nº 1 - ano I outubro/2011
Está chegando a Revista do Ovo! Tudo o que o setor produtor de ovos precisava
Nove anos da LTI no Brasil Novos passos rumo à erradicação da doença
Esterilização de ovos por meio de plasma Pesquisadores desenvolvem nova tecnologia para a esterilização da casca
Otimize o seu programa de controle de Salmonella com a Merial Gallivac Se ®
Fácil de administrar Resposta imune completa Eficácia mesmo na presença de anticorpos maternos Proteção precoce e duradoura Excelente rastreabilidade
A SANOFI COMPANY
eDITORIAL
expediente
Um novo canal de comunicação
PAINEL DO LEITOR O Caderno de Postura Comercial da Revista do AviSite cresceu e agora é a Revista do Ovo. O setor já foi informado sobre a novidade e espera os resultados dessa nova publicação. Com certeza será mais um sucesso, como as outras iniciativas da empresa. Conte com o apoio da Ubabef! Ariel Mendes, Diretor de Produção e Técnico Científico da Ubabef
E também de ampliar as oportunidades para que os pesquisadores da área divulguem seus trabalhos e suas descobertas. Enquanto a Revista do Ovo vai aprendendo a dar os seus primeiros passos, suas edições serão publicadas e encartadas junto à sua irmã mais velha: a Revista do AviSite. E até atingir a sua maioridade, a avicultura brasileira ganha com a circulação de duas revistas em uma só! Isto significa mais informação e organização de tudo o que você precisa saber sobre a atividade avícola do Brasil! E você pode fazer parte deste projeto enviando sugestões de pauta para o e-mail imprensa@ avisite.com.br.
A Revista do AviSite
nº 54 - outubro/2011
nº 54 - ano V outubro/2011
Produção Animal-Avicultura
A família AviSite está crescendo. E agora é a avicultura de postura comercial brasileira quem está sendo privilegiada com a criação de um veículo exclusivo e especialmente elaborado para este setor. A Revista do Ovo chega para atender aos anseios de um público ávido em informações técnicas, práticas e didáticas de sua atividade: a cadeia produtiva do ovo. Em suas edições mensais, os leitores poderão conferir reportagens e artigos que abordam desde a produção na granja até a chegada do ovo na mesa do consumidor. E como um canal de comunicação da atividade de postura comercial brasileira, a Revista do Ovo é um veículo que já vem se antenando com o setor e acompanhando de perto o dia-a-dia da produção de ovos, sabendo exatamente quais são as necessidades, expectativas, e os anseios de informações de seus leitores, sejam estes de cunho técnico, operacional, comercial e político. A Revista do Ovo tem como proposta intensificar o contato do produtor de ovos com as mais recentes novidades, tecnologias e análises do seu segmento.
A Revista do Ovo
A importância econômica e social da avicultura Apesar de sua grandeza, setor não tem apoio político proporcional
NESTA EDIÇÃO Lançamento da Revista do Ovo
Por enquanto, a Revista do Ovo será encartada na Revista do AviSite. E até lá você ganha com a circulação de duas revistas em uma só!
Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) imprensa@avisite.com.br Comercial Christiane Galusni Wilson Matos Junior publicidade@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e WL Publicidade luciano.senise@grupowl.com.br Internet Jessica Sousa Rafael Ribeiro Vinicius Morello webmaster@avisite.com.br Circulação e assinatura Carla Fracalossi (19) 3241-9292 assinatura@avisite.com.br Fale com a redação! imprensa@avisite.com.br Tel: (19) 3241 9292
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
SUMÁRIO
Curso em Jaboticabal incentiva atualização .........
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Notícias Curtas Não há diferença nutricional entre ovo free-range e convencional .....................
Nove anos de luta contra a LTI .......................
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Novo método de esterilização de ovos .............................
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Quero parabenizar a todos do AviSite pela inovação e arrojo! Coloco-me à disposição para ajudá-los em tudo que estiver em meu alcance. José Roberto Bottura, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil Parabéns pela novidade... Tenho certeza de que será um sucesso!! Michelle Naves, Granja Planalto Parabéns! Espero que tenham muito sucesso! Pode contar com a nossa colaboração! Marília Martha Ferreira, Avimig
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Produção Animal | Revista do Ovo 3
Notícias Atualização
Curso em Jaboticabal incentiva P
rofessores e pesquisadores ligados ao setor de postura comercial reuniram-se em Jaboticabal, SP, em meados de setembro, para discutir as atualizações na área. Durante um dia e meio de evento, palestras foram realizadas com a intenção de ampliar a formação e renovação de profissionais. A programação técnica associadas as tradicionais aulas práticas marcou a oitava edição do Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial, realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (Fcav), da Unesp. Durante o primeiro dia, o médico veterinário e professor da Fcav, Luiz Augusto do Amaral, apresentou as medidas de controle de moscas nos aviários. “Vivemos em pleno século XXI, mas com o controle sanitário do século XIX . Temos a possibilidade de oferecer à sociedade um alimento completo, barato e de alta qualidade em um país onde muitas pessoas não têm o que comer. Temos que tomar medidas para que amanhã possamos ser melhores do que somos hoje”. Amaral acentua que a mosca é um grande vetor mecânico na transmissão de doenças. “A mosca carrega diversas espécies de micro-organismos patogênicos para dentro do plantel avícola. Não existe uma receita fixa, mas existem medidas para que sua proliferação seja minimizada”. A principal consiste na redução da umidade dos estercos, o que evita a proliferação do inseto. O uso do gradeado de madeira sob as gaiolas facilita a secagem. “A secagem também pode ser obtida espalhando a parte molhada sobre esterco seco. Também é necessário manter a vegetação baixa ao redor do aviário para facilitar a ventilação, o que auxilia a retirada da umidade”. Amaral enfatiza o controle biológico como uma ferra4 Produção Animal | Revista do Ovo
Demonstração de análise de Bursa de Fabricius
Na etapa de produção, o setor de postura brasileiro é um dos melhores do mundo, mas há muito o que aprender em administração e mercado
menta de controle das moscas domésticas. Para isso, o produtor precisa deixar uma camada de esterco para a proliferação de cascudinhos e outros predadores das pupas e larvas da mosca. Assim, o controle químico deve ser realizado com cautela para que os inseticidas não danifiquem eliminem os insetos que se alimentam das moscas. “O uso de adulticida (que matam moscas adultas) deve se limitar a aplicações nos locais onde a presença da mosca é indesejável. Esses produtos também eliminam os predadores naturais que ajudam no controle”. No período da tarde, Roberto de Assumpção, engenheiro agrônomo e pesquisador nível seis do Instituto de Economia Agrícola (IEA) do Estado de São Paulo, apresentou um sistema de informação desenvolvido pela instituição para auxiliar na gerência dos sistemas produtivos. Apesar de ser aplicável em várias
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renovação de profissionais áreas do agronegócio, Assumpção focou na utilização da ferramenta ACANT em uma granja de postura comercial. O software apresenta recursos que facilitam o gerenciamento de todas as etapas: a pré-porteira (compra de insumos e produtos), dentro da porteira (alojamento e criação) e a pós-porteira (distribuição e comercialização). “O ACANT é importante para que os produtores visualizem a rentabilidade do negócio agrícola. Estamos em uma época em que os orçamentos estão enxutos e os avicultores não têm mais como cortar os excessos. Na etapa de produção somos um dos melhores do mundo, mas temos muito que aprender em administração e mercado. Nessas áreas não temos a mesma densidade de conhecimento, ficamos aquém dos países desenvolvidos”, atesta. A ferramenta ACANT é gratuita e está acessível através do www.iea. sp.gov.br. No site também está disponível o manual de operação do sistema. Já o segundo dia de programação contou com a palestra de Maria Isabel Acioli, consultora técnica da Granja Planalto, que apresentou o tema “A importância da qualidade de uma franga”. Acioli pontuou medidas recomendadas para que as poedeiras expressem seu potencial zootécnico máximo como a inclusão de uma ração pré-postura e o transporte do alojamento para o galpão de postura realizado na época adequada. Em relação à divisão correta da ração, a profissional foi enfática: o horário de arroçamento tem grande influência no estímulo para o aumento de consumo. “As aves ingerem o alimento rapidamente porque acham que aquela quantidade de ração é única disponível. Assim, a galinha não escolhe os grãos maiores, pelos quais normalmente tem predição”, atesta.
Na sequência, Paulo Roberto Raffi, Gerente de Controle e Qualidade da Cobb, mostrou os critérios para a aquisição de pintos de corte. O profissional chamou a atenção dos
terna no auditório da Fcav, estudantes e pós-graduandos fizeram demonstrações práticas de coleta, acondicionamento e envio de material para análise histopatológica.
Alunos demonstram coleta de baço e fígado
presentes ao mostrar como a empresa solucionou o problema de desidratação dos pintainhos durante o transporte por períodos longos (mais de 1000 quilômetros). Tratase de um gel hidratante com coloração avermelhada do tamanho de uma Placa de Petri dividida em quatro. O produto fica de 4 a 4,5 horas sem se liquefazer e atende a necessidade de água dos pintinhos durante o transporte. As tradicionais aulas práticas finalizaram o evento este ano. Em cinco mesas dispostas na área ex-
Foram demonstradas as corretas retiradas da Bursa de Fabricius, fígado, pâncreas, traqueia, pulmão, sangue, lágrimas para quantificação de imunoglobulina A e o procedimento adequado de acondicionamento para envio das amostras para os laboratórios. No final, os participantes entregaram uma ficha com avaliação das palestras e com sugestões para temas para os próximos anos. O objetivo é que assim, o curso mantenha sua meta de atualizar o meio acadêmico e colaborar na formação de profissionais. Produção Animal | Revista do Ovo 5
Notícias Qualidade nutricional
Estudo aponta não haver diferença nutricional entre ovo free-range e convencional
U
m ovo é um ovo. E um novo estudo americano comprovou que não há diferenças na qualidade nutricional de ovos produzidos em sistemas convencionais – com as aves alojadas em gaiolas – e em ovos produzidos no sistema free-range – com as aves soltas. O trabalho também constatou que os níveis de colesterol encontrados nos dois tipos de ovos estavam abaixo dos níveis adotados como referência oficial pelo USDA Guidelines. Historicamente, boa parte dos consumidores mantém a percepção de que os ovos produzidos pelo sistema free-range são nutricionalmente superiores aos ovos produzidos em sistemas convencionais, sob gaiola. Mas o trabalho “Comparison of Fatty Acid, Cholesterol, and Vitamin A and E Composition in Eggs from Hens Housed in Conventional Cage and Range Production Facilities”, conduzido pelo professor do Departamento de Ciência Avícola da 6 Produção Animal | Revista do Ovo
Free range ou produzido industrialmente: Não importa onde seja produzido, ovo é alimento nutritivo
Provavelmente, a mais impressionante descoberta esteja no fato de que os dois tipos de ovos apresentam níveis de colesterol abaixo do esperado
Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, o Dr. Kenneth E. Anderson, chega para quebrar este paradigma. Publicado na edição de julho da revista Poultry Science, editada pela Poultry Science Association (PSA), o estudo concluiu que o ovo, não importa onde seja produzido, é um alimento muito nutritivo. “Ovos oriundos de sistemas free-range tiveram níveis totais de gorduras maiores do que os ovos de sistemas confinados em gaiolas, mas não apresentaram níveis superiores de colesterol”, explica Anderson. É provável, porém – afirma o professor – que a mais impressionante descoberta esteja no fato de que os dois tipos de ovos apresentaram níveis de colesterol abaixo do esperado. E isso deve levar o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) a revisar seu USDA Guidelines e reduzir – no USDA Nutrient Database – o nível de colesterol do ovo em casca de 213 mg para 185 mg por ovo.
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Ovo fitness
Indústria britânica do ovo oferece receitas e dicas aos fãs da boa forma
I
nterna e internacionalmente reconhecida por assegurar e divulgar as qualidades do alimento, a indústria do ovo do Reino Unido adotou mais um veículo de comunicação para atrair o consumidor britânico: com receitas e dicas sobre o produto, implantou um site voltado especificamente para os adeptos de exercícios físicos e fãs da boa forma. O recém criado eggsforaction.com traz para os esportistas e fãs em geral da boa forma dicas sobre o consumo do ovo e uma série de receitas com o produto para quem gosta de manter o estilo de vida ativo e com muita saúde.
Ovo é opção para esportista reconstruir e reparar massa muscular desgastada durante exercício físico
Site eggsforaction.com traz para os esportistas dicas sobre o consumo do ovo A nutricionista especializada em esportistas, Anita Bean, é quem dá as dicas e sugere as receitas com o ovo. O site, desenvolvido pela British Lion Eggs, entidade que atesta a qualidade na produção dos ovos no Reino Unido e faz promoções para o seu consumo, mostra aos adeptos da boa forma que é possível repor as energias gastas durante as atividades físicas gastando pouco dinheiro e por meio de fontes naturais de proteína, como os ovos. “Muitos dos esportistas fazem esta reposição por meio de suplementos alimentares como shakes, bebidas e barras de proteínas, que são produtos industrializados e de custo mais elevado”, atesta o site. “O ovo está entre os mais ricos alimentos em proteína e é muito fácil adquiri-lo. A proteína é essencial para reconstruir e reparar a massa muscular desgastada durante o exercício físico. Cerca de 10 g a 20 g de proteína é considerada a quantidade ideal para ajudar na reposição muscular após uma sessão de atividades e esta quantidade pode ser facilmente encontrada em um prato de omelete feito com dois ovos”. O site ainda traz receitas com ovos indicadas especificamente para corredores, nadadores e ciclistas, além de algumas receitas rápidas e saborosas com o produto e que podem ser preparadas no micro-ondas. Veja mais no www. eggsforaction.com. Produção Animal | Revista do Ovo 7
Notícias Análise dos maiores
Os “10 mais” do mundo na produção de ovos
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ados compilados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) junto à FAO apontam que em 2009 os dez maiores produtores mundiais de ovos registraram produção conjunta da ordem de 841,6 bilhões de unidades – o correspondente a, aproximadamente, 70 bilhões de dúzias ou 2,3 bilhões de caixas. O grande detalhe, aí, é que mais da metade do volume produzido está concentrado em um único país, a China, que detém 56% da produção dos “10 mais”. Isso, à primeira vista, é plenamente justificável, já que a China tem a maior população do planeta. Mas com a produção de ovos registrada os chineses se colocam também entre os principais consumidores per capita do produto. É, sem dúvida, situação bem diferente da observada, por exemplo, na Índia, segundo país mais populoso do mundo. Pois, com a produção alcançada, os indianos têm o menor nível de
8 Produção Animal | Revista do Ovo
Ainda que a produção da China correspondesse a apenas um quarto do volume efetivo, continuaria bem à frente dos EUA
consumo per capita entre os 10 principais países produtores. A propósito do Brasil: o volume apontado pela FAO e compilado pelo USDA (pouco mais de 38,4 bilhões de ovos em 2009) sugere consumo anual ligeiramente superior a 200 unidades per capita (população em 2009: perto de 190 milhões de habitantes). É um valor um terço superior ao apontado pela UBABEF, que estimou para aquele ano consumo de ovos ligeiramente aquém das 150 unidades per capita. Aparentemente, os números do USDA/ FAO estão superestimados. O gráfico mostra o volume alcançado pelos 10 principais países produtores. Nele, para dar melhor dimensão do porte da produção chinesa, a produção total da China foi dividida por quatro. Mas ainda que ela correspondesse a apenas um quarto do volume efetivo, continuaria bem à frente do segundo produtor, os EUA.
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Produção Animal | Revista do Ovo 9
Notícias No Brasil
Produção brasileira de ovos aumentou 1,17%
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e acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2011 foram produzidas no Brasil 610,8 milhões de dúzias de ovos, volume 1,17% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Comparativamente ao trimestre anterior, no quarto de 2010, foi registrado redução de 1,73%. Os números levantados também apontam que nos últimos 12 meses a produção brasileira de ovos aumentou 3,38%, já estando muito próxima dos 2,5 bilhões de dúzias. OVOS Evolução da produção brasileira - MIL DÚZIAS MÊS
2009/10
2010/11
VAR.
ABR
191.891
202.624
5,59%
MAI
195.152
204.515
4,80%
JUN
193.955
203.454
4,90%
JUL
201.961
208.974
3,47%
AGO
199.777
207.864
4,05%
SET
196.571
205.163
4,37%
OUT
200.660
208.922
4,12%
NOV
197.700
205.195
3,79%
DEZ
203.040
207.441
2,17%
JAN
204.204
206.930
1,33%
FEV
191.687
193.924
1,17%
MAR
207.836
209.949
1,02%
EM 3 MESES
603.727
610.803
1,17%
EM 12 MESES
2.384.434
2.464.955
3,38%
Ovos em casca
Em 12 meses, exportação brasileira cai a menos da metade
D
ados da SECEX/MDIC, compilados pela Jox Assessoria Agropecuária, mostram que em julho passado as exportações brasileiras de ovos em casca voltaram a ficar aquém dos 10 milhões de unidades. Considerados os últimos 24 meses, isso ocorreu em apenas duas ocasiões, em abril e maio passados. Em julho, aponta o levantamento, foram expor-
10 Produção Animal | Revista do Ovo
tados 9,654 milhões de unidades de ovos em casca, volume 55% inferior ao registrado um ano antes, em julho de 2010. Na comparação com o mês anterior a queda foi mais modesta, de pouco mais de 4%. Mas se levado em conta o maior volume alcançado nos 24 meses analisados (75,5 milhões de unidades em março de 2010), a queda fica muito próxima dos 90%. Com o
fraco desempenho, que se mantém há 4-5 meses, os embarques do ano recuaram 61%, enquanto o dos últimos 12 meses apresenta queda da ordem de 53%. Somado, o volume mensal exportado nos sete primeiros meses de 2011 é inferior ao registrado quase dois anos atrás em apenas dois meses, no bimestre outubro-novembro de 2009.
Prêmio merecido
Instituto Ovos Brasil ganha dois “Huevos de Oro” em concurso do ILH
• CN 18
• CN 25 F
Rogério Belzer recebe premiação
O
Instituto Ovo Brasil - entidade sem fins lucrativos que promove o produto “ovo” como alimento saudável, de alto valor nutritivo e seguro para o consumo, - levou dois prêmios “Huevos de Oro”, concedidos pelo Instituto Latinoamericano Del Huevo (ILH), agora em setembro. As premiações conquistadas foram pelas categorias “Site” e “Mídia Geral”. “Conquistamos o “Huevo de Oro” pelo site do Ovos Brasil, principalmente pelo canal Ovos Brasil Teen (www.ovosbrasilteen.com.br), que todos elogiaram muito, e outro pela divulgação que conseguimos sobre o ovo, especialmente em televisão”, explica Rogério Belzer, Presidente Executivo do Instituto Ovos Brasil. A premiação aconteceu em Buenos Aires, Argentina, durante o XXII Congresso Latinoamericano de Avicultura.
Sobre a premiação Huevo de Oro O concurso El Huevo de Oro é promovido pelo ILH - Instituto Latinoamericano del Huevo, com o intuito de reconhecer e difundir as campanhas promocionais realizadas pelas instituições filiadas à Associação Latinoamericana de Avicultura (ALA). O ILH reconhece que a comunicação dos benefícios do ovo contribui para melhorar a saúde e qualidade nutricional da população. A realização do concurso, que ocorre por ocasião do Congresso Latinoamericano de Avicultura, demonstra a importância para os associados do intercâmbio de experiências, atividades de promoção e investigações médicas que contribuem para incentivar o consumo de ovo em seus respectivos países. As informações são da assessoria de imprensa da Ovos Brasil.
• CN 48
• Gaiola 100
• Gaiola 115
• Bandeja aberta para ovos tipo 3, 4 e 5
Caxias do Sul - RS - Fone: (54) 2101.8700 FILIAIS: Pindamonhangaba - SP e Recife - PE Produção Animal | Revista do Ovo 11 Novo site: www.pisani.com.br
Saúde Avícola
O saldo de quase uma década 12 Produção Animal | Revista do Ovo
São duradouros os frutos da luta contra a LTI, que há quase nove anos, foi notificada nos plantéis de postura de Bastos, SP. Passado cerca de uma década, é possível afirmar que a iniciativa que controlou o surto criou novos paradigmas na avicultura brasileira
E
ra dezembro de 2002, quando o Sindicato Rural de Bastos, SP, notificou para a Associação Paulista de Avicultura (APA) a ocorrência da Laringotraqueíte Infecciosa (LTI) em seus plantéis de postura comercial. Os produtores estavam preocupados porque as aves apresentavam queda na produção de ovos, não respondiam a tratamento à base de antibióticos e aos meios convencionais de vacinação. E o pior: estavam morrendo. A LTI é uma doença respiratória altamente contagiosa, que acomete as galinhas e outras aves e, antigamente, era conhecida como “difteria aviária”. Causada por um herpesvírus, a manifestação clínica da doença varia desde uma infecção grave a formas menos severas. Na fase aguda, os sintomas frequentes são dificuldade respiratória, descarga nasal, expectoração de secreção com sangue e tosse. Em casos mais drásticos, as aves morrem em 2 ou 3 dias. Para uma região que registra a maior concentração avícola do País, o quadro era alarmante. São 20 milhões poedeiras alojadas, responsáveis por cerca de 45% da produção de ovos do Estado de São Paulo e cerca de 15% da produção nacional. A avicultura de postura é a principal fonte da economia bastense. “Ficamos preocupados com o impacto da comercialização de ovos da região. A avicultura de postura comercial não consegue conviver com empecilhos na comercialização. Qualquer doença é um terror para os produtores”, conta o médico veterinário, Fernando Gomes Buchala. Um dos expoentes para aplicação das medidas de controle sanitárias de profilaxia da LTI, Buchala é representante do Centro de Defesa e Sanidade Animal da Coordenadoria de Defesa Agro-
pecuária (CDA). Segundo suas recordações, foi em 27 de dezembro de 2002 que começaram os esforços na contenção da doença. Uma operação que envolvia vários desafios. A comunidade científica brasileira não sabia ao certo como controlar a LTI. Apesar de ter sido isolada pela primeira vez em território brasileiro em 1974, era considerada exótica até o momento. Não existiam recursos laboratoriais, não existia diagnóstico e a CDA não tinha as ferramentas certas para lidar com o problema “Depois de muitos esforços, conseguimos 74 granjas amostradas, gerando 1.904 amostras colhidas e dados de 60% de prevalência de reação sorológicas positivas para granjas daquela região, por meio de testes ELISA, que foram importados. Nossos técnicos colhiam o material e mandavam para o LANAGRO de Campinas, SP. Só fomos conseguir isolar o vírus em 05 de abril de 2003. Esse gap [intervalo] existente entre a notificação e o primeiro resultado laboratorial se deu ao fato de que esse vírus era novo e não sabíamos como lidar com ele”, conta Buchala. Foi assim que o CDA constatou que a infecção estava amplamente disseminada. Para detê-la, todo o processo produtivo foi analisado: desde os fornecedores de ração até a logística. E a conclusão que se chegou era que toda a área tinha que ser isolada. Foi, então, criado o Bolsão de Bastos, terminologia aplicada pela primeira vez em território nacional. Uma série de medidas foi apresentada na SAA de 30 de setembro de 2003, uma resolução que continha todas as medidas de profilaxia. Entre elas, foi proibida a muda forçada e a saída de aves de dentro do Bolsão. Vale lembrar que até 2003, qualquer poedeira podia Produção Animal | Revista do Ovo 13
Saúde Avícola
ser abatida em qualquer lugar do Brasil sem que houvesse legislação que proibisse o trânsito de aves de descarte. Essas eram 100% comercializadas no Nordeste como aves vivas e vendidas a R$1,50 cada. No momento em que a circulação foi impedida, a única opção dos avicultores do Bolsão era vender no abatedouro de Rancharia, SP, pelo preço de R$0,35. Dessa forma, os prejuízos começaram a aparecer explicitamente para os produtores dos 16 municípios da região. Para controlar a situação, a CDA propôs e conseguiu junto ao Mapa a importação da vacina contra a LTI para uso exclusivo em Bastos. Era uma ação de altíssimo risco. A vacina continha vírus vivo, o que, segundo a literatura, aumentavam as chances de ocorrer uma reversão de patogenicidade. Se isso acontecesse, os plantéis iriam apresentar casos de LTI causados pelos vírus da vacina introduzidos, e não mais daqueles isolados no campo. 14 Produção Animal | Revista do Ovo
Buchala na Festa do Ovo de Bastos: palestra do profissional sempre atrai grande público
O programa de vacinação começou no dia 02 de fevereiro de 2004. Em um único mês, 800 funcionários foram mobilizados e treinados para vacinar, via ocular, 16 milhões de aves. Depois, todas as poedeiras de reposição entraram no programa pré-exposição. Em 4 a 16 semanas depois, as aves eram vacinadas novamente. Após a utilização, os frascos tinham que ser desinfetados e devolvidos no posto de vacinação, dentro do Sindicato Rural de Bastos, e controlado pela unidade de defesa sanitária implantada no local. Todo o processo de vacinação das 182 granjas foi acompanhado por técnicos. Em 2004, foi implementado um software para fazer a gestão do processo, com controles das primeiras e demais doses. Também nesse mesmo ano, em maio, o último caso clínico foi registrado no bolsão. Em novembro de 2005, a região de Bastos foi declarada oficialmente como controlada com vacinação. Uma grande vitória em cima de uma doença, onde a taxa de mortalidade prevalente é de 10% a 40% do plantel.
Novos casos e uma legislação adequada
Para melhorar a situação, a CDA propôs e conseguiu junto ao Mapa a importação da vacina contra a LTI para uso exclusivo em Bastos. Era uma ação de altíssimo risco
Em 2009, foi a vez da cidade de Guatapará, SP, vivenciar um surto de LTI. Distante 320 km de Bastos, a região abriga 23 granjas de corte, postura e de reprodução. Essa variedade de produções agrava o quadro do ponto de vista epidemiológico. Teoricamente, os prejuízos seriam maiores. Com sorte, a CDA já tinha o know how de como lidar com a doença. Foram adotadas medidas semelhantes das de Bastos, mas dessa vez, o setor podia contar com toda uma gama de tecnologias a seu dispor. Com novas ferramentas de controle, a CDA conseguiu antecipar a ocorrência de um grande foco de sinais clínicos e detectar a doença an-
tes que o convívio ficasse incompatível com a produtividade dos plantéis. Naquele mesmo ano, tinha sido proibido o uso de vacina produzida em células de embrião, mais eficazes, porém, mais arriscadas porque aumentava a possibilidade de ocorrer reversão patogênica. Os estoques foram zerados em 2009 e a partir daquele momento as vacinas utilizadas continham o vírus vivo atenuado. Agora, Bastos e Guatapará armam-se contra a LTI com uma nova opção: as vacinas recombinantes, desenvolvidas a partir de engenharia genética, que não possuem o
Bastos foi um experimento a céu aberto que serviu de modelo e referência para procedimentos futuros vírus vivo e que usa como vetor outro vírus. Em suma, não causam prejuízos para a avicultura. Esse mesmo produto foi utilizado recentemente no surto registrado em 2010 nas cidades mineiras de Passo Quatro, Itanhandu, Itamonte e Pouso Alto. Até 2013, a previsão é de que as sete milhões de aves de postura da região no sul de MG sejam imunizadas com a nova vacina. Luiz Sesti, Gerente Técnico Internacional da Ceva, enumera a segurança, a eficácia e a conveniência como as principais vantagens das vacinas recombinantes. Sesti acredita que a entrada dessa tecnologia vai ser um passo decisivo para a erradicação da doença. “O uso continuado da vacina aliado a um efetivo programa de
biosseguridade e a um correto programa de limpeza e desinfecção poderão, eventualmente, propiciar a eliminação dos vírus de campo”, ressalta. O próximo passo será promover o debate da LTI a um nível de abrangência nacional. O setor avícola e todos os envolvidos estão cobrando do governo federal uma legislação única de prevenção e combate da doença no mundo. O tópico foi abordado durante uma conferência em Campinas, SP, onde estiveram reunidos especialistas, representantes do setor e autoridades. Atualmente, não há uma legislação própria para o controle da LTI no Brasil. Focos em diferentes Estados são tratados de maneiras diferentes, em comum acordo com o Ministério. “E agora nosso desafio é fazer com que a gente elabore uma legislação nacional para que não fique essa situação ‘cada um faz de um jeito’”. Para isso, realizamos uma reunião em março deste ano, onde participou nossa coordenação, o Mapa e as autoridades sanitárias estaduais para que conseguíssemos elaborar essa legislação. É um começo: estamos abertos a sugestões, críticas para construirmos juntos”, assegura Clarice Pechara, representante da Coordenação de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura. Segundo ela, a expectativa é ter pelo menos um projeto pronto até o início de 2012. A data quase coincide com o aniversário de nove anos do início da luta dos produtores bastenses e da comunidade técnica-científica contra a enfermidade. Em 2014, Bastos pretende receber o atestado de zona livre de LTI sem vacina. O coordenador da Defesa Agropecuária de São Paulo, Heinz Otto Hellwig anseia por esse momento. Ele estava presente quando Alberto José Macedo, secretário-adjunto da Secretaria da Agricultura, leu o comunicado da
interdição para cerca de 364 produtores de postura do Estado. “Temos a expectativa que em 2014, o Dr. Alberto vá lá e leia a desinterdição da região de Bastos. Começamos um episódio em 2002, quando corríamos o risco de sacrificar 20 milhões de aves e estamos chegando a nove anos depois com seriedade e compromisso a um resultado muito esperançoso. Bastos foi um experi-
Em um único mês, 16 milhões de aves foram vacinadas, via ocular, contra a LTI. Método oferecia menor risco para reversão patogênica
mento a céu aberto que serviu de modelo e referência para procedimentos futuros”, conclui. Na opinião de Buchala, depois de tanto ônus, está finalmente na hora de usufruir o bônus. “Todo esse trabalho de Bastos e de Guatapará levou também o Estado de SP e o Brasil, a ser uma referência no controle da LTI no mundo e mostrar a todos a união de esforços da cadeia produtiva”, reitera. Produção Animal | Revista do Ovo 15
Tecnologia
Esterilização de ovos Pesquisadores espanhóis e noruegueses desenvolveram uma nova tecnologia para a esterilização da casca de ovos. O chamado tratamento por plasma visa eliminar a Salmonella da superfície do produto. Ainda experimental, a tecnologia vem apresentando bons resultados para o quesito de esterilização. Confira aqui como funciona esta técnica e as tendências para a sua aplicação de forma comercial
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por meio de plasma
Askild Holck/Nofima
U
m espetáculo aos olhos. Assim pode ser descrita a mais nova tecnologia desenvolvida para esterilizar ovos férteis e de mesa. O tratamento de esterilização por plasma proporciona um verdadeiro show de luzes, capaz de hiptonizar os espectadores pelo seu brilho e sua intensidade em tons de azul. Mas o espetáculo tem um fundamento muito sério: eliminar a Salmonella presente na casca dos ovos. “O tratamento de esterilização por plasma remove 99,5% das bactérias na superfície do ovo. E como este método não é agressivo, a clara e a gema do ovo permanecem inalteradas”, explica Askild Holck, pesquisador sênior do Instituto Nofima, da Noruega, e um dos idealizadores da tecnologia. O tratamento de esterilização por plasma funciona da seguinte forma: os ovos são colocados em uma câmara e esta é preenchida com gás em pressão atmosférica. Uma fonte elétrica é então utilizada para gerar o plasma. “Praticamente, toda a bactéria pode ser eliminada sem afetar os ovos. O que acontece é que o plasma esteriliza os ovos ao mesmo tempo em que extermina as bactérias”, diz Holck. “Existem outros métodos de esterilizar os ovos, mas o tratamento por plasma vem se apresentando como o mais seguro e o mais brando para a composição da clara e da gema”. Segundo Holck, o uso de produtos químicos, por exemplo, para o processo de esterilização de ovos não é permitido porque isso gera um efeito negativo no próprio ovo. Para avaliar o efeito do plasma sobre o ovo, o pesquisador conta que colocou várias amostras de
Ovos durante exposição ao plasma. O plasma aqui pode ser visto por meio das luzes azuis
Salmonella e de outras bactérias na superfície dos ovos e depois aplicou o tratamento sobre eles. “Após o tratamento por plasma, nós lavamos os ovos e fizemos as análises de quantas bactérias sobreviveram. O efeito do tratamento por plasma depende da exata mistura de gás que envolve os ovos, de como a eletricidade é aplicada e a força, ou intensidade, do tratamento”, descreve.
O que é o plasma?
O tratamento de esterilização por plasma remove 99,5% das bactérias na superfície do ovo
O plasma utilizado aqui para a esterilização de ovos gera uma luz UV e é ela quem faz o papel de exterminar as bactérias. De acordo com Holck, esta luz UV danifica o DNA das bactérias presentes na superfície do ovo, causando oxidação em seus componentes. “Quando o gás é exposto a um campo de alta frequência eletromagnética, elétrons são liberados de seus átomos e uma mistura de elétrons livres com átomos carregados (íons) então é criada. Esta condição da substância é chamada de plasma”, explica o pesquisador norueguês. “O gás dentro de Produção Animal | Revista do Ovo 17
um tubo fluorescente cria o plasma quando a corrente elétrica é ligada. O sol é uma enorme bola de plasma”, compara. Askild Holck atua na área de pesquisas microbiológicas do Nofima e, ultimamente, tem trabalhado no design de novas soluções técnicas. Entre outras coisas, ele revela que o uso de pequenas câmaras (como o protótipo da foto, com capacidade para 60 ovos) tem registrado melhores resultados do que o uso de câmaras maiores e que o uso de fontes de luz UV no plasma aumenta o efeito letal sobre as bactérias. Apesar de ter apresentado resultados positivos a tecnologia de esterilização de ovos por meio de plasma ainda é experimental. “O método ainda precisa de alguns ajustes adicionais antes de ser utilizado em larga escala. No entanto, quando estiver adequado, acredito que este será o melhor recurso para utilização em grande escala comercial”, anuncia.
Askild Holck/Nofima
Tecnologia
Protótipo do equipamento para a esterilização por plasma para 60 ovos. Durante a operação, a tampa é fechada e os ovos são expostos a uma atmosfera modificada e tratados com plasma, gerado por uma fonte de alta voltagem
O desenvolvimento da tecnologia Com o objetivo de obter um sistema efetivo, seguro e de baixo
Ovos esterilizados, férteis ou de mesa, ficam livres de patógenos como a Salmonella em sua superfície 18 Produção Animal | Revista do Ovo
custo para a esterilização de bactérias em ovos de mesa e em ovos férteis, um consórcio de pesquisa do grupo Seventh Framework Programme, formado por Espanha, Noruega, Bélgica e Dinamarca, lançou mão do projeto Eggsterilisation, em setembro de 2008. A proposta do projeto visava a esterilização de ovos por meio de plasma, reduzindo o número de bactérias presentes no produto e ajudando, dessa forma, a reduzir o número de infecções por Salmonella. Segundo Yago Yáñez Marco, do Centro de Pesquisas e Investigações da Catalunha, na Espanha, e gerente do projeto, a tecnologia Eggsterilisation também tem uma proposta comercial que é aumentar a competitividade dos produtores e embaladores de ovos europeus, oferecendo a eles um sistema rápido, efetivo, de baixo custo e adequado para suas instalações. “Os dois maiores benefícios do nosso sistema de esterilização são: primeiro: ovos mais seguros e, segundo: maior tempo de prateleira para o produto, já que a esterilização por plasma não afeta a sua composição interna e extermina as bactérias da superfície”, atesta Marco.
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