AÇAILÂNDIA, 41 ANOS EDMILSON SANCHES O município de Açailândia é um dos 217 do Estado do Maranhão e o primeiro em ordem alfabética (que chega ao “Z”, de Zé Doca). Situado no Oeste Maranhense, tem 5.805 quilômetros quadrados (km2), mais de quatro vezes maior do que a área atual do município que lhe deu origem territorial, Imperatriz, que tem 1.369 km2. A população açailandense é de 113.783, segundo estimativa oficial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021. A economia (Produto Interno Bruto – PIB) de Açailândia é de R$ 2 bilhões, 357 milhões e 042 mil (2019) -é a de número 428 do Brasil, entre os 5.570 municípios, e a quarta maior do Maranhão abaixo apenas de São Luís (R$ 32,7 bilhões), Imperatriz (R$ 7,4 bilhões) e Balsas (R$ 3,4 bilhões). A economia caiu exatos R$ 241 milhões, e a classificação de Açailândia no “ranking” nacional desceu 55 posições: era o município nº 373, desceu para o nº 428. Os Serviços (Setor Terciário, que inclui o segmento do comércio) são o setor que mais contribuiu para a formação dessa economia, com participação de R$ 813 milhões e 111 mil. A Indústria (Setor Secundário) vem em segundo lugar, com participação de R$ 588 milhões e 665 mil. Em seguida, vem a Administração Pública, nos três níveis (municipal, estadual, federal), com R$ 439 milhões e 784 mil. Os Impostos entram com R$ 301 milhões e 580 mil. Paradoxalmente, o primeiro setor da economia é o último na formação do PIB açailandense: a Agropecuária (ou Setor Primário) participa com apenas R$ 213 milhões e 901 mil. No ano passado (2021), os bancos aplicaram em Açailândia, em operações de crédito (financiamentos, empréstimos etc.), exatos R$ 704 milhões e 487 mil. De modo pouco comum, a maior parte desse total pode ter vindo do bolso dos próprios açailandenses e dos municípios da jurisdição das instituições financeiras: mais de R$ 420 milhões estavam em contas de poupança, de depósito a prazo e de depósitos à vista... * Pela Lei Estadual nº 4.295, de 6 de junho de 1981 -- portanto, há 41 anos -- foi criado oficialmente o município de Açailândia, que saiu da condição de distrito de Imperatriz. (Por sua vez, Imperatriz saiu do território de Grajaú; Grajaú saiu de Pastos Bons e Pastos Bons, de Caxias, minha terra natal). Mas a história de Açailândia completará 63 anos no dia 19 de julho. Foi nesse dia, em 1958, que os índios Cotia e Cocranum, em busca de água para a equipe de trabalhadores que construíam a rodovia Belém— Brasília, encontraram um riacho que tinha às suas margens palmeiras de açaí. A Prefeitura e a Câmara de Vereadores deveriam oficializar o 19 de julho como a data maior do município - assim como acontece com Imperatriz, que foi fundada em 16 de julho de 1852 mas só em 1856 foi oficialmente criada (e, depois, em 1924, elevada à categoria de cidade). Afinal, a data de 19 de julho de 1958 dá mais “tamanho”, historicidade para Açailândia. Para ser a data oficial, basta que a Prefeitura encaminhe à Câmara (ou esta inicie por conta própria) um projeto de lei onde se justifique que, “considerando a necessidade de preservar os elementos históricos de início da cidade, fica estabelecido, como data comemorativa maior do município o dia 16 de julho, em homenagem aos pioneiros índios e brancos que formaram o primeiro ajuntamento populacional no território do município, a partir da descoberta do riacho que levou o nome de ‘Açailândia’, em razão da existência, em suas margens, da espécie de palmeira chamada ‘açaí’”. Vale lembrar que a data de aniversário de uma pessoa é a data em que ela nasce e não o dia em que foi registrada no cartório.