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GP da Comunidade Valenciana

Joan Mir

no topo do mundo

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A meio de novembro, como é tradicional realizou-se o GP da Comunidade Valenciana no Circuito Ricardo Tormo. Devido às circunstâncias da pandemia não seria a última ronda da época, uma vez que uma semana depois os campeonatos rumariam a Portimão para o GP de Portugal, mas era potencialmente decisivo dos campeões.

A última prova a repetir circuito na época de 2020 foi o GP da Comunidade Valenciana, realizado em Valência uma semana depois de o mesmo traçado acolher o GP da Europa. As contas estavam mais próximas de ficar definidas, com o potencial de todos os campeões serem encontrados antecipadamente. Porém, nem todos tinham a matemática fácil para irem para Portimão tranquilos. No Moto3, Albert Arenas era o líder antes da segunda jornada de Valência. No entanto, o espanhol da KTM da Aspar Team tinha apenas três pontos de avanço sobre o segundo classificado, Ai Ogura (Honda Team Asia). Poderia ser campeão se o nipónico não fosse além de 13.º. Na luta matematicamente estavam ainda Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46/KTM), Tony Arbolino (Rivacold Snipers Team/Honda) e Jaume Masiá (Leopard Racing/Honda), mas se Arenas vencesse qualquer um deles ficaria sem chances. Quanto ao Moto2, Enea Bastianini (Italtrans Racing Team/Kalex) chegava com a motivação extra de ter acabado de assumir o comando. Seis pontos acima de Sam Lowes (EG 0,0 Marc VDS/Kalex) teria de ganhar 20 pontos ao britânico, ou seja, de ficar pelo menos em segundo se o rival não pontuasse. No entanto, também havia que contar com a dupla da Sky Racing Team VR46, Luca Marini e Marco Bezzecchi, que não poderiam ver Bastianini ganhar para se manterem na disputa. A classe rainha era aquela que tinha mais chances de conhecer o seu campeão no GP da Comunidade Valenciana. Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) vinha do seu primeiro triunfo do ano e se terminasse na frente dos seus perseguidores era campeão. Mas mesmo uma ronda em branco poderia valer o título ao espanhol, que com 37 pontos de vantagem sobre o colega Álex Rins e Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) poderia ceder 11 pontos a estes, 15 a Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) e 19 a Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) e Andrea Dovizioso (Ducati Team). Sólido em décimo lugar, Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) procurava em Valência dar mais um passo para selar o top dez final no campeonato.

MOTO3, TREINOS LIVRES: ARBOLINO MAIS FORTE Como habitualmente, foi o Moto3 a dar início ao programa em pista de mais uma ronda, o GP da Comunidade Valenciana. Deniz Öncü (Red Bull KTM Tech3) era líder do primeiro treino livre depois das primeiras voltas lançadas, mas foi Tony Arbolino (Rivacold Snipers Team/ Honda) a levar a melhor com uma nova volta recorde – 1m38,413s. Na segunda sessão, Romano Fenati (Sterilgarda Max Racing Team/Husqvarna) foi o primeiro comandante. Porém, os melhores registos surgiram nos cinco minutos finais e Jaume Masiá (Leopard Racing/Honda) terminou no topo. A chuva impediu melhorias depois dos primeiros dez minutos do FP3, que teve Öncü no topo. Destaque para o facto de Albert Arenas (Aspar Team/KTM) ser relegado à Q1 com o 15.º tempo no combinado.

MOTO3, QUALIFICAÇÃO: PRIMEIRA POLE POSITION DE DARRYN BINDER COM VOLTA RECORDE

A Q1 foi empolgante e Arenas acabou por ficar no topo com a sua derradeira volta. Riccardo Rossi (BOÉ Skull Rider Facile Energy/ KTM) surpreendeu no último instante com o segundo tempo, sendo que John McPhee (Petronas Sprinta Racing/Honda) e Darryn Binder (CIP Green Power/KTM) também conseguiram o apuramento por 0,226s. Os japoneses começaram

Joan Mir fez história com o seu primeiro título de MotoGP.

fortes na Q2, com Ai Ogura (Honda Team Asia) no topo, mas só nos últimos 60 segundos é que existiram decisões quando Darryn Binder rubricou a marca que lhe deu a primeira pole position da carreira e um novo recorde – 1m38,286s. Kaito Toba (Red Bull KTM Tech3) ficou a 0,043s.

MOTO3, CORRIDA: ARBOLINO VENCEU EM GRANDE ESTILO

No warm-up de domingo de manhã, Ayumu Sasaki (Red Bull KTM Tech3) foii o mais rápido apenas 0,067s na frente de Vietti, numa sessão em que o top cinco coube em menos de uma décima. E a corrida viria a ser também equilibrada. Forte no arranque, Toba chegou a liderar, mas logo foi superado por Darryn Binder. Sasaki e Toba caíram na curva cinco depois de colidirem. Raúl Fernández chegou ao Arbolino levou de vencida pela primeira vez em 2020.

CLASSIFICAÇÃO GP DE VALENCIA - MOTO3

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Jorge Martín 2.º Héctor Garzó Red Bull KTM Ajo Flexbox HP 40 Kalex 40m02,225s Kalex + 0,072s

3.º Marco Bezzecchi 4.º Marcel Schrötter Sky Racing Team VR46 Kalex + 0,204s Liqui Moly Intact GP Kalex + 0,689s

5.º Luca Marini 6.º Enea Bastianini 7.º Remy Gardner

Sky Racing Team VR46 Kalex + 0,812s Italtrans Racing Team Kalex + 2,329s Onexox TKKR SAG Team Kalex + 8,973s

8.º Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP

NTS + 9,720s 9.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 11,596s 10.º Lorenzo Baldassarri Flexbox HP 40 Kalex + 11,836s 11.º Joe Roberts Tennor American Racing Kalex + 12,369s 12.º Tetsuta Nagashima Red Bull KTM Ajo Kalex + 13,041s 13.º Xavi Vierge Petronas Sprinta Racing Kalex + 13,495s 14.º Sam Lowes EG 0,0 Marc VDS Kalex + 15,345s 15.º Augusto Fernández EG 0,0 Marc VDS Kalex + 15,577s 16.º Tom Lüthi Liqui Moly Intact GP Kalex + 18,954s 17.º Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 26,947s 18.º Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex + 36,336s 19.º Hafizh Syahrin Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 42,068s 20.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex + 46,792s 21.º Piotr Biesiekirski NTS RW Racing GP NTS + 50,162s NC Fabio Di Giannantonio MB Conveyors Speed Up Speed Up 24 voltas NC Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex 23 voltas NC Arón Canet Inde Aspar Team Moto2 Speed Up 21 voltas NC Jorge Navarro MB Conveyors Speed Up Speed Up 17 voltas NC Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex 14 voltas NC Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta 10 voltas NC Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex 8 voltas NC Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex 6 voltas

© KTM Images/Polarity Photo

topo e começou a distanciar-se de Arbolino. Com 20 voltas por cumprir, o espanhol levava mais de um segundo e meio de avanço. Entretanto, Vietti caiu, ficando assim afastado da luta pelo título. A 14 voltas do fim, novo terceiro classificado, quando García passou para a frente de Arenas começando depois a pressionar Arbolino. Este também acabaria por começar a aproximar-se de Raúl Fernández, que perdia ímpeto na última dezena de voltas. Arbolino chegou a perder a segunda posição, mas respondeu e não só recuperou o lugar, como chegou à liderança a duas voltas do fim. Daí em diante, o #14 nunca mais foi superado. García ainda chegou a segundo ultrapassando Raúl Fernández numa luta até à última curva. Arenas foi quarto, com Darryn Binder a completar o top cinco. Em parque fechado, Arbolino confidenciou à emissão oficial: ‘O meu plano foi sempre ganhar. […]. Este foi um dia fantástico, queria ganhar mais uma corrida antes de deixar esta categoria e estou muito contente, trabalhámos muito para isto’. A uma ronda do fim, Arenas tinha apenas oito pontos de avanço face a Ogura, com Arbolino em terceiro a 11 pontos. A disputa pelo título em Portimão seria entre este trio, com tudo em aberto na derradeira jornada do ano.

MOTO2, TREINOS LIVRES: BEZZECCHI FOI A REFERÊNCIA APÓS O FP3

Arranque de FP1 do Moto2 em Valência com Bo Bendsneyder (NTS RW Racing GP) a apresentar-se como o mais rápido, só que o melhor tempo ficaria reservado para os 13 minutos finais, quando Jorge Navarro (Speed Up) rodou em 1m34,855s para não mais ser alcançado. Luca Marini (Sky Racing Team VR46/Kalex) ainda ameaçou, mas ficou a 0,025s. No FP2, Fabio Di Giannantonio (Speed Up) abriu e fechou no topo superando Sam Lowes (EG 0,0 Marc VDS/ Kalex) por 0,090s. Os melhores registos surgiriam no FP3 – no qual cedo Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/Kalex) estabeleceu cedo a melhor marca da sessão e dos treinos livres em 1m34,698s. Héctor Garzó (Flexbox HP 40/ Kalex) ficou em segundo a 0,013s.

MOTO2, QUALIFICAÇÃO: PRIMEIRA POLE POSITION DA CARREIRA DE MANZI

A Q1 assistiu a Lorenzo Baldassarri (Flexbox HP 40/Kalex) liderar durante grande parte do tempo antes de selar a posição. Jorge Martín (Red Bull KTM Ajo/ Kalex) foi segundo e, nos últimos minutos, consumaram o apuramento Simone Corsi (MV Agusta Forward) e Tom Lüthi (Liqui Moly Intact GP/Kalex). Na Q2, a MV

Agusta Forward esteve em destaque graças a Stefano Manzi, que nos instantes finais rubricou um recorde de 1m34,418s para se estrear nas pole positions. Deixou Garzó a 0,013s. Lowes não foi além de 18.º - ele que se lesionara num incidente no FP3.

MOTO2, CORRIDA: MARTÍN SUPERIOR NO FINAL PARA VENCER POR 0,072S

Garzó voltou a mostrar bom ritmo no warm-up que antecedeu a corrida de Moto2, batendo Bezzecchi por 0,087s. Ao princípio da tarde de domingo, 15 de novembro, arranque da corrida com Martín a fazer o holeshot. O espanhol colocou-se na liderança, enquanto Manzi passou para o segundo posto. As primeiras voltas foram agitadas, com alterações no topo. Bezzecchi conseguiu chegar à dianteira vindo de terceiro, mas mais atrás Garzó estava igualmente a mostrar um bom ritmo e aproximava-se da frente. Conseguiu mesmo chegar aos lugares de pódio na volta 11, deixando Martín em quarto. Um pouco mais atrás seguia um grupo que incluía Bastianini. Lowes, que arrancara de 22.º, ainda fazia pela vida para recuperar e era 17.º. Bezzecchi e Di Giannantonio entraram em duelo pelo triunfo e, quando tudo parecia encaminho para Di Giannantonio se estrear nas vitórias, o italiano errou na última volta e caiu. Bezzecchi herdou o comando, mas nas últimas curvas foi superado por Martín e Garzó numa disputa que foi até ao fim. Martín cortou a meta apenas 0,072s na frente de Garzó para ganhar, com Bezzecchi em terceiro a 0,132s. Mais atrás, Marini foi quinto e Bastiaini concluiu em sexto. Lowes viria a recuperar até 14.º. No comentário a este triunfo suado, Martín realçou que o foco na corrida recompensou: ‘Foi um fim de semana complicado, já que nos

Martín impôs-se em final de loucos para a segunda vitória do ano.

treinos não estive nas primeiras posições. No entanto, estivemos a trabalhar no duro para a corrida e essa acabou por ser positiva. Fizemos um ótimo arranque, indo de quinto para primeiro. No entanto, depois disso a minha sensação não foi boa e os meus adversários também foram rápidos. Tentei segui-los e, na última parte da corrida, fui um pouco mais rápido do que eles. Na curva 12 arrisquei e obtive a vitória’. A uma jornada do fim, Bastianini ficou melhor posicionado para se sagrar campeão. O italiano passou a liderar o campeonato de Moto2 com 14 pontos de avanço face a Lowes, sendo Marini terceiro a 18 pontos. Bezzecchi mantinha-se matematicamente na luta, a 23 pontos.

MOTOGP: MIR COM AS MÃOS NO TÍTULO, MAS SEM EUFORIAS

Joan Mir chegava ao GP da Comunidade Valenciana com fortes chances de ser campeão. Tendo 37 pontos de avanço com 50 em disputa depois da primeira vitória, o título estava praticamente selado pelo homem da Team Suzuki Ecstar. De tal modo que, numa combinação de resultados improvável, até uma desistência nesta penúltima ronda da época lhe poderia chegar. O colega Álex Rins e Fabio Quartararo (Petronas Yamaha) eram os seus principais perseguidores a 37 pontos, mas também estavam envolvidos numa renhida luta pelo segundo lugar: estes, Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha), Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) e Andrea Dovizioso (Ducati Team) cabiam em apenas oito pontos. Mais atrás, Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) era décimo e tinha chances de garantir o top dez final em Valência. Na antevisão, Mir salientou que não dava nada como certo, apesar de as contas estarem a seu favor: ‘É uma sensação incrível liderar o campeonato e ter o Álex em segundo lugar, a equipa está a fazer um trabalho fantástico. Embora tenha uma vantagem decente na classificação, não posso dar nada como garantido e é importante manter-me focado no trabalho. Só quero chegar lá e fazer o fim de semana como normalmente faço, e depois veremos o que acontece na bandeira de xadrez’.

Polarity Photo

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SEXTA-FEIRA: MILLER MARCOU RITMO; OLIVEIRA EM 17.º

Manhã de sexta-feira no GP da Comunidade Valenciana com o sol muito tímido entre as nuvens. Quartararo era o líder depois das primeiras voltas lançadas, mas como habitualmente nesta fase inicial as mudanças e descidas dos tempos foram uma constante, pelo que a liderança do #20 foi muito efémera. Entretanto, Oliveira não conseguia entrar no top dez. Nos

primeiros dez minutos, também Pol Espargaró (Red Bull KTM) chegou a liderar após as sequências de voltas de todos os pilotos, mas o primeiro a enraizar-se no comando foi Morbidelli. Estavam decorridos menos de 11 minutos quando o italiano rubricou uma marca que lhe valeria a liderança durante cerca de 11 minutos. Foi então batido por Takaaki Nakagami (LCR Honda), cujo registo de 1m30,829s ficou fora do alcance até ao fim. Morbidelli acabou em segundo a 0,115s não tendo melhorado. Já o terceiro foi Viñales a 0,139s graças à sua derradeira volta. Mir acabou em oitavo, logo à frente de Oliveira que só fez o seu melhor tempo na penúltima tentativa. O segundo treino livre teve Mir Miller foi a referência no primeiro dia do GP.

Gold & Goose/Red Bull Content Pool

CLASSIFICAÇÃO GP DE VALENCIA - MOTO2

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Tony Arbolino Rivacold Snipers Team Honda 38m17,462s

2.º Sergio García 3.º Raúl Fernández Estrella Galicia 0,0 Red Bull KTM Ajo Honda + 1,142s KTM + 1,297s

4.º Albert Arenas 5.º Darryn Binder 6.º Deniz Öncü Gaviota Aspar Team Moto3 KTM + 2,825s CIP Green Power KTM + 2,999s

Red Bull KTM Tech 3 KTM + 3,208s

7.º Andrea Migno

SKY Racing Team VR46 KTM + 9,836s 8.º Ai Ogura Honda Team Asia Honda + 9,852s 9.º Jaume Masiá Leopard Racing Honda + 9,864s 10.º Jeremy Alcoba Kömmerling Gresini Moto3 Honda + 12,802s 11.º John McPhee Petronas Sprinta Racing Honda + 12,879s 12.º Romano Fenati Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna + 14,513s 13.º Stefano Nepa Gaviota Aspar Team Moto3 KTM + 15,340s 14.º Niccolò Antonelli SIC58 Squadra Corse Honda + 15,619s 15.º Ryusei Yamanaka Estrella Galicia 0,0 Honda + 24,297s 16.º Dennis Foggia Leopard Racing Honda + 24,320s 17.º Barry Baltus CarXpert PruestelGP KTM + 24,666s 18.º Yuki Kunii Honda Team Asia Honda + 24,690s 19.º Ayumu Sasaki Red Bull KTM Tech 3 KTM + 27,484s 20.º Davide Pizzoli BOE Skull Rider Facile Energy KTM + 27,754s 21.º Carlos Tatay Reale Avintia Moto3 KTM + 28,093s 22.º Jason Dupasquier CarXpert PruestelGP KTM + 28,138s 23.º Riccardo Rossi BOE Skull Rider Facile Energy KTM + 30,718s 24.º Celestino Vietti SKY Racing Team VR46 KTM + 48,093s NC Khairul Idham Pawi Petronas Sprinta Racing Honda 21 voltas NC Gabriel Rodrigo Kömmerling Gresini Moto3 Honda 7 voltas NC Alonso López Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna 7 voltas NC Kaito Toba Red Bull KTM Ajo KTM 1 volta NC Tatsuki Suzuki SIC58 Squadra Corse Honda 1 volta c NC Maximilian Kofler CIP Green Power KTM 0 voltas como um dos primeiros a deixar a garagem, mas foi Morbidelli a fazer os primeiros registos de referência. Posteriormente foi batido por Johann Zarco (Esponsorama Racing/Ducati), enquanto Álex Márquez (Repsol Honda) sofria uma queda sem consequências de maior. Oliveira chegou a estar no top dez dentro dos primeiros dez minutos. Mir também passou para o topo, antes de Zarco ser mais rápido. O gaulês lideraria durante quase 20 minutos, até que Nakagami passou para o topo. O nipónico ainda não tinha sido mais rápido do que no FP1. Entretanto, nova queda de Márquez, agora na curva quatro, e sem consequências. Também Mir foi ao chão sem mazelas. Foi já dentro do último minuto que Jack Miller (Pramac Racing/Ducati) superou Nakagami por 0,091s, tornando-se no mais rápido do FP2 e do dia inaugural em Valência. O seu colega Francesco Bagnaia acabou em terceiro a 0,120s. Mir, líder do campeonato, não se sentiu tão bem com a segunda moto e foi 11.º, enquanto Oliveira ficou apenas em 17.º.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SÁBADO: MORBIDELLI NO TOPO; NOMES DE PESO RELEGADOS À Q1

Com a pista húmida, os primeiros minutos do FP3 não tiveram muita ação, já que se passaram vários minutos até que grande parte dos pilotos saísse para a pista. Duas das poucas exceções foram Pol Espargaró e Lorenzo Savadori (Aprilia Racing Team Gresini). Mais tarde, no fim do primeiro quarto de hora, Quartararo foi o primeiro a usar pneus slick. Nos minutos subsequentes outros fizeram a mesma aposta e os tempos iam baixando gradualmente. Quartararo foi o mais rápido numa fase inicial, mas acabou batido por Pol Espargaró. Viñales também passou pelo topo, mas o protagonista haveria de ser Morbidelli. O italiano liderou durante muito tempo e conseguiria mesmo fazer o melhor registo do

cômputo geral das três primeiras sessões. Foi 0,468s mais rápido do que Pol Espargaró no FP3, enquanto no combinado impôs-se perante Miller por 0,454s. Oliveira fez a sétima marca do FP3 e nona no combinado garantindo uma vaga na Q2. O mesmo não conseguiram outros pilotos, como Quartararo que com o 11.º tempo no cômputo geral dos três primeiros treinos ficou a 0,002s do apuramento. O mesmo aconteceu a Rins, Andrea Dovizioso (Ducati Team), Danilo Petrucci (Ducati Team), Cal Crutchlow (LCR Honda) e a Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha), entre outros. O quarto treino livre deu a habitual oportunidade aos pilotos de prepararem a corrida, já sem a pressão da luta pelo acesso direto à Q2. Rins liderou inicialmente, mas Zarco e Morbidelli assumiram pouco depois as duas primeiras posições. Entretanto, Oliveira consolidou-se no top dez, apesar de um início em 18.º e ainda esteve em segundo antes de terminar em sétimo. No fim, Rins chegou ao topo e não o largou, superando Nakagami por 0,100s. Zarco foi terceiro.

LECUONA AUSENTE COM COVID-19, ROSSI TEVE SUSTO

A Covid-19 continuou a ser um assunto na ordem do dia no GP da Comunidade Valenciana. Depois de ter falhado o GP da Europa, Iker Lecuona pôde voltar à ação. O piloto da Red Bull KTM Tech3 nunca testou positivo até ao derradeiro exame para sábado, no qual acusou a presença do novo coronavírus. Assim, falhava a ronda espanhola e arriscava ficar de fora também no GP de Portugal. Uma semana depois de voltar à ação, Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha) ainda teve um susto antes do GP da Comunidade Valenciana: dias após dois testes negativos, teve um inconclusivo que quase o afastou da prova na terçafeira anterior. Porém, voltou a ter dois negativos e assim pôde competir.

MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: NOVA POLE POSITION DE MORBIDELLI POR 0,096S; OLIVEIRA DÉCIMO

A primeira fase da qualificação não teve grande história na luta pelo acesso à Q2. Logo nas suas primeiras voltas, Brad Binder (Red Bull KTM) e Quartararo assumiram as duas posições que nunca mais largaram. Nas segundas voltas lançadas, os dois rubricaram os tempos que lhes valeram os dois primeiros lugares no fim. Brad Binder foi 0,149s mais rápido do que Quartararo e ambos estavam na Q2. Crutchlow ainda melhorou na fase final, mas ficou a 0,200s do apuramento. Rins teve uma qualificaçã para esquecer com o quarto registo da Q1, equivalente ao 14.º posto na grelha. A Q2 teve Quartararo a abrir na liderança, mas depois da primeira série de tentativas eram as KTM em destaque. Oliveira chegou a passar pela dianteira da tabela, antes de ser superado por um Brad Binder em boa forma depois da passagem

Morbidelli imbatível no GP da Comunidade Valenciana com pole position e triunfo.

@photopsp_lukasz_swiderek pela Q1. Mir, líder do campeonato, nunca se mostrou ao nível de lutar pelos lugares da frente. Nos últimos minutos, Viñales chegou a liderar, tal como Miller. Porém, este acabou batido por Morbidelli, que com uma volta em 1m30,191s garantiu a pole position por 0,096s. Nakagami rubricou a terceira marca garantindo nova primeira fila da grelha. Oliveira não teve ritmo para acompanhar os mais rápidos e acabou em décimo na frente de dois dos protagonistas da luta pelo título: Quartararo e Mir, 11.º e 12.º respetivamente.

MOTOGP, CORRIDA: MORBIDELLI SUPEROU MILLER NO DUELO FINAL E MIR SELOU TÍTULO; OLIVEIRA EM SEXTO

No warm-up, Morbidelli ditou o ritmo 0,138s na frente de Pol Espargaró e, na corrida, viria a ser outra vez o italiano a impor-se. Apesar de conseguir o holeshot, Miller alargou a trajetória na primeira curva e perdeu a liderança para Morbidelli. Daí em diante, o #21 liderou durante boa parte da prova valenciana. Enquanto isso, Oliveira também deu nas vistas no arranque subindo de décimo para quinto. Em primeiro lugar, Morbidelli teve sempre Miller como principal perseguidor, enquanto Pol Espargaró se posicionou em terceiro. Quartararo caiu numa fase prematura, dizendo em definitivo adeus às chances de ser campeão, enquanto Mir estava posicionado no top dez. O top três esteve sempre estável, mas quando Nakagami tentou atacar Pol Espargaró sofreu uma queda e abandonou. Rins herdou o quarto posto. A vantagem de Morbidelli caiu vertiginosamente nas últimas voltas e Miller esforçou-se pela ultrapassagem, que até chegou a consumar. Contudo, o #21 conseguiu reagir para vencer pela quarta vez em 2020. Bateu o australiano por ape-

nas 93 milésimas. Pol Espargaró foi um sólido terceiro classificado na frente de Rins, com Brad Binder a fechar o top cinco na frente de Oliveira. Mir recuperou até sétimo, resultado que o tornou campeão. Perante a imprensa, depois da corrida o novo campeão Mir referiu que a pressão foi uma adversidade significativa: ‘O que não mencionamos muito mas foi complicado para todos de entender é que a pressão temo-la aqui em pista, em casa como que desligamos, mas mesmo em casa, eu não era capaz de me desligar, porque tinha também a pressão do coronavírus e isso dificultou a situação. Ser também muito consistente e estar muitas vezes no pódio’. Sobre as suas emoções, Mir afirmou: ‘Quando vi a placa a dizer ‘Campeão do Mundo’ disse para mim: ‘Isto não está a acontecer’ e comecei a chorar, depois quando vi as pessoas eu estava a chorar também e ao fazer a volta depois comecei a perceber o que se estava a passar’. A vitória sorriu a Morbidelli, que em conferência de imprensa fez questão de congratular Miller: ‘Parabéns ao Jack. Fizemos uma volta com um Mir celebrou o seu primeiro título de MotoGP.

ritmo de doidos, eu estava a tentar escapar a corrida toda e ele não estava a fazer as coisas fáceis para mim. Estive a atacar a 100 por cento porque o meu objetivo era escapar, mas não estava a conseguir. […]. Ele ultrapassou-me e depois disso foi uma questão de tentar responder a cada ação dele e finalmente consegui acertar e acabar à frente dele’.

CLASSIFICAÇÃO GP DE VALENCIA - MOTOGP

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Franco Morbidelli Petronas Yamaha SRT Yamaha 41m22,478s

2.º Jack Miller 3.º Pol Espargaró 4.º Álex Rins Pramac Racing

Ducati + 0,093s Red Bull KTM Factory Racing KTM + 3,006s Team Suzuki Ecstar Suzuki + 3,697s

5.º Brad Binder 6.º Miguel Oliveira 7.º Joan Mir Red Bull KTM Factory Racing KTM + 4,127s Red Bull KTM Tech 3 KTM + 7,272s

Team Suzuki Ecstar

Suzuki + 8,703s 8.º Andrea Dovizioso Ducati Team Ducati + 8,729s 9.º Aleix Espargaró Aprilia Racing Team Gresini Aprilia + 15,512s 10.º Maverick Viñales Monster Energy Yamaha MotoGP Yamaha + 19,043s 11.º Francesco Bagnaia Pramac Racing Ducati + 19,456s 12.º Valentino Rossi Monster Energy Yamaha MotoGP Yamaha + 19,717s 13.º Cal Crutchlow LCR Honda Castrol Honda + 23,802s 14.º Stefan Bradl Repsol Honda Team Honda + 27,430s 15.º Danilo Petrucci Ducati Team Ducati + 30,570s 16.º Álex Márquez Repsol Honda Team Honda + 30,619s 17.º Tito Rabat Esponsorama Racing Ducati + 42,365s 18.º Lorenzo Savadori Aprilia Racing Team Gresini Aprilia + 46,472s NC Takaaki Nakagami LCR Honda Idemitsu Honda 18 voltas NC Fabio Quartararo Petronas Yamaha SRT Yamaha 8 voltas NC Johann Zarco Esponsorama Racing Ducati 5 voltas Miller pode ter falhado a vitória, mas não ficou desagradado: ‘Estou muito feliz, diverti-me da primeira à última volta. Uma das melhores corridas da minha vida, é uma pena porque a uma certa altura quando ultrapassei o Morbidelli pensei que poderia ganhar, mas quando acabas a travar um bom duelo só podes estar feliz’. Já estas foram as palavras do terceiro classificado Pol Espargaró em comunicado: ‘Foi fantástico. Estou bastante feliz. Não esperávamos um pódio este fim de semana. […]. Fomos ótimos do princípio ao fim e estive no limite com o ritmo que consegui fazer. Sem erros. Estamos outra vez no pódio - é o quinto da época - inacreditável’. Depois do GP da Comunidade Valenciana, Mir tenha o título selado ao estar 29 pontos acima de Morbidelli com 25 em disputa. O segundo lugar ainda era uma luta totalmente em aberto, na qual estavam, matematicamente, seis pilotos: Morbidelli, Rins, Viñales, Quartararo, Dovizioso e Pol Espargaró, separados por 20 pontos. Quanto a Oliveira, mantinha-se em décimo, agora 13 pontos acima de Brad Binder.

SUZUKI CELEBROU A DOBRAR

Além de ver o seu piloto Joan Mir a ser campeão de pilotos, a Team Suzuki Ecstar pôde celebrar o título de equipas de MotoGP. Com o quarto posto de Álex Rins e o sétimo de Mir, a formação de Hamamatsu conseguiu abrir 79 pontos de vantagem face à Petronas Yamaha SRT, com 45 em disputa na ronda que faltava. Pernante a imprensa, o diretor de equipa Davide Brivio falou de um feito histórico: ‘Fizemos algo grande. Mesmo se fosse um guionista de filme e pensasse num guião para um filme não pensaria tão bem. Ganhar um título mundial no 100.º aniversário, também num ano difícil alcançámos algo histórico. Depois de 20 anos, no centenário da empresa, nos 60 anos de competição, não podíamos imaginar melhor do que isto’.

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