VIVABEM.CENTER | e-magazine 06 | 2019 - ALERGIAS
alergias
uma nova epidemia
ESPECIAL ALERGIAS DOENÇAS ALÉRGICAS SE DESENVOLVERAM EM GRANDE PARTE COMO RESULTADO DE MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Jornalista e administradora de empresas, Christinna Turnes é diretora de redação do Portal de Conteúdos VivaBem.Center, editora desta Magazine e CEO, co-founder da Microflora Nutrição Funcional
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Nesta edição de VIVABEM.CENTER MAGAZINE estamos destacando um tema que ainda é um grande desafio à Ciência e que está alarmando a Saúde Pública global: ALERGIAS. As Doenças Alérgicas estão aumentando expressivamente no mundo inteiro, em parte devido aos fatores genéticos, mas muito pelos fatores ambientais e estilo de vida, incluindo aqui as dietas alimentares. Anafilaxia, Asma, rinite, conjuntivite, angioedema, urticária, eczemas, entre tantas outras alergias e intolerância desafiam pesquisdores, médicos, nutricionistas e o setor da Saúde, como um todo. As crianças vêm sendo afetadas já a partir do útero materno em função da alimentação e microbioma das gestantes. Mas por bem, novas tecnologias estão revolucionando o campo da microbiologia, sendo aplicadas a investigações microbianas de amostras humanas e do ambiente, a fim de minimizar sintomas ou mesmo eliminar alergias mais leves. Os PROBIÓTICOS tem se mostrado como uma alternativa de suplementação alimentar que auxilia na qualidade de vida e bem-estar dos portadores dessas doenças. Espero que goste, comente e compartilhe nossas informações. VIVABEM.CENTER
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MAGAZINE Jornalista Responsável: Christinna Turnes (MTbDF4341) Conselho Editorial: Regina Turnes, Cláudia Astride
ARTE & DIAGRAMAÇÃO
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Carta da Editora EPIDEMIA: por que as alergias estão aumentando no mundo? PROBIÓTICOS promovem melhora clínica e diminuem sintomas alérgicos Febre do Feno - Alergias Sazonais Gestação + Probióticos = menor risco de alergias para o bebê Cesárea contribui para maior incidência de alergias das crianças Pais alérgicos, filhos também? Anafilaxia, uma reação alérgica que pode ser fatal
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www.microflora.com.br UMA EMPRESA INSERIDA NO MOVIMENTO DE SAÚDE PREVENTIVA DO BRASIL
EPIDEMIA Por que as alergias estĂŁo aumentando no Brasil e no mundo?
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A prevalência de doenças alérgicas, inclusive de asma, está aumentando no mundo, bem como a complexidade e gravidade dessas doenças, especialmente em crianças e adultos jovens.
Aproximadamente 200 a 250 milhões de pessoas no mundo apresentam alergia alimentar, um décimo da população sofre de alergia a fármacos, e 400 milhões apresentam rinite.
Doenças alérgicas incluem anafilaxia, com alto risco à vida, além de alergia alimentar, algumas formas de asma, rinite, conjuntivite, angioedema, urticária, eczema, doenças eosinofílicas como esofagite eosinofílica, alergia a fármacos e a insetos.
Além disso, doenças alérgicas frequentemente ocorrem juntas em um mesmo indivíduo, requerendo uma abordagem integrada para diagnóstico e tratamento por parte do médico generalista ou especialista.
O manejo dessas doenças constitui um grande desafio, com implicações tanto para a saúde pública como para a economia, portanto um plano de ação tanto individual como global é necessário. Estima-se que 300 milhões de pessoas no mundo atualmente sofram com asma. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, é esperado que este número aumente para 400 milhões em 2025.
A rapidez do aumento na prevalência de doenças alérgicas, especialmente asma, sugere que mudanças ambientais, dieta, estilo de vida e comportamento individual que vem ocorrendo nos últimos 150 anos podem ter papel fundamental neste fenômeno. De acordo com o Prof. Thomas Platts-Mills, o aumento nas diferentes doenças alérgicas não tem ocorrido simultaneamente, e sim separadamente, em tempos
Fonte: Artigo, por L. Karla Arruda, MD, PhD, Janaina M. L. Melo, MD, PhD | Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.
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diferentes e em países diferentes. Relatos de aumento na prevalência de rinite alérgica sazonal (hay fever) datam dos anos 1870, vindos dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. Por outro lado, aumento da asma pediátrica só foi relatado a partir de 1970, e a epidemia de alergia alimentar só se tornou evidente a partir de 1990. De forma interessante, o aumento da rinite alérgica sazonal coincide temporalmente com a implementação de medidas básicas de higiene, que iniciaram em torno de 1870 e estavam completas nos anos 1920 nos Estados Unidos e na Europa. Essas medidas incluíram a purificação da água com cloração e separação da água de beber de outros resíduos; diminuição da contaminação dos alimentos; erradicação de helmintos através do uso de sapatos, controle da água e de alimentos, evitar nadar em águas contaminadas e tratamento anti-helmíntico regular; diminuição da exposição a animais de fazenda; diminuição da exposição a irmãos mais velhos pelo planejamento familiar; redução da exposição a bactérias no solo.
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Ainda hoje muitas comunidades na África, Índia e América do Sul, incluindo algumas áreas no Brasil, vivem numa era
“pré-higiene”, em que essas mudanças estão iniciando agora.
ALERGIA ALIMENTAR O aumento da alergia alimentar é mais recente, tendo iniciado cerca de 20 anos atrás. Estudos com alergia a amendoim têm evidenciado claramente que exposição precoce não é causa de aumento de alergia alimentar, e que de fato exposição nos primeiros 5 anos de vida tem efeito protetor. Além disso, há evidência de que a sensibilização a amendoim pode ocorrer pela exposição através da pele. A implicação deste fato é que, para crianças que evitam exposição oral, produtos derivados de amendoim presentes em sua casa inevitavelmente atingiriam a pele da criança, podendo aumentar o risco de sensibilização. Ainda não há dados consistentes que mostrem que estes aspectos são também verdadeiros para exposição e sensibilização a outros alimentos. É possível também que a permeabilidade da pele a proteínas estranhas tenha mudado com aumento nos cuidados com a pele e aumento na frequência de banhos em bebês, levando à remoção da camada lipídica, observado nos últimos 25 a 50 anos.
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Em resumo, doenças alérgicas se desenvolveram em grande parte como resultado de mudanças no estilo de vida, levando a população a se tornar sensibilizada a proteínas estranhas irrelevantes. Inicialmente essas proteínas eram predominantemente polens inalados associados a rinite alérgica, com posterior extensão a alérgenos perenes do interior do domicílio, fortemente associados a asma. Mais recentemente, vários alimentos se tornaram o foco, sendo identificado que evitar a exposição oral é a estratégia errada para alimentos.
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De forma interessante, Chang et al. demonstraram, em um grupo de crianças com dermatite atópica moderada a grave e com alergia alimentar que foram submetidas a dietas de exclusão, que a incidência de novas reações IgEmediadas a alimentos, particularmente leite e ovo, ocorreu em 19% dos casos, sendo um terço das mesmas anafilaxia. Estes resultados demonstraram claramente que a eliminação do alimento, que poderia levar à diminuição da tolerância oral, foi importante fator de risco para o desenvolvimento de reações imediatas a alimento.
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Novas tecnologias, incluindo sequenciamento de nova geração e microarray, foram desenvolvidas a partir do final da década de 70, e a análise baseada no RNA ou DNA vem substituindo métodos de identificação e cultura de microorganismos, ou medidas de metabólitos como LPS, ácido murâmico e beta-glucanas, utilizados para acessar indiretamente a exposição a micro-organismos. Estes métodos mais tradicionais apresentam várias limitações.
Por outro lado, as novas tecnologias revolucionam o campo da microbiologia, sendo aplicadas a investigações microbianas de amostras humanas e do ambiente.
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MICROBIOM A hipótese da higiene tem sido revisitada, com ênfase no estudo do microbioma. De acordo com a hipótese da higiene, sinais provenientes da exposição ambiental (ambiente rural, de fazenda) e microbiota contendo bactérias mais abundantes e diversificadas, proveriam sinais intensos para o desenvolvimento de resposta regulatória (tolerância), enquanto que o ambiente urbano e/ou uma microbiota “ocidentalizada” não induz a este tipo de resposta, direcionando o balanço imunológico para uma resposta inflamatória. Tolerância leva a uma resposta imune saudável, enquanto que na sua ausência desenvolve-se um perfil inflamatório que pode levar à doença inflamatória das vias aéreas, como alergia respiratória e asma.
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MA INTESTINAL De forma interessante, a composição e a diversidade da microbiota são afetadas pela dieta e medicamentos. O microbioma intestinal tem sido o mais estudado, sendo reconhecido como um instrutor importante da maturação imunológica. Estudos mais recentes têm demonstrado que o microbioma da pele de pacientes com dermatite atópica, e das vias aéreas de pacientes com asma, é diferente do microbioma de indivíduos saudáveis.
Entretanto, mais recentemente o microbioma do ambiente externo tem recebido ênfase, pelo fato de poder modular a resposta imune na pele, superfícies mucosas de vias aéreas, e potencialmente também no intestino, cedo na vida. A resposta imune equilibrada com o ambiente microbiano externo diversificado poderia, por exemplo, contrabalançar a tendência do paciente asmático de montar uma resposta inflamatória a alérgenos e a vírus respiratórios através de vários mecanismos, particularmente envolvendo a imunidade inata. Portanto, micróbios e/ou seus compostos e metabólitos poderiam ser a chave para a proteção contra asma, que tem sido observada em ambientes ricos em exposições microbianas.
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Baixo Risco Exposição a animais de estimação cedo na vida, especialmente a cachorros, foi associada a risco mais baixo de sensibilização alérgica e asma na infância. Este efeito protetor parece ser mediado por micróbios associados ao animal de estimação. Fujimura et al. encontraram uma comunidade de bactérias mais rica e diversificada na poeira domiciliar de residências com cachorros comparadas a residências sem animais de estimação. Muitas dessas bactérias abundantes na poeira domiciliar de lares com cachorros haviam sido previamente encontradas no microbioma intestinal humano.
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P R O B I Ó T I C O
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V I T A M I N A S
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M I N E R A I S
W W W . M I C R O F L O R A L O J A . O N L I N E
PROBIÓTICOS PROMOVEM MELHORA CLÍNICA E ATENUAM SINTOMAS DE DOENÇAS ALÉRGICAS Nos últimos anos estamos observando um aumento progressivo das doenças alérgicas. Fatores genéticos e ambientais estão relacionados ao aumento na prevalência dessas doenças, sendo que os fatores ambientais, como mudanças no estilo de vida e na dieta alimentar e um aumento de exposição a componentes alérgenos são os maiores determinantes desse aumento. A repercussão das doenças alérgicas individualmente e na sociedade é cada vez mais impactante e já se transformou num verdadeiro problema de saúde pública. Novas alternativas preventivas e de tratamento têm sido buscadas. Aqui, é notável o crescimento no número de pesquisas na
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comunidade científica global destinadas a investigar se a suplementação com microorganismos probióticos é capaz de reduzir a incidência e a severidade de processos alérgicos como asma, rinite alérgica, dermatite atópica e alergia alimentar, bem como seus possíveis efeitos como estratégia de tratamento. Todos esses fatores combinados podem causar o desequilíbrio da microbiota, produzindo efeitos negativos, chamados de disbiose. E o aumento na prevalência das doenças alérgicas, como asma e rinite, nos dias atuais poderia ser explicado por esta disbiose. Deste modo, o uso de probióticos pode ser de extrema importância nos pacientes alérgicos, apesar de seus mecanismos exatos não serem completamente estabelecidos.
A ação dos probióticos está na modulação da microbiota intestinal,
que acontece quando esses
microorganismos competem por espaços de ligação formando uma barreira física às bactérias patogênicas. Desta forma, promovem competição por nutrientes, diminuindo a nutrição de microorganismos piogênicos e produzindo micróbios antibacterianos.
Acesse o artigo completo http://bit.ly/2ZLAe6f
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PESQUISA
l ó P o a a i s g a r t n a Ale l P e d
A Febre do Feno é uma alergia das vias respiratórias causada pela inalação do pólen de plantas. Trata-se de uma alergia sazonal, que surge apenas durante determinadas épocas do ano especialmente na primavera, no verão ou no outono - dependendo da substância à qual a pessoa é alérgica. Os sintomas envolvem principalmente a mucosa nasal, causando rinite alérgica, ou a membrana que reveste as pálpebras e cobre a parte branca dos olhos, causando conjuntivite alérgica.
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Novas pesquisas da Universidade da Flórida mostram que uma combinação de probióticos Lactobacillus e Bifidobactérias pode ajudar a reduzir os sintomas da alergia. Para os pesquisadores, os probióticos podem funcionar aumentando a porcentagem de células T reguladoras do corpo humano, o que, por sua vez, pode aumentar a tolerância aos sintomas. Eles eles inscreveram 173 adultos saudáveis que disseram ter sofrido alergias sazonais e os dividiram aleatoriamente em dois grupos: alguns tomaram a
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combinação probiótico; outros tomaram um placebo. Cada semana durante o experimento de oito semanas, os participantes responderam a uma pesquisa online para transmitir seu nível de desconforto. Os cientistas também analisaram o DNA das amostras de fezes dos participantes para determinar como as bactérias mudaram, porque os probióticos têm como objetivo fornecer boas bactérias ao sistema intestinal do ser humano. O teste de DNA também confirmou quem estava tomando o probiótico.
Os participantes que tomaram o probiótico relataram melhorias na qualidade de vida, em comparação com aqueles que tomaram o placebo, mostrou o estudo. Por exemplo, os participantes sofreram menos sintomas do nariz relacionados à alergia, o que significa que eles ficaram menos perturbados durante as atividades diárias. Os pesquisadores observam que este estudo não incluiu portadores de alergias graves. Mas a combinação de probióticos mostrou benefício clínico para aqueles com alergias sazonais.
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Gestação + Probióticos MENOR RISCO DE ALERGIAS PARA O BEBÊ
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Bebês cujas mães ingeriram alimentos probióticos durante a gravidez e no início da vida podem estar em menor risco para alergias do que outras crianças, de acordo com uma análise de estudos feita por pesquisadores do Hospital Infantil de Pittsburgh (EUA). A equipe analisou os resultados de 25 ensaios sobre suplementos de probióticos ministrados durante a gravidez ou no primeiro ano de vida da criança. Todos os estudos compararam mães e bebês aleatoriamente designados para tomar probióticos com um grupo de controle, que ingeriu placebo. Foram dados aos participantes doses probióticas diariamente, e em alguns casos mais do que diariamente, durante alguns meses ou um ano. As pesquisas acompanhadas controlavam se as crianças passaram a testar positivo para alergias comuns - como a amendoim ou alergias ao pólen e se ofegante ou com sintomas de asma.
Os bebês que foram expostos aos probióticos no útero e receberam suplementos após o nascimento tinham um risco 12% menor de ter alergias nos próximos meses e anos, se comparados com as crianças nos grupos de controle. Mas o risco de alergia não foi reduzido quando os bebês começaram a receber probióticos somente após nascimento. Entretanto, os benefícios dos probióticos não foram percebidos para asma. Os probióticos são geralmente considerados como seguros e estudos não encontraram efeitos colaterais graves, mas ainda não está claro quais micróbios específicos são melhores e em que dosagem, disseram os autores. De acordo com o grupo, as novas descobertas podem ajudar a reforçar a chamada hipótese da higiene. Segundo a teoria, à medida que as nações se tornaram mais industrializados e desenvolvidas, elas também se tornaram mais limpas, diminuindo portanto nossa
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exposição a micróbios no início da vida. A hipótese da higiene, como já abordamos aqui em VivaBem.Center em matérias anteriores, postula que o ambiente mais limpo pode ter levado a um aumento de alergias e asma. Por isso, os pesquisadores afirmam que essa exposição aos probióticos no início da vida pode ter ajudado o sistema imunológico a se autorregular e reconhecer quais as bactérias e corpos estranhos são nocivos e quais não são.
Eczema Um outro estudo, uma revisão de pesquisa atual, sugere que mulheres que tomam probióticos enquanto estão grávidas e amamentando podem ter menos probabilidade de ter filhos com eczema do que mães que não amamentam. O uso de probióticos durante a gravidez e lactação foi associado com um risco 22 por cento menor de crianças desenvolvendo eczema, uma doença inflamatória comum da pele, segundo o estudo. Isso equivale a prevenir 44 casos de eczema para cada 1.000 crianças.
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Embora o estudo não tenha sido projetado para provar como os probióticos podem prevenir o eczema, é possível que esses suplementos modifiquem a composição do leite materno e influenciem a maneira como o sistema imunológico e a pele da criança se desenvolvem, disse Robert Boyle, do Imperial College Londres | Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que participou deste estudo. "Já havia alguma evidência de que a exposição a probióticos no início da vida pode reduzir o risco de eczema em uma criança. Mas este estudo deixa mais claro que os probióticos maternos durante a gravidez e durante a amamentação parecem proteger os bebês do eczema”, acrescentou Boyle. Nesta revisão, os pesquisadores analisaram dados de mais de 400 estudos, incluindo um total de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Houve 28 tentativas de uso de probióticos durante a gravidez, envolvendo cerca de 6.000 mulheres. A maioria dos ensaios concentrou-se nas bactérias lactobacillus. Estes estudos encontraram um risco reduzido de eczema para as crianças quando as mães tomaram probióticos durante as semanas finais da gravidez e nos primeiros seis meses de amamentação.
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CESÁREA CONTRIBUI PARA MAIOR INCIDÊNCIA DE ALERGIAS DO BEBÊ Os primeiros minutos de vida são fundamentais para deixar o sistema de defesa do corpo melhor regulado. Uma pesquisa publicada na revista científica Cell Host & Microbe indicou que o aumento no número de cesáreas pode estar contribuindo para a maior incidência de alergias. Isso se deve ao fato de que crianças que nascem de parto natural entram em contato com as bactérias presentes no canal vaginal, que são importantes para fortalecer o sistema imunológico e ser a primeira proteção contra as alergias. De acordo com o estudo, que analisou amostras de fezes de 98 bebês suecos durante o seu primeiro ano de vida, as crianças nascidas por cesariana tinham bactérias intestinais menos parecidas com as de suas mães do que os nascidos por via vaginal.
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PAIS ALÉRGICOS, FILHOS TAMBÉM? A condição para desenvolver alergias está relacionada a diversos fatores, que não apenas ser filho de pais alérgicos. “É provavelmente uma combinação de hábitos de vida, fatores ambientais e genéticos que está contribuindo para o aumento de alérgicos em todo o mundo", comenta o imunologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo (foto). Segundo o Dr Rizzo, uma criança filha de pais não alérgicos tem 15% de chances de desenvolver alergias. Quando apenas a mãe é alérgica, as chances saltam para 50%, e quando essa condição está presente no pai e na mãe, os índices podem variar entre 60% e 80%. Para o Dr Rizzo, a forma como nos alimentamos nos primeiros anos de vida determina o nosso microbioma, as bactérias com as quais conviveremos ao longo da vida. "Quando uma criança nasce ela não produz seus próprios anticorpos até
em média o sexto mês de vida", informa o médico imunologista. Ele diz que a IgA (uma classe de anticorpos) presente no leite, assim como dois isotipos de IgG, são importantes para a imunidade de mucosas do recém-nascido e isto influencia a microbiota intestinal, que influenciará outras microbiotas. Também as células, principalmente os neutrófilos, presentes no leite materno têm papel neste contexto. A interação entre todos estes fatores é complexa, ainda mais quando se leva em consideração o papel isolado do colostro", conclui o médico.
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REAÇÃO ALÉRGICA QUE PODE SER FATAL A ANAFILAXIA é definida como uma reação multissistêmica grave de início agudo e potencialmente fatal, em que alguns ou todos os seguintes sinais e sintomas podem estar presentes: urticária, angioedema, comprometimento respiratório e gastrintestinal e/ou hipotensão arterial. De acordo com o departamento de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o termo Anafilaxia deve ser utilizado na descrição tanto de casos mais graves acompanhados de choque (colapso cardiovascular), quanto dos casos mais leves, uma vez que a ausência de critérios mais abrangentes leva à possíveis erros ou retardo na instituição da terapêutica adequada. Assim sendo, a ocorrência de dois ou mais desses sintomas imediatamente após a exposição a um alérgeno suspeito dá o sinal de alerta para o diagnóstico e tratamento imediato.
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A prevalência de reação anafilática varia de acordo com os hábitos alimentares de cada região. Os diferentes fatores culturais e sócioeconômicos de cada país (ex: tipo de dieta), ou mesmo entre regiões de um mesmo país, podem influenciar a exposição ao alimento envolvido na reação. Uma pesquisa nos Estados Unidos relatou taxa de ocorrência anual de 10,8 casos por 100.000 pessoas. Extrapolando estes dados à população norte-americana, seriam aproximadamente 29.000 episódios de anafilaxia alimentar a cada ano, resultando em 2.000 hospitalizações e em 150 óbitos. Alergia a alimentos é relatada como causa de mais da metade de todos os episódios de reação anafilática grave em crianças italianas tratadas em serviços de emergência e à metade dos casos de anafilaxia tratados em emergências na América do Norte, Europa e Austrália. A Anafilaxia por alimento é menos comum em países não ocidentais. Um estudo dinamarquês encontrou prevalência anual de 3,2 casos de anafilaxia alimentar por 100.000 habitantes e com taxa de fatalidade de aproximadamente 5%. No Brasil, inquérito direcionado a alergologistas apontou como principais agentes causais de
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anafilaxia os medicamentos (antiinflamatórios não hormonais | AINH e os antibióticos, especialmente os beta-lactâmicos) seguido dos alimentos (leite de vaca e clara de ovo entre lactentes e pré-escolares, crustáceos entre crianças maiores, adolescentes e adultos) e picadas de insetos (formigas de fogo, abelhas e vespas). Em cerca de 10% dos casos não houve identificação do agente etiológico (anafilaxia idiopática). A verdadeira incidência de anafilaxia é desconhecida. Apesar disso, publicações recentes relatam o seu aumento em diferentes países como a Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, principalmente nas faixas etárias mais jovens; sendo os medicamentos e alimentos os principais desencadeantes apontados.
Síndrome Latex & Frutas 28
A frequência de anafilaxia devido ao látex também vem aumentando. É a segunda maior causa, sendo superado apenas pelos relaxantes musculares neste contexto clínico. Conhecida como SÍNDROME LATEX & FRUTAS, essa doença surgiu pelo intenso uso de luvas de borracha, muitas, de baixa qualidade material.
"O produto que causa alergia, segundo especialistas, fica entre o talco da luva e é aspirado pela pessoa causando a sintomatologia. O Dr Marcelo Aun, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que há muitos casos de pacientes que quando recebem uma medicação durante os procedimentos de urgência em uma internação apresentam, no mesmo instante, uma reação alérgica grave. É comum se pensar que o medicamento está causando a alergia, mas quando analisamos mais cautelosamente percebemos que o que causou a reação foi o contato com a luva de látex", conta o médico. Nos últimos anos tem crescido as alergias por frutas como banana, abacate, kiwi, mamão e outros alimentos como o aipim e o inhame. E estudos comprovam que o látex pode ser o responsável por essa reação alérgica, chamada entre os especialistas de reação cruzada.
o ã ç a e a R d a z Cru
"O agente principal desta reação alérgica é a proteína Hevea brasiliensis, existente na borracha e liberada durante sua extração. É uma proteína de defesa que sensibiliza algumas pessoas que, por reação cruzada, reagem com diversas proteínas existentes nessas frutas e alimentos”, conclui o Dr Aun.
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