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Cidália Aguiar 19 e

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Jane Barreto 65 a

Jane Barreto 65 a

de, mantendo a alegria de viver e produzir, encarando cada amanhecer com significado e objetivos. Paixões de sempre, podem ser potenciadas em idade mais avançada, para manter o ikigai “em alta”. Para manter a saúde, é fundamental tratar da mente, desenvolvendo os neurónios e as sinapses. Continuar a fazer algo com gosto e atenção. Mas, sobretudo, não deixar de aprender. A arte e o ikigai

Pintar, desenhar, fotografar, algumas das paixões que valorizei na transição e após a reforma. Aposentada do ensino, não aposentada da arte. Aliás, a boa notícia é que a nossa capacidade de observação vai melhorando com a idade.

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A arte é um ikigai, cada obra é um projeto, um propósito de vida.

Cada qual terá o seu, claro, mas é fundamental estar ocupado. Uma atividade que flua sem stresse, que preencha qualquer vazio que venha à tona, que seja um motor de crescimento pessoal.

Ikigai e ikebana (ou iquebana)

O que fazer com ramos e flores? A sugestão de um arranjo ikebana, uma tradição japonesa de arranjos florais de forma harmónica, valorizando a relação com as plantas e o ikigai! A arte do Ikebana é mais que uma forma de decoração. É de arte propriamente dita — aproveitando o significado das flores para formar arranjos que transmitem mensagens e ideais. A beleza destes arranjos reside na combinação de cores, formas, linhas de força, espaço vazio e no significado subjacente à composição. É curioso constatar que muitos destes fatores também se aplicam na fotografia. A técnica é complexa e quem quiser experimentar terá de pesquisar sobre o assunto — boa oportunidade para sair da zona de conforto. A composição começa a murchar ao fim de pouco tempo, mas o que interessa isso? Afinal, o caminho para lá chegar é que potenciou o nosso ikigai.

Outros blogues e páginas da autora: http://urbanscidalia. blogspot.com/ https://www.instagram.com/aguiarcidalia/ https://www.facebook.com/Momentos-Cid%C3%A1lia-Aguiar-104233638203929/photos/ https://www.pinterest.pt/ cidaliaaguiar/

A vida como ela é Ócio e Prazer, sem culpa

Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

Muitos da geração que hoje está com 60, 70 anos começaram a trabalhar entre os 14 e 18 anos de idade. Foi uma vida de mergulho no trabalho, para conquistar a casa própria (sonho de consumo da geração anterior) e, entre outros, pagar a educação escolar privada para os filhos, enquanto as escolas públicas feneciam, por ausência de cuidados e investimentos governamentais. Particularmente para as mulheres, que acumularam as funções de dona de casa, mãe, esposa e profissional, foram anos árduos de dedicação a uma dupla jornada, com pouco tempo e recurso para si mesmas. A incessante rotina do ‘fazer’, do ‘correr contra o tempo’, do ‘ter que’, fez dessa geração seres produtivos e incansáveis. Ainda hoje, há uma tendência à cultura da produtividade e criatividade, nessa geração que orgulha-se de sua idade, de seus feitos e de suas conquistas. Tenho olhado atentamente a isso e, paralelamente ao mérito que tem essa geração, da qual faço parte, tento analisar e compreender os fatos reais, as possíveis necessidades, ilusões e armadilhas, desse processo. Penso que devemos dedicar um tempo para ‘despir’ esse ser criativo e produtivo que nos tornamos, tão cedo, e tentar encontrar sua essência e seus desejos. Há vida além do trabalho e é bom vivê-la! Será que não vale a pena experimentar o “Dolce Far Niente” por algum tempo prolongado, sem culpa e sem medo de ser feliz? Será que temos nos perguntado “quando será o momento adequado de caminharmos sob o sol quente ou a chuva fria; vermos o pôr do sol; admirarmos o céu do interior, forrado de estrelas; apreciarmos o estourar repetido das ondas do mar; sentir a terra sob os pés; ficar horas olhando para uma cachoeira que cai das alturas; ouvir o som de diversos pássaros cantando; estarmos próximos de nossa família”?

Você já parou para refletir sobre você e sobre sua finita vida? Você já se perguntou se está completo para ‘partir dessa vida’ e quais seriam as coisas que você ainda gostaria de ver, sentir e fazer? Partindo da premissa de que não somos eternos e de que a morte não manda aviso prévio, quando você pretende viver sua cota de ócio e prazer, sem culpa?

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