TUTOIA INTEGRA A ROTA DAS EMOÇÕES ALDY MELLO DE ARAÚJO membro da Academia Ludovicence de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, lançou no dia 16 de dezembro passado o livro Memorial de Tutoia, na livraria AMEI, onde o mesmo encontra-se à venda. A memória é um dom da vida e nos garante lembrar todos os movimentos vividos. Graças à memória, o ser humano é capaz de recordar fatos ocorridos no passado e lembrar de pessoas com quem igualmente conviveu. Tudo que passamos na vida e tudo que dela percebemos, nossa memória registrou, e hoje reativamos com as lembranças. As lembranças vão e vêm alimentando nossos sentimentos. Exaltamos o fascínio de Tutoia, a princesa do mar, e sua maneira simples de viver. Destacamos as notórias famílias da época, o papel que exerceu Tutoia-Velha, a herança de seu fundador, o coronel Paulino Neves. O importante é divulgar o que foi a Tutoia do passado, bem diferente da Tutoia do presente, lá permanecendo suas belezas e sua sedução. Tutoia não deve apenas integrar a Rota das Emoções, ela é a própria emoção que encanta a todos que a conhecem. Não é uma simples cidade do interior do Maranhão. Tem sua história, suas belezas, seus encantos e sabe seduzir. Situada na microrregião do Baixo Parnaíba, com população de cerca de 60 mil habitantes e a 463 km de São Luis, fica no nordeste maranhense, em pleno delta do Parnaíba, lugar chamado de Barra de Tutoia. Transformou-se de um imenso areal em cidade moderna, cheia de luz e conquistadora. Os que lá moram, de lá não saem, os que vieram de fora acabaram ficando e se deixando seduzir pela cidade do camarão. Foram esses últimos conquistados não só pela delícia dos camarões mas pelas belezas naturais, tendo como cenário maior a praia. Os novos homens de negócio logo estabeleceram suas marcas e lá ficaram. O mar sempre foi um abrigo, os ventos uma boa companhia e o sol garantiu a bronzeada cor da pele, gosto de quem gosta de cultivar a juventude. A fama de Tutoia deve-se muito a sua beleza natural compatível com a sua condição de sedutora. Suas paisagens arrebatam o espanto e a admiração logo à primeira vista. Hoje as fontes turísticas nos apresentam os encantos de Tutoia como responsáveis pela sua fama. Contam os historiadores que a Barra de Tutoia era muita frequentada pelos franceses desde1571, como parada de contrabandistas de pau-brasil e âmbar que eram comercialmente cobiçados na França. Essas eram as primeiras expedições da costa nordeste maranhense. Depois vieram outras empreitadas até surgirem os índios Tremembé descendentes dos Tapuios, considerados uma casta de índios Tapuias. Tutoia, cidade cercada por praias, dunas e onde o sol brilha o ano inteiro, foi sempre marcada por rajadas de ventos frios e tempestades de areia. Era a terra da areia, que significava uma porção de terra que se compõe de grãos soltos de minerais, menor do que os cascalhos. Bancos de areia que se transformam em praias no meio do mar. A cidade é composta por belas praias, mangues, dunas lagos e rios de água doce e salgada. A cidade possui os Pequenos Lençóis, uma triunfal entrada e uma porta aberta para se visitar os Lençóis Maranhenses, com praias desertas e dunas fotográficas. Vale a pena conhecer o conjunto de dunas, os lagos de água doce e salgada, o pôr do sol é de tirar o fôlego. Tutoia está hoje incluída nos roteiros do eco turismo do Brasil, tem de tudo: mar, rio, dunas, lagoas. Os Tremembés pertenciam a tribo dos Nordéstidos, juntamente com os Araioses. Tremembés quer dizer curso de águia branda, a água que se espalha suavemente. Os índios Tapuias eram Cariris e os Tremembés exímios nadadores, por isso eram chamados de “peixes nacionais”. Além de bons nadadores eram ousados e gostavam de atravessar o mar com os próprios braços. Seus inimigos eram os índios Tupis e os Tupinambás. Os Tremembés eram valentes, ferozes, vingativos e traiçoeiros, mas quando conquistavam a