REVISTA ALAVANCA 2º TRIMESTRE 2021 - ABR/MAI/JUN

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EXPRESSÃO DA FÉ

NÃO PODE MORRER Após um longo tempo de angústias e expectativas, aos poucos, desponta um sinal de esperança no horizonte da sociedade, com o desenvolvimento e aplicação de vacinas, fazendo, assim, frente aos desafios que a pandemia do novo coronavírus impôs à humanidade. Certamente, o número de vacinados no Brasil é ainda muito pequeno. Houve vacilo nos encaminhamentos para aquisição, no tempo propício, de um número satisfatório de vacinas. Tal situação está contribuindo para que sofrimento, dor e morte se façam sentir por toda parte, com maior intensidade. Vacinas eficazes estão surgindo. Elas são “luzes” e promovem a esperança! Elas não podem ser destinadas somente para alguns, mas devem estar, o mais rápido possível, à disposição de todos. Não é momento para promover “achismos”, fake news, sectarismos, nacionalismos ou prósperos negócios, a partir desta crise sanitária que está produzindo uma tragédia humana. Também, não é ocasião para buscar vantagens político-partidárias. É, sim, oportunidade para, em renunciando a interesses particulares e possíveis vantagens econômicas, promover um grande mutirão, marcado pela solidariedade humana e cristã, para defender e promover a vida. É um dever ético de cada cidadão participar da campanha de vacinação e observar as orientações das autoridades sanitárias. Assim, estaremos

protegendo não somente a nós mesmos, mas cooperando para, também, proteger os demais cidadãos. As vacinas que estão sendo disponibilizadas se mostraram seguras nos testes de laboratório e, por isso, receberam aprovação das autoridades competentes. De modo que onde se alcançou um satisfatório índice de pessoas vacinadas e houve rigor na aplicação e observância das normas sanitárias, constatou-se um significativo decréscimo no número de infectados, doentes e mortos. Por isso, é possível dizer que vacinar-se não é um risco. Não se vacinar é que é um risco! Ou, “a moralidade da vacinação depende não só do dever de tutela da própria saúde, mas também do dever da busca do bem comum” (Congregação para a Doutrina da Fé, 21/12/2020). A pandemia está exigindo de todos uma visão diferente do futuro e um retorno à crença em si mesmos e nos outros. Ciência e fé não são antagônicas. Elas são como duas asas que permitem ascender ao céu do mistério. A comunidade de fé está sendo provocada a promover solidariedade, oração e conforto, em meio a uma demanda enorme por orientação segura e esperança.

DOM JAIME SPENGLER ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE (RS)

ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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