XII Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool - OpAA26

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visão tecnológica

o governo poderia realmente

ajudar

Opiniões

The Government could really help

Até a década de 1970, toda a tecnologia envolvida e desenvolvida na área agrícola e industrial do setor da cana-de-açúcar tinha interesse exclusivo na produção do açúcar. Na época, poucas usinas utilizavam o residual para produzir álcool. Toda a prioridade era dada ao açúcar. De lá para cá, a tecnologia do setor sucroenergético avançou muito, em todos os seus segmentos, sempre de forma sustentável. Hoje produzimos, com atualizada tecnologia, o bioaçúcar, o bioetanol, a bioeletricidade, o biodiesel, a bioágua e o biofertilizante. Novas tecnologias estão sendo apresentadas, a cada dia, tornando ainda melhor nosso trabalho. Através de um novo processo de fermentação, por exemplo, a quantidade de vinhaça gerada na produção de um litro de álcool será reduzida para cinco litros. Ainda dentro desse sistema, outra tecnologia que vai melhorar ainda mais o processo fará a concentração da vinhaça com evaporadores de fluxos descendentes, do tipo névoa turbulenta, reduzindo para um litro e meio de vinhaça, gerada na fabricação de um litro de álcool. A indústria tem investido muito e vem fazendo a sua parte, desenvolvendo tecnologia de ponta e colocando o Brasil como o primeiro do mundo no setor. Por que o Governo não faz a sua parte, apoiando, por exemplo, o setor a conquistar e consolidar mercados? O apoio tem sido dado de maneira superficial e de forma eleitoreira. O etanol vive numa gangorra, ora sobe, ora desce, mas fato é que ainda não saímos da crise de 2008. O setor já devia estar operando o etanol de segunda geração se houvesse segurança e ambiente propício para a realização de maciços investimentos. Faz 20 anos que a Dedini começou o processo de transformar bagaço em etanol, desenvolveu em laboratório um piloto para 100 litros e produziu um modelo semi-industrial de cinco mil litros. Com um pouco mais de investimento, com um pouco de apoio, com um pouco mais de tempo, chegaremos ao domínio da tecnologia. Agora, vamos ver as razões de porque o etanol não é ainda incorporado na produção mundial. Os estados brasileiros têm tributação diferenciada para o etanol. A quem cabe coordenar isso? O Governo sabe tudo o que precisa sobre o assunto, fala muito sobre a questão, mas, de fato, nada executa.

" mas o Governo brasileiro, ao invés de buscar um bom relacionamento com o maior comprador do mundo, prefere complicar tudo, colocando-se contra qualquer coisa que eles façam e se aliando a países como Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, e mais alguns outros governos totalitários " Tarcisio Angelo Mascarim Presidente do Simespi (Sindicato da Indústria fornecedora do setor) President of SIMESPI (Supplier Class Entity for the Industry)

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Until the 70’s, all the technology applied and developed in the agricultural and industrial sectors was exclusively oriented to sugarcane production. At the time, few mills used residual surpluses to produce ethanol. All priority was afforded sugar. Since then, the sugar-based energy sector’s technology has made much progress, in all areas, always in a sustainable manner. Nowadays, using state-of-the-art technology, we produce biosugar, bioethanol, bioelectricity, biodiesel, biowater and biofertilizer. New technologies are being introduced by the day, making our efforts even more effective. For example, through a new fermentation process, the quantity of vinhasse obtained from the production of one liter of ethanol will be reduced to five liters. Also with this system, another technology will improve the process even more, by concentrating vinhasse using descending flow evaporators (of the high turbulent mist type), reducing the volume of vinhasse obtained in the production of one liter of ethanol to 1.5 liters. Industry has made major investments and is doing its part, developing advanced technology, ranking Brazil in first place in this field. Why does the Government not do its part, for instance, by supporting the industry in conquering and consolidating markets? Support has been superficial and election-oriented. Ethanol is on a constant rollercoaster, going up and down, but the fact is that we still have not come out of the recession of 2008. The industry by now should have been operating with second generation ethanol, if there were safety and the right climate to undertake major investments. Twenty years ago, Dedini started transforming bagasse into ethanol, developed a pilot lab for a 100 liter scale and produced a semi-industrial model for 5,000 liters. With a little more investment, a little more support, a little more time, we will make it to controlling the technology. Now, let us assess the reasons why ethanol has still not been incorporated into the world production. The Brazilian states have different tax rates for ethanol. Now, who should be looking into this? The Government knows everything it needs to know about this matter, it talks a lot about it, but, in reality, it does nothing.


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