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Preâmbulo ................................................................................................................................................... ix INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Figura 0.

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Tabela 0.

A análise e gestão de risco é já uma realidade no mundo empresarial português, particularmente nas grandes organizações e empresas cotadas, observando-se um interesse crescente na relevância e enfoque na gestão de risco.

A tendência para a progressiva adoção de programas de gestão de risco pelas empresas e organizações em geral é atribuída a um conjunto de fatores que decorrem de fenómenos como a globalização ou a consolidação industrial, mas também da crescente atenção das entidades reguladoras ao corporate governance, e, claro, ao progresso tecnológico que permite uma melhor análise e quantificação dos riscos. Além disso, o foco na maximização do valor dos acionistas, explica a necessidade da redução das ineficiências associadas à abordagem tradicional, melhorando a eficiência do capital investido, estabilizando os resultados, e reduzindo os custos potenciais com o financiamento externo e o escrutínio das entidades reguladoras.

O aumento da supervisão por parte das entidades reguladoras tem sido apontado como um dos grandes fatores da progressiva adoção do Enterprise Risk Management – ERM. Por exemplo, nos EUA a Lei Sarbannes-Oxley advoga, entre outras coisas, que as entidades cotadas na bolsa integrem nas suas estruturas organizacionais comités de auditoria com responsabilidades específicas relativamente à análise e gestão do risco e corporate governance, e reporte sobre o mesmo junto das entidades reguladoras. Esta lógica tem sido transposta para a Europa e também para a realidade portuguesa.

A gestão de risco institucionalizou-se através da criação de sistemas de controlo interno de risco, do estabelecimento de fluxos de informação eficazes e relato entre os órgãos de gestão e as unidades operacionais, da consolidação entre as práticas de auditoria interna e de gestão de risco, do incremento da cultura de consciência dos riscos e da orientação dos departamentos de gestão de risco para funções mais apoio a práticas internas e aumento da sua importância junto das administrações.

As evidências práticas da gestão de riscos empresariais são confirmadas pelo recurso a variadas estratégias, estruturas de gestão, e técnicas de tratamento, incluindo instrumentos financeiros derivados. Nem todos escolhem as mesmas abordagens, refletindo o facto de os objetivos de gestão de risco diferirem entre as empresas. Por exemplo, as grandes empresas tendem a gerir o risco de forma mais ativa do que as PME, embora estas sejam vistas como mais arriscadas. No entanto, as PME têm maiores limitações no acesso aos instrumentos de cobertura disponibilizados pelos mercados e, além disso, têm falta de recursos humanos com capacidades de gestão de risco.

O facto das empresas se envolverem em atividades de risco levanta, assim, uma série de questões importantes:

– O que é um processo eficaz para identificar, medir e gerir riscos? – Que riscos valem a pena correr regularmente ou ocasionalmente e quais os que devem ser evitados? – Como avaliar a eficácia na gestão de riscos? – Que informação deve ser reportada aos stakeholders sobre os riscos de uma empresa?

As respostas a estas questões definem o processo de gestão de riscos. Ao longo do livro, procura-se explicar esse processo e os seus conceitos mais importantes. Consistente com os objetivos, o texto concentra-se na gestão dos riscos corporativos (extensível aos investimentos em ativos financeiros) decorrentes, por exemplo, de transações que são afetadas por riscos de mercado como as taxas de juro, preços de commodities ou taxas de câmbio. Trata também de outros riscos que muitas empresas enfrentam.

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