REVISTA PORTUGAL SETEMBRO 111

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Crónica

Orlando Monteiro da Silva na hora da despedida faz balanço de cinco mandatos como bastonário Após ter cumprido cinco mandatos como bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva sublinha que foi “uma enorme honra ter dedicado essa parte substancial da minha vida a realizar o dever de defender a nossa classe, quer dentro do país quer nos diversos fóruns e confederações internacionais em que tive funções dirigentes”. Na passagem de testemunho, o bastonário que cessou funções desejou “ao colega Miguel Pavão, bem como à sua equipa, as maiores felicidades para o mandato que agora se vai iniciar. Obteve nas eleições uma vitória inequívoca, diria retumbante, sendo depositário de muitas expetativas da profissão, umas mais realistas do que outras, mas todas legítimas, porque a ambição é própria dos audazes e nunca faltou no nosso meio”. Orlando Monteiro da Silva deixou ainda um agradecimento especial a todos os que consigo caminharam nestas quase duas décadas, quer integrando os órgãos sociais, quer através da sua participação nas muitas iniciativas e atividades da nossa Ordem. “Em conjunto, deixamos o legado que mais nos deve orgulhar – uma Ordem respeitada, ouvida, exemplarmente gerida, com um corpo de funcionários

e colaboradores leais, dedicados, competentes, incondicionais na sua entrega às tarefas inerentes ao funcionamento da instituição. Numa altura de crise generalizada do país, das instituições e das empresas, quero realçar o facto de deixarmos uma Ordem económica e financeiramente muito robusta, com disponibilidades e excedentes financeiros mais do que suficientes para enfrentar o que por aí possa vir, por pior que possa ser”. O que foi feito Nestes momentos de mudança, o bastonário cessante considera fundamental fazer um balanço do que foi feito nos seus mandatos durante quase 20 anos. De então para cá, recorda, foi possível aumentar a acessibilidade da população à saúde oral de cerca de 15% (em 2001) para mais de 60%. Para tal, os médicos dentistas inscritos na OMD (atualmente cerca de 11.000 no ativo em Portugal) revelaram-se fundamentais em diversas frentes: integrados numa rede de cerca de seis mil clínicas e consultórios de Medicina Dentária, cobrem 97% do território nacional; com a ajuda do programa cheque dentista, 3,5 milhões de portugueses acederam a consultas; e, recentemente, a integração de cerca de 120 médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, um número que deverá crescer para mais de 300 até ao final da presente Legislatura.

e estudos, que proporcionaram visibilidade pública e se revelaram eficazes e promotores de políticas de saúde pública mais efetivas. A afirmação do congresso anual da Ordem como “um dos maiores e mais prestigiados da Europa” é outra “bandeira” evocada pela liderança de Orlando Monteiro da Silva que, enquanto bastonário, ocupou lugares de destaque e de prestígio dentro e fora do país. A presidência do Conselho Nacional das Ordens Profissionais e a sua presença no Comité Económico e Social são exemplos disso no plano nacional. A nível externo, assumiu uma participação ativa nos organismos mais representativos da profissão, designadamente na presidência e comités da Federação Dentária Internacional e do Conselho Europeu de Dentistas, e na presidencia da Federação dos Reguladores Europeus da profissão, para além de ter promovido diversas parcerias estabelecidas com os países de língua e expressão portuguesa, em especial o Brasil. Orlando Monteiro da Silva afirma que a Medicina Dentária praticada no nosso país ultrapassa em muito os limites das nossas fronteiras, concluindo que “somos uma área de vanguarda, reconhecida como produtora de conhecimento e de mais-valias para Portugal”.

Orlando Monteiro da Silva destaca outros objetivos que foram atingidos, como o reconhecimento pleno da Medicina Dentária como uma profissão médica, e dos médicos dentistas como “médicos de saúde oral”, alargando o seu papel e a sua intervenção na sociedade, mediante a introdução de especialidades e de competências em Medicina Dentária, ou o bem sucedido combate à elevadíssima taxa de exercício ilegal da profissão.

A partir da esquerda, o bastonário cessante, Orlando Monteiro da Silva, e Miguel Pavão, que iniciou, em julho, o seu primeiro mandato à frente da OMD.

A criação de um Observatório de Saúde Oral foi, na sua opinião, uma iniciativa relevante que permitiu estudar e promover a profissão e a saúde oral através de barómetros, campanhas

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setembro 2020

A afirmação do congresso anual como “um dos maiores e mais prestigiados da Europa” é um dos motivos de orgulho de Orlando Monteiro da Silva.


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