VESPASIANO RAMOS: ‘COISA ALGUMA & MAIS ALGUMA COISA *
FERNANDO BRAGA in ‘Estante de Cultura- Caderno B’ – ‘Jornal Alto Madeira’, Porto Velho, Rondônia, 18 de agosto de 1984. [Documentos Maranhenses] Deus escolhe um tempo para nos presentear com alguma coisa...E justo naquele 1984 fui, por determinação de meus quefazeres profissionais em Brasília, convocado para o honroso e temporário mister de trabalhar na institucionalização do Tribunal Regional Eleitoral, do recém-criado Estado de Rondônia. Cheguei a Porto Velho na noite de Natal de 83, chão em que o poeta Vespasiano Ramos deu o último suspiro de vida aos 32 anos de idade. Agradeço ao nexo causal do Universo por me ter propiciado essa dádiva, de encontrá-lo no Cemitério dos Inocentes, naquelas terras amazônicas do antigo Guaporé, hoje Rondônia, a repousar em louça e lousa, os louros de sua lira, o que me permitiu escrever depois alguma coisa ao poeta de ‘Coisa Alguma’, tempo em que assistia emocionado as comemorações de seu centenário, na companhia de mais três maranhenses ilustres que lá se encontravam: o Juiz de Direito [da judicatura local], João Batista dos Santos, depois Desembargador; e os caxienses, professor Raymundo Nonato Castro, Vice-Reitor da Universidade de Rondônia e o jornalista e advogado Edison de Carvalho Vidigal, já indicado Ministro do STJ, que lá tinha ido rapidamente para realizar uma audiência jurídica.. Joaquim, Vespasiano Ramos, nasceu na cidade maranhense de Caxias, a 13 de agosto de 1884 e faleceu em Porto Velho, a 26 de dezembro de 1916, aonde tinha chegado no início do mês, a bordo do vapor ‘Andersen’, não como muita gente pensa, impelido pela ‘borracha’, como meio de um melhor aconchego físico-social, mas, para recolher-se no seringal de Aureliano do Carmo, e dar início à escrita de um seu poema amazônico, cantando as belezas do Grande Vale, como fizeram no passado, o paraense José Verissimo, autor de ‘A História da Literatura Brasileira’ e o português Ferreira de Castro, autor de ‘A Selva’, dentre alguns.