Quatro a ação ‘Aldeias do Alto Minho - Walking Cycling’; e ainda a Abades está “integrado num conjunto de ações complemenação denominada ‘Conservação, Valorização e Divulgação do tares que tem como objetivo dinamizar este território, que
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“Quando do Velho se Faz Novo, Todos Ganham. Ganha o Planeta!”
Viseu com máquina para devolução de garrafas de bebidas em plástico O
projeto-piloto de reciclagem de garrafas de bebidas de plástico PET chegou a Viseu, onde foi instalada uma máquina automática para devolução deste tipo de embalagens.
O projeto “Quando do Velho se Faz Novo, Todos Ganham. Ganha o Planeta!” é gerido por um consórcio composto pela Associação Águas Minerais e de Nascente de Portugal, Associação Portuguesa sta é uma iniciativa integrada no projeto “Quando do velho se das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB) faz novo, todos ganham. Ganha o planeta!” que teve início a e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribui13 de Março deste ano com a instalação de máquinas de recolha ção (APED) e tem como objetivo incentivar os cidaautomática de garrafas de bebidas em plástico PET não reutilizádãos a adotarem comportamentos sustentáveis para veis, de águas, sumos, refrigerantes ou bebidas alcoólicas, em 23 que o material recolhido seja reciclado e incorporado grandes superfícies de norte a sul do país. como matéria-prima na produção de novas garrafas. O projeto premeia os adeptos da reciclagem e da sustentabiEste projeto-piloto, ativo até Setembro de 2021, é relidade. O valor que os consumidores recebem com a devolução levante para a preparação da implementação do futuro de garrafas pode ser doado a uma instituição social ou utilizado sistema de depósito de embalagens de bebidas, que depara compras no espaço comercial onde está instalada a máverá suceder a este sistema de incentivo a partir de 1 de quina. Janeiro de 2022. Por essa devolução os consumidores recebem o valor de A localização das máquinas pode ser consultada no site dois cêntimos por cada unidade entre 0,1 e 0,5 litros, e cinco https://dovelhosefaznovo.pt/ cêntimos acima de 0,5 e até dois litros. Caso assim o desejem podem optar por doar essa quantia em vez de a utilizar em compras nos espaços comerciais onde estão localizados os equipamentos.
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Diário de Bordos II
Por Luís Serpa
A minha Palma Aqui vai então o seguimento do meu artigo sobre Palma. Começo por ter de desapontar os meus leitores, que estavam decerto ansiosos por uma descrição pormenorizada e vivida da Catedral de Palma. Infelizmente, devido ao vírus que decidiu paralisar o globo a Catedral tem estado fechada. Reabriu há dias, ainda com horários bastante reduzidos. Ficará para outros tempos, menos virulentos. O artigo de hoje versará sobre «a minha Palma». Eu explico: como tenho amigos de várias partes do mundo que me visitam por vezes (poucas vezes, sempre poucas), ganhei o hábito de fazer um itinerário sobre a cidade onde estou tal como eu a vivo. As igrejas, museus – as catedrais, onde as há – estão nos guias. Toda a gente os lê e sabe onde «deve» ir. As minhas versões das cidades onde estou são diferentes, baseadas nas geografias pessoais, nos meus quotidianos. São visões forçosamente redutoras e incompletas, mas têm a vantagem sobre as dos guias de serem «fatias de vida», parte do bolo. Incidem particularmente sobre restaurantes, bares, cafés e livrarias, ruas, passeios – a minha Palma dos meus dias. Não sei que ordem dar a isto. Ou seja: vai na desordem. Ou antes, naquela estranha ordem que a mistura de memória e afectos produz. Começo, portanto, pelo Antiquari, 38
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o café mais francês de Palma (o facto de o dono ser francês ajudará talvez a explicar esta deslocalização). Fica à frente da primeira casa onde vivi em Palma. Tem um menu radicalmente diferente de todos os outros cafés, organiza tertúlias literárias, poéticas, musicais e – seja Deus louvado – fica ao lado da livraria Biblioteca de Babel, para mim a melhor de Palma (escolha que de resto se manifesta e comprova facilmente). Ainda hoje, oito anos (interrompidos várias vezes) depois de o ter feito pela primeira vez, comprar um livro e ir folheá-lo para a esplanada do café, acompanhado por um copo de tinto ou um tinto de verano é um dos sustentos do meu amor por Palma. José Luís, o dono, é um apaixonado por Portugal e diz-me frequentemente que trocaria a sua cidadania catalã pela portuguesa. Estou parcialmente de acordo com ele, mas não lho digo: há coisas que não devem sair da família. Um dia, uma namorada que desaprovava a minha maneira de viver ouviu-me dizer que o Antiquari «é a minha segunda casa» e perguntou-me, zangada: «qual é a primeira?» Para Mojitos, deve escolher-se Lo Divino, um restaurante e vinoteca que os prepara deliciosos (sem açúcar, para mim). A Núria é catalã – mas não o lamenta, antes pelo con-
trário – e o Roberto italiano. Ele faz uma cozinha que mistura elementos dos dois países e ela serve-a com o sorriso mais bonito do Mediterrâneo. A escolha de vinhos é vasta e tem saber. Foi no Lo Divino que organizei a minha primeira noite literária em Palma, em torno do livro ‘O Zen e a Arte da Manutenção das Motocicletas’ e só por isso ficar-me-á para sempre no coração e na memória. À frente fica a Bodeguita del Centro, um restaurante pequenino que me faz pensar naqueles restaurantes gregos onde antigamente se entrava pela cozinha e discutia com o cozinheiro, se provava das panelas e se escolhia a seguir. Hoje isso não existe e na Bodeguita tão pouco, mas a cozinha está ali, aberta, entrando à direita, a senhora atarefada e simpática. O arroz negro é um portento, o bife tártaro não é sublime, mas não desmerece, o piscar de olhos do nome – aquilo que primeiro me atraiu – está perfeitamente justificado. Daqui, para onde vamos? Temos de escolher entre o Bar España, mas a esta hora está fechado, de certeza, e a Ca na Chinchilla (no feminino porque ‘Ca’ significa casa: casa da Chinchilla, diminutivo tradicional de Isabel. Casa da Isabel). Se tivesse de escolher, escolheria esta, mas felizmente não tenho: vamos beber um copo à Chinchilla hoje – está aberta até à meia-noite – e amanhã vamos ao España, «antiga Casa Vinagre». É um daqueles bares a que chamo “os resistentes”: não mudaram. A idade média do dono e dos empregados passa bastante dos setenta anos, a dos clientes anda lá perto. Fica na calle Oms, uma rua pedestre na qual qualquer pessoa que queira conhecer Palma se deve sentar pelo menos uma hora por dia, todos os dias. Todas as classes sociais estão representadas – a rua Oms liga a Rambla ao Carrer Sant Miquel mas está cheia de lojas de chineses, indianos, paquistaneses, restaurantes baratos mai-la incontornável Drogueria Olmos Pinturas, um monumento para quem queira comprar tudo para a casa. Na rua Oms passa Palma toda, a de cima e a de baixo, e vê-la com a perspectiva temporal que o Bar España nos fornece enriquece a visão e o pensamento. Vamos à Chinchila? Fica na Rambla, tem o melhor empregado de café a Norte do Equador (chama-se Angel e nunca vi nome mais bem posto, mais bem recebido, com tanta graça e tanta adequação). A Ca
na Chinchila é um restaurante pequeno onde se come bem, sofisticado, com bons vinhos e bons presuntos. Os pratos mudam frequentemente, mas podem escolher-se de olhos fechados: são todos bons, todos maiorquinos, todos feitos na minúscula cozinha (desta feita à esquerda quando se entra, mas também aberta). Chegou a altura de falar no Abrakadabra, dantes uma crêperie – coisa que deixo de boa vontade para os bretões – e hoje pertença de um sul-africano esguio, excelente profissional. A decoração é exuberante e foi agora enriquecida com uma escultura minha, feita de velas (de igreja, não de barco). No dia 25 de Junho vamos lá organizar uma festa em celebração do dia do marinheiro, com rhum punch preparado como deve ser, a granel, canções de marinheiros e leitura de excertos do The Nigger of the Narcisus, um título que hoje levantaria talvez alguns sobrolhos mas que é um dos melhores livros que li sobre a vida no mar. É o «livro-testamento» do Conrad sobre a sua vida no mar – escreveu-o quando decidiu casar e ir para terra – e não vejo melhor forma de celebrar o dia dos que, como eu, fizeram do mar a sua terra. Ainda não falei do Bar Rita, pois não? Não. Foi de propósito: hesito sempre em incluí-lo nos meus passeios turísticos por Palma. Faz as melhores croquetas de sépia do universo (isto não é exagero), fica numa daquelas praças de Palma das quais se sai diferente do que nelas se entrou. Quando se está sentado na esplanada é fácil imaginar como seria a vida nesta cidade há cinquenta anos: crianças a brincar na rua sem um único adulto a olhar para elas, calma, árvores, gente a conversar animadamente (em mallorquin, regra geral). É um ponto de encontro para locais, amigos da casa e sinto-me com sorte por ter sido aceitado no grupo. Só lá levo os amigos próximos, os que merecem e quase peço desculpa por isso ao Joan, o dono. Ainda a minha Palma vai a meio e já o espaço que tenho acabou. Há mais sítios, mais pessoas. Ficam para a próxima, vale? N.R. Como te invejo meu amigo! A questão, Luís, é que me deixaste com água na boca e eu, que não sou um notívago militante, fiquei com vontade de me meter num avião e… Eu e todos quantos irão ler esta tua prosa! José Luís Araújo www.gazetarural.com
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