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Katia Brito 75 e
Foto - Crédito Banco de Imagens Freepik
Violência contra a mulher não vê idade e se agrava quando somada a outros preconceitos critas em pedaço de papel. Um dos ODSs prevê a equidade de gênero, e infelizmente, a cada passo que avançamos nesse sentido, uma força nos puxa de volta. Os casos de violência contra a mulher nos assombram, e são ainda mais graves quando se somam ao racismo e a homofobia, por exemplo.
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Avós
No mês de julho, uma data que se popularizou nos últimos anos, é o Dia dos Avós, comemorado no dia 26, fundamentada na tradição católica do Dia de Sant’Ana e São Joaquim, apontados como avós de Jesus. Importante ter uma data que nos lembre dessas figuras tão importantes na nossa trajetória, e que devem ser referenciadas todos os dias. E há que não tenha experiência positivas com seus avós, é fato. Como ouvi uma vez: “os canalhas também envelhecem”. Não é o envelhecer que nos melhora e nos torna mais sábios, longe disso. Aliás, outra data importante foi celebrada em junho. Dia 15 é o Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, também um tema que deveria estar no nosso dia a dia, pelos casos que se repetem, especialmente no âmbito familiar. Pensando nestas datas e no que já abordamos até aqui sobre a violência contra a mulher, fica claro que a violência não está apenas na agressão física, ela também é psicológica, sexual e financeira. Avós, e também avôs, por exemplo, são vítimas frequentes de golpes, como os que envolvem empréstimos consignados, como também de filhos e netos que se apropriam do benefício recebido, seja na forma de aposentadoria ou pensão, ou até mesmo o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Precisamos unir forças contra a violência e denunciar, apoiar as mulheres, de diferentes faixas etárias, com o objetivo comum de construirmos uma sociedade que seja para todos.
Contos I Incêndios: por que eles acontecem na cidade de São Paulo
Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural
Uma das piores lembranças que tenho de minha infância foi de um incêndio num posto de gasolina na cidade que nasci. As labaredas eram enormes e parecia que a cidade ia ser totalmente queimada pelas chamas que tomaram conta dos fios de iluminação... Com certeza minha lembrança é maior do que o próprio fato. Mas uma lembrança que as vezes me vem na memória e sinto os braços de meu pai me carregando no colo. No inicio de 1970 trabalhava como assistente de redação na Aroldo Araújo uma agencia de propaganda carioca cuja filial ficava na Xavier de Toledo e uma tarde o barulho de sirenes de bombeiros tomou conta do centro da cidade, abrimos as janelas e vimos que uma fumaça tomava conta do pedaço, não dava para respirar, era o Edificio Andraus que queimava numa tarde de fevereiro de 1972... Dois anos depois, em fevereiro de 1974 tinha uma reunião na Crefisul, estava desenvolvendo filmes de treinamento para o MKT dirigido por uma amigo querido, Decio Franco de Almeida. A reunião tinha sido marcada as 9h da manhã, receberia o briefing para desenvolver o roteiro. O Joelma ficava na Av 9 de Julho, mas não consegui chegar, o trânsito estava parado, o ar tomado por um cheiro de queimado e sirenes era o som que ecoava e carros de bombeiros ocupando as vias públicas. Naquela época celular não existia, pedi para o motorista do táxi ligar o rádio e foi quando soube que o prédio que iria estava em chamas. Mudei o trajeto e fui para outra reunião que teria depois ali na Fotoptica, no centro da cidade. Com muito custo consegui chegar e assim que desci do táxi, fui caminhando pela 7 de Abril e eis que de repente vejo a figura do meu amigo Decio, andando atabalhoado, com o paletó aberto e com os olhos vagando perdido, gritei seu nome, não dissemos nada, foi o abraço mais caloroso recebi e que dei. Não dá para esquecer.