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Liça Bonfin 65 e

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Laerte Temple 61 e

Laerte Temple 61 e

Foto: Mercado Livre capacidade e sua essência. Tive vontade de colocá-la no colo e cantar uma canção que a acalmasse. Senti muita dor saindo de dentro dela. Como deve ser triste envelhecer achando que o resultado disso é o ostracismo. Que nada sobrará de nós. Que não serviremos mais para nada e devemos manter-nos à espera da morte. Não há dúvidas de que nossas perdas físicas na velhice são enormes e irreversíveis, tanto na parte estética como na funcional. Mas não somos só físico e podemos aprender coisas novas. Para que ficarmos presos nas nossas perdas, se podemos focar em novas aquisições? Como podemos utilizar nosso potencial, nossa criatividade e a energia que continua viva em nosso corpo? Conheci muitas pessoas que pensavam como essa mulher. Na minha vida ouvi muita gente falando: “agora não dá mais tempo”, “meu tempo já passou” e eu pergunto: “por que passou?” Pode sofrer algumas modificações, mas muita coisa pode acontecer. Por que entregar-nos a uma ideia retrógrada de que idoso está desatualizado e tem de ficar em casa. A opção é só nossa, no que se refere à nossa velhice. Se quisermos, nossas vidas podem ir se “estragando ou serem jogadas fora”, com o passar do tempo, como disse minha amiga, nos tornando incapazes de decidir, incapazes de criar e o pior, incapazes de sermos felizes, morrermos em vida, esperando que nossos dias acabem e enquanto isso, azucrinando quem estiver por perto. Ou se quisermos, podermos ter ideias, projetos e sonharmos livremente na expectativa de coisas grandes ou pequenas, não importa, mas que encham nossa alma, nossa vida de alegria, realizações e a possibilidade de ver que utilizamos nosso potencial. E teremos o maravilhoso sentimento do dever cumprido.

Malu Navarro Gomes

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Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso.

blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

Gêneros literários

Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

Para nos comunicarmos de forma escrita utilizamos a linguagem para exprimirmos nossos sentimentos ou darmos uma informação. Os gêneros textuais podem ser literários ou textos comuns. Os literários têm função estética voltada ao entretenimento, ao belo, à arte, à ficção. Os não literários servem para informar, convencer, explicar, ordenar. Os gêneros literários são determinados pelas classificações de diversas obras em grupos específicos. Agrupam-se por suas semelhanças formais, estruturais e temáticas que eles possuem. Com o passar dos anos, os gêneros literários são entendidos como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em vários subgêneros. São classificados em três grupos bási-

cos:

Gênero lírico: o termo lírico é utilizado, porque, classicamente, uma produção literária era acompanhada por instrumentos musicais gregos, tais quais a lira. Assim, são os textos poéticos que expressam os sentimentos (lirismo) revelando as emoções do poeta. É, preferencialmente, escrito em verso, utilizando verbos e pronomes na 1.ª pessoa do discurso – eu, por exteriorizar o mundo interior. Recorre a muitas figuras de linguagem e palavras que dão musicalidade aos versos, podendo ser utilizada a rima, ou não (que são os versos livres). As principais estruturas clássicas utilizadas para a composição do poema são conhecidas como: elegia; ode; hino; écloga; soneto; sátira. Com o tempo surgiram outras formas poéticas: ciranda, cordel, limerique (é um poema criado na Irlanda, sem sentido, repleto de um humor absurdo presente em apenas cinco versos, seguindo um padrão em sua composição: cinco linhas - o primeiro, o segundo

magazine 60+ #37 - Agosto/2022 - pág.69

Abaixo, um trecho da belíssima ode de Pablo Neruda:

Ode à Cebola (Pablo Neruda)

Cebola Luminosa redoma pétala a pétala cresceu a tua formosura escamas de cristal te acrescentaram e no segredo da terra escura se foi arredondando o teu ventre de orvalho. Sob a terra foi o milagre ... a terra acumulou o seu poderio mostrando a tua nua transparência, e como em Afrodite o mar remoto duplicou a magnólia levantando os seus seios, a terra assim te fez cebola clara como um planeta a reluzir, constelação constante, redonda rosa de água, sobre a mesa das gentes pobres. Generosa desfazes

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