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MHARIO LINCOLN
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VICEVERSA: COM O FILÓSOFO ROGÉRIO ROCHA/ JORNALISTA MHARIO LINCOLN/ FILÓSOFO ROGÉRIO ROCHA
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DE MHARIO LINCOLN PARA ROGÉRIO ROCHA
1 – MHARIO LINCOLN - Você, confrade, como um dos pensadores de nossa época, a quem respeito e admiro, sabe que a mente humana é fascinante. Por isso, têm-se falado muito ultimamente numa premissa interessante que repasso com um exemplo comum: quando são vistas luzes estranhas piscando no céu, a primeira ação é pensar em um OVNI – Objeto Voador Não IDENTIFICADO! Então, na lógica, se é Não IDENTIFICADO porque, julgar afirmativamente que é um objeto extraterrestre? Pergunto, com base num dos grandes pensadores deste século, Douglas Neil Walton: esse exemplo é o que se pode chamar de “Argumento da ignorância”? ROGÉRIO ROCHA – A questão trazida por esta pergunta nos convoca a interessantes reflexões. Sabe-se que a Ufologia é um campo de estudos movido pela curiosidade legítima de cidadãos que veem em fenômenos incomuns, por vezes testemunhados por um grande número de pessoas, a motivação para construírem toda uma mitologia no seu entorno. Em boa parte dos fenômenos, após a refutação de hipóteses improváveis, e a exclusão de inúmeras outras possibilidades que dariam conta do ocorrido com uma explicação plausível, passa-se a uma outra etapa, onde certos critérios metodológicos, utilizados pelos pesquisadores mais sérios da área, devem ser observados, a fim de que tenhamos o indicativo da causa daquilo que foi observado. Voltando ao fulcro da pergunta, podemos, sim, afirmar que os fenômenos aéreos não explicados requerem um tratamento sóbrio, não fanatizado, isento de misticismos e mitificações. Razão pela qual, ainda que uma boa explicação causal não seja encontrada, devemos nos distanciar da precipitação em dar nome ao que não é. Portanto, respondendo sua questão, há uma grande dose de ignorância (e até mesmo de má-fé), em indivíduos que reputam a seres de outros níveis de existência cósmico-planetária muitos dos fenômenos estranhos verificados nos céus do planeta. Ainda assim, pondo-se à parte os exageros, as mistificações e o charlatanismo presentes na pseudociência da ufologia, existem estudos sérios no meio ufológico, capitaneados por gente de grande competência intelectual, bem como casos muito bem catalogados, que nos levam a pensar na possibilidade de existência de engenhos e artefatos de construção não humanas, ainda que não possamos indicar de qual origem.
2 – MHL - Um dos vídeos do seu Canal do Youtube de grande sucesso, diz respeito ao conceito de Utopia, características e análises das questões pertinentes à forma como a filosofia, a sociologia e a literatura abordam o tema. Pode nos falar mais sobre isso? RR – A utopia, não-lugar ou lugar que não existe, é uma concepção teórica criada por Thomas Morus, na obra de mesmo nome, para designar uma sociedade ideal ou um mundo “perfeito”. O conceito acabou por ganhar popularidade, espraiando-se como objeto de interesse de outras áreas como a literatura e a sociologia, só para ficarmos em dois campos que sobre ela produzem muitos estudos. A riqueza do tema e as muitas implicações que o pensamento utópico determina são, ainda hoje, elementos que nos ajudam a compreender o motivo do alcance dessas elucubrações. Fato que explica também o elevado quantitativo de obras literárias, por exemplo, que versam sobre mundos inexistentes, sociedades imaginadas e imaginárias, governos e lugares povoados por gente como eu e você, mas organizados das maneiras mais díspares