VIVABEM.CENTER | e-magazine 02 | 2019 - PROBIÓTICOS
ELES ESTÃO CHEGANDO PARA FICAR
Mais conscientes que Saúde Preventiva é o melhor remédio, brasileiros descobrem os PROBIÓTICOS como nutrição funcional para evitar e combater doenças.
ESPECIAL PROBIÓTICOS
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ESTES MICROORGANISMOS VIVOS, OU 'BACTÉRIAS DO BEM', SÃO CADA VEZ MAIS ESTUDADOS E DEFENDIDOS PELA CIÊNCIA.
Nesta edição #02 da VivaBem.Center eMagazine, trazemos um pouco do universo dos Probióticos para você. Os números revelam um crescimento expressivo na adoção e interesse do consumidor nesta matéria. Os especialistas acreditam que o crescimento global da saúde digestiva e do mercado de probióticos está sendo moldado pela mudança de atitudes do consumidor e dos comportamentos de compra. E mesmo os grandes laboratórios da indústria farmacêutica já “estão de olho” no Microbioma, testando medicamentos denominados “ECOBIÓTICOS”. No Brasil, que detém, 52% do mercado LATAM de Probióticos, uma nova geração de Suplemento Alimentar Probiótico chega pelas mãos da empresa catarinense Microflora Nutrição Funcional, que lança o primeiro complexo probiótico, vitamínico e mineral da sua Linha AprimoraFlora, o PROFLORA1Bi.
Jornalista e administradora de empresas, Christinna Turnes é diretora de redação do Portal de Conteúdos VivaBem.Center, editora desta eMagazine e CEO, co-founder da Microflora Nutrição Funcional
Novas tecnologias de produção de cepas probióticas também avançam. Os cientistas pesquisadores da maior fabricante mundial em P&D de probióticos, a italiana Probiotical, detém a patente de microencapsulação das cepas, para que cheguem com toda a sua vitalidade nos intestinos humanos quando do consumo de produtos acabados. Esses e outros assuntos nesta edição. Espero que goste e comente!
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eMAGAZINE
Jornalista Responsável: Christinna Turnes (MTbDF4341) Arte e Diagramação:
CONTEÚDOS 06
AMÉRICA LATINA: PROBIÓTICOS ESTÃO CHEGANDO PARA FICAR Brasileiros cada vez mais conscientes dos benefícios à saúde levam o país a liderar o ranking.
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NASCE NOVA GERAÇÃO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR PROBIÓTICO NO BRASIL Microflora Nutrição Funcional lança PROFLORA1Bi.
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PROBIOTICAL, A MAIOR EM P&D Tecnologia de microencapsulação patenteada reveste cepas probióticas para que cheguem vivas e ativas aos intestinos.
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ARTIGO Comunidade Científica global defende a eficácia dos probióticos Por Cristina Sáez
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20 MICROBIOTA INTESTINAL, NA SAÚDE E NA DOENÇA Pesquisadores trabalham para decifrar cada vez mais o genoma coletivo da microbiota humana.
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BACTÉRIAS DO BEM: QUEM SÃO ELAS? Entender a estrutura e a função das comunidades bacterianas no organismo é fundamental para a saúde e o desenvolvimento da medicina preventiva e personalizada.
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KEFIR Número de microorganismos encontrados (107 UFC/g) é alto o suficiente para considerá-lo como um probiótico.
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CAPA
CRESCE A CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE OS BENEFÍCIOS DOS PROBIÓTICOS PARA A SAÚDE 06
Os consumidores estão mais conscientes da importância dos probióticos no que diz respeito à manutenção de um forte sistema imunológico e da saúde intestinal, levando ao crescimento sustentado dos componentes probióticos no mercado global.
Para atrair consumidores em potencial, produtos probióticos são cada vez mais disponibilizados em supermercados, farmácias e lojas de alimentos saudáveis e produtos naturais nas economias desenvolvidas.
Existem três fatores principais que impulsionam o consumo humano de produtos probióticos: manutenção da saúde, promoção da saúde e redução do risco de doenças e distúrbios.
Mercado global de probióticos deve atingir US$ 64,02 bilhões até 2022
A conscientização dos consumidores sobre os benefícios para a saúde associados ao consumo de produtos probióticos é um fator importante que impulsiona a demanda geral do mercado de probióticos em todas as regiões.
De acordo com um estudo da Markets and Markets, o mercado global de probióticos está projetado para crescer a uma taxa de 7,0% ao ano, para alcançar um valor de USD 64,02 bilhões até 2022. A companhia de pesquisas reafirma essa demanda global por probióticos devido à crescente conscientização sobre os benefícios à saúde associados a alimentos e suplementos probióticos. As regiões Asia-Pacífico e Europa são as que mais apontam crescimento, seguidos pela América do Norte e países em desenvolvimento, como o Brasil.
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Brasil detém 52% do mercado latinoamericano de Probióticos A América Latina é uma das maiores oportunidades para a venda de probióticos. Brasil e México respondem por 70% do crescimento regional, sendo que o mercado brasileiro detém 52% do segmento de probióticos na América Latina. Uma das características de consumo desses mercados é que as recomendações de uso são feitas por nutricionistas e médicos, em sua grande maioria, tornando esses profissionais como parte vital do negócio de probióticos em toda a América Latina. Isso está em contraste com o mercado norte-americano, onde o paradigma médico é dominado por produtos farmacêuticos, e os médicos são, na melhor das hipóteses, neutros em relação a suplementos naturais à saúde.
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Especialistas acreditam que o crescimento global da saúde digestiva e do mercado de probióticos está sendo moldado pela mudança de atitudes do consumidor e dos comportamentos de compra. Os suplementos probióticos em geral têm gerado altas pontuações nas pesquisas, o que sugere que eles são bem aceitos pelos consumidores modernos. Com mais consumidores se voltando para os alimentos funcionais para benefícios de saúde digestiva, a oferta de probióticos vai além das aplicações tradicionais, como iogurtes e suplementos, com uma diversificação em produtos probióticos que começam a surgir globalmente.
DROGAS DO FUTURO: INDÚSTRIA FARMACÊUTICA "DE OLHO" NO MICROBIOMA. Laboratórios americanos vêm se dedicando ao desenvolvimento de terapias adaptadas para o estabelecimento de um microbioma saudável. Eles já começam a testar e a desenvolver uma variedade de novos medicamentos denominados “ECOBIÓTICOS”. Estes são descritos como “composições de microorganismos comestíveis projetados para catalisar a transição para uma ecologia saudável do microbioma e tratar doenças humanas graves, incluindo doenças inflamatórias, metabólicas e infecciosas”. VIVABEM.CENTER
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NASCE UMA NOVA GERAÇÃO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR PROBIÓTICO NO BRASIL Utilizando tecnologia especial patenteada de microencapsulação cobrindo cada uma das células para uma maior proteção gástrica, a empresa brasileira Microflora Nutrição Funcional Ltda, lança no mercado brasileiro o primeiro Suplemento Alimentar probiótico da sua Linha de Produtos APRIMORAFLORA.
Batizado de PROFLORA1Bi, o produto apresenta-se como um complexo probiótico, vitamínico e mineral, acrescentando à sua formulação exclusiva, além dos Lactobacillus Acidophillos, cálcio, magnésio, vitaminas C, B1, B2 e B6 e prébióticos (fibra natural da Chicória), que serve como uma espécie de alimento para os microorganismos probióticos.
PROFLORA1Bi mantém a vitalidade das cepas probióticas até mesmo nas aplicações mais difíceis. Ele garante que elas cheguem vivas aos intestinos ao realizarem todo o trânsito gastrointestinal, desde a sua ingestão.
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De acordo com a nutricionista e diretora técnica da Microflora Nutrição Funcional, Regina Turnes (foto), o PROFLORA1Bi é formulado com os probióticos sem alérgenos da Probiotical. A companhia italiana é uma das maiores, se não a maior empresa de pesquisa, desenvolvimento e produção de micro organismos probióticos sem alérgenos, com mais de 60 patentes e certificações ISO (9001 / 13485 / 14001), entre outras. "O PROFLORA1Bi traz este diferencial para o mercado brasileiro. Optamos por incorporar as cepas probióticas da Probiotical, pelo seu uso de tecnologias industriais inovadoras, que garantem a estabilidade do produto armazenado em temperatura ambiente por até dois anos, entre outras distinções", diz Regina Turnes. A nutricionista explica que o novo produto tem como agente principal os Lactobacillus Acidophilus, que naturalmente fazem parte do nosso organismo.
"São bactérias benéficas comumente encontradas em regiões como boca, intestinos, vagina e principalmente no trato gastrointestinal alto. Elas contém componentes que auxiliam o corpo humano, como a vitamina K, atuando especialmente na imunidade e no combate aos radicais livres", acrescenta ela.
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A diretora técnica da Microflora Nutrição Funcional observa que os Lactobacillus Acidophilus são classificados como substâncias que podem contribuir com o tratamento de diversos problemas de saúde, pois combatem as bactérias nocivas, restabelecendo o equilíbrio natural das microfloras do corpo humano. "Por isso PROFLORA1Bi é tão eficaz, provendo benefícios importantes na prevenção e no tratamento de diversas disfunções e patologias", ressalta.
COMO FUNCIONA O PROFLORA1BI ?
O novo suplemento alimentar da Microflora Nutrição Funcional é um simbiótico, pois é também composto com prebióticos naturais (FOS Frutooligossacarídeos), que não são digeridos pelo organismo humano e, que portanto, não afetam o açúcar do sangue. "O que estas fibras fazem é ajudar a promover o crescimento e a atividade dos probióticos no trato intestinal. Pode-se dizer que os prebióticos são nutrientes para os probióticos", explica Regina Turnes.
O suplemento alimentar probiótico também incorpora vitaminas do Complexo B e C, que são altamente antioxidantes e que participam de inúmeros processos em nosso corpo, como formação de células musculares e apoio aos sistemas digestivo e nervoso. Agrega ainda dois minerais: o cálcio e o magnésio. "O equilíbrio entre os nutrientes é indispensável na manutenção dos processos biológicos, a fim de impedir doenças consequentes das suas deficiências.
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PROBIOTICAL, A MAIOR DO MUNDO EM PES
A companhia italiana Probiótical constitui uma realidade única em seu setor, como a primeira fábrica do mundo concebida e desenvolvida exclusivamente para a pesquisa, desenvolvimento e produção de microorganismos probióticos. Nove mil metros quadrados de área de produção e 1.200 metros quadrados de centros de pesquisa estão ao lado de um auditório criado unicamente para fins de divulgação científica. A Probiotical nasceu do laboratório de microbiologia ALCe, há mais de 60 anos liderando o mercado italiano na produção de fermentação de enzimas lácteas para a indústria leiteira. O conhecimento e a experiência adquiridos alí constituíram o background cultural e profissional necessário para enfrentar comsucesso novos setores de aplicação.
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Os cientistas pesquisadores da Probiotical desenvolveram uma tecnologia de microencapsulação que reveste as cepas probióticas em uma matriz de ácidos graxos vegetais de qualidade alimentar. O revestimento fornece uma barreira eficaz e permite que as cepas probióticas passem com segurança através do ambiente ácido do estômago e atinjam o trato intestinal intacto, onde podem expressar sua atividade biológica. A atividade da empresa é realizada através das fases de pesquisa e desenvolvimento, isolamento, caracterização e produção de linhagens com diferentes atividades probióticas. A companhia dá particular atenção à comercialização de culturas probióticas liofilizadas e à concepção de formulações probióticas / simbióticas cuja eficácia é garantida até ao vencimento do prazo de validade.
SQUISA E DESENVOLVIMENTO Uma cadeia de produção de vanguarda representa a Probiotical. A sua linha de produção se desdobra em: fermentação, criopressão, liofilização, granulação do estoque probiótico, microencapsulação, produção e embalagem da formulação para a garantia dos produto acabados. No seu processo de Liofilização, a companhia italiana usa apenas liofilizadores de grau farmacêutico, produzindo cepas probióticas como aPi (ingredientes farmacêuticos ativos) apoiados por dmF (Drug Master File).
Assista o vídeo
A LIOFILIZAÇÃO promove a conservação de produtos biológicos envolvendo dois métodos: o congelamento e a desidratação. Sem conservantes ou produtos químicos, é o processo mais adequado para preservar células probióticas, enzimas, vacinas, vírus, leveduras, soros, derivados sangüíneos, algas, bem como frutas, vegetais, carnes, peixes e alimentos em geral. Para ser liofilizado, o produto deve estar congelado a uma temperatura bem baixa, geralmente abaixo de -30ºC, e depois ser submetido a uma pressão negativa (vácuo), fazendo com que a água dos produtos seja retirada por sublimação, ou seja, passe diretamente do estado sólido para o estado gasoso. O resultado final é um produto com uma estrutura porosa livre de umidade e capaz de ser reconstituída pela simples adição de água. Produtos liofilizados quando reconstituídos, retomam suas propriedades vitais originais. Eles não sofrem alterações de tamanho, textura, cor, sabor, aroma, teor de vitaminas, sais minerais, proteínas, etc. e resistem intactos por muitos anos.
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ARTIGO
Links sugeridos: gutmicrobiotaforhealth.com researchgate.net/profile/Patrice_Cani researchgate.net/profile/Lorenzo_Morelli
COMUNIDADE CIENTÍFICA DEFENDE EFICÁCIA DOS PROBIÓTICOS Este artigo é uma tradução da publicação original no Gut Microbiota for Health, um portal de informações públicas da Sociedade Européia de Neurogastroenteorologia e Motivação. Cristina Saez é jornalista científica independente. Ela trabalha para várias mídias como o jornal espanhol La Vanguardia, onde coordena a seção de ciências Big Vang. É muito ativa no meio de com centros de pesquisa e sociedades científicas. Por seu trabalho jornalístico ganhou o Prêmio Boehringer Ingelheim de Jornalismo Médico (2015). Siga Cristina no Twitter: @saez_cristina
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No final de Dezembro de 2018, uma notícia chegou às manchetes da mídia e causou grande agitação. Afirmava que os probióticos são pouco mais do que "inúteis" e poderiam até ter efeitos negativos sobre a saúde. Essa informação foi baseada em algumas pesquisas publicadas na revista científica Cell, que sugeriam que o efeito dos probióticos foi menos significativo do que o esperado e, quando prescritos para mitigar os efeitos colaterais dos antibióticos, como a diarréia, poderiam até ser prejudiciais à saúde, já que os probióticos sustentam a recuperação da microbiota intestinal. As reações das principais associações científicas mundiais surgiram rapidamente (a Associação Científica Internacional para Probióticos e Prebióticos [ISAAP] e a Associação Internacional de Probióticos da Europa [IPA Europa]), assim como as de uma grande quantidade de especialistas de diferentes laboratórios.
Todos questionando os resultados desses estudos e lembrando que os benefícios para a saúde dos probióticos são apoiados por um grande número de estudos científicos. O que exatamente são probióticos? De acordo com a definição acordada pela OMS / FAO, são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde. Probióticos são essencialmente bactérias e leveduras que podem ser ingeridas através de produtos lácteos fermentados, como iogurte ou kefir, juntamente com outros alimentos ou suplementos nutricionais. Quais são os benefícios comprovados dos probióticos hoje? Em mais de uma década, os ensaios clínicos envolvendo milhares de pacientes demonstraram que os probióticos são benéficos. O consenso atual é que eles são eficazes em condições relacionadas ao trato digestivo (conforto digestivo, síndrome
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do intestino irritável) e sistema imunológico (prevenção da diarréia relacionada a antibióticos e diarréia causada pela infecção bacteriana por C. difficile). Sua eficácia também foi demonstrada em bebês prematuros, que recebem probióticos para impedi-los de desenvolver infecções. Com base na qualidade das evidências, várias organizações médicas e científicas recomendam fortemente o uso de probióticos em suas diretrizes baseadas em evidências. Suas recomendações médicas permitem que os profissionais de saúde prescrevam o probiótico mais apropriado para seus pacientes. Equipes de pesquisa de todo o mundo estão agora analisando o papel dos probióticos no tratamento de doenças como diabetes e obesidade. Patrice D. Cani, pesquisador do Fundo Belga de Pesquisa Científica, é um desses cientistas, tendo estudado o papel da bactéria Akkermansia muciniphila na obesidade, diabetes e doenças cardíacas desde 2007.
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“Há uma enorme quantidade de literatura científica que mostra como certas bactérias, como Akkermansia muciniphila ou Faecalibacterium, têm efeitos benéficos para a saúde humana ”, explica Cani. Sua pesquisa foi publicada por algumas das principais revistas científicas, incluindo a Nature. Outra linha de investigação: o uso de probióticos como um meio de reduzir o uso de antibióticos, evitando assim qualquer contribuição para o sério e considerável problema da resistência antimicrobiana. "Muitas das infecções que sofremos não vêm de patógenos ambientais, mas dos patógenos que abrigamos", diz Lorenzo Morelli, diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Università Cattolica del Sacro Cuore (Itália). Ele prossegue: “Temos um grande número de bactérias patogênicas no intestino e, quando há um
desequilíbrio entre elas e nossas boas bactérias, surgem problemas de saúde. Os probióticos podem ajudar a evitar esse desequilíbrio e, consequentemente, limitar o consumo de antibióticos”.
“É verdade que nem todas “É uma falsa esperança as bifidobactérias ou acreditar que a microbiota lactobacilos intestinal tem a chave [provavelmente os dois para entender e tratar probióticos mais todas as doenças”, conclui estudados] desempenham Cani. a mesma função. Algumas É por isso que o cuidado e cepas são benéficas na o rigor com relação às redução da diarréia ou na informações com as quais restauração da digestão lidamos são cruciais e por Nós também sabemos há 20 normal, enquanto outras que essas são duas das anos que os probióticos têm efeitos mais características que nos não precisam colonizar o específicos, como a esforçamos para aplicar intestino para restauração do muco todos os dias na Gut proporcionar benefícios à intestinal ou propriedades Microbiota for Health. saúde. "Mesmo que as antimicrobianas ”, explica. bactérias passem apenas pelo intestino, elas podem produzir compostos ativos ou induzir o sistema A microbiota intestinal imunológico a produzir tem sido um tema outros fatores antimicrobianos quente para os específicos" simplesmente "por meio do contato com o cientistas e a mídia, o muco", diz Cani. que explica o Patrice Cani também nos lembra que, para uma bactéria ou uma combinação de bactérias ser considerada probiótica, ela deve ter mostrado seus efeitos em um ensaio clínico. Nem todas as bactérias têm um efeito positivo na saúde humana, e nem todos são probióticos iguais e úteis para tudo. Em outras palavras, as propriedades de um não podem ser atribuídas a outros.
crescente número de artigos publicados mensalmente em revistas científicas e publicados regularmente na imprensa tradicional.
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MICROBIOTA INTESTINAL Na Saúde e na Doença.
Link Sugerido: http://dx.doi.org/10.1016/j.rgmx.2013.04.004
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Existem muitos grupos de pesquisadores em todo o mundo que estão trabalhando para decifrar cada vez mais o genoma coletivo da microbiota humana. Técnicas modernas para o estudo da microbiota nos tornaram conscientes de um número importante de bactérias não cultiváveis e da relação entre os microrganismos que vivem dentro de nós e nossa homeostase (condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções). A microbiota, antes conhecida como flora intestinal, é essencial para o crescimento corporal correto, o desenvolvimento de imunidade e nutrição. Certas epidemias que afetam a humanidade, como asma e obesidade, podem ser explicadas, pelo menos parcialmente, por alterações na microbiota. A disbiose (designação dada ao desequilíbrio da microbiota) tem sido associada a uma série de distúrbios gastrointestinais que incluem doença hepática gordurosa não alcoólica, doença celíaca e síndrome do intestino irritável. De acordo com o médico gastroenterologista mexicano M.E. Icaza-Chávez, "Nosso conhecimento da interessante relação entre os seres humanos e os microorganismos que abrigamos aumentou muito nos últimos anos. Já não chamamos essas entidades vivas de "flora intestinal", nem as consideramos como
simplesmente parasitas. De fato, nós humanos somos superorganismos governados em parte pelos microrganismos que vivem dentro de nós". Em um de seus diversos artigos publicados (veja nos Links indicados nesta matéria) o especialista observa a importância de se conhecer as profundas implicações da dieta e do meio ambiente sobre a microbiota normal e anormal, e delinear um panorama da relação entre a microbiota e as doenças gastrointestinais. Numa microbiota normal há cerca de 800 a 1.000 espécies de microorganismos por indivíduo. Do ponto de vista evolucionário, esses microorganismos que compõem a microbiota em mamíferos, por exemplo, são determinados pelos tipos de fontes nutricionais. As características da dieta, juntamente com fatores genéticos, influenciam a predominância de alguns microrganismos em detrimento de outros. "Após apenas um dia de uma dieta ocidental (rica em gordura e açúcar e baixa em polissacarídeos vegetais), já se comprova mudanças na composição microbiana e nas vias metabólicas. Em duas semanas ocorre maior adiposidade (popularmente conhecida como gordura localizada)", explica M.E. Icaza-Chávez .
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A abundância ou escassez de alimentos determinará a presença ou não de espécies bacterianas que se reproduzem. No útero, o ser humano não tem uma microbiota. Após o nascimento, o trato gastrointestinal coloniza imediatamente. "Até mesmo o tipo de parto (natural ou cesariana) e o tipo de alimento (leite materno ou fórmula) mostra diferenças na microbiota intestinal", ressalta o gastroenterologista. Nos primeiros 2 anos de vida, a microbiota é dominada por bifidobactérias. Posteriormente, a composição microbiana diversifica e atinge seu máximo complexidade no adulto.
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A mucosa intestinal desempenha funções de imunidade adaptativa porque seu sistema imunológico tem a capacidade de responder a um número infinito de antígenos. "Mas há também a imunidade inata que é o reconhecimento de antígenos específicos e é herdada filogeneticamente das plantas para os vertebrados. Esses antígenos são chamados de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs) e incluem lipídios, lipopolissacarídeos (LPS) e lipoproteínas", explica o Dr M.E. Icaza-Chávez.
METABOLISMO
A obesidade é na maioria das vezes resultado do aumento do consumo de alimentos ricos em energia, açúcar e gorduras saturadas. No entanto, IMUNIDADE parece que o simples A microbiota intestinal tem aumento na ingestão de um efeito importante na calorias não explica resposta imunológica completamente a atual humana. Novas descobertas epidemia de obesidade. sobre a microbiota intestinal e sua capacidade Uma microbiota humana do imunomoduladora tipo “obeso” pode ter as coincidem com os dados Bifidobacterias como epidemiológicos que protetoras contra o conectam obesidade e desenvolvimento da asma, ou obesidade e obesidade e das suas diabetes tipo I. implicações.
e comportamento. O que isto significa? Que toda alteração física e mental que promovemos influencia diretamente nos movimentos do intestino, os chamados movimentos peristálticos, que podem refletir ou diarréia, ou prisão de ventre.
GASES
CONEXÃO Estudos que mostram a existência de um eixo intestino-cérebromicrobiota são surpreendentes. Uma pesquisa realizada pela MCMaster University, de Ontário, Canadá, é um desses que comprovam a comunicação entre eles, reconhecendo, inclusive, os intestinos como um segundo cérebro nos seres humanos. Sim, isto mesmo. Com 500 milhões de neurônios e mais de 30 neurotransmissores - sendo 90% da serotonina e 50% da dopamina presentes em nosso corpo, nossos intestinos são capazes de executar funções de forma independente ao nosso Sistema Nervoso Central. Segundo os pesquisadores, embora muitas pessoas estejam cientes da comunicação que ocorre entre o trato gastrintestinal (GI) e o sistema nervoso central, poucos conhecem a capacidade do sistema nervoso central de influenciar a microbiota ou a influência da microbiota no cérebro
Sabe-se que o metano (CH4) é um dos gases presentes no intestino humano e é produzido pela fermentação bacteriana anaeróbica. Ele é capaz de afetar a velocidade do trânsito intestinal, reduzir a secreção de serotonina e tem sido associado a Síndrome do Intestino Irritável (IBS), diverticulose e câncer de cólon. A excreção desse gás pode estar significativamente correlacionada à constipação crônica e é maior em pacientes com constipação em comparação com indivíduos saudáveis. E ainda maior do que em pacientes com diarréia. Como conclusão, embora esta matéria traga à luz apenas alguns aspectos neste infinito e ainda desconhecido universo que é o Microbioma, uma análise moderna do genoma bacteriano abre cada vez mais campos de investigação que podem explicar a estreita relação entre ele e os seres humanos, e que poderá ainda responder às questões sobre as doenças autoimunes, alérgicas e metabólicas, oferecendo ao mundo da ciência a possibilidade de tentar amenizá-las cada vez mais ou extirpá-las definitivamente. VIVABEM.CENTER
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BACTÉRIAS DO BEM.
QUAIS SÃO ELAS?
Crédito Foto: Mark Welch, J. Lab
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Nosso corpo tem trilhões de bactérias, inclusive, mais que células. Entre essas bactérias estão fungos, archaea, protozoários e vírus, que interagem conosco e entre si, afetando nossa fisiologia e saúde. Elas desempenham um papel crítico na saúde humana e no funcionamento de ecossistemas saudáveis. Entender a estrutura e a função dessas comunidades bacterianas em nosso organismo é fundamental para melhorar nossa saúde e para o desenvolvimento da medicina preventiva e personalizada.
acidophilus
casei
plantarum
johnsonii
rhamnosus
boulardii
bifidum
Ao contrário do que se pensava antes, as bactérias do intestino, por exemplo, desempenham papéis de grande importância na saúde, incluindo a síntese de vitamina B, a melhora na digestão e a promoção da angiogênese (processo de formação de vasos sangüíneos a partir de vasos preexistentes) e da função nervosa. Entretanto, a alteração da composição da microbiota intestinal pode levar a múltiplas doenças em humanos e nas demais espécies animais. Nos humanos, o ecossistema intestinal é formado por espécies bacterianas, principalmente de três filos: os Bacteroidetes (Porphyromonas, Prevotella), os Firmicutes (Ruminococcus, Clostridium e Eubacteria), e o Actinobacteria (Bifidobacterium). Lactobacilos, estreptococos e Escherichia coli são encontrados em pequeno número nos intestinos. Como temos visto, está evidente que as espécies probióticas desempenham papéis vitais na manutenção do ecossistema da nossa microbiota intestinal. Mais quais seriam essas?
fermentum escherichia coli
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A maioria dos estudos de espécies probióticas em pesquisa biomédica já examinou diversos grupo dessas bactérias do bem. Alguns exemplos são L. bulgaricus, L. reuteri, L. plantarum, L. casei, B. bifidus,
Streptococcus salivarius e thermophilus e a levedura Saccharomyces boulardii. Nos estudos da microbiota intestinal, o gênero Lactobacillus foi relatado como o probiótico mais proeminente.
Lactobacillus acidophilus O acidophilus, espécie pertencente ao gênero Lactobacillus, é assim chamado porque produz uma enzima chamada lactase, cuja fermentação produz ácido láctico que, por sua vez, decompõe a lactose, um açúcar encontrado no leite.
Em geral, essa bactéria é usada para aumentar a imunidade, no trato de infecções causadas por certos fungos e outras bactérias
Crédito Foto: Laporte Consultants
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patógenas, na diminuição de alergias, no combate à acnes, candidíase, resfriados e úlceras e, ainda, na saúde do sistema cardiovascular.
O uso de probióticos, como o L. acidophilus, concomitante ao uso posterior de antibióticos, ajuda a restaurar as bactérias naturais do trato digestivo que eventualmente são mortas pelos antibióticos.
QUASE 2000 BACTÉRIAS DESCONHECIDAS SÃO DESCOBERTAS NO INTESTINO HUMANO No último dia 11 de fevereiro, pesquisadores do Instituto Europeu de Bioinformática do EMBL e do Instituto Wellcome Sanger anunciaram a identificação de quase 2000 espécies de bactérias vivendo no intestino humano. Essas espécies ainda precisam ser cultivadas no laboratório. A equipe usou uma variedade de métodos computacionais para analisar amostras de indivíduos em todo o mundo. Os resultados destacam que, embora os pesquisadores possivelmente estejam se aproximando de criar uma lista abrangente dos microorganismos comumente encontrados nos intestinos norte-americano e europeu, há uma falta significativa de dados de outras regiões do mundo.
“Estamos vendo muitas das mesmas espécies bacterianas surgirem nos dados das populações européia e norte-americana. No entanto, os poucos conjuntos de dados da América do Sul e da África aos quais tivemos acesso para este estudo revelaram uma diversidade significativa que não estava presente nas populações anteriores”, diz Rob Finn, líder do grupo no EMBL-EBI. "Pesquisas como essa nos levam a criar um modelo do intestino humano que, no futuro, poderá nos ajudar a entender melhor a saúde e a doença, e que poderia até mesmo orientar o diagnóstico e o tratamento das patologias gastrointestinais", conclui Trevor Lawley, líder do grupo no Instituto Wellcome Sanger. ebi.ac.uk sanger.ac.uk
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KEFIR O Kefir tem sido consumido há milhares de anos na região das montanhas do Cáucaso (entre os mares Negro e Cáspio), de onde é originário. Somente no final do século 19 é que se popularizou fora da Rússia, sendo atualmente definido como o iogurte do século 21.
De acordo com Marshall (1993), os grãos de Kefir são semelhantes a pedaços de couve-flor constituídos por um conjunto complexo de mais de 40 espécies de bactérias do ácido lático e leveduras que se encontram firmemente aderidas e encapsuladas por uma trama de polissacarídeos insolúveis, que são secretados por algumas destas espécies. Essa matriz polissacarídica, também chamada de kefirano, retém uma comunidade relativamente estável e constante de microrganismos.
Existem no mercado produtos comerciais à base de Kefir disponíveis em alguns países. Por exemplos, o Kefir líquido comercializado nos Estados Unidos, o Kefir pastoso com cereais, comercializado na França e o sorvete de Kefir, comercializado na Polônia. No Brasil, de acordo com a Instrução Normativa #46 de 2007 pelo então Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Kefir é o produto da fermentação do leite pasteurizado ou esterilizado obtido com cultivos acido-lácticos elaborados com grãos de Kefir, Lactobacillus kefiri, espécies dos gêneros Leuconostoc, Lactococcus e Acetobacter com produção de ácido láctico, etanol e dióxido de carbono.
Devido ao aumento do consumo do Kefir em muitos países, as bactérias encontradas no nele têm sido objeto de estudos científicos que visam demonstrar os benefícios potenciais dos mesmos para a saúde humana. O número de microorganismos no Kefir (107 UFC/g) é alto o suficiente para considerá-lo como um probiótico. (Farnworth & Mainville, 2003). O kefir pode ser feito a partir de qualquer tipo de leite (vaca, cabra ou ovelha, soja, coco ou arroz). Sua massa branca e gelatinosa tem proteínas, lipídios e mucopolissacarídeo solúvel (kefiran).
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eMAGAZINE VIVABEM.CENTER ESPECIAL PROBIÓTICOS MARÇO/ 2019 Para informações, entre em contato conosco pelo site www.microflora.com.br, ou consulte a sua Nutricionista.