MOVIMENTO LGBT+ CAPIXABA
O MOVIMENTO LGBT+ NO CONTEXTO BRASILEIRO
“A gente se fortalece na luta”. Marielle Franco7
O surgimento de um Movimento LGBT+ verde e amarelo No final da década de 1970, o país vivia um período de efervescência, em que os estudantes tomavam as ruas para exigir a anistia dos presos e exilados políticos. Era o início do processo de redemocratização do país e o começo do fim da ditadura militar. O Brasil começava a respirar ares mais otimistas, grandes transformações se anunciavam e a sociedade civil ressurgia politicamente. Trabalhadores, estudantes, intelectuais e empresários buscavam uma reestruturação social, e foi por meio dos movimentos sociais que a parcela oprimida da população vislumbrou a possibilidade da mudança social e política que desejavam (MACRAE, 1990). Foi justamente nesse momento que o Movimento LGBT+ começou se articular no Brasil. Nessa década, segundo Silva (2009), a homossexualidade e a transexualidade começou a aparecer nas artes, publicidades e peças de teatro em grandes centros do país, dando início à produção de uma percepção social do tema, o que, de certo modo, contribuiu para que a ação política dos militantes e apoiadores da causa se tornasse mais visível e assumisse um caráter afirmativo. No início dessa mesma década, no entanto, o país passava por um período diferente em sua história. Para Green (1999), no início da década de 1970 o país já encontrava 7 Frase dita pela vereadora do Rio de Janeiro, ativista pelos Direitos Humanos e socióloga, Marielle Franco (Psol), em seu último ato antes de ser assassinada em 14 de março de 2018.
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