MAXILLARIS PORTUGAL ABRIL-MAIO 2020

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abril/maio 2020 no 108 P

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

Crónica Falamos com...

OMD reclama medidas para compensar profissionais liberais

Tema de capa

MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL

Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas

César de Gregorio, especialista em Endodontia e orador do reagendado WCDT (Lisboa 2021)

Maxillaris 108

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A revolução digital em Medicina Dentária é o tema em destaque nesta edição, através das distintas óticas de quatro médicos dentistas com experiência neste campo: Elena Cerviño, Diogo Viegas, João Mouzinho e Esteban Xam-Mar



abril/maio 2020 no 108 P

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

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destaques

CRÓNICA

FALAMOS COM... Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas.

Profissionais e estudantes do setor suspendem congressos e jornadas devido ao coronavírus.

OMD reclama medidas para compensar profissionais liberais.

Regeneração óssea vale bolsa de 2,5 milhões de euros para cientista da Universidade de Aveiro.

César de Gregorio, especialista em Endondontia e orador do reagendado WCDT (Lisboa 2021).

TEMA DE CAPA Revolução digital Elena Cerviño: “Tecnologia digital em ortodontia”.

Diogo Viegas: “Seleção de cor digital – conceito L*a*b*”. João Mouzinho: “Facetas cerâmicas – revolução digital”.

Esteban Xam-Mar: “A passagem a digital, um salto no vazio?”.

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❏ Tema de capa (Revolução digital)

sumário

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❏ Crónica 10 Profissionais e estudantes do setor suspendem congressos e jornadas devido ao novo coronavírus. 12 OMD reclama medidas para compensar profissões liberais.

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❏ Quiz de medicina oral 54 Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

Regeneração óssea vale bolsa de 2,5 milhões de euros para cientista da Universidade de Aveiro.

❏ Calendário 58 Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais.

❏ Falamos com... 16 Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas: “O impacto no nosso setor de atividade poderá ser devastador”.

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Elena Cerviño: “Tecnologia digital em ortodontia”. Diogo Viegas: “Seleção de cor digital – conceito L*a*b*”. João Mouzinho: “Facetas cerâmicas – revolução digital”. Esteban Xam-Mar: “A passagem a digital, um salto no vazio?“.

❏ Novidades 62 Produtos e equipamentos.

César de Gregorio, médico dentista espanhol especializado em endodontia e orador do World Congress of Dental Traumatology: “A endodontia é umas das áreas da Medicina Dentária em que mais se avançou e continua a avançar”.

❏ Indústria 64 Notícias do foro empresarial.

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Editorial

Já se contam em dezenas os congressos, as jornadas científicas e as sessões de caráter formativo do setor dentário que foram adiados, ou simplesmente cancelados, devido à pandemia provocada – à escala nacional e global – pelo novo coronavírus. O estado de emergência decretado em meados de março (entretanto renovado no início de abril) pelo Governo português – bem como pela maioria dos executivos europeus – veio impor, de resto com a conivência da Ordem dos Médicos Dentistas, a suspensão da atividade de Medicina Dentária, de estomatologia e de odontologia, com exceção de situações comprovadamente urgentes e inadiáveis. Esta medida tem em vista que os cuidados de saúde oral, pela sua natureza, implicam o contacto direto, próximo e demorado entre o profissional de saúde e o paciente, circunstância que representa risco acrescido de contágio. O implacável surto de Covid-19 tem efeitos devastadores em todas as frentes, e no caso do setor dentário a paralisação é praticamente total, com a classe profissional recolhida em casa, a vida académica interrompida, os representantes da indústria a fazerem contas à vida e os próprios meios de comunicação tradicionais a funcionarem a meio gás (exceção feita para a vertente online). Neste contexto, e a título excecional, a MAXILLARIS compilou nesta revista as edições em papel de abril e maio, preparando-se, entretanto, para reforçar toda a sua oferta (informativa e formativa) nos seus diversos canais e formatos eletrónicos. Também a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) criou um Grupo de Acompanhamento para seguir a evolução do Covid-19 em Portugal. O grupo é liderado pelo médico dentista Paulo Ribeiro de Melo, presidente do Conselho Geral da OMD, e tem como missão disponibilizar informação e emitir recomendações – no site e nas redes sociais da Ordem –, permanecendo atento aos desenvolvimentos de forma a manter atualizados os médicos dentistas. Essa é também a promessa da MAXILLARIS em tempos de pandemia. Estaremos atentos à evolução da inédita conjuntura que se vive no país e no mundo, e em particular aos inevitáveis efeitos colaterais sócio-económicos que já se verificam no setor e certamente se intensificarão no rescaldo desta extraordinária crise de saúde pública. Tal como estaremos naturalmente empenhados em repercutir as melhores fórmulas e medidas que possam mitigar os amplos “estragos” que ainda estão por contabilizar. Melhores dias virão...

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Paralisados



Coordenador Edição Espanhola: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com

índice

Divisão Multimédia: webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

Coordenadora de projetos: Marta Esquinas. marta.esquinas@maxillaris.com

Curso de Fotografia Light Up Studio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com

EMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 e 27

Serviços Administrativos: administracion@maxillaris.com REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45

GSK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Mundo A Sorrir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Manuel V. de la Torre Fajardo. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Systhex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Zhermack . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

ENCARTES:

❑ HSS Portugal

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crónica Profissionais e estudantes do setor suspendem congressos e jornadas devido ao novo coronavírus A maioria dos congressos e jornadas do setor que estavam previstos para o primeiro semestre deste ano foram adiados, ou mesmo cancelados, devido à pandemia global provocada pelo novo coronavírus. As XXVII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Universitário Egas Moniz, que tinham data marcada para os dias 12 a 14 de março, foram adiadas face às mais recentes atualizações sobre as infeções por Covid-19. Até ao fecho desta edição, ainda não havia informações sobre a nova data de realização das jornadas. A comissão organizadora pede desculpas pelo incómodo que esta decisão poderá causar, mas sendo o Instituto Universitário Egas Moniz uma instituição de saúde prevalece acima de tudo o bem-estar populacional. Considerando o impacto da infeção por Covid-19 em Portugal e no Mundo, e seguindo as orientações de várias entidades nacio-

nais e internacionais competentes, a organização das XXXI Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), que iam decorrer nos dias 20 e 21 de março, comunicaram igualmente a suspensão desta iniciativa. Devido às recomendações da Direção-Geral de Saúde, Reitoria da Universidade do Porto e a própria direção da FMDUP, considera-se que não estão reunidas as condições para a realização deste evento. Também a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, como instituição de ensino na área da saúde, decidiu de modo preventivo e temporariamente suspender todas as atividades escolares e extracurriculares, tais como congressos, reuniões científicas e eventos da sua responsabilidade. As XIX Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa, que estavam previstas para os dias 25 e 26 de março, foram assim adiadas para data ainda por definir. O mesmo acontece

com as XV Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Católica (Pólo de Viseu), que estavam previstas para os dias 22 e 23 de maio. A respetiva organização informa que estas se encontram suspensas e sem data alternativa (para já) para a sua realização. No caso da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, a decisão é definitiva: considerando a evolução da situação relativa ao Covid-19, foi decidido, com a indicação do diretor e da comissão científica, o cancelamento da 34ª edição das Jornadas da Medicina Oral, que estavam programadas para maio. Congressos com novas datas Pelo mesmo motivo, a Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) cancelou o seu XX Congresso Nacional previsto para os dias 17 e 18 deste mês. A nova data prevista será os dias 29 e 30 de janeiro de 2021, mantendo-se o local da sua realização (Lisboa) e o programa científico. A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), que estava agendada para os dias 20 e 21 de março passado, também tem novas datas confirmadas: 5 e 6 de fevereiro de 2021. O cenário do encontro mantém-se o Centro de Congressos de Aveiro.

SPPI e SPDOF são duas das sociedades científicas que definiram novas datas para as suas cimeiras anuais.

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A Sociedade Portuguesa de Disfunção Orofacial (SPDOF) decidiu igualmente alterar o seu quarto congresso (que estava agendado para maio deste ano) para os dias 13 a 15 de maio de 2021. A organização, que espera poder contar com todos os participantes no próximo ano, em Coimbra, informa que a plataforma e o site do congresso continuarão ativos e a receber inscrições e resumos para as novas datas.


Crónica

No plano internacional, e pelo mesmo motivo, confirma-se o adiamento para 2021 (em data por determinar) do Oral Reconstruction Global Symposium, que ia decorrer no final deste mês em Nova Iorque (EUA), com a chancela da Oral Reconstruction Foundation. Também a Federação Dentária Internacional (FDI) optou por cancelar a sua cimeira anual, que estava programada para os dias 1 a 4 de setembro próximo e tinha como anfitriã a cidade chinesa de Xangai. De acordo com comunicado assinado pelo próprio presidente desta organização, Gerhard Seeberger, a decisão “não foi tomada de ânimo leve, mas foi considerada inevitável, tendo em mente que em setembro próximo o mundo ainda estará a recuperar da pandemia de Covid-19 e os países membros da FDI estarão em distintas fases da gestão desta doença”. Outro evento internacional entretanto adiado é o World Congress of Dental Traumatology

(WCDT 2020), que estava agendado para junho deste ano, no Centro de Congressos de Lisboa. Pelo mesmo motivo, a comissão organizadora suspendeu a realização do encontro, tendo em vista as restrições globais no plano das viagens, causadas pela pandemia de Covid-19, estando a procurar novo agendamento para a realização do congresso em 2021, mantendo-se Lisboa como cidade anfitriã.

No plano internacional foram cancelados, entre outros, os congressos WCDT e FDI, que estavam agendados para junho, em Lisboa, e setembro, em Xangai (China), respetivamente.

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Crónica

OMD reclama medidas para compensar profissionais liberais A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) considera urgente que o Governo tome medidas para compensar os médicos dentistas que têm a sua atividade suspensa devido à pandemia Covid-19. O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, salienta que “a Medicina Dentária é uma atividade que concentra maioritariamente profissionais liberais, coletados como recibos verdes, ou sócios- gerentes de pequenas sociedades, unipessoais e micro empresas, no essencial, e que enfrentam nesta altura as dificuldades que advêm da suspensão de atividade, com exceção dos procedimentos de urgencia”. Esta paragem, recomendada pela OMD e decretada pelo Governo, por via do risco de transmissão da nova doença nas consultas e tratamentos de Medicina Dentária nesta fase da pandemia, “tem consequências que podem vir a ser dramáticas para os médicos dentistas”, alerta o bastonário, para quem “é urgente que sejam adoptadas medidas que contemplem adequadamente os médicos dentistas que prestam um serviço de saúde essencial à população”. Em causa estão 11.500 médicos dentistas a que se juntam mais 35 mil profissionais, como protésicos, higienistas, assistentes dentários, entre outros. A OMD considera imperativo equiparar quer os sócios-gerentes, quer os trabalhadores independentes, aos trabalhadores por conta de outrem, relativamente às medidas de apoio financeiro concedidas pela Segurança Social.

O bastonário da OMD recorda que a Medicina Dentária foi a primeira atividade a ser suspensa no âmbito das medidas de combate à pandemia.

Medidas insuficientes Orlando Monteiro da Silva considera “muitíssimo insuficientes as medidas do Governo para responder à perda de rendimentos dos profissionais liberais. Há casos de trabalhadores a recibos verdes que vão receber pouco mais de 400 euros, o que é inaceitável, e os sócios-gerentes nem sequer tiveram ainda direito a uma medida que seja do Governo para os compensar pela perda de salário”. Para a OMD, os sócios-gerentes com contribuições para a Segurança Social deveriam ser equiparados aos trabalhadores abrangidos pelo lay-

-off, relativamente às medidas de apoio financeiro a serem pagas pela Segurança Social. A OMD defende ainda que os apoios que a Segurança Social concede aos trabalhadores independentes, na medida dos seus descontos, em situação comprovada de paragem total da sua atividade ou da atividade do respetivo setor, por consequência do surto do novo coronavírus, deveriam ser equiparados aos trabalhadores por conta de outrem.

Ordem cria Grupo de Acompanhamento do Covid-19 A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) criou um Grupo de Acompanhamento para seguir a evolução do Covid-19 em Portugal.

informação, emitir recomendações, permanecendo atento aos desenvolvimentos de forma a manter atualizados os médicos dentistas.

O grupo é liderado pelo médico dentista Paulo Ribeiro de Melo, presidente do Conselho Geral da OMD, e tem como missão disponibilizar

A informação está disponível no site e nas redes sociais da OMD, Facebook, Instagram e Linkedin, sendo atualizada sempre que se justificar.

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Crónica

Mundo A Sorrir promove campanha de recolha de equipamentos de proteção individual A organização não governamental Mundo A Sorrir arrancou com uma campanha de recolha de equipamentos de proteção individual, que serão distribuídos pelos hospitais de Portugal. Até ao final de março, a organização já tinha distribuído 12.000 máscaras de proteção. Face à carência de materiais de proteção e aos pedidos de ajuda dos profissionais de saúde, a Mundo A Sorrir apela à colaboração de clínicas e/ou entidades das diversas áreas que possuam stock de máscaras, luvas e óculos, desinfetantes e fatos de proteção para se dirigirem aos diversos pontos de recolha oficiais disponibilizados pela organização em Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Ponte da Barca. A Mundo A Sorrir é a intermediária entre as clínicas e/ou entidades e a entrega de material nos centros hospitalares, cujos dirigentes manifestem necessidade.

Mundo A Sorrir arrancou com uma campanha de recolha de equipamentos que serão distribuídos pelos hospitais de Portugal.

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Crónica

Covid-19 impõe alargamento dos prazos do cheque-dentista

Face à atual situação de saúde pública, em que as clínicas e consultórios de Medicina Dentária apenas podem realizar consultas de urgência e inadiáveis, levantaram-se algumas questões relacionadas com o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), na vertente cheque-dentista. Assim, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) contactou a Direção-Geral da Saúde (DGS) no sentido de tentar esclarecer quais as medidas que vão adotar para salvaguardar as situações de todos os profissionais que possuem cheques-dentista por terminar e o prazo de validade se encontra a terminar, ou já terminou, sem ser possível atender os utentes. A emissão e entrega dos cheques para as crianças de 7, 10 e 13 anos deste ano também foi abordada. Muito provavelmente só conseguirão ser entregues no final deste ano letivo, o que encurta de sobremaneira o tempo para os utilizar se a data limite for a de 31 de outubro.

Na sequência desses contactos, a DGS informa que para todos os documentos emitidos no âmbito do PNPSO (cheque-dentista), que durante este periodo de encerramento das clínicas ocorra o término da sua validade, a mesma será prorrogada após reinício da atividade. Para tal nessa altura deverá solicitar-se a prorrogação de validade para o e-mail: siso@ dgs.min-saude.pt. Relativamente ao Projeto de Saúde Oral Crianças e Jovens e, face ao panorama atual, a DGS adianta que deve proceder-se à emissão dos cheques-dentista/referenciações para HO de acordo com a Norma 2/2009. Às crianças que tenham sido alvo de triagem, mas que não tenham referenciação para HO emitida, deve ser emitido um cheque -dentista. A entrega dos documentos deverá ser efetuada quando for restabelecida a atividade escolar. A DGS está a analisar a eventualidade de prorrogação de validades, tendo em atenção a dificuldade na utilização dos documentos, dentro do prazo de validade.

APA suspende taxas durante estado de emergência A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu resposta positiva ao ofício enviado pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), no qual solicitava a suspensão de cobrança de taxas e de interrupção de prazos, no âmbito dos processos de registo e de licenciamentos na atividade radiológica em Medicina Dentária. No âmbito da cooperação institucional com a APA, via CAT (Comissão de Aconselhamento Técnico para a Proteção Radiológica e Segurança Nuclear), a OMD enviou a 18 de março passado uma carta em que pedia a interrupção de todos os prazos em curso e a suspensão de

novos pedidos de prorrogação de prazos nos procedimentos pendentes, que se reportem a titulares médicos dentistas, durante o periodo de vigência (incluindo eventuais prorrogações de vigência) do despacho que determina a suspensão de toda e qualquer atividade de Medicina Dentária, de estomatologia e de odontologia, com exceção das situações comprovadamente urgentes e inadiáveis. Em comunicação enviada à OMD, a APA informa que desde que a Portaria nº293/2019 foi publicada, a agência “não iniciou até ao momento a cobrança de qualquer taxa no

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âmbito da mesma, designadamente no que respeita à apreciação de pedidos de registo ou de licenciamento de práticas”. E assegura que não tenciona proceder à sua regularização “enquanto decorrer a situação de emergência de saúde pública”.


Crónica

Regeneração óssea vale bolsa de 2,5 milhões de euros para investigador da Universidade de Aveiro O cientista João Mano, da Universidade de Aveiro (UA), venceu uma bolsa de 2,5 milhões de euros atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês) para trabalhar na regeneração de tecidos ósseos. Esta é já a segunda vez que João Mano, especialista em biomateriais, é galardoado com a ERC Advanced Grant, uma das mais importantes bolsas europeias. Neste concurso, o cientista de Aveiro foi o único em Portugal a receber este tipo de bolsa. A bolsa permitirá, durante cinco anos, desenvolver trabalho na área da bioengenharia de tecidos humanos e biomateriais avançados, nomeadamente na criação de estratégias para a regeneração de tecido ósseo, que poderá ter impacto em casos de perda massiva ou fraturas extensas de osso. “Sinto-me extremamente honrado com este reconhecimento extraordinário, e pelo apoio de todos os membros do grupo”, congratula-se João Mano, professor catedrático no Departamento de Química e investigador no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA.

“Com esta bolsa, vemos assim reforçada a oportunidade de combinar investigação de base de elevado nível com soluções terapêuticas radicalmente inovadoras que poderão vir a ter impacto na qualidade de vida de pacientes”, aponta. Artur Silva, vice-reitor da UA para a área da investigação, sublinha que esta bolsa é “mais um reconhecimento europeu da investigação de ponta” que se realiza na Academia de Aveiro. Esta ERC Advanced Grant, aponta o responsável, “reconhece a qualidade do nosso docente e investigador João Mano e da investigação que realiza e é também uma prova da aposta que tanto a Reitoria como o Laboratório Associado CICECO têm colocado nestes concursos a estas importantes e milionárias bolsas europeias”. Projeto inovador Uma das grandes inovações do projeto “Reborn: full human-based multi-scale constructs with jammed regenerative pockets for bone engineering”, liderado por João Mano, prende-se com a utilização de proteínas

obtidas a partir de tecidos recolhidos durante o parto, e normalmente descartáveis, como a membrana amniótica e o cordão umbilical. Estas servirão de base para a construção de dispositivos altamente hierarquizados, desde a nano à macro-escala, com uma grande capacidade de gerar tecido ósseo mineralizado e promover a sua vascularização. Desses tecidos perinatais também será possível retirar células que desempenharão um papel fundamental na construção dos tecidos em laboratório. As células serão introduzidas dentro de pequenas “placentas” artificiais que, ao fornecerem sinais bioquímicos e mecânicos adequados, fomentarão a formação de micro-tecidos de forma completamente autónoma. A aglomeração dessas “bolsas regenerativas” de forma controlada no espaço permitirá o desenvolvimento de tecidos tridimensionais à escala dos defeitos ósseos reais, com grande precisão geométrica. Para além das aplicações in vivo prevê-se que estes dispositivos inovadores possam também servir como modelos de doenças de dimensões e especificações semelhantes aos dos tecidos reais, a fim de testar novos fármacos e terapias, podendo assim ser vistos como alternativa aos ensaios com animais ou aos testes clínicos.

Esta é já a segunda vez que João Mano, especialista em biomateriais, é galardoado com uma das mais importantes bolsas europeias.

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Falamos com...

Pedro Pires vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos MĂŠdicos Dentistas

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O impacto no nosso setor de atividade poderá ser devastador” A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) criou um “gabinete de crise”, com reuniões quase diárias do Conselho Diretivo, e tem em marcha um grupo de trabalho especial para acompanhar a pandemia provocada pelo novo coronavírus, que veio ditar particulares dificuldades aos médicos dentistas e demais profissionais de saúde oral. Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem, adianta como prioridade assegurar, com a devida proteção e segurança, as urgências e os tratamento inadiáveis. Por outro lado, a OMD reclama ao poder político “um assumir de responsabilidades”, de modo a minorar os danos enormes causados pela suspensão da atividade de um setor que, para já, só tem uma certeza: no rescaldo da crise, nada será como dantes.

De um modo geral, como encara a OMD o surto que está a afetar o país (e o mundo)? A OMD, como as restantes ordens profissionais da área da saúde, encara este surto com grande preocupação, mas igualmente com sentido de responsabilidade e com uma enorme disponibilidade para colaborar com os decisores políticos para, todos juntos, fazermos face a este “estado de guerra” que enfrentamos. Não queremos ser parte do problema; não queremos, nem devemos, ser alarmistas; não queremos aumentar o “ruído”; queremos ajudar a encontrar soluções. É isto que se nos pede e se exige, neste momento. Antes do Estado de Emergência ser declarado, já a OMD tinha alertado e dado indicações aos colegas para suspenderem a normal atividade clínica, por existir um grande risco de contágio para a população em geral, para os nossos colegas, para as equipas de saúde oral e para as nossa famílias. Nesse sentido, uma delegação da OMD, chefiada pelo senhor bastonário, reuniu em Lisboa, no dia 13 de março, com a

senhora ministra da Saúde e com o senhor secretário de Estado da Saúde, para lhes transmitir as nossas preocupações e as nossas prioridades enquanto classe, para podermos enfrentar esta pandemia e minorar os perigos para a saúde, em primeiro lugar. Como é do conhecimento geral, dois dias depois, foi assinado o despacho que suspendeu a nossa atividade clínica, com exceção dos tratamentos de urgência e inadiáveis. Foi uma importantíssima medida para combater a propagação do vírus. De salientar que em muitos países, onde a profissão se encontra bem organizada, esta medida foi também tomada. Por outro lado, nesta situação em que estamos, enfrentamos enormes dificuldades para atendermos, com segurança, as urgências e os tratamento inadiáveis, uma vez que não dispomos dos necessários equipamentos de proteção individual. A outra vertente do problema é a situação económica e financeira dos nossos consultórios e clínicas. Tem que haver, por parte do poder político, um assumir de responsabilidades, como o fez aliás

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Falamos com...

Não queremos, nem devemos, ser alarmistas; não queremos aumentar o “ruído”; queremos ajudar a encontrar soluções. É isto que se nos pede e se exige, neste momento para outros setores da economia que também encerraram, de modo a minorar os danos enormes causados pela suspensão da nossa atividade. É nestas duas frentes que a OMD está focada e a trabalhar todos os dias. Temos tido reuniões quase diárias, tipo “gabinete de crise”, do Conselho Diretivo e temos reunido, também regularmente, com os presidentes dos restantes órgãos sociais. Que especiais recomendações e medidas tem adoptado a OMD no contexto do novo coronavírus? A OMD criou um “gabinete de crise” com reuniões quase diarias do Conselho Directivo e criou também um grupo de trabalho especial para acompanhar toda esta epidemia. Todas as medidas e recomendações da OMD constam no site da Ordem. Enumero aqui algumas delas: logo no dia 18 de março, o Conselho Directivo aprovou, por unanimidade, a isenção de quotas por três meses, podendo esta medida ser prorrogada

A data limite para as apresentações de comunicações e de pósteres do congresso deste ano foi alterada, bem como o prazo de inscrição para os expositores na Expodentária: passou de março para junho.

Pedro Pires considera que a crise instalada pela pandemia vai impor uma alteração nos hábitos sociais e, muito provavelmente, nos protocolos clínicos.

em função da evolução da situação; o Centro de Formação Contínua da OMD adaptou o calendário de eventos previsto e os cursos agendados passaram a ser transmitidos online e em direto, nas datas previstas; disponibilizamos na página eletrónica da OMD, uma nova secção com respostas às perguntas mais frequentes que os médicos dentistas têm remetido à Ordem; em resposta a um apelo da OMD, a Agência Portuguesa do Ambiente não cobrará taxas durante o Estado de Emergência; a colaboração entre a OMD e a OCC (Ordem dos Contabilistas Certificados) permitiu aos médicos dentistas aceder a informação legislativa, fiscal, financeira e social; a OMD elaborou um documento, por entender haver a necessidade de estabilizar as recomendações sobre a metodologia a seguir no atendimento dos doentes e onde consta, por exemplo, a definição de situações comprovadamente urgentes e inadiáveis; temos mantido, desde a primeira hora, contactos com o governo de modo a obter as medidas de compensação sobre a suspensão das atividades de Medicina Dentária. No plano económico/financeiro, que impacto se vislumbra na atividade do setor dentário em Portugal? O impacto no nosso setor de atividade poderá ser devastador. Dependendo sempre do tempo que os consultórios vão ter a atividade suspensa. Hoje ainda não sabemos exatamente, com precisão, quantas semanas durará esta medida de suspensão da atividade. Sabemos que todos nós, médicos dentistas, com consultório próprio, ou a trabalhar por conta de outrem, ficámos, de um dia para o outro, impossibilitados de trabalhar. Nós, as nossas assistentes, os higienistas orais,

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Falamos com...

A OMD criou um “gabinete de crise”, com reuniões quase diárias do Conselho Diretivo, e um grupo de trabalho especial para acompanhar esta inesperada crise de saúde pública.

protésicos, etcétera. E quando o pior tiver passado, quando o tal pico da epidemia for atingido, a nossa atividade não vai ser recuperada de imediato. Provavelmente alguns consultórios poderão não reabrir e muitos colegas que trabalham a “recibo verde” podem perder o seu trabalho, porque mesmo os grandes grupos económicos não irão precisar de todos os profissionais que tinham antes desta crise. A OMD considera que o Governo tem sabido, na medida do possível, dar uma resposta adequada às preocupações dos profissionais do setor? Na primeira fase o governo tomou a medida mais importante: suspender a atividade dos consultórios, de modo a prevenir o contágio da popupação, dos médicos dentistas e das nossas famílias. Foi uma medida de extraordinária importância. Mas depois não conseguiu, conforme se tinha comprometido, adquirir em quantidade suficiente os equipamentos de proteção individual necessários para que pudessemos atender as urgências e os tratamentos inadiáveis. E também não conseguiu responder às medidas exigidas pela OMD para compensar os profissionais liberais que viram a sua atividade suspensa; até esta altura, nem para os que são profissionais liberais, nem para os sócios gerentes dos consultórios e clínicas, categoria profissional sem direito a qualquer compensação no atual quadro de apoios. Pelo menos até à data. Esperamos, naturalmente, que o governo venha a atender as exigências apresentadas pela Ordem.

Seremos capazes, como sempre o fizemos, de encontrar as soluções necessárias para continuarmos a atender os pacientes com a máxima segurança e com a proteção necessária para todos

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Tendo em mente a atual conjuntura, prevê-se alguma alteração substancial ao figurino do próximo congresso da OMD? Em relação ao congresso anual, marcado para o início de novembro, pretendemos manter o figurino, a qualidade do programa científico, a dimensão da Expodentária e pretendemos também manter todo o programa social. Isto seria o ideal e o que todos os médicos dentistas desejam. No entanto, já tivemos de fazer algumas alterações ao cronograma do evento. A data limite para as apresentações de comunicações e de pósteres foi alterada, a data de inscrição para os expositores na Expodentária também passou de março para junho, etcétera. Repare que, neste momento, muitas empresas expositoras do congresso tiveram também grandes quebras nas suas atividades e na sua faturação e não sabem se vão poder ter o mesmo tipo de representação no congresso. Mesmo no caso do programa de formação contínua da OMD, fomos obrigados a adaptá-lo a esta nova realidade do “teletrabalho” e os cursos agendados passaram a ser transmitidos online. Quando esta crise for ultrapassada, acha que a rotina em Medicina Dentária recuperará total normalidade? Infelizmente, não. Nem a atividade do setor, nem as rotinas na Medicina Dentária, recuperarão a normalidade, muito menos de forma imediata. Temos todos que ter a consciência de que nada será como dantes. Nem na Medicina Dentária, nem na maioria das restantes atividades. Vamos ter que alterar hábitos sociais, vamos ter que nos proteger de forma diferente, vamos, muito provavelmente, alterar os protocolos clínicos, poderemos ter que reequipar os consultórios com novos sistemas de aspiração de aerosois, por exemplo, novos sistemas de desinfeção dos espaços, etcétera. É dificil prever quando, e como, vamos reiniciar a nossa atividade. Mas nada será com dantes. Quero, terminando, deixar uma palavra de esperança e de confiança tanto para a população, como para os meus colegas médicos dentistas: tenho a certeza de que seremos capazes, como sempre o fizemos, de encontar as soluções necessárias para continuarmos a atender os pacientes com a máxima segurança e com a proteção necessária para todos.


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CĂŠsar de Gregorio

mĂŠdico dentista espanhol especializado em Endodontia e orador do World Congress of Dental Traumatology

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A endodontia é uma das áreas da Medicina Dentária em que mais se avançou e continua a avançar” O médico dentista César de Gregorio, especializado em Endodontia, é um dos oradores do World Congress of Dental Traumatology que vai realizar-se no Centro de Congressos de Lisboa em 2021, após ter sido adiado (estava previsto para junho próximo) devido à pandemia de Covid-19. O prestigiado clínico espanhol - que divide a sua rotina profissional entre a Universidade Rei Juan Carlos (é sub-diretor e professor do Mestrado de Endodontia Microscópica e Cirurgia Apical) e o seu consultório, em Madrid - intervirá no contexto de um fórum educativo com vários especialistas internacionais, durante o qual se irá debater o estado atual da traumatologia em diferentes centros educativos e propor as alterações necessárias para conseguir salvar o máximo número de dentes afetados por traumatismos. Em entrevista à MAXILLARIS, o profissional (e conferencista) do país vizinho faz o ponto da situação da endodontia sob o ponto de vista científico, terapêutico e tecnológico.

Como antecipa a sua presença no World Congress of Dental Traumatology (WCDT) que vai decorrer em Lisboa? Os congressos mundiais da International Association for Dental Traumatology (IADT) despertam em mim uma grande motivação sempre. Por uns dias, são o centro mundial da traumatologia dentária, reunindo docentes, clínicos e investigadores de todas as partes do mundo. Ao tratar-se de uma associação global, permite uma interação muito enriquecedora. A IADT tem conseguido superar as metas marcadas em cada WCDT. Há dois anos, em San Diego (EUA), todos os participantes mostravam uma grande satisfação com as conferências e atividades às quais assistiram e não tenho a

menor dúvida de que em Lisboa será ainda melhor. Ao estar envolvido em vários comités da IADT, sei em primeira mão o grande esforço que os organizadores estão a realizar. Uma das características dos WCDT é que agrega clínicos de diferentes especialidades, tendo em vista que a traumatologia dentária é claramente multidisciplinar. Deste modo, os participantes verão os distintos enfoques e opções terapêuticas das distintas fases dos tratamentos. Tudo isso, oferecido pelos melhores profissionais no seu campo. Recomendo a todos os médicos dentistas, independentemente da experiência que tenham ou do volume de traumatismos que tratem de forma regular; ser-lhes-á de grandíssima ajuda no diagnóstico e nos seus tratamentos.

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Se os dentes afetados podem manter-se sob o ponto de vista periodontal e restaurador, este é, sem dúvida alguma, o melhor tratamento possível A sua participação no congresso será no contexto de um simpósio de educação. Pode adiantar-nos algo sobre o tema/experiência que partilhará com os congressistas do WCDT? O Educators Forum é sem dúvida um dos eventos do WCDT em que a IADT está a empenhar um grande esforço. O objetivo é discutir, entre académicos de diferentes partes do mundo, a situação atual dos programas de Medicina Dentária e pós-graduações no que se refere à traumatologia dentária e tratar de promover um programa educativo que, acima de tudo, responda às necessidades dos nossos pacientes. Estamos a preparar com muita dedicação uma sessão em que possamos conhecer o estado atual da traumatologia em diferentes centros educativos e sobretudo, em propor as alterações necessárias para que esse programa educativo seja útil e eficaz, para que consigamos salvar o máximo número de dentes afetados por traumatismos e tratar de conter ao máximo as consequências que estes possam ter nos nossos pacientes. É um verdadeiro prazer participar neste evento e estar rodeado de muitos dos melhores docentes do mundo nesta área, que sem dúvida será muito proveitosa para médicos dentistas e outros profissionais de saúde. Atualmente, que relevância assume a vertente da traumatologia dentária no contexto global da Medicina Dentária? A relevância da traumatologia dentária é altíssima. Recordemos que é realmente uma situação de urgência para um paciente, pelo que requer um diagnóstico imediato e em muitas ocasiões também o início de tratamentos na mesma sessão. Os traumatismos dentários afetam muitas vezes de forma moderada ou grave os tecidos dentários e de suporte, além disso na maioria dos casos afetam pacientes jovens em desenvolvimento. Este último ponto é fundamental, já que as consequências que estes traumatismos têm em pacientes em crescimento têm um grande impacto na preservação dos dentes afetados e em como se irão desenvolvendo os processos alveolares. Infelizmente, a formação em traumatología dental, de acordo com os resultados da literatura científica, é bastante limitada. Por este motivo, a IADT trabalha muito intensamente para tratar de lançar protocolos estandarizados, facilmente assimiláveis por qualquer profissional para prevenir ou minimizar complicações em pacientes que sofreram um traumatismo.

Que pautas ou linhas mestras considera imprescindíveis quando se enfrenta o tratamento de um trauma dentário? As principais recomendações que eu daría a um médico dentista que se depara com um traumatismo dentário seria, em primeiro lugar, que deve considerar ter formação e estar atualizado. Vejo numerosos casos de traumatologia dentária na minha prática, que lamentavelmente sofreram, para além do traumatismo, a consequência de tratamentos ou protocolos não adequados. A segunda seria considerar a idade do

Cartaz do congresso com a chancela da International Association for Dental Traumatology, que conta com a colaboração da Sociedade Portuguesa de Endodontologia e da Sociedade Europeia de Endodontia. A edição de 2020 foi adiada para o próximo ano.

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paciente e o estado de maturidade dos dentes afetados. Os protocolos são em ocasiões muito diferentes atendendo a este fator. De modo que em dentes permanentes imaturos, costumamos considerar tratamentos mais “biológicos”, que induzam ou possibilitem a manutenção da pulpar, em muitas ocasiões. Outro dos pontos relevantes, sem dúvida nenhuma, diz respeito ao diagnóstico. Hoje em dia, o diagnóstico mediante tomografia computorizada de feixe cónico (CBCT) permite uma melhor compreensão da patologia e está altamente recomendada em determinadas lesões. Outra recomendação refere-se aos tratamentos na sessão de urgência. Muitas vezes é preferível estabilizar e tratar unicamente o mais grave ou urgente para posteriormente avaliar com uma equipa multidisciplinar as distintas possibilidades de tratamento. Por último, na traumatologia dentária é fundamental manter uma monitorização. Não existe caso de trauma que não possa apresentar complicações, tais como reabsorções e estas requerem um diagnóstico precoce. Acha que os médicos dentistas em geral têm um nível formativo adequado em endodontia ou haverá que investir mais na formação neste domínio da profissão? Quanto à endodontia, depende muito do país ou da região. Considero que nos últimos anos se trabalhou no rumo adequado em muitos países, incorporando uma endodontia mais contemporânea e atualizada não só ao nível pós-graduado como também no pré-graduado. Ainda assim, como endodontista, creio que ainda se pode melhorar em muitos aspetos, mas considero que pelo menos em Espanha e Portugal, onde conheço muitos profissionais de distintas áreas, existe uma adequada formação em endodontia. Onde creio que se pode melhorar é, curiosamente, no diagnóstico. Em lugar de centrar-nos tanto em descrever técnicas, devemos partir de uma boa base diagnóstica. Em ocasiões, continuamos a ver que, inclusive em diagnósticos sem uma elevada dificuldade, continua-se a planificar tratamentos farmacológicos ou terapêuticos inadequados.

A curto/médio prazo creio que podem surgir avanços interessantes em desinfeção, sobre os quais vários investigadores parece que estão a conseguir resultados muito prometedores

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César de Gregorio constata que a tecnologia digital está a entrar na endodontia “de forma implacável”.

A Sociedade Europeia de Endodontologia realizou várias comunicações que alertam para o uso descontrolado de antibióticos no tratamento farmacológico de pulpites irreversíveis e outras patologias que não requerem tratamento antibiótico. Em que momento se encontra a endodontia sob o ponto de vista científico e terapêutico? Creio firmemente que é uma das áreas da Medicina Dentária em que mais se avançou e continua a avançar. Não restam dúvidas de que é um dos campos em que se realizam mais estudos científicos e isto está a ajudar-nos a realizar uma endodontia ainda mais previsível. Além disso, estamos a retomar um caminho que infelizmente parece que se tinha perdido nos últimos anos: a manutenção do dente é muito superior, em termos biológicos, funcionais e estéticos, à sua extração e posterior reabilitação com implantes. De modo que se os dentes afetados podem manter-se sob o ponto de vista periodontal e restaurador, este é, sem dúvida alguma, o melhor tratamento possível. As associações de endodontia de todo o mundo tratam de informar sobre estos aspetos aos pacientes, que ocasionalmente não conhecem os numerosos benefícios de manter os


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seus próprios dentes. Além disso, os avanços em diagnóstico tridimensional, o uso do microscópio, novos sistemas de instrumentação, irrigação e obturação, fazem com que o arsenal tecnológico de que nos rodeamos para os nossos tratamentos seja realmente importante e que, além do mais, possibilite um tratamento mais cómodo para o profissional/paciente, sendo além disso altamente previsível. Em que áreas da endodontia pensa que se produzirão avanços (a curto/médio prazo) e quais poderão ser mais decisivos? Os últimos avanços foram marcados pelo diagnóstico tridimensional (CBCT) e provavelmente no campo da instrumentação e da desinfeão. A resolução das imagens que obtemos hoje com os CBCT com Small-FOV (field of view) é muito elevada e, além disso, minimiza a radiação do paciente a níveis realmente baixos. Os sistemas de libertação e ativação da irrigação representaram um avanço importante no controlo microbiológico e a instrumentação é hoje em dia menos complexa graças a novas ligas, movimentos e desenhos dos instrumentos. A curto/médio prazo creio que podem surgir avanços interessantes em desinfeção, sobre os quais vários investigadores parece que estão a conseguir resultados muito prometedores. No campo do diagnóstico da pulpa, creio que continua a haver muito por descobrir e provavelmente as novas técnicas que possam chegar terão grandes aplicações também em traumatologia dentária. Hoje em dia, para o diagnóstico pulpar, baseamo-nos na sintomatologia e resposta do paciente

a estímulos no dente afetado, assim como em descobertas radiográficas mas não existe uma análise centrada no tecido pulpar. Por último, as aplicações digitais, como a navegação guiada em cirurgias apicais ou o uso de realidade aumentada através do microscópio poderiam contribuir muito para o manejo de complicações, como calcificações, ou durante o retratamento de tratamentos com condutas omitidas. Neste contexto, que papel desempenha a tecnologia digital no desenvolvimento da prática endodôntica? No seguimento do que comentava no ponto anterior, a tecnologia digital está a entrar na endodontia de forma implacável. Tendo em conta que hoje em dia pode estar mais implementada em outras áreas, como a odontologia restauradora, creio que os endodontistas cada vez empregam mais tecnologia digital no seu dia a dia. Nos últimos anos, tratamentos que já estavam descritos na literatura, como o autotransplante, ganharam uma dimensão considerável devido ao uso desta tecnologia. Hoje em dia, é possível planificar um autotransplante e guiar praticamente cada fase do tratamento, com o objetivo de diminuir tempos extraorais e danos no ligamento periodontal. Do mesmo modo, a aplicação no manejo de obliterações de condutas é cada vez mais frequente. Julgo que ainda há muito para evoluir nesse aspeto e provavelmente possamos assistir a uma importante revolução a curto ou médio prazo.

O encontro, que ia decorrer nos dias 17 a 20 de junho próximo, foi remetido para 2021. O local mantém-se o Centro de Congressos de Lisboa.

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tema de capa MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL

Tecnologia digital em ortodontia

Fig. 1. Planificação virtual.

Elena Cerviño Médica dentista. Licenciada pela Universidad de Santa María (Caracas, Venezuela). Pós-graduada em Ortodontia pela New York University College of Dentistry (Nova Iorque, EUA). Mestre em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Certificação no Sistema Invisalign (2006). Master em Ortodontia Invisível Sistema Invisalign (2015). Prática clínica privada no Instituto de Implantologia, nas áreas de Ortondontia e Odontopediatria.

Fig. 2. Cefalometria digital.

Os constantes avanços tecnológicos exercem uma enorme influência no indivíduo e na sociedade, não só nos aspetos mais básicos da vida quotidiana, mas também em áreas nobres como a medicina, economia, educação e comunicação, tornando-se uma ferramenta de trabalho inestimável. Dentro da Medicina Dentária, a ortodontia não é exceção. Desde 1982, que programas cefalométricos computorizados têm vindo a ser desenvolvidos e melhorados, para a realização não só de planos de tratamento de correção e alinhamento mas também de cooperação com a cirurgia maxilofacial. Fig. 3. Scanner intraoral.

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Ciência e prática

Durante anos, os traçados cefalométricos foram a única tecnologia digital usada em ortodontia. Em 2003, foram introduzidos no mercado, os tratamentos ortodônticos virtuais usados para a confeção de aparelhos fixos e alinhadores transparentes, tendo sido a Align Technology™ pioneira com o produto Invisalign™.

mento indireto virtual e fabrico de brackets, o planeamento virtual de casos para aparatologia fixa ou alinhadores transparentes, sendo que a regra geral precisão é o fator determinante, uma vez que a margem de erro é bastante reduzida.

Pessoalmente, tenho vindo a ser uma utilizadora e testemunha da constante evolução digital. Tive a “sorte” de ter estado na Universidade de Nova Iorque (NYUCD) a realizar uma pós-graduação em Ortodontia, em 2006, tendo sido uns dos primeiros cursos a ter a oportunidade de obter a certificação de alinhadores Invisalign™ e começar a usar o sistema. Como qualquer tecnologia nova, os primeiros passos não foram fáceis e implicaram periodos com curvas de aprendizagem grandes.

Mas talvez uma das vantagens mais apelativas do IOS se verifique na comunicação médico-paciente, observando-se um aumento de eficácia na transmissão de informação, quando é utilizado, sendo considerado uma ferramenta poderosa, de fácil interpretação de um problema clínico e de demostração de posição final da movimentação dentária (simulação virtual do tratamento após vários minutos).

Dos inúmeros problemas existentes nessa época, um dos maiores era a falta de elementos digitais necessários para ter um fluxo digital completo (fully digital workflow) e controlar o caso. Isto levou a uma falta de domínio da técnica com o consequente impacto no outcome final do caso.

Ferramenta poderosa

A união/encerramento do ciclo digital interferiu de uma forma profunda nas quatro áreas de intervenção ao paciente: diagnóstico, planificação, execução e monitorização. Esta última é a contribuição tecnológica mais recente com a introdução de um software informático que permite avaliar a correta adaptação de alinhadores, estando o paciente externo à consulta, o que permite trabalhar à distância.

Vários avanços foram introduzidos nesse sentido, sendo, na minha opinião, o scanner intraoral (IOS) um dos elementos chave da revolução da Medicina Dentária digital. O IOS é o elemento que mais contribuiu para a mudança da prática diária de uma unidade/equipa de ortodontia. Reduzimos drásticamente as impressões em alginato e silicone assim como os modelos de gesso e o consequente armazenamento. Ao eliminar estes passos de moldagem tradicional, conseguimos ser incisivos no que concerne ao bem-estar do paciente, suprimindo entre outros, o reflexo de vómito típico deste procedimento. O scanner intraoral não substitui apenas as impressões intraorais “tradicionais”, mas influencia outras técnicas como o posiciona-

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Fig. 4. Alinhadores transparentes.


TEMa DE CaPa MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL Ciência e prática

O meu objetivo como ortodontista é continuar a caminhar na direção do planeamento virtual com a intenção de minimizar os erros de execução e mantê-lo o mais paralelo possível à realidade clínica dos tratamentos

Fig. 5. Plano de tratamento virtual.

Afetando estas valências os tratamentos ortodônticos com o sistema de alinhadores massificaram-se e permitiram que grande parte da população adulta “aversa” ao uso da aparatologia fixa por razões estéticas/funcionais, pudesse corrigir a posição dos dentes e obter um sorriso mais estético e mais saudável. Em suma, hoje em dia os pacientes estão a exigir tratamentos estéticos, indolores e rápidos. E nós, profissionais, temos que nos adaptar às mudanças cada vez mais rápidas nas sociedades. Nunca esquecer que todos os conceitos académicos básicos da ortodontia são e continuarão a ser importantes no futu-

ro; no entanto, é necessário avaliar as novas alternativas com uma postura crítica, acompanhando as evidências científicas. A inovação tecnológica não começou hoje e, definitivamente, também não terminará amanhã, novos equipamentos e desenvolvimento científico estão a evoluir rapidamente. E devemos entender que ela deve ser incorporada ao trabalho diário e que os cuidados clínicos do paciente serão definitivamente aprimorados, evitando obsolescência e tratamentos invasivos desnecessários. O meu objetivo como ortodontista é continuar a caminhar na direção do planeamento virtual com a intenção de minimizar os erros de execução e mantê-lo o mais paralelo possível à realidade clínica dos tratamentos.

Fig. 6. stl obtido de um scanner intraoral.

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Seleção de cor digital – conceito L*a*b*

Diogo Viegas Médico dentista e técnico de prótese dentária. Especialização em Prostodontia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Assistente convidado de Prostodontia Fixa e Reabilitação na FMDUL.

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Ciência e prática

Um dos grandes desafios da Medicina Dentária é a expectativa no resultado final. A seleção de cor é um processo complexo. Esta interpretação depende de uma série de observações tais como a textura de superfície, brilho, translucidez, opalescência, fluorescência e a cor1. A cor é um processo físico. Atualmente, existem dois métodos de seleção de cor: a visual, utilizando escalas de cor (Vita, 1956); e a instrumental, que pode ser realizada por espectrofotômetros, colorímetros e câmaras fotográficas digitais. Mais recentemente foi proposto uma técnica de fotocolorimetria digital para a interpretação de informações relativas à cor dos tecidos dentários e dos materiais restauradores, independemente da acuidade visual e experiência do operador2.

ração da luz com os tecidos dentários. Assim sendo, o espaço de cor Cielab foi desenvolvido pela Comissão Internacional de Iluminação em 1976. A partir daí, há diversos sistemas com esse propósito: eLab e Matisse. Tratam de ser métodos de mapeamento da cor e têm três componentes: L* (luminosidade), a* (eixo verde-vermelho) e b* (eixo azul-amarelo).

O maior conhecimento na área da física levou a uma evolução na interpretação do mecanismo de propagação e inte-

Segue-se uma representação da aplicação destes conceitos num caso clínico.

Fig. 1. Fotografia sorriso máximo (boca entreaberta).

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O objetivo é a partir da quantificação da “cor” tornar mais previsível a obtenção de um resultado e facilitar a comunicação dentista-técnico de prótese. Esta técnica tem como vantagens fazer prova de cor sem a presença do paciente e não ter limitação geográfica.


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Fig. 2. Descoloração azulada do dente 21 (vista frontal).

Fig. 3. Remoção do espigão metálico e colocação de espigão de fibra com resina composta.

Fig. 4. Preparo do 21 em resina composta (vista frontal).

Fig. 5. Fotografia intraoral com Polar Eyes e cartão de balanço de brancos.

Fig. 6. Aspeto da fotografia quando carregada no software Lightroom CC Classic.

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MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL TEMa DE CaPa Ciência e prática

Fig. 7. Coroa do dente 21 com cutback vestibular pré-sinterizada (vista frontal).

Fig. 8. Coroa do dente 21 com cutback vestibular sinterizada (vista frontal no modelo).

Fig. 9. Aplicação da primeira camada de dentina.

Fig. 10. Aplicação da camada de esmalte.

Fig. 11. Fotografia do caso finalizado em sorriso máximo (visto frontal).

Fig. 12. Fotografia intraoral do caso finalizado (vista frontal).

Nota final: Caso feito em parceria clínica com o Prof. Doutor Guilherme Saavedra e laboratorial com o Prof. Doutor Hilton Riquieri. Bibliografia 1. Dudea D, Gasparik C, Botos A, Alb F, Irimie A, Paravina RD. Influence of background/surrounding area on accuracy of visual color matching. Clin Oral Investig 2016; 20(6): 1167-73.

2. Hein S, Tapia J, Bazos P. eLABor_aid: a new approach to digital shade management. Int J Esthet Dent 2017; 12(2): 186-202.

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Facetas cerâmicas - revolução digital

João Mouzinho Médico dentista. mouzinhojoao@gmail.com Mestre em Periodontologia pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte (CESPU). Docente da Pós-graduação de Reabilitação Oral Biomimética Avançada (CESPU). Curso de Capacitação em Implantologia e Enxertos Ósseos pela Faculdade de São Leopoldo Mandic (Brasil). Pós-graduado em Reabilitação Intra e Extraoral com Implantes Osteointegrados pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Pós-graduado em Reabilitação Oral Biomimética Avançada pelo Instituto Universitário Egas Moniz. Cursos clínicos com Galip Gurel, Mauro Fradeani, Istvan Urban, Sidney Kina, Florin Cofar, Christian Coachman, Otto Zhur, August Bruguera, Dudu Medeiros, Erik Van Dooren, Pascal Magne, etc. Responsável do Departamento de Reabilitação Oral e Implantologia da Molar Clinic. Pedro Brito Técnico de prótese dentária. CEO do laboratório Pedro Brito Biomimetik LAB.

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Ciência e prática

Introdução A filosofia atual das facetas cerâmicas insere-se num conceito de Medicina Dentária Biomimética, ou seja, uma filosofia minimamente invasiva. Durante muitos anos o gold standard das facetas eram as facetas feldespáticas sobre refratário ou folha de platina.

sulta após aprovação do planeamento digital pela paciente, pediu-se ao laboratório uma guia de gengivectomia, guias de preparos dentários e as facetas definitivas. Na segunda consulta após 10 dias, efetuou-se a gengivectomia, os preparos dentários e a adesão das facetas definitivas.

A evolução de novas técnicas e novos materiais com os CAD-CAM permite produzir peças cerâmicas ultra conservadoras. Os meios de planeamento digitais vieram ajudar na produção de facetas baseadas em formas de dentes muito aproximadas do natural devido às bibliotecas de dentes naturais que os programas associados ao CAD-CAM contêm. Muito se questiona se a qualidade/estética das facetas fresadas se pode equiparar às facetas estratificadas. Neste artigo iremos apresentar um caso clínico onde se conceberam facetas cerâmicas e guias de desgaste, para poder em apenas uma consulta efetuar os preparos e aderir as facetas.

Fig. 1. Fotografia extraoral inicial.

Caso clínico Paciente do sexo feminino, de 25 anos, sem nenhum problema de saúde relevante, procurava um tratamento conservador para melhorar a estética dos dentes anteriores. Após avaliação inicial, entendemos que podia ser um caso feito com facetas cerâmicas fresadas e maquilhadas em apenas uma consulta. Após avaliação clínica e radiográfica, efetuaram-se fotografias e vídeos iniciais para poder fazer um planeamento digital. Realizou-se um enceramento virtual que permitiu fazer um mock-up ao paciente, que foi aprovado. A escolha das cerâmicas fresadas e maquilhadas deve-se ao seu comportamento mecânico e com alta estética. Na primeira con-

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Fig. 2. Fotografia intraoral inicial.


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Fig. 3. Modelo superior resultante do scanner intraoral.

Fig. 4. Modelo superior resultante do scanner intraoral.

Fig. 5. Planeamento da forma final dentária.

Fig. 6. Mock-up aprovado pela paciente.

Fig. 7. Guia de gengivectomia.

Fig. 8. Gengivectomia efetuada com bisturi elétrico.

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Fig. 9. Foto extraoral após gengivectomia.

Fig. 10. Facetas cerâmicas efetuadas antes dos preparos.

Fig. 11. Preparos dentários com guia.

Fig. 12. Guia para preparos dentários.

Fig. 13. Preparos dentários finalizados.

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Fig. 15. Fotografias extraorais finais.

Fig. 14. Prova das facetas.

Fig. 16. Comparação inicial vs mock-up vs final.

Fig. 17. Fotografia intraoral final.

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Fig. 18. Fotografia intraoral final superior.

Fig. 19. Facetas no sorriso final.

Conclusão A utilização de facetas cerâmicas fresadas e maquilhadas permite um resultado estético muito bom, com uma boa resistência. A maior vantagem das facetas fresadas é a cópia da forma, tamanho e textura de dentes naturais que são sempre reprodutíveis desde o enceramento virtual até à confeção das restaurações finais. A utilização de guias de desgaste permite produzir as facetas e as guias de desgaste para poder, em uma só consulta, preparar os dentes e imediatamente aderir as facetas. A utilização de princípios biomiméticos permite obter resultados biológicos, estéticos e funcionais nos procedimentos médico-dentários. Bibliografia 1. Layton DM, Clarke M, Walton TR. A systematic review and meta-analysis of the survival of feldspathic porcelain veneers over 5 and 10 years. Int J Prosthodont. 2012 Nov-Dec; 25(6): 590-603. 2. Peumans B. Porcelain veeners: a review of the literature. Journal of feldspathic porcelain veneers over 5 and 10 years. Int J Dentistry, 28 (2000) 163-177.

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3. Magne P, Belser U. Bonded porcelain restorations in the anterior dentition: a biomimetic approach. 2003, quintpub.com.


tema de capa MEDICINA DENTĂ RIA NA ERA DIGITAL

A passagem a digital, um salto no vazio?

Esteban Xam-Mar CEO da Dynamic Abutment Solutions. Lleida (Espanha)

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Ciência e prática

A incorporação de processos digitais ao nosso trabalho diário melhorou os resultados nas nossas tarefas se compararmos com os processos analógicos utilizados até agora. A precisão, a repetitividade, a simplicidade e a rapidez do processo fazem que sejamos mais produtivos podendo rentabilizar os nossos negócios. Vendem-nos os sistemas digitais como a solução, em que só temos que desenhar no nosso CAD e apertar um botão para que uma fresadora faça as nossas estruturas. Nada mais longe da realidade. Os programas CAD de desenho não são fáceis de

manusear e requerem formação contínua. As máquinas não são exatas, pelo que temos que ir corrigindo os erros e, sobretudo, assumir o alto custo do investimento que se tem de realizar. Temos de ser conscientes de que a perfeição não existe e que nesses processos digitais há fatores potenciais de erro, desde o implante que se coloca na boca, passando pelo escaneado, a precisão dos scanbodys, as bibliotecas CAD, até ao mecanizado. Em todos estes passos existe um erro acumulativo que, se não conseguirmos corrigir, obteremos um resultado que não será o desejado (tabela 1).

Tabela1. Fatores potenciais de erro nos processos CAD-CAM. Processo/Produto

Precisão/Erro

Bibliografia

Tolerância de fabricação nos implantes. Fecho de implante com aditamento.

10 - 35 μm

Segundo casa de implantes.

ESCANEADO

Exatidão no escaneado. Capacidade do instrumento de aproximar-se ao valor da magnitude real.

Trios (6.9±0.9 μm) CS 3500 (9.8±0.8 μm) iTero (9.8±2.5 μm) True Definition (10.3±0.9 μm) PlanScan (30.9±10.8 μm)

Evaluation of the Accuracy of six Intraoral Scanning Devices Gary D. Hack, DDS and Sebastian B. M. Patzelt, DMD, Dr med dent.

SCANBODY

Tolerância de fabricação nos scanbodies.

DAS ±3 μm Empresa B ±13 μm Empresa C ±5 μm

Estudo interno Departamento I+D+i Talladium Asorcad Ingenería (Geomagic).

CAD

Depende dos arquivos stl gerados pelas empresas.

- 200 μm

MECANIZADO

Fabricação final da estrutura. Precisão da máquina de fresagem.

10 - 50 μm

IMPLANTE

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Datron/Willemin-Macodel/Imes-Icore/ VHF.


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Por esse motivo, a Dynamic Abutment® Solution desenhou um sistema integral no qual se acompanha em todo o momento o técnico na solução dos problemas, compensando com as bibliotecas os erros produzidos pelas máquinas. O objetivo é conseguir a excelência nos resultados. Já não serve oferecer só um aditamento, como podia acontecer em 2004 com o pilar dinâmico que introduzíamos no nosso processo digital, agora é necessário dispor de todo um sistema que se adapte às novas tecnologias em todos os passos do fluxo de trabalho digital (fig. 1): desde as réplicas digitais com as suas

bibliotecas para incorporá-las nos modelos elaborados por impressoras 3D; os scanbodys de precisão para poder tomar os registos, seja diretamente na boca ou no laboratório; diversidade de aditamentos (interfaces, premilled, etc.) e as bibliotecas necessárias para poder realizar os desenhos das próteses. Também ferramentas, serviços CAD e novas estratégias CAM para poder dispor de uma fresagem de precisão, tanto com interface como direto a implante, até um sistema de parafuso/aparafusador angular que nos facilite todas as garantias à hora de fixar as próteses.

Do princípio ao fim

Réplica Réplica digital

MODELO DE BOCA

Modelo Modelo 3D gesso impresso

Modelo fresado

DMTONE Dynamic Milling Tool

Parafuso dinâmico Parafuso altura especial Desaparafusador dinâmico

Scanbody laboratório

Interface Dinâmica® Dynamic 3TiBase

Serviços CAD

Estrutura final Interface Dinâmica®

Dynamic μScanbody

Direto a implante

Estratégias CAM

Estrutura final Direto a implante

ScAnalog

Dynamic pre-milled

Adaptador pre-milled

Estrutura final Dynamic pre-milled

SCAN

Cubeta Escáner de impressão laboratório

DESENHO

Escáner Intraoral

FRESAGEM

Desenho Bibliotecas DAS CAD

Fresado CAM

ESTRUTURA FINAL

Software CAM testado por DAS

Estrutura final

Figura 1.

Scanbody de precisão A precisão no primeiro passo do processo é fundamental para poder dispor de um modelo o mais exato possível. Por este motivo, desenhámos un scanbody com mais ou menos três micras de tolerância, sem buraco no plano Z para facilitar a leitura e sem nenhum tipo de pressão sobre o implante, com um sistema de fixação por imãs (fig. 2. Scanbody). As duas alturas gengivais do adaptador e as diferentes alturas do scanbody (de 8 a 12 mm) permitem-nos abarcar todas as situações cirúrgicas (fig. 3). O scanbody de precisão é a chave que nos abre a porta a todo o sistema angulado da Dynamic.

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SCANBODY SYSTEM Scanbody

Adaptador

Scanbody com imãn

Imãn adaptador

Conexão adaptador Conexão Scanbody 3μm de precisão Figura 2.

Opção 1

Opção 2 (3mm)

Figura 3.

Dynamic Ti-Base® A ampla gama de Ti-Base® para estruturas de zircónio permitem-nos realizar desenhos das próteses, tanto com canais angulados como retos para resolver todas as situações. As diferentes alturas gengivais, assim como as diferentes alturas de cementado e as bibliotecas CAD com ângulos de até 45º, dão a técnico as ferramentas necessárias para poder desenhar e resolver os problemas de inserção incorreta dos parafusos, podendo desenhar próteses estéticas e funcionais (fig. 4).

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Além disso, com o fim de conseguir minimizar os erros que se vão acumulando no processo de elaboração da prótese, Dynamic Abutment® Solutions oferece um padrão de validação para as Ti-Base®. O padrão de validação para as Ti-Base é um arquivo .stl que se facilita ao cliente e que contém diferentes gaps de impressão entre a Ti-Base e o material fresado, que vão desde as 50 micras – que vem por defeito na biblioteca – até valores de 10, 20, 30, 40, 60, 70 e 80 micras (fig. 5).


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9mm

Figura 4.

L: Library

Gap entre Ti-Base e o material fresado: 10. 20. 30. 40. 50. 60. 70 e 80 micras

Figura 5.

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7mm

5mm


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Este padrão fresado serve para estabelecer o espaço de cimentado, segundo a conveniência do cliente, para cada caso entre la Ti-Base® e o padrão de zircónio. Set parafuso/aparafusador O desenho hexalobular da cabeça do parafuso oferece-nos a possibilidade de aparafusar e desaparafusar com total garantia em canais com angulações de até 45º (fig. 6). O sistema de segurança incorporado no aparafusador garante-nos que nunca se ultrapassará a cabeça do parafuso, rom-

pendo-se a cabeza do mesmo quando se está a aplicar um excesso de torque (fig. 7). Quando chegamos aos 45-47 N, deformam-se os canais de segurança, rompendo a cabeça do aparafusador aos 54 N e mantendo o parafuso em perfeito estado. Só seria necessário dispor de um aparafusador novo para poder continuar a trabalhar. Análogo 3D O desenho do análogo para modelos 3D dispõe de um plano XY, importante para evitar a rotação deste no modelo e de um parafuso inferior, no plano Z, que nos garante a correta posição do mesmo (fig. 8).

3.0 PARAFUSO DINÂMICO-APARAFUSADOR 0º-30º

Número de patente aparafusador dinâmico: EP 3 260 079 Número de patente parafuso dinâmico: EP 2 932 937 Figura 6.

Segurança

Máx. torque até rutura = 45 / 50 Ncm Figura 7.

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ANÁLOGO 3D

X and Y

Z

Figura 8.

Da mesma forma que fazemos com as Ti-Base®, a Dynamic Abutment® Solutions facilita ao cliente um padrão de validação para as réplicas digitais. Trata-se de um arquivo .stl que contém diferentes gaps de impressão entre a réplica digital e o material de impressão, que vão desde as 30 micras – que vêm por defeito na biblioteca – até valores de -10, 10, 50 e 70 micras (fig. 9). Este padrão serve para conhecer qual é o gap ideal para a impressora que se utiliza.

Gap entre a réplica digital e o material 3D: -10, 10, 30, 50 e 70 micras

Bibliotecas CAD A ampla diversidade de bibliotecas permitem-nos desenhar qualquer tipo de prótese sobre qualquer conexão. Assim, dispomos de diferentes bibliotecas com distintas tolerâncias para poder compensar os erros das máquinas, podendo fabricar uma prótese precisa adaptada ao nosso sistema.

Tipos de réplicas digitais: A,B,C,D

Figura 9.

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SCANALOG

Figura 10.

Para os profissionais que ainda não dispõem de um escáner intraoral foi desenhado um aditamento, o ScAnalog, com o qual podemos entrar no fluxo digital partindo de uma impressão convencional. Este aparfusa-se aos pilares de impressão da

medida, como se fosse um análogo convencional para o seu esvaziamento em gesso, para escanear diretamente a impressão e gerar um arquivo.stl com o qual podemos començar a trabalhar os nossos desenhos com as bibliotecas CAD (fig. 10).

Caso clínico

Péter Rakics

Röth Gergely

Médico dentista.

Técnico de laboratório.

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Fig 1. Pérda de osso. Extração, recuperação de osso e substituição de implantes.

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MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL TEMa DE CaPa Ciência e prática

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Fig. 2. Impressão digital con scanner intraoral com scanbodies de Dynamic Abutment® Solutions. À esquerda, adaptadores colocados; à direita, scanbodies em posição.

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Fig. 3. Delimitação do perímetro da peça e desenho tampa de cicatrização para formação da gengiva. tampa de cicatrização para formação da gengiva.

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Fig. 4. Partindo do desenho final, descartamos a zona oclusal e ficamos só com o perfil de emergência para formar a gengiva.

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TEMa DE CaPa MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL Ciência e prática

a

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Fig. 5. Passados cerca de três meses, conseguimos uma formação estável da gengiva.

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b

Fig. 6. Uma vez formada a gengiva, tomamos um novo registo para obter um modelo exato desse perfil.

Fig. 7. stl gerado para a realização do trabalho.

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Fig. 8. Desenho do trabalho com as bibliotecas das interfaces.

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Fig. 9. Angulação dos canais para dispor da inserção do parafuso no sulco central.

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Fig. 10. Fresagem e acabamento das peças.

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Fig. 11. Preparação e desenho do modelo 3D.

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Quiz de Medicina Oral Demonstre os seus conhecimentos no teste da MAXILLARIS Durante mais de treze anos a edição espanhola da MAXILLARIS (e mais recentemente a portuguesa) publicou a secção “Imagens da Medicina Oral”, do médico dentista e professor catedrático espanhol Germán Esparza Gómez. Nela se descreveram uma série de casos clínicos, dando conta assim, de uma maneira simples e prática, das principais patologias desta área. Convencidos de que a prevenção é a principal ferramenta terapêutica e que a Medicina Oral deve continuar a ter o seu peso na MAXILLARIS, criámos uma nova secção que sobressai pela sua grande utilidade. Germán Esparza Gómez proporcionará todos os meses um Quiz (teste) no qual se inclui uma breve descrição de um caso e uma ou duas imagens do mesmo. Com estes dados, se lançará uma pergunta sobre um possível diagnóstico. O resultado desta pergunta publicar-se-á no mês seguinte, explicando tanto a argumentação da opção correta como a das respostas invalidadas. Para responder a esta pergunta e obter a solução correta de forma imediata, basta aceder à seguinte página eletrónica: www.maxillaris.com/quiz–pt. É um processo simples que não leva mais de um minuto. Aos participantes que obtenham os melhores resultados, a MAXILLARIS oferece um prémio especial.

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de Medicina Oral

Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia, Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

Responda a esta pergunta em: www.maxillaris.com/quiz

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Ao explorar a cavidade oral de um paciente com 52 anos descobriu-se o aspeto do dorso lingual que a imagem documenta. O paciente não refere nenhum incómodo e nunca lhe deu importância. Qual será a atitude mais correta a tomar neste caso?: A. Realizar uma biopsia. B. Informar o paciente da condição. C. Instaurar um tratamento com corticóides tópicos.

A solução publicar-se-á de forma imediata no site e em formato impresso no próximo número.

D. Encaminhar o paciente para um cirurgião maxilofacial.

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Quiz de Medicina Oral

Solução do Quiz no 14 (MARÇO 2020)

A resposta correta é a C: Queilite comissural.

A queilite comissural ou angular é uma inflamação, geralmente bilateral e crónica, das comissuras labiais que se caracteriza pela aparição consecutiva de eritema, fissuras, fendas e, finalmente, a formação de crostas. Pode ocorrer por diferentes mecanismos: diminuição da dimensão vertical, défices vitamínicos (sobretudo do grupo B), imunodepressão, etc. Atualmente considera-se como uma lesão associada a Candida albicans, embora também possa envolver a intervenção de estreptocos e estafilococos cutâneos. O diagnóstico do quadro é clínico, já que as lesões são muito características e facilmente identificáveis.

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Calendário

ENDODONTIA

ENDODONTIA

Título de experto em endodontia

Que sistema de limas usar na prática clínica?

CEOdont organiza este curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar o seus conhecimentos no mundo da endodontia. Trata-se de uma interessante oportunidade para conhecer os últimos avanços neste domínio, tanto no campo do diagnóstico como do tratamento, instrumental, técnicas e materiais. Eis os módulos que compõem o programa que se iniciará no próximo mês de outubro: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 1 a 3 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 12 a 14 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares; de 10 a 12 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 4 a 6 de fevereiro de 2021. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 4 a 6 de março de 2021.

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem agendado para o dia 13 de julho, na Guarda, um curso subordinado ao tema “Que sistema de limas usar na prática clínica? Que evidência científica?”, que terá como orientador o médico dentista Hugo Sousa Dias, com prática clínica exclusiva em endodontia e microcirurgia endodôntica. Pretende-se com este curso de final do dia mostrar o que existe, em termos de evidência científica, que possa auxiliar o clínico aquando a sua seleção do(s) sistema(s) para cada situação clínica, bem com apresentar algumas dicas que promovam a segurança desta etapa do tratamento endodôntico.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

DESTAQUE

SPPI altera reunião anual para fevereiro de 2021

Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Centro de Congressos de Aveiro www.sppi.pt

226 197 690 - formacao@omd.pt

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), que estava agendada para os dias 20 e 21 de março passado, foi alterada para os dias 5 e 6 de fevereiro do próximo ano, devido à atual conjuntura de pandemia global, provocada pelo surto do novo coronavírus. O Centro de Congressos de Aveiro mantém-se como cenário da reunião e o programa científico também se prevê sem alterações, focado nos principais desafios da prática clínica atual da periodontologia e da implantologia. O primeiro dia da reunião será dedicado a cursos hands-on, enquanto a segunda jornada será preenchida com palestras de oradores de renome, tais como Sofia Aroca, que é uma das referências mundiais em cirurgia plástica periodontal e, nomeadamente, no tratamento de recessões gengivais. Da Universidade Complutense de Madrid (Espanha) virão Ignacio Sanz Sánchez e Ana Molina Villar. De França, e em representação da Sociedade Francesa de Periodontologia e Implantologia Oral, espera-se a presença de Frédéric Gadenne. Os oradores portugueses serão António Mano Azul e Pedro Moura.

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Calendário

ESTÉTICA

ESTÉTICA

Facetas em resina composta vs facetas em cerâmica

Título de experto em estética dentária

Ao abrigo do programa formativo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), realiza-se no próximo dia 6 de julho, em Coimbra, o curso de fim de dia intitulado “Facetas em resina composta vs facetas em cerâmica: opções terapêuticas”, ministrado pelo médico dentista Rodrigo Cavaco, pós-graduado em Reabilitação Oral Biomimética e formador na Shape Dentistry Academy. Compósitos e cerâmica são materiais que nos permitem atingir resultados de sucesso. No entanto, é importante conhecer as vantagens e desvantagens de cada material e selecionar o que é melhor para cada caso.

A CEOdont anuncia mais uma edição deste curso orientado, em Madrid, por Mariano Sanz, José A. de Rábago e Rafael Naranjo. Eis os módulos (existe a opção de fazer módulos soltos) do programa: • 1. Periodontia clínica na prática geral; 18 e 19 de setembro. • 2. Cirugía plástica periodontal; 16 e 17 de outubro. • 3. Cirurgia mucogingival e estética; 11 e 12 de novembro. • 4. Restauração com compósitos I; 5 e 6 de fevereiro de 2021. • 5. Restauração com compósitos II; 5 e 6 de março de 2021. • 6. Capas de porcelana I: indicações, talado e impressões; de 1 a 3 de abril de 2021. • 7. Capas de porcelana II: cimentado e ajuste oclusal; de 6 a 8 de maio de 2021. • 8. Coroas de recobrimento total e incrustações; 4 e 5 de junho de 2021.

226 197 690 - formacao@omd.pt

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IMPLANTOLOGIA

ODONTOPEDIATRIA

Elevação de seio maxilar

Título de experto universitário em odontopediatria

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem prevista para o dia 21 de setembro próximo, em Faro, uma formação subordinada ao tema “Elevação de seio maxilar por abordagem crestal com osseodensificação”, ministrada pelo médico dentista João Gaspar. A osseodensificação representa claramente uma mudança de paradigma na preparação do leito implantar. Nesta apresentação, será abordada a evidência científica sobre este conceito e irão ser apresentados vários casos clínicos ilustrativos do potencial da técnica no âmbito da elevação do seio maxilar.

A CEOdont organiza este curso, em Madrid, orientado por Paloma Planells, Paola Beltri, Eva M. Martínez, Luis Gallegos e José I. Salmerón. O programa consta dos seguintes módulos: • 1. O sucesso no controlo do comportamento na criança; de 22 a 24 de outubro. • 2. Desafios da prevenção e odontologia conservadora em crianças; de 26 a 28 de novembro. • 3. Traumatismos e patologia pulpar em dentição temporária e permanente jovem; de 21 a 23 de janeiro de 2021. • 4. Patologia médico-cirúrgica infantil; de 11 a 13 de março de 2021. • 5. Diagnóstico e tratamento integral na criança (aplicação de novas tecnologias em odontopediatria; de 8 a 10 de abril de 2021.

226 197 699 - www.omd.pt

jornadasmofmdul@gmail.com

A 34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), que estava programada para os dias 14 e 15 de maio, já não se vai realizar. A FMDUL decidiu cancelar as habituais jornadas destinadas aos estudantes do Mestrado Integrado de Medicina Dentária, tendo em consideração a evolução da situação relativa ao surto de COVID-19. Perante a extraordinária conjuntura que vivemos a nível interno e no plano internacional, o diretor da FMDUL e a comissão científica optaram por suspender, sem data alternativa, a 34ª edição das jornadas de medicina oral. Este evento reúne habitualmente, no Auditório Prof. Doutor Simões dos Santos, da FMDUL, centenas de participantes, entre a comunidade académica, médicos dentistas, higienistas orais e técnicos de prótese dentária.

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DESTAQUE

Universidade de Lisboa cancela jornadas

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com


Calendário

ORTODONTIA

ORTODONTIA Desenho e desenvolvimento de alinhadores

Pós-graduação em ortodontia

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza em Madrid, em data por confirmar, o curso de formação “Desenho de alinhadores para técnicos de prótese dentária”, orientado pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera. Este curso dirige-se tanto a técnicos de prótese que já têm conhecimentos em ortodontia como aos profissionais desta área que possam ter interesse em conhecer as possibilidades que oferecem as técnicas com alinhadores.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, reagendou para dia 14 de maio, em Madrid, o início da 90ª edição da pós-graduação em ortodontia “Experto em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores”, orientada por Alberto Cervera. O programa divide-se em oito módulos e inclui a tecnologia de alinhadores como alternativa ao tratamento de más oclusões, avaliação estética do caso e confeção de aparelhos de ortodontia. Abrange as seguintes áreas: protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromas clínicos, práticas em tipodontos com brackets metálicos, estéticos e alinhadores, e práticas clínicas tutorizadas.

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

VÁRIOS

VÁRIOS Universidade Católica suspende jornadas

Congresso da SPEMD regressa a Coimbra

Tendo em conta os recentes eventos alarmantes de saúde pública, associados ao surto de COVID-19, também a organização das XV Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Católica (Pólo de Viseu), que estavam previstas para os dias 22 e 23 de maio, informa que estas se encontram com data suspensa. É com enorme pesar que a comissão organizadora anuncia esta decisão, pedindo desde já a compreensão de todos e apelando à adesão do setor quando for possível avançar com nova data.

O congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) já tem data marcada . O XL encontro anual da centenária sociedade científica, por sinal a mais antiga do setor dentário na Península Ibérica, está agendado para os dias 9 e 10 de outubro, em Coimbra. O congresso da SPEMD voltará a reunir no emblemático Convento de São Francisco da cidade dos estudantes cerca de um milhar de participantes, entre oradores e profissionais de todas as áreas da saúde oral, bem como algumas dezenas de representantes da indústria dentária.

XVjornadasucpviseu@outlook.pt

www.spemd.pt

DESTAQUE

SPE realiza em setembro o seu terceiro congresso

A Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) tem previsto organizar o seu terceiro congresso nos dias 18 e 19 do próximo mês de setembro, nas instalações do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). De acordo com a organização, trata-se de um evento de excelência para a endodontia e Medicina Dentária em Portugal, com palestrantes nacionais e estrangeiros de grande destaque. O programa, que inclui variados cursos pré-congresso, tem um grande potencial em termos de conhecimentos teóricos e práticos em endodontia para todos os participantes.

Sociedade Portuguesa de Endodontologia Instituto Universitário de Lisboa congresso2020@spendo.pt

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Calendário

VÁRIOS

VÁRIOS

Jornadas de saúde oral no Hospital de Beja

APHO adia congresso para janeiro de 2021

A segunda edição das jornadas de saúde oral organizadas pela Unidade de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) vão decorrer nos dias 29 e 30 de maio, em Beja, e serão integradas nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes. Os temas a tratar, por um painel de oradores de excelência, são as doenças sistémicas e crónicas transversais à saúde da cavidade oral. O público alvo das jornadas são: médicos, médicos dentistas, enfermeiros, professores, higienistas orais e outros profissionais de saúde.

Com os recentes desenvolvimentos que afetam o normal panorama de saúde pública, a Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) analisou o assunto globalmente, atendendo às recomendações nacionais e internacionais, tendo decidido adiar o seu XX congresso nacional, previsto para os dias 17 e 18 de abril, em Lisboa. A direção da APHO e a comissão organizadora do congresso tomaram esta decisão com o objetivo de assegurar as melhores condições de segurança e a saúde de todos os intervenientes. A nova data prevista será os dias 29 e 30 de janeiro de 2021, mantendo-se o local da sua realização (Lisboa) e o programa científico.

www.ulsba.min-saude.pt

www.apho.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

29o congresso da OMD mantém-se em novembro

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) regressa ao Porto, estando agendado para os dias 5 a 7 de novembro. A edição nortenha do maior encontro nacional da área da saúde oral (e da saúde em geral) voltará a ter como cenário as amplas instalações da Exponor, em Matosinhos, onde decorrerá, paralelamente ao programa científico, mais uma edição da Expodentária. A integração da Medicina Dentária com o ambiente, com a saúde geral e setorial e ainda com a qualidade de vida dos utentes e sobretudo dos profissionais da saúde oral, será a missão e o foco do próximo congresso.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell, em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algoritmo do tratamiento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

www.omd.pt

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

VÁRIOS

VÁRIOS

IV congresso da SPDOF adiado para maio de 2021

Berlim acolhe em outubro reunião anual da EAO

Face à situação de emergência mundial em que nos encontramos, originada pela pandemia COVID-19, a Sociedade Portuguesa de Disfunção Oro-Facial (SPDOF) decidiu adiar o congresso que tinha marcado para maio deste ano. Assim, a quarta edição do encontro transita, mantendo programa e local, para os dias 13 a 15 de maio de 2021, na Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra. Todos os compromissos da SPDOF serão mantidos no que toca a palestrantes, patrocinadores, colaboradores e congressistas. A plataforma e o site do congresso continuarão ativos, a receber inscrições e resumos para as novas datas.

Berlim (Alemanha) será a cidade anfitriã da próxima reunião científica anual da Associação Europeia de Osteointegração (EAO, na sigla em inglês), que tem data marcada para os dias 8 a 10 de outubro próximo. Este evento reunirá na capital alemã milhares de profissionais de Medicina Dentária, oriundos dos quatro cantos do mundo. O programa científico, este ano sob o lema “Derrubando muros!”, irá abranger temas que marcam a atualidade da profissão, entre os quais se destacam a implantologia digital, os biomateriais, as controvérsias clínicas e o aconselhamento clínico.

www.spdof.pt

www.congress.eao.org

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Novidades

Scanner 3Shape E4 para laboratórios

Microimplantes DSQ para fixação esquelética em ortodontia

A 3Shape continua a desenvolver inowww.3shape.com vações na área da Medicina Dentária que oferecem aos pacientes uma atenção dentária superior. Exemplo disso é o scanner de laboratório 3Shape E4, que digitaliza arcos completos em apenas nove segundos, dois segundos mais rápido do que quando foi lançado no ano passado, para torná-lo o scanner 3Shape mais rápido. A velocidade sem precedentes deste instrumento ajuda a fornecer varredura eficiente de modelos para produtividade superior, bem como precisão extremamente alta, mesmo para os casos mais exigentes.

A ZIACOM, em colaboração com o espewww.ziacom.es cialista espanhol David Suárez Quintanilla, desenvolveu os microimplantes de ortodontia DSQ, que permitem alterar a fixação dentária pela fixação esquelética que oferecem estes microimplantes ao estarem inseridos no osso. São uma resposta a um dos grandes desafíos da ortodontia, que é conseguir uma excelente fixação que não só permita realizar diversos movimentos dentários como também evitar o movimento involuntário dos dentes fixados. Os microimplantes DSQ possuem um corpo autorroscante e autoperfurante que facilita a sua colocação em osso tanto mole como duro sem a necessidade de fresagem. Além disso, possuem diferentes diâmetros, comprimentos e formatos de cabeça, o que permite o seu uso em diferentes condições clínicas e permite realizar diversas biomecânicas ortodônticas.

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abril / maio 2020


Novidades

Vistavox Ceph RX Extraoral 2D-3D

Novo 3Shape TRIOS 4 com solução premium

A Dürr Dental apresentou Vistavox www.duerrdental.com Ceph RX Extraoral 2D-3D, um equipamento que proporciona excelente qualidade de imagem 2D e 3D graças à alta resolução do seu sensor CsI, com tamanho de píxel de 49,5 μm. Esta unidade oferece também campos de visão de 13 × 8,5 e 13 × 7 adaptados ao arco mandibular completo, assim como de 5 × 5 com opções de resolução de 80 e 120 μm. A tecnologia S-Pan em 2D melhora os erros de posicionamento. Dispõe de vários programas para o diagnóstico panorâmico em 2D: panorâmica standard, pediátrica e segmentada, estudos da articulação temporomandibular (ATM), tomas sinusais, asa de mordida e ortogonais. Inclui também seis programas para o diagnóstico Ceph: lateral, lateral completo, PA, submentonvertex, projeção de Waters e carpos.

A 3Shape decidiu combinar a funciowww.3shape.com nalidade de Wireless (sem cabo) e a confiabilidade de Wired (com cabo). Todos os novos TRIOS 4, a partir de abril, estarão munidos de duas bases de POD - Wireless e Wired. Todos os profissionais da área da Medicina Dentária têm, agora, à sua disposição uma verdadeira solução premium que se adapta às necessidades de cada momento. Mais uma vez, o TRIOS 4 coloca-se na vanguarda das soluções digitais em velocidade, precisão ou ergonomia.

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ABRIL / MAIO 2020


Indústria

Henry Schein reconhecida pelo Instituto Ethisphere

Membros da BioHorizons Camlog apoiam crianças desfavorecidas

A Henry Schein, a maior fornecedora a nível mundial de soluções para cuidados de saúde dirigidas a profissionais de odontologia e medicina com consultório, foi reconhecida pelo Instituto Ethisphere, líder global na definição e estabelecimento de normas em matéria de práticas comerciais éticas, como uma das empresas mais éticas do mundo em 2020. A empresa foi reconhecida pelo nono ano consecutivo, sendo a única homenageada na categoria de “Produtos para cuidados de saúde”, o que sublinha ainda mais o seu compromisso no sentido de cumprir com as suas responsabilidades de cidadania empresarial, através da retribuição às profissões e comunidades que serve. Este ano, foram homenageadas 132 empresas, que integram um total de 21 países e 51 setores. As melhores práticas e informações das empresas homenageadas na edição de 2020 serão publicadas, em breve, num relatório e por webcast.

Durante a reunião de arranque da temporada de vendas da BioHorizons Camlog, realizada em Frankfurt (Alemanha), os participantes uniram esforços para angariar “kits conforto” destinados a crianças desfaA equipa da BioHorizons Camlog Western vorecidas e às respetivas famílias. A equipa European concluiu o “We care global participou no terceiro “We care global challenge 2020”. challenge”, uma iniciativa que visa prestar assistência a pessoas e comunidades desfavorecidas, que este ano associou-se à instituição de caridade Heart to Heart International, que prestou apoio ao facilitar a criação dos kits de higiene, e à organização Save the Children, que ajudou a distribuir os kits a crianças e famílias carenciadas.

www.henryschein.com

DESTAQUE

Malo Clinic comemora 25 anos

www.maloclinics.com

www.biohorizons.com

A Malo Clinic comemora este ano o seu 25º aniversário, periodo em que se tornou numa referência a nível mundial na área de implantologia e estética dentária. Ao longo deste periodo, criou sorrisos a mais de 350.000 pacientes em todo o mundo e formou mais de 9.000 médicos dentistas. A empresa apostou na inovação e é hoje detentora de inúmeras patentes e várias distinções conquistadas, que a tornam num caso único de sucesso na área da Medicina Dentária a nível internacional, em particular pela quantidade e complexidade dos casos clínicos realizados, usando a técnica cirúrgica All-on-4®. Beneficiando da forte solidez do seu acionista de referência Atena Equity Partners, a Malo Clinic tem em marcha um investimento de quatro milhões de euros com o objetivo de potenciar o desenvolvimento do Grupo. Este investimento integra o plano estratégico que aposta na melhoria contínua da atividade clínica e no reforço da aposta na inovação e investigação, permitindo reforçar a liderança em Portugal, bem como potenciar o turismo de Ao longo deste periodo, a Malo Clinic formou mais saúde como um dos seus eixos de crescimento. de 9.000 médicos dentistas.

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Indústria

exocad junta-se à equipa da Align Technology A Align Technology, uma das empresas parceiras da exocad desde 2017, anunciou a aquisição desta última no início do passado mês de março. Dirigentes de ambas as empresas realizaram, entretanto, uma conferência de imprensa conjunta, durante a qual partilharam os seus pontos de vista quanto ao futuro. Na ocasião, ficou Align Technology e exocad já colaboravam claro que a distribuição das soluções desde 2017. de software da exocad vai continuar a ser assegurada por mais de 200 companhias parceiras em todo o mundo. Por outro lado, a exocad encara a Align Tecnhology como o sócio ideal para continuar a crescer com sucesso no mercado dentário global. www.exocad.com

Couleur & Connection lança em Portugal canal “Wait & Smile” No ano em que a Couleur & Connection celebra 40 anos de existência, a sua filial em Portugal acaba de lançar o canal de sala de espera “Wait & Smile”. O conteúdo do “Wait & Smile” é uma mistura inteligente de informações e sequências genéricas; informações, jogos e alguns quiz específicos da saúde oral e Medicina Dentária, mas também informações sobre a clínica. O novo canal de sala de espera encontra-se ainda ligado ao software de gestão Ortholeader, permitindo ao profissional fazer a chamada dos pacientes através de uma mensagem contendo o nome e o apelido do paciente. Também a sala/gabinete onde será atendido aparecerá na televisão. Tudo acompanhado, naturalmente, por um sinal sonoro para atrair a atenção dos pacientes que se encontram em espera. www.couleuretconnection.pt/servicos-exclusivos

BioHorizons Camlog e 3Shape assinam acordo A BioHorizons Camlog e a 3Shape chegaram a um acordo que estabelece a BioHorizons Camlog Ibérica como distribuidor autorizado da 3Shape para Portugal e Espanha. Graças a este protocolo, os clientes beneficiarão de uma vasta carteira de soluções digitais que incluem scanners 3D e soluções de software CAD/CAM, como o galardoado scanner intraoral 3Shape TRIOS e o revolucionário scanner 3Shape X1 CBCT, além do amplo portfólio de sistemas de implantes premium, componentes para a reabilitação e produtos para a regeneração, e a excecional experiência de utilizador com a qual já contam há anos. Proporcionará também um aumento das oportunidades de colaboração em formações através da 3Shape Academy, assim como um conjunto de serviços para ajudar os clientes a gerirem as suas clínicas de forma eficaz. www.3shape.com

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

Crónica Falamos com...

OMD reclama medidas para compensar profissionais liberais

Tema de capa

MEDICINA DENTÁRIA NA ERA DIGITAL

Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas

César de Gregorio, especialista em Endodontia e orador do reagendado WCDT (Lisboa 2021)

Maxillaris 108

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A revolução digital em Medicina Dentária é o tema em destaque nesta edição, através das distintas óticas de quatro médicos dentistas com experiência neste campo: Elena Cerviño, Diogo Viegas, João Mouzinho e Esteban Xam-Mar


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