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GP da Europa

Finalmente Joan Mir...

com o título na mão

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Valência marcou o começo da ronda tripla que levaria ao final da temporada dos Mundiais MotoGP. Na primeira dessas três jornadas, o Circuito Ricardo Tormo acolheu o GP da Europa de 6 a 8 de novembro sendo o início das últimas emoções que levariam à definição dos campeões nas três classes.

Depois de duas provas em Teruel que deixaram tudo em aberto nos campeonatos de MotoGP, Moto2 e Moto3, Valência preparou-se para acolher duas rondas potencialmente decisivas para todas as categorias. A expectativa na chegada ao Circuito Ricardo Tormo era elevada e a margem de erro para quem lutava pelos títulos era muito curta. No Moto3, Albert Arenas tinha a vantagem mais dilatada de todas. O espanhol da Aspar Team a bordo de uma KTM, levava 19 pontos de avanço sobre Ai Ogura (Honda Team Asia), com Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46/KTM) logo atrás a 20 ponntos. Jaume Masiá (Leopard Racing/Honda) tinha reentrado na luta com duplo triunfo em Aragão, seguindo em quarto a apenas 24 pontos do topo. Quanto ao Moto2, Sam Lowes (EG 0,0 Marc VDS/Kalex) tinha sido o protagonista das últimas jornadas, com três triunfos em sequência que o catapultaram para o topo do campeonato. Porém, com Enea Bastianini (Italtrans Racing Team/ Kalex) a apenas sete pontos o britânico estava longe de ter garantido qualquer conquista. Os homens da Sky Racing Team VR46/Kalex, Luca Marini e Marco Bezzecchi, vinham de uma fase negativa, obrigados a recuperar 23 e 48 pontos, respetivamente. As emoções maiores residiam no MotoGP. A classe rainha tinha um lote alargado de pilotos na disputa. Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) liderava sem vitórias e com mais 14 pontos do que Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT), com Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) a 19 pontos e Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) a 25 pontos. Mais atrás, em sexto, seguia Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) numa sequência forte de resultados e exibições a apenas 32 pontos de Mir. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) seguia na décima posição, lutando assim pelo top dez final do campeonato.

MOTO3, TREINOS LIVRES: VIETTI NO TOPO; ARENAS E OGURA RELEGADOS À Q1

A sexta-feira começou com a chuva a fazer-se sentir no Circuito Ricardo Tormo, em Valência, pelo que o asfalto estava encharcado e frio. O melhor tempo de Tatsuki Suzuki (SIC58 Squadra Corse/Honda) surgiu a cerca de 22 minutos do fim, com este a superar Jaume Masiá (Leopard Racing/Honda) por 0,294s. O piso foi secando ao longo do FP2, cujas melhores marcas surgiram na parte final. No topo ficou Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46/KTM) com 0,201s de avanço sobre Sergio García (Estrella Galicia 0,0/Honda). A chuva voltou a condicionar no FP3, em que John McPhee (Petronas Sprinta Racing/ Honda) assinou o crono mais baixo superando Vietti por 0,211s. Sem melhorias face ao dia anterior, ficaram relegados à Q1 dois dos protagonistas da luta pelo título – Albert Arenas (Aspar Team/KTM) e Ai Ogura (Honda Team Asia).

MOTO3, QUALIFICAÇÃO: MCPHEE CONSUMOU PRIMEIRA POLE POSITION DA ÉPOCA

A pista tinha uma trajetória seca na Q1 do Moto3 em Valência e cedo Ogura se colocou na frente. Gabriel Rodrigo (Kömmerling Gresini/Honda) conseguiu arrebatar o segundo

Joan Mir estreou-se a vencer e embalou para o título de MotoGP.

posto, com Arenas em terceiro e Dennis Foggia (Leopard Racing/ Honda) em quarto, antes de a chuva voltar. Esta manteve-se na Q2, em que McPhee passou cedo para primeiro nunca mais saindo de lá. Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo) viu a sua melhor marca anulada, mas mesmo assim fez o suficiente para ficar em segundo. Vietti foi terceiro após queda na última tentativa, sendo Arenas quarto.

MOTO3, CORRIDA: VITÓRIA DE RAÚL FERNÁNDEZ EM CORRIDA DRAMÁTICA

Na manhã de domingo do GP da Europa, Arenas foi o mais rápido do warm-up do Moto3 batendo Raúl Fernández por apenas 0,055s. Horas mais tarde foi a corrida, que teria contornos dramáticos. Holeshot de Vietti, que ficou com López e Arenas no seu encalço. Contudo,

© KTM Images/Polarity Photo

Estreia de Raúl Fernández nas vitórias.

CLASSIFICAÇÃO GP DA EUROPA - MOTO3

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Marco Bezzecchi 2.º Jorge Martín 3.º Remy Gardner

Sky Racing Team VR46 Kalex 40m06,441s Red Bull KTM Ajo Kalex + 1,941s Onexox TKKR SAG Team Kalex + 3,553s 4.º Enea Bastianini Italtrans Racing Team Kalex + 4,494s 5.º Lorenzo Baldassarri Flexbox HP 40 Kalex + 4,648s 6.º Luca Marini Sky Racing Team VR46 Kalex + 5,142s 7.º Héctor Garzó Flexbox HP 40 Kalex + 5,224s 8.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 8,104s 9.º Xavi Vierge Petronas Sprinta Racing Kalex + 8,746s 10.º Jorge Navarro HDR Heidrun Speed Up Speed Up + 11,930s 11.º Arón Canet Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 12,451s 12.º Tetsuta Nagashima Red Bull KTM Ajo Kalex + 13,209s 13.º Marcel Schrötter Liqui Moly Intact GP Kalex + 13,585s 14.º Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP NTS + 15,528s 15.º Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 19,284s 16.º Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex + 20,085s 17.º Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 21,512s 18.º Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex + 22,965s 19.º Tom Lüthi Liqui Moly Intact GP Kalex + 24,769s 20.º Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex + 34,173s 21.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex + 44,355s 22.º Piotr Biesiekirski NTS RW Racing GP NTS + 59,450s NC Sam Lowes EG 0,0 Marc VDS Kalex 18 vlts NC Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex 9 voltas NC Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta 5 voltas NC Fabio Di Giannantonio HDR Heidrun Speed Up Speed Up 2 voltas NC Joe Roberts Tennor American Racing Kalex 1 volta NC Hafizh Syahrin Inde Aspar Team Moto2 Speed Up 1 volta o trio envolver-se-ia num incidente desencadeado por um highside de Vietti. Todos foram forçados a abandonar, num momento decisivo para as contas da prova. Também McPhee sofreu um highside ao passar por uma zona húmida. Arenas ainda voltou à corrida depois de reparar a moto, mas viria a ser desclassificado quando com três voltas de atraso tentou intrometer-se na luta pelo topo não deixando os adversários dobrarem-no. Raúl Fernández passou incólome no caos e assumiu o comando, com Tonny Arbolino (Rivacold Snipers Team/ Honda) no seu encalço. Uma queda afastou Masiá da luta pela vitória e comprometia-lhe a luta pelo título. Sem dar grandes chances à oposição, Raul Fernández nunca cedeu o comando, nem mesmo na pressão dos rivais nas últimas voltas. Cortou a meta 0,703s na frente de Sergio García (Estrella Galicia 0,0/Honda). Este viu-se envolvido na disputa pela segunda posição, que garantiu 0,302s na frente de Ogura. Arbolino foi quarto a 0,032s do pódio, sendo o top cinco fechado por Darryn Binder. Este foi o primeiro triunfo de Raúl Fernández depois de muitas tentativas, que deixou o #25 visivelmente emocionado no rescaldo: ‘Não tenho palavras para descrever esta primeira vitória. [...]. Não quero falar sobre coisas técnicas. Só tenho palavras de agradecimentos para todas as pessoas que me apoiaram e ajudaram. Há toda a Red Bull KTM Ajo, a Red Bull e a KTM mas, acima de tudo, o Aki Ajo – porque ele foi a pessoa com quem mais trabalhei e aquele que me ensinou e educou mais ao nível desportivo. Oxalá que esta seja a primeira de muitas vitórias em conjunto e que no futuro possamos lutar por títulos’. A duas rondas do fim, e apesar da desclassificação, Arenas manteve-se como líder do campeonato. Porém, ficou apenas três pontos na frente de Ogura, com Vietti a 20 pontos e Arbolino a 23. Masiá,

McPhee e Raúl Fernández continuavam com esperanças de serem campeões, embora tivessem as contas muito complicadas.

MOTO2, TREINOS LIVRES: LIDERANÇA DE ENEA BASTIANINI

Mesmo com a pista molhada, os tempos progrediram constantemente durante boa parte do FP1. Foi nos últimos 20 minutos que Tom Lüthi (Liqui Moly Intact GP/ Kalex) assinou a melhor marca. Ficou 0,128s na frente de Héctor Garzó (Flexbox HP 40/Kalex). No FP2, totalmente com piso seco, surgiram as melhores marcas do dia. Enea Bastianini (Italtrans Racing Team/Kalex) acabou com o melhor crono superando Sam Lowes (EG 0,0 Marc VDS/Kalex) por 0,057s. Com o piso húmido, o FP3 não teve muita ação em pista e os tempos não melhoraram. O mais forte foi Jorge Navarro (Speed Up), 0,294s na frente de Stefano Manzi (MV Agusta Forward). Bastianini terminou no topo dos treinos e Luca Marini (Sky Racing Team VR46/Kalex) ficou relegado à Q1 em 15.º.

MOTO2, QUALIFICAÇÃO: POLE POSITION DE VIERGE APÓS MINUTOS FINAIS EMPOLGANTES

No início da Q1 de Moto2 a pista ainda estava húmida, mas a melhorar – o que se refletiu na constante descida dos tempos. Hafizh Syahrin (Aspar Team/Speed Up) conseguiu o melhor tempo a menos de dois minutos do fim, seguindo em frente com Andi Farid Izdihar (Idemitsu Honda Team Asia/Kalex), Marini e Bo Bendsneyder (NTS RW Racing GP). Com o piso seco na Q2, mas sempre a melhorar, foi essencial acertar no momento em pista – foi o que fez Xavi Vierge (Petronas Sprinta Racing(Kalex) para rubricar a melhor marca superando Joe Roberts (Tennor American Racing/ Kalex) por 0,181s. Lowes, em terceiro, foi o melhor dos candidatos ao título, já que Marini foi sétimo e Bastianini 15.º.

MOTO2, CORRIDA: BEZZECCHI VITORIOSO E BASTIANINI NO TOPO

O warm-up de Moto2 teve Bezzecchi a superar Lowes por 66 milésimas, mas as coisas na corrida seriam diferentes. A partir da pole position, Vierge fez o holeshot, mas no início foi Roberts a assumir o comando antes de cair na curva dois. Bezzecchi passou para o topo, enquanto mais caíram: Syahrin e Fabio Di Giannantonio (Speed Up). Remy Gardner (Onexox TKKR SAG Team/ Kalex) colocou-se na segunda posição e Vierge era terceiro. No entanto, o espanhol acabaria por ceder a posição a Lowes. O líder do campeonato perseguia uma série de quatro vitórias seguidas. No entanto, quando já perseguia Bezzecchi, o britânico caiu a sete voltas do fim. Também Jorge Martín (Red Bull KTM Ajo/Kalex) conseguiu superar Gardner, assumindo a perseguição a Bezzecchi. Mais atrás, Bastianini aproximava-se das posições de pódio. No topo, Bezzecchi esteve inabalável. O italiano conseguiu liderar praticamente toda a prova com relativa tranquilidade, regressando aos triunfos 1,941s na frente de Martín. Gardner conseguiu salvar o lugar mais baixo do pódio, com Bastianini a acabar a 0,941s em quarto. O top

Bezzecchi voltou aos bons resultados em grande estilo com triunfo.

@photopsp_lukasz_swiderek cinco foi completado por Lorenzo Baldassarri (Flexbox HP 40/Kalex), na frente de um Marini que fez uma notável recuperação. Nas declarações à emissão oficial em parque fechado, Bezzecchi confessou que existiram alguns momentos de tensão com o funcionamento da moto: ‘Sinto-me muito bem, esta foi uma vitória muito emocional para mim porque em Aragão fui forte mas não consegui o resultado que queria na corrida. Estava muito focado aqui e estive entre os da frente desde o início. Geri a vantagem mas a três voltas do fim comecei a ter um problema na moto, o mesmo que tive nos treinos livres de sexta-feira. Parecia que não tinha potência na segunda mudança a três voltas do fim. Estive o tempo todo a pedir à moto: «Por favor não desistas, não desistas!» Correu bem até ao fim’. Com duas rondas em falta, Bastianini tornou-se líder do Mundial de Moto2 com mais seis pontos do que Lowes. Marini e Bezzecchi mantinham-se na disputa, mas a 19 e 29 pontos, respetivamente, o título começava a ser uma miragem para os italianos da Sky Racing Team VR46.

MOTOGP: CONSISTÊNCIA DE MIR A DITAR LEI NA RETA FINAL DA ÉPOCA

Quando a temporada de MotoGP estava a encaminhar-se para o final, um homem estava em amplo destaque: Joan Mir. O homem da Team Suzuki Ecstar chegava ao GP da Europa na liderança do campeonato com 14 pontos de avanço sobre Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT). E não era fruto de vitórias, uma vez que ainda não tinha alcançado nenhuma na chegada a Valência. É que Mir estava a ser o único a conseguir ser consistente nos lugares cimeiros, tal como a GSX-RR. Desde o começo da época só tinha três resultados fora do top cinco e

apenas em cinco corridas tinha terminado fora do pódio. Numa época atípica, mais curta e em que poucos conseguem encontrar constância de rendimento, isso era essencial. Mas Quartararo não era o único rival de Mir. Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) seguia em terceiro a 19 pontos, com Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) em quarto a 25 pontos, Andrea Dovizioso (Ducati Team) em quinto a 28 pontos e Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) em sexto a 32 pontos. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) estava na luta pelo top dez, sendo décimo. Na antevisão, Mir mostrou-se determinado e confiante em estar preparado para o GP da Europa, afirmando: ‘Da última vez fiquei ligeiramente desapontado com o terceiro lugar, só porque senti que tinha o potencial para fazer mais. No entanto, o meu objetivo era o pódio e consegui alcançá-lo. No geral sinto-me bem neste momento e estou pronto para lutar em Valência, que é uma boa pista com a qual estou familiarizado. Será bom voltar à pista na manhã de sexta-feira para um novo fim de semana de competição’.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SEXTA-FEIRA: MILLER DITOU RITMO À CHUVA E NO SECO; OLIVEIRA 13.º

Foi uma sexta-feira complicada no GP da Europa de MotoGP, com a pista molhada no primeiro treino livre, o que se juntava à baixa temperatura. Mas não foi por isso que os pilotos deixaram de sair das boxes, até porque as perspetivas eram de que a chuva se viesse a repetir ao

CLASSIFICAÇÃO GP DA EUROPA - MOTO2

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Raúl Fernández 2.º Sergio García Red Bull KTM Ajo Estrella Galicia 0,0

KTM 38m29,140s Honda + 0,703s

3.º Ai Ogura 4.º Tony Arbolino 5.º Darryn Binder

Honda Team Asia Honda + 1,005s Rivacold Snipers Team Honda + 1,037s

CIP Green Power KTM + 13,392s

6.º Carlos Tatay 7.º Stefano Nepa Reale Avintia Moto3

KTM + 13,424s Valresa Aspar Team Moto3 KTM + 16,719s 8.º Jeremy Alcoba Kömmerling Gresini Moto3 Honda + 16,824s 9.º Filip Salac Rivacold Snipers Team Honda + 16,964s 10.º Ayumu Sasaki Red Bull KTM Tech 3 KTM + 17,088s 11.º Riccardo Rossi BOÉ Skull Rider Facile Energy KTM + 17,344s 12.º Andrea Migno Sky Racing Team VR46 KTM + 17,467s 13.º Romano Fenati Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna + 17,589s 14.º Deniz Öncü Red Bull KTM Tech 3 KTM + 18,191s 15.º Gabriel Rodrigo Kömmerling Gresini Moto3 Honda + 18,358s 16.º Ryusei Yamanaka Estrella Galicia 0,0 Honda + 18,441s 17.º Yuki Kunii Honda Team Asia Honda + 19,128s 18.º Jason Dupasquier CarXpert PruestelGP KTM + 19,583s 19.º Davide Pizzoli BOÉ Skull Rider Facile Energy KTM + 27,457s 20.º Barry Baltus CarXpert PruestelGP KTM + 27,836s 21.º Maximilian Kofler CIP Green Power KTM + 31,328s 22.º Khairul Idham Pawi Petronas Sprinta Racing Honda + 31,661s 23.º Celestino Vietti Sky Racing Team VR46 KTM + 1m20,533s NC Niccolò Antonelli SIC58 Squadra Corse Honda 16 voltas NC Kaito Toba Red Bull KTM Ajo KTM 16 voltas NC Tatsuki Suzuki SIC58 Squadra Corse Honda 13 voltas NC Dennis Foggia Leopard Racing Honda 13 voltas NC Jaume Masiá Leopard Racing Honda 9 voltas NC John McPhee Petronas Sprinta Racing Honda 4 voltas NC Alonso López Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna 2 voltas NC Albert Arenas Valresa Aspar Team Moto3 KTM 0 voltas

COVID-19 DEIXA LECUONA DE FORA E AFETOU YAMAHA

Depois de Valentino Rossi em Aragão, foi a vez de Iker Lecuona ficar de fora de ação no MotoGP por causa da Covid-19. Em Valência, o espanhol ia enfrentar o primeiro circuito em que já competira na classe rainha, mas teve de se afastar do GP da Europa. Em comunicado, a sua equipa Red Bull KTM Tech3 explicou que o irmão do piloto (que também é seu assistente e com quem vive) acusou positivo ao novo coronavírus. Apesar de testar negativo, Lecuona ficou obrigado a isolamento profilático de dez dias pelas leis de Andorra, e assim não pôde alinhar no GP da Europa. Já na sexta-feira do GP da Europa, houve um elemento da equipa de Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) que testou positivo à Covid-19. Abandonou de imediato o paddock iniciando isolamento, mas mais quatro membros foram colocados de quarentena durante dez dias, incluindo o diretor Massimo Meregalli. Viñales não foi afetado. O positivo foi o regresso de Valentino Rossi, depois de dois testes negativos – embora, por prevenção, a Monster Energy Yamaha tenha chamado Garrett Gerloff a substituí-lo, o que aconteceu no FP1.

longo do fim de semana. Ao cabo das primeiras voltas lançadas, Pol Espargaró (Red Bull KTM) liderava a tabela de tempos, mas também Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) se apresentava rápido. Ao longo dos primeiros dez minutos, também entraram na disputa do comando Jack Miller (Pramac Racing), Johann Zarco (Esponsorama Racing/Ducati) e Danilo Petrucci (Ducati Team). Com pouco mais de nove minutos e meio decorridos, Miller chegou ao comando para não mais o largar. Ainda melhorou a sua marca por duas vezes, acabando com 1m42,063s. Foi 0,467s mais rápido do que Morbidelli, sendo Stefan Bradl (Repsol Honda) o terceiro a 0,503s. Mais atrás, Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) foi presença constante no top dez acabando em oitao. Já o líder do campeonato, Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) começou com um modesto 17.º registo. As condições no começo do FP2 foram complicadas. Apesar de haver uma trajetória seca, não eram permitidos deslizes, sob pena de

queda. Mir foi o primeiro líder, mas as marcas estiveram constantemente a cair ao longo da sessão. Pelo topo também passaram Petrucci, Cal Crutchlow (LCR Honda), Pol Espargaró e Miller, antes de Oliveira rubricar a melhor marca com pouco menos de 11 minutos cumpridos. O luso foi batido, mas ainda regressaria ao comando por duas ocasiões. Por lá ainda passaram Francesco Bagnaia (Pramac Racing/Ducati), Takaaki Nakagami (LCR Honda) e Álex Rins (Team Suzuki Ecstar), tal como Morbidelli. Porém, no fim foi Miller a liderar com a sua última volta completada em 1m32,528s. O australiano superou Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini) por 0,092s, com Morbidelli a ser terceiro. Mir foi décimo, ao passo que Oliveira não melhorou o suficiente para ir além do 13.º posto final.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SÁBADO: ZARCO LIDEROU FP3 POUCO ÚTIL COM PISO MOLHADO

Apesar de não chover ao longo do FP3 no sábado de manhã, os pilotos tiveram de contar com piso molhado. Quartararo e Stefan Bradl (Repsol Honda) foram os líderes na fase inicial, em que Oliveira se estabele-

© KTM Images/Polarity Photo

Segunda pole position de Pol Espargaró.

ceu no top cinco chegando mesmo a liderar durante alguns instantes antes de entrar em cina Johann Zarco (Esponsorama Racing/Ducati). Outros dos homens que se mostravam rápidos eram Andrea Dovizioso (Ducati Team) e Takaaki Nakagami (LCR Honda). Graças à ausência de chuva e ao sol que começou a brilhar, o asfalto foi secando de forma muito gradual e os tempos foram melhorando. Oliveira regressou à dianteira quando lá estava Bradl a menos de 22 minutos para o fim, enquanto Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) chegou à luta pelos lugares cimeiros. Zarco bateu depois Oliveira

MAVERICK VIÑALES PENALIZADO COM ARRANQUE DA VIA DAS BOXES

A Yamaha foi fortemente penalizada no GP da Europa. Devido a mudanças irregulares nos motores, perdeu 50 pontos no campeonato de construtores e 20 no de equipas, mas a admoestação não ficou por aí. Teve de descartar um propulsor e Viñales teve de usar o sexto. Como as regras desta época só permitem o uso de cinco motores por piloto, o espanhol não evitou a penalização correspondente por exceder o máximo: o arranque da via das boxes. Era mais um dado a complicar a tarefa de Viñales na luta pelo título, com uma recuperação complicada a fazer na corrida.

para nunca mais largar o comando, rodando mesmo no 1m40s. Só Viñales também o conseguiu fazer, para acabar em segundo a 0,736s. Nakagami foi terceiro, com Francesco Bagnaia (Pramac Racing/ Ducati) em quarto, Cal Crutchlow (LCR Honda) em quinto e Oliveira em sexto. Nas contas do acesso direto à Q2 imperaram os registos do FP2 do dia de sexta-feira. Assim, ficaram relegados à Q1 pilotos como Viñales, Oliveira, Petrucci ou Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha), que só entrou em ação no sábado. O mais rápido no somatório dos três primeiros treinos livres foi Miller. Durante a qualificação de Moto3, a chuva tinha voltado a Valência, mas entretanto parou e o sol esteve a brilhar durante o FP4 de MotoGP. Contudo, a pista estava totalmente encharcada, mas com tendência natural a melhorar à medida que os pilotos iam completando voltas. Morbidelli, Petrucci e Miller foram alguns dos homens a comandarem na fase inicial, mas também Zarco, Stefan Bradl (Repsol Honda) e Dovizioso se mostraram fortes na fase inicial. A primeira metade da sessão teve Miller como figura principal no topo. Foi já nos derradeiros dez minutos que Oliveira surgiu nas primeiras posições da tabela. O luso concentrou grande parte das suas voltas num único stint em que melhorou gradualmente até fazer um tempo de 1m41,573s. Esse valeu-lhe a liderança do FP4. Mir ainda chegou a segundo, mas ficou a 0,194s. Miller concluiu em terceiro a 0,246s do #88.

MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: POL ESPARGARÓ DE REGRESSO ÀS POLE POSITIONS; OLIVEIRA EM OITAVO

A primeira fase da qualificação começou ainda com a pista muito molhada, sendo Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha) o primeiro líder. Foi sol de pouca dura, uma vez que na sua segunda volta lançada Oliveira ascendeu à liderança. Daí em diante, mais ninguém iria superar o piloto do Pragal. Com um ritmo forte a bordo da sua KTM RC16, Oliveira foi o primeiro a entrar no 1m41s e, depois, no 1m40s. Assim, conseguiu o apuramento com relativa facilidade. Zarco ainda se colocou a 50 milésimas, garantindo igualmente o apuramento ao deixar para trás Bradl. Sem que a chuva tivesse regressado, a pista continuou a melhorar de condições ao longo da Q2. Rins foi

o primeiro líder, mas com os tempos a descerem rapidamente manteve-se lá por muito pouco tempo. Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini), Mir e Nakagami foram alguns dos homens que se mostraram rápidos na fase inicial da sessão, sendo que o japonês chegou mesmo a liderar. Contudo, acabou mesmo por ser Pol Espargaró a fazer a pole position. O espanhol da Red Bull KTM rubricou um tempo de 1m40,434s com o qual superou Rins por 0,041s. Nakagami foi terceiro na frente de Zarco, com Mir em quinto. Oliveira não conseguiu replicar os seus registos da Q2 e quedou-se pela oitava posição à partida. Mir alcançou a tão procurada primeira vitória.

MOTOGP, CORRIDA: A PRIMEIRA VITÓRIA DE MIR RUMO AO TÍTULO; OLIVEIRA NO TOP CINCO

No warm-up, houve uma pequena indicação do que viria a ser a corrida, com Mir a bater Aleix Espargaró por 0,041s para liderar. Oliveira foi 15.º. Domingo de tarde, aconteceu a corrida do GP da Europa de MotoGP, em que Pol Espargaró foi o mais eficaz no arranque. Oliveira também partiu bem desde sétimo para chegar a quinto. Pol Espargaró colocou-se na liderança, enquanto Quartararo se atrasou numa queda em que também Aleix Espargaró se envolveu. O comando de Pol Espargaró não durou muito, uma vez que o espanhol não teve argumentos para travar as Suzuki de Rins e de Mir.

CLASSIFICAÇÃO GP DA EUROPA - MOTOGP

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Joan Mir 2.º Álex Rins

Team Suzuki Ecstar Team Suzuki Ecstar Suzuki 41m37,297s Suzuki + 0,651s

3.º Pol Espargaró 4.º Takaaki Nakagami 5.º Miguel Oliveira 6.º Jack Miller 7.º Brad Binder 8.º Andrea Dovizioso Red Bull KTM Factory Racing KTM + 1,203s LCR Honda Idemitsu Honda + 2,194s Red Bull KTM Tech 3 KTM + 8,046s Pramac Racing Ducati + 8,755s Red Bull KTM Factory Racing KTM + 10,137s Ducati Team Ducati + 10,801s

9.º Johann Zarco

Esponsorama Racing Ducati + 11,550s 10.º Danilo Petrucci Ducati Team Ducati + 16,803s 11.º Franco Morbidelli Petronas Yamaha SRT Yamaha + 17,617s 12.º Stefan Bradl Repsol Honda Team Honda + 24,350s 13.º Maverick Viñales Monster Energy Yamaha MotoGP Yamaha + 25,403s 14.º Fabio Quartararo Petronas Yamaha SRT Yamaha + 39,639s NC Lorenzo Savadori Aprilia Racing Team Gresini Aprilia 25 voltas NC Álex Márquez Repsol Honda Team Honda 23 voltas NC Tito Rabat Esponsorama Racing Ducati 13 voltas NC Francesco Bagnaia Pramac Racing Ducati 5 voltas NC Cal Crutchlow LCR Honda Castrol Honda 5 voltas NC Valentino Rossi Monster Energy Yamaha MotoGP Yamaha 4 voltas NC Aleix Espargaró Aprilia Racing Team Gresini Aprilia 0 voltas

www.suzuki-racing.com

Até ao fim, as GSX-RR nunca mais saíram das duas primeiras posições. Pol Espargaró ainda teve de defender o terceiro lugar da pressão de Oliveira, que ascendeu a quarto depois da ultrapassagem a Nakagami. Mudança de líder na volta 17, com Mir a aproveitar a oportunidade que procurava para ultrapassar Rins. Até final, o #42 não teve argumentos para regressar à dianteira, enquanto Mir se começou a distanciar. Cortou a meta com 0,651s para celebrar, por fim, a sua primeira vitória. Rins não teve dificuldades para selar o segundo posto 0,552s na frente de Pol Espargaró. Nakagami foi quarto e Oliveira acabou em quinto mantendo-se à margem de Miller. Num dia árduo para os pilotos Yamaha, Morbidelli foi o melhor em 11.º. Viñales acabou em 13.º, Quartararo em 14.º e Rossi abandonou com problemas. Na conferência de imprensa, Mir confessou que passou as últimas voltas da prova a ter cautelas extra... mas sem ceder à pressão: ‘Nas duas últimas voltas estava a pensar em ter cuidado com os travões, tentar não perder a frente ou ter um erro, estava apenas a ter muito cuidado com isso e a corrida foi muito longa nas duas últimas voltas para ser sincero, preferia fazer mesmo voltas, seja como for, correu bem. Penso que estamos a mostrar que a pressão não é um grande problema para nós’. Quanto a Rins, assumiu que pagou caro um erro: ‘Fiz essa questão aos meus engenheiros na reunião, o que aconteceria se fosse na última parte da corrida em primeiro... Estávamos a pilotar ao mesmo nível do Joan, com o mesmo tempo de volta e é uma pena que tenha tido esse erro. Mesmo assim, nestes dois anos nunca lutei com ele numa corrida e vamos ver se conseguimos lutar juntos na próxima corrida’. Quanto a Pol Espargaró, pediu mais confiança depois do regresso aos pódios: ‘Depois das duas rondas na Áustria especialmente tem sido muito duro, tivemos lá grandes possibilidades de ganhar, bem como na República Checa, mas particularmente na Áustria que é a casa da KTM e não conseguimos. Estava muito forte em termos de velocidade de corrida e sabia que era capaz, mas não aconteceu e foi muito frustrante, e essa altura do ano não foi boa para mim. [...]. Após quatro pódios no ano, isso mostra que a nossa performance é muito boa, fomos fortes, rápidos, e também a pole position. […]. Temos de acreditar um pouco mais em nós mesmos’. Terminado o GP da Europa, Mir ficou com 37 pontos de avanço face aos rivais mais próximos, ficando Quartararo e Rins, vislumbrando assim a hipótese de ser campeão antecipadamente. Matematicamente na disputa ainda estavam Viñales, Morbidelli e Dovizioso, mas a distâncias muito elevadas para poderem verdadeiramente sonhar com o título. Oliveira reforçou o décimo posto, com mais 13 pontos do que Danilo Petrucci (Ducati Team).

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