Sergio Pérez e Charles
Orange is the new black
Avassalador. Assim pode ser definida a temporada 2022 de Max Verstappen, que não deu chances aos adversários na campanha que lhe valeu o segundo título mundial de Fórmula 1. Em um ano de corridas muito boas, o holandês da Red Bull venceu nada menos que 15 dos 22 GPs disputados ao longo do ano, faturando o título quase que “por acidente” no Japão. Este quase por acidente, se explica no fato de uma total falta de comunicação entre categoria e equipes, pilotos e fãs. A regra nova, que visa impedir um novo vexame como o do GP da Bélgica de 2021, quando metade dos pontos foram pagos em uma prova sem bandeira verde, confundiu a todos. A corrida em Suzuka teve apenas 40 minutos de bandeira verde, mas pagou pontos na totalidade. Não que Verstappen tivesse sido ameaçado, já que dominou a prova. Mas só conquistou o título após Sergio Pérez superar Charles Leclerc na volta final. O holandês só foi comunicado da conquista no final da entrevista pós GP. Vale ressaltar, porém, que o holandês construiu uma vantagem tão grande que o título viria quase por osmose nas corridas seguintes, como ocorreu com a Red Bull no Mundial de Construtores.
E pensar que, no começo do ano, foi a Ferrari – e Charles Leclerc – quem deu as cartas. O monegasco venceu no Bahrein e na Austrália, e deu a impressão de que dominaria a temporada. Ledo engano: Verstappen tomou a liderança do campeonato após a sexta etapa e, a partir daí, jamais deixou a primeira posição. Coube a Leclerc brigar até a etapa final, em Abu Dhabi, pelo vice-campeonato com Sergio Pérez, logrando êxito na missão.
Já a Mercedes, pela primeira vez na era híbrida, sofreu. Com um carro rápido, mas sem condições de lutar por vitórias em todas as pistas, os alemães sofreram, e só vieram a vencer em Interlagos, na penúltima etapa do ano, com George Russell. O “mister consistência”, aliás, só não chegou no top-5 em três corridas. Lewis Hamilton, por sua vez, pela primeira vez na carreira terminou uma temporada sem vitórias.
Voltando a Verstappen, se o primeiro título ainda é contestado pela atuação de Michael Masi em Abu Dhabi, a segunda conquista não deixa dúvidas sobre a superioridade do holandês, para delírio da Orange Army, os fãs de Verstappen que lotam autódromos do mundo inteiro.
Drugomagic!
Em temporada impecável, Felipe Drugovich se torna o primeiro brasileiro campeão da F2
Oautomobilismo muitas vezes é um esporte cruel. Para um vencer, outros tantos perdem. Mas, em algum momento, a vitória sorri. É assim também na Fórmula 2, que teve neste ano, pela primeira vez, um brasileiro campeão. Trata-se de Felipe Drugovich, que retornou à MP Motorsport, onde havia impressionado em sua estreia, para um terceiro ano na categoria, vindo desacreditado da Virtuosi. E o resultado foi estrondoso: vitórias, poles e um título vindo por antecipação.
O paranaense de Maringá rapidamente tomou a liderança do campeonato, mais precisamente na segunda etapa, em Jedá, e impressionava por, mesmo em uma equipe que não era considerada de primeiro escalão. O ponto alto veio em Barcelona, onde Drugovich venceu não uma, mas as duas corridas da rodada dupla catalã.
Tal desempenho, porém, não significava a falta de rivais. Muito pelo contrário; Théo Pourchaire e Logan Sargeant se mostravam fortes, e até Enzo Fittipaldi, com a nanica Charouz, mostrava um desempenho muito acima do esperado. A MP Motorsport chegou a perder desempenho, e Drugovich, que chegou a ter quase 50 pontos de vantagem para os rivais, viu a diferença cair para 21 na Hungria.
A redenção veio a partir da Bélgica, quando o brasileiro voltou a abrir vantagem. Após a vitória em Zandvoort, a quinta no ano, Drugovich apenas esperou pelo título, que veio em uma corrida da qual abandonou em Monza, mas que teve Pourchaire ficando pelo caminho. A prova, mostrada em TV aberta, fez do maringaense o primeiro brasileiro campeão da F2, além de render um lugar como reserva da Aston Martin na F1.
Drugovich ainda teve a chance de se tornar o recordista de vitórias na F2 de forma isolada, o que escapou na última corrida do ano, em Abu Dhabi, ao chegar próximo de Ayumu Iwasa. O segundo lugar, aliado ao terceiro posto na primeira corrida, rendeu ao time o título entre as equipes na principal categoria de acesso à F1.
Se Drugovich vai, de fato, ser um piloto de F1, ainda não é possível saber. Mas de alguma forma o jovem ajudou a cativar um público também jovem a acompanhar sua trajetória, como foi visto nas redes sociais ao longo de todo o ano. Só o tempo vai dizer se a “Drugomagic” seguirá por mais tempo.
Emoção até depois do fim
Fórmula 3 vê Victor Martins campeão, mas somente depois de investigação após a última etapa da temporada
Texto Leonardo Marson Fotos Divulgaçãofim
Se teve um campeonato em 2022 que pôde dizer que teve emoção até depois da última bandeira quadriculada, esta é a Fórmula 3. Um final um tanto quanto insólito fez com que Victor Martins tivesse de esperar por alguns minutos após o encerramento da última corrida do ano, em Monza, na Itália, para celebrar o título que vencera momentos antes, na pista. Tudo isso por conta de uma investigação que, no final das contas, não deu em nada.
Mas se engana quem pensa que Martins não mereceu o título por conta do episódio da decisão. O francês começou a temporada levando em conta a máxima do automobilismo americano que diz “wino or wall” (vitória ou muro): Nas três primeiras etapas, o francês da ART Grand Prix venceu duas corridas, uma no Bahrein e outra na Espanha, mas abandonou duas provas também nos mesmos circuitos.
A partir daí, a temporada de Martins engrenou, beirando a perfeição, já que pontuou em todas as corridas a partir daí, exceção feita as provas da rodada dupla da Bélgica. Por outro lado, o piloto viu os rivais perderem fôlego ou cometerem erros. Arthur Leclerc e Jak Crawford, pilotos da Prema, não se mostraram regulares, como ocorreu também com o brasileiro Caio Collet, mesmo com suas duas vitórias no ano, em Hungaroring e Zandvoort.
No final, coube a Victor Martins batalhar com dois pilotos que tiveram arrancadas na parte final do campeonato: Zane Maloney e Oliver Bearman. Coube ao barbadense vencer a prova final em Monza, levando a melhor sobre o terceiro piloto da Prema. O francês, por sua vez, foi quarto colocado, e se preocupou com uma investigação que, caso gerasse uma punição, lhe tiraria o título. A punição não veio e Martins celebrou o campeonato.
A temporada da Fórmula 3 ainda contou com um recorde de etapas, com nove rodadas duplas ao longo do ano. Além disso, entre pilotos que disputaram todo o campeonato e competidores que correram apenas uma etapa, foram 40 pilotos no grid. Destes a Charouz, equipe que está de saída da categoria, contou com nada menos que oito pilotos.
UM BANHO DE PECCO
Francesco Bagnaia faz segunda metade de temporada perfeita, fatura título da MotoGP e quebra jejum da Ducati
ADucati, por anos, correu atrás do título da MotoGP após a conquista com Casey Stoner, em 2007. O time tentou a conquista com Valentino Rossi, com Andrea Dovizioso, mas só quebrou o jejum em 2022, com Francesco Bagnaia. O italiano sempre esteve entre os melhores, mas viu a equipe italiana se tornar dominante na segunda metade do campeonato para faturar o primeiro título na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
Para ser campeão, Bagnaia teve que superar não só apenas Fabio Quartararo, campeão de 2021 e piloto da Yamaha que chegou a ter grande vantagem na liderança, mas também algumas surpresas. Foram os casos de Enea Bastianini, que emocionou o mundo ao vencer no Catar com a Gresini, e Aleix Espargaró, com uma forte Aprilia.
Pecco demorou de ver a temporada engrenar, garantindo seu primeiro top-5 na terceira etapa, na Argentina. A primeira vitória viria apenas em Jerez,
na sexta etapa. Nos dez primeiros encontros da categoria, Bagnaia venceu apenas mais uma vez, em Mugello, e colecionou abandonos: Catar, França, Catalunha e Alemanha.
A virada no campeonato veio a partir da Holanda, em Assen. Bagnaia emendou quatro vitórias seguidas, e viu os adversários sofrerem com quedas ou problemas. Bastianini se mostrou inconstante, bem como Espargaró. Assim, Quartararo foi quem seguiu com chances até a última etapa, em Valência. Mas Pecco, com o nono lugar, garantiu seu primeiro título na MotoGP.
Na Moto2, quem sorriu por último foi Augusto Fernández, que travou grande duelo com Ai Ogura ao longo da temporada, após um início de campeonato que Celestino Vietti enfileirou vitórias e pódios. Na Moto3, Izan Guevara não deu chances aos rivais e faturou o título, em um ano que contou com o brasileiro Diogo Moreira na oitava posição. Pela MotoE, Dominique Aegerter bateu Eric Granado e ficou com o título.
Brilha a estrela de Vandoorne
Na despedida da Mercedes da Fórmula E, belga ex-Fórmula 1 conquista
Vandoorne
conquista título mundial
AFórmula E viveu em 2022 uma temporada diferente, já que foi o último ano do Gen2, carro que foi aposentado. O que não mudou foi o domínio da Mercedes. Se o time da estrela de três pontas havia garantido o título de 2021 com Nyck de Vries, em 2022 foi a vez de Stoffel Vandoorne sagrar-se campeão do mundo da categoria dos carros elétricos.
Ao longo da temporada, Vandoorne venceu apenas uma vez, no ePrix de Monaco, que usa o mesmo traçado da Fórmula 1. Porém, o piloto foi absurdamente consistente ao longo do ano: foram sete pódios ao longo do ano, e apenas uma corrida fora da zona de pontos, no México. Assim, o título veio na última corrida do ano, em Seul.
O belga até viu alguns pilotos brilharem com mais força ao longo do ano. Mitch Evans venceu quatro corridas no ano com a Jaguar, incluindo as duas provas da etapa de Roma, resultados que o ajudaram a ficar com o vice-campeonato. Outro que teve um 2022 dos mais fortes foi Edoardo Mortara, que venceu três corridas no ano, ficando com o terceiro lugar na classificação final.
A temporada foi das mais equilibradas no que diz respeito a número de vencedores. Além de Vandoorne, Evans e Mortara, outros seis pilotos garantiram vitórias. Entre estes pilotos, esteve Lucas Di Grassi, que apesar de fechar o campeonato com o quinto lugar, jamais esteve na briga pelo título com a Venturi, mesmo time de Mortara.
Além de Di Grassi, a temporada da Fórmula E contou com outro brasileiro no grid: Sergio Sette Camara. Correndo com o errático carro da Dragon/Penske, o mineiro batalhou o ano todo para conseguir pontuar, o que só foi possível na penúltima etapa do campeonato, disputada em Londres. Assim, o piloto superou o ex-Fórmula 1 Antonio Giovinazzi.
O campeonato de 2023 terá a chegada de um novo carro, mas perde a Mercedes, campeã nos últimos dois anos. Outro time que deixou a categoria foi a Techeetah, que viu a DS, braço de carros elétricos da Citroën, migrar para a Penske.
vontade
AIndy vive um momento em que pilotos experientes são desafiados por jovens talentos que finalmente começam a se destacar na categoria americana. E, pelo menos em 2022, os veteranos levaram a melhor, ainda que com um nome surpreendente: Will Power. O australiano é indiscutivelmente um dos mais importantes pilotos do grid, mas vinha em baixa há algum tempo. O piloto da Penske tratou de fazer a maré virar para garantir o título.
Para ser campeão, porém Power mudou sua atitude na Indy: deixou de ser o piloto que batalhava por vitórias independente do que ocorresse, e passou a primar pela regularidade. Prova disso é que o australiano venceu apenas uma prova, em Detroit. Mas foram nada menos que 12 chegadas no top-5 em 17 corridas disputadas.
Tal desempenho minou, pouco a pouco, pilotos que apareceram com mais destaque no ano, casos de Josef Newgarden, seu companheiro de Penske e rival na disputa pelo título até a última etapa, os “Scotts” Dixon e McLaughlin, Marcus Ericsson, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Álex Palou e Pato O’Ward.
Além do título, Power ainda pôde comemorar outro feito dos mais importantes na principal categoria de monopostos dos Estados Unidos: o de poles positions. O australiano alcançou 62 largadas da posição de honra, superando ninguém menos que Mario Andretti, tendo um total de cinco largadas da primeira colocação em 2022.
O ano da Indy também contou com o retorno de um piloto brasileiro em tempo integral no grid. Helio Castroneves correu com a pequena Meyer Shank em 2022, e sofreu com o time após vencer as 500 Milhas de Indianápolis do ano anterior. O melhor resultado do veterano veio exatamente na Indy 500, com um sétimo lugar. Foram apenas três top-10 no ano. Tony Kanaan só correu no Brickyard e foi terceiro colocado.
Para 2023, a Indy seguirá com seus veteranos na ativa. Assim, Power, Dixon, Castroneves, Newgarden e outros seguem no grid, mas serão desafiados por nomes como Christian Lundgaard, melhor rookie do ano.
Não interessa se ele é coroa
Aos 50 anos, Rubens Barrichello acerta contas com Interlagos e conquista segundo título na Stock Car
Em muitos esportes, quando o atleta se aproxima dos 40 anos, muitos dizem que é o momento de se aposentar. Não importa o quanto o competidor se cuide, seja física ou mentalmente. Até por isso, é difícil para alguns acreditar que Rubens Barrichello, do alto de seus 50 anos, tenha se tornado campeão da Stock Car pela segunda vez na carreira ao completar meio século de vida.
E a conquista do piloto da Full Time não poderia ter vindo de forma mais dramática. Em uma temporada da qual sempre esteve entre os melhores, a liderança veio apenas na penúltima etapa, quando os descartes são considerados. Pesava contra Barrichello o fato de a decisão ser em Interlagos, seu “quintal de casa”, mas onde, ironicamente, não vence há mais de 30 anos.
Os adversários também não poderiam ser mais fortes: Gabriel Casagrande, campeão de 2021, Daniel Serra, tricampeão consecutivo da Stock Car entre 2017 e 2019, e Matías Rossi, argentino que buscava seu primeiro título na categoria, e que, em anos anteriores, foi companheiro de Barrichello não só no Brasil, mas também na Super TC2000, a principal categoria do automobilismo argentino.
Quis o destino que os adversários de Barrichello “se matassem sozinhos” na etapa final em Interlagos. Na primeira corrida da rodada dupla, Rossi viu a equipe soltar seu carro sem uma das rodas no pit stop, danificando o braço de direção e causando o abandono e o fim das chances de título do argentino se tornar o primeiro não brasileiro campeão da Stock Car.
Na segunda prova, Serra e Casagrande se estranharam, com o tricampeão rodando após toque do paranaense. Barrichello também rodou e precisou ir aos boxes para reparar o carro. O veterano, então, passou a escalar o pelotão, mas viu o paranaense ser desclassificado pelo lance com Daniel. Então, Rubens chorou o restante da prova com o título garantido, e depois também.
“Estou tão feliz. A gente quebra um tabu em Interlagos, que o Fefo quebrou. E eu só tenho a agradecer a todos que torcem por mim. Eu não sabia que era tanta gente”, disse Barrichello, fazendo referência a vitória do filho, Fernando, na F4 Brasil, ocorrida no sábado.
Rubens segue sem vitória em Interlagos, tendo triunfado apenas na extinta F3 Sul-Americana em 1990. Mas, depois do título, o segundo na Stock Car, repetindo 2014, isso não tem importância.
Acorda, Pedrinho!
Pedro Clerot vive temporada de sonho e vence campeonato inaugural da F4 Brasil
Oano de 2022 foi das mais importantes para o automobilismo brasileiro, que voltou a contar com uma categoria de formação para pilotos de monopostos. Foi a temporada de estreia da F4 Brasil, categoria que teve no brasiliense Pedro Clerot seu primeiro campeão, mas que contou com vencedores em várias esferas ao longo de seis etapas.
Dono do carro número 69 da Full Time, Clerot fez valer sua preparação ao longo do ano: antes da F4 Brasil, o piloto participou da pré-temporada da F4 Italiana, chegando a aparecer entre os mais rápidos, além de disputar duas etapas. Em terras brasileiras, Pedro venceu sete corridas, fez quatro poles e sagrou-se campeão em Goiânia, com uma etapa de antecedência.
A Full Time, aliás, foi a equipe que dominou a temporada. Além dos sete triunfos de Clerot, o time ainda faturou outros três primeiros lugares: dois com Fernando Barrichello, filho de Rubens Barrichello, e um com Ricardo Gracia. Nicolas Giaffone e Felipe Bartz, da Cavaleiro Sports, e Lucas Staico, da TMG Racing, foram os outros
vencedores da temporada.
Staico, aliás, saiu com o vice-campeonato, após uma disputa acirrada com Vinicius Tessaro, que terminou com a terceira colocação na tabela de classificação mesmo sem ter vencido corridas ao longo das seis rodadas triplas da temporada. Além disso, nada menos que dez pilotos conquistaram ao menos um pódio na temporada da F4 Brasil.
Como dissemos no início desta matéria, embora Clerot tenha sido o campeão, diversos pilotos saíram vencedores, pois em uma categoria de base, é necessário saber para onde cada piloto vai. Pedro já está acertado com a MP Motorsport para a disputa da F4 Espanhola, enquanto Giaffone testou carros para correr na USF2000, categoria do Road to Indy.
Vale destaque ainda para Aurelia Nobels, única mulher do grid da F4 Brasil. A brasileira de 15 anos, nascida nos Estados Unidos e que corre sob bandeira belga, venceu o FIA Girls on Track – Rising Stars, ganhou uma vaga no Ferrari Driver Academy e disputará em 2023 a F4 Italiana.
Campeões por atacado
Texto Leonardo Marson Fotos DivulgaçãoPorsche Cup
consagra Enzo
Elias
no campeonato
Sprint, e vê virada espetacular de Christian Hahn e Diego Nunes no Endurance
Um dos campeonatos mais importantes do País, a Porsche Cup teve uma temporada das mais emocionantes em seus dois campeonatos: de corridas Sprint e de Endurance. Três pilotos puderam sorrir ao final do ano, Enzo Elias, melhor piloto nas corridas curtas, e Christian Hahn e Diego Nunes, que faturaram o título no torneio de corridas de resistência.
Elias foi dominante no campeonato Sprint, que contou com seis etapas, sempre com duas corridas por etapa. O campeonato passou por quatro circuitos: Velocitta, Goiânia, Termas de Río Hondo, na Argentina, e Interlagos. O brasiliense venceu cinco das 12 corridas disputadas e sagrou-se campeão na capital paulista, horas antes da disputa do GP de São Paulo de F1.
Para Enzo Elias, trata-se do segundo título na categoria dos carros de corrida mais produzidos do planeta, em um ano em que também pôde estrear na Stock Car e vencer a prova envolvendo convidados na Corrida de Duplas. Além disso, sua atuação no torneio de Endurance, ao lado de Adroaldo Weisheimer, rendeu o título “overall”, que une os dois campeonatos.
A disputa também foi das mais acirradas no campeonato de Endurance, que por mais um ano contou com três etapas, disputadas em Goiânia, Termas de Río Hondo e Interlagos. Alceu Feldmann e Guilherme Salas venceram de forma dominante as duas primeiras provas, que tiveram distância total de 300 quilômetros.
Porém, a sorte dos dois mudou na passagem por Interlagos, em dezembro. Uma quebra os tirou a chance de título. Quem sorriu foi a dupla formada por Hahn e Nunes, que haviam sofridos azares na Argentina, perdendo pontos importantes, mas que gabaritaram a prova de 500 quilômetros em Interlagos, vencendo o segmento inicial – regra adotada esse ano – e a corrida para ficar com o título.
Vale o registro que a última etapa do campeonato de Endurance foi das mais complicadas por conta da chuva e da noite. Isso fez com que as últimas 36 voltas fossem realizadas com o Safety Car na pista por motivos de segurança. Nada que impedisse o primeiro título da dupla. Hahn trocou no início do ano a Stock Car pela Porsche Cup, e disputou o torneio de corridas longas ao lado de Nunes, que fora seu companheiro de equipe na Stock um ano antes.
Novo velho campeão
Texto Leonardo Marson Fotos DivulgaçãoWellington Cirino usa experiência em caminhões e vence campeonato da Copa Truck pela primeira vez_
A Copa Truck viveu em 2023 sua sexta temporada da história, e viu uma disputa das mais espetaculares que terminou com o título inédito de Wellington Cirino. Aliás, inédito na atual versão do campeonato dos caminhões, já que o paranaense de Francisco Beltrão se sagrou campeão outras vezes na era Fórmula Truck.
Em que pese Cirino – e a Mercedes – terem sido dominantes ao longo da temporada de 2022, o paranaense sofreu com resultados ruins também, o que fez com que outros pilotos permanecessem na disputa com menos vitórias, mas que tiveram maior regularidade, se mantivessem na batalha do campeonato. Foram os casos de Roberval Andrade, Beto Monteiro, Felipe Giaffone, Paulo Salustiano.
Os cinco pilotos entraram na disputa da última etapa, realizada em Goiânia, com chances de título. E o que se viu foi uma batalha das mais ferozes entre os competidores. Andrade ganhou a primeira corrida, que tirou Salustiano da disputa, enquanto Cirino enfrentou problemas. Beto Monteiro teve um bom desempenho e se manteve na disputa, o que ocorreu também com Giaffone.
A coisa toda mudou na segunda prova, quando logo no início Beto Monteiro e Roberval Andrade se tocaram, em lance que provocou um fortíssimo acidente com Djalma Fogaça, que capotou. Andrade abandonou e Monteiro foi desclassificado. Assim, Cirino conseguiu escalar o pelotão para ficar com o título da temporada, enquanto Giaffone foi o vice-campeão. André Marques venceu a prova.
A temporada ainda consagrou outro piloto com um título na categoria dos caminhões: Danilo Alamini, que levou a conquista na categoria Super Truck, que reúne pilotos com menos experiência em caminhões ou equipamentos mais antigos. Alamini ainda quase se tornou o primeiro piloto desta classe a vencer uma corrida no geral. Isso porque um erro na última volta em Interlagos o fez perder uma prova para Cirino.
Poucos imaginavam na segunda etapa, mas aquela disputa mostraria os campeões de 2022.
Heróis da resistência
Com um AJR, Vicente Orige e Gustavo Kiryla faturam título do Endurance Brasil em temporada emocionante
Texto Leonardo Marson Fotos DivulgaçãoPrincipal campeonato de corridas longas do País, o Endurance Brasil viveu, por mais um ano, uma batalha entre pilotos de protótipos e de GTs na temporada de 2022. E, neste ano, os AJR levaram o título. Ou melhor: o AJR de Gustavo Kiryla e Vicente Orige, que conquistaram o campeonato na última etapa, realizada em Interlagos às vésperas do Natal.
A conquista coroou dois pilotos que fizeram sucesso em outras categorias no passado. Orige era um dos grandes nomes do extinto Campeonato Brasileiro de Marcas, que usava carros de tração dianteira com motor V6. Já Kiryla, por anos, foi um dos destaques do grid da Sprint Race, categoria que se chamará Nascar Brasil em 2023.
Os protótipos sempre são mais rápidos que os GTs, mas sofrem com confiabilidade, em que pese isso ter melhorado muito nos últimos anos. Com um carro mais confiável, uma Mercedes, Xandinho Negrão e Marcos Gomes se mantiveram na disputa do título até a etapa final. O título geral não veio, mas a dupla conquistou o campeonato dos GTs.
Os GTs, porém, só venceram uma corrida no resultado geral. Cacá Bueno e Ricardo Baptista levaram a melhor na primeira passagem do campeonato por Interlagos com um Mercedes, após largarem da última posição e escalarem o pelotão, sofrendo com o consumo do combustível nas voltas finais. Cacá, que correu também com Adalberto Baptista no ano, foi o vice-campeão nos GTs.
A temporada contou com oito etapas, mas não passou por tantas praças, como ocorreu nas últimas temporadas. Foram realizadas provas em Goiânia, Velocitta, Santa Cruz do Sul e Interlagos. Além disso, o Endurance Brasil sofreu com problemas alheios a categoria, como uma etapa cancelada no interior gaúcho por conta de manifestações golpistas após as eleições que fecharam estradas por todo o País.
Outro problema ocorrido no Rio Grande do Sul foi com o asfalto, que se esfarelava na segunda passagem da categoria por lá, em novembro. Isso fez com que a categoria fizesse a corrida com largada às 7h da manhã para evitar mais danos ao circuito. Outra consequência foi a realização de uma rodada dupla inédita em Interlagos, ocorrida já em dezembro.
Carros do
Casemiro
Estrela do Brasil na Copa, Casemiro reforça garagem
Não é novidade que jogadores de futebol, quando bem sucedidos, ganham verdadeiras fortunas para defenderem os principais clubes e seleções do planeta. E assim é com o meio-campista Casemiro, astro do Manchester United e um dos convocados por Tite para a Seleção Brasileira que disputa a Copa do Mundo do Catar. O atleta resolveu gastar algum dinheiro com um Bentley e um Rolls-Royce, ao custo de quase R$ 3 milhões.
O titular do Brasil comprou o Bentley para a esposa, Anna Mariana. O modelo é o SUV Bentayga produzido em 2021 que custou 200 mil libras, ou R$ 1,28 milhão, na conversão direta. Mesmo sendo um utilitário, o veículo é estupidamente rápido: supera os 300 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos. Tais números são possíveis graças ao motor V8 de 4.0 litros e 550 cv.
Se o “mimo” para a esposa foi generoso, o carro próprio de Casemiro não é menos impressionante. O Rolls-Royce Wraith Black Badge de 2019 é avaliado em 230 mil libras, ou R$ 1,47 milhão sem impostos. O modelo é equipado com motor V12 de 6.6 litros, capaz de gerar assustadores 632 cv de potência. O modelo acelera da inércia até os 100 km/h em 4,5 segundos e chega aos 250 km/h.
Os novos carros da garagem do jogador do Manchester United, que recebe um salário anual de R$ 112 milhões por ano, foram entregues na casa do atleta na última semana em Chesire, cidade localizada ao norte da Inglaterra onde Casemiro mora. Os modelos foram recebidos pela esposa do jogador e pelos filhos do casal, Sara, de seis anos, e Caio, de apenas um ano.
Copa, garagem
Manchester em carros
Messi e
Rivais na Copa, Messi e têm garagens das mais
ACopa do Mundo do Catar reservou em sua primeira fase o confronto entre Argentina e Polônia, que colocou frente a frente dois dos principais jogadores do planeta: Lionel Messi e Robert Lewandowski. Se em campo, os sul-americanos venceram por 2 a 0, as garagens dos dois atletas é das mais estreladas com valiosos carros dos mais diversos modelos.
O argentino, atualmente no PSG, tem em sua garagem modelos como o Lexus RS 450H, Cadillac Escalade, Range Rover Vogue e Maserati Gran Turismo MC Stradale. Mas o destaque fica por conta do Mercedes SLS AMG, esportivo da marca da estrela de três pontas que é conhecido pelas portas “asas de gaivota” e avaliado em US$ 642 mil, o equivalente a R$ 3,2 milhões.
Equipado com um motor V8 DOHC de 6,2 litros, o modelo do braço esportivo da Mercedes gera 571 cv de potência e tem torque de 66,3 kgfm. O modelo, que já saiu de linha, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos e alcança os 317 km/h de velocidade máxima. O câmbio é automatizado de sete velocidades.
A garagem de Lewandowski também é das mais estreladas, e contando com modelos de montadoras como Bentley, Audi, Porsche, Mercedes e Maserati, sua coleção é avaliada em R$ 7 milhões. A “joia da coroa” do atacante do Barcelona é um Bentley Continental GT, que sozinho é avaliado em R$ 1,2 milhão.
O modelo é uma “besta” equipada com um motor de 6.0 litros capaz de gerar 590 cv de potência e 73,4 kgfm de torque. A velocidade máxima alcançada é de 318 km/h, e o modelo deixa a inércia e chega aos 100 km/h em apenas 4,5 segundos. A transmissão do modelo é automática com modo manual de oito velocidades.
Lewandowski mais valiosas
Atletas se enfrentaram na primeira fase, com vitória da Argentina sobre a Polônia