visão internacional
o etanol na
Opiniões
Índia Ethanol in India
Desejo fazer, inicialmente, uma comparação entre o desenvolvimento da produção do açúcar e do álcool na Índia e no Brasil, para depois comentar, sob a nossa visão, as ações que podemos vir a tomar. Os números da atividade mundial demonstram que o Brasil controla 20% das atividades com açúcar e 35% com etanol, enquanto a Índia controla 10% com açúcar e 4% com etanol. Isso ocorre devido à escassez de terras. Como a China, a Índia também sofre com a falta de terras e com a explosão populacional, de modo que todas as terras cultiváveis já estão sendo utilizadas. Esse é, então, um dos problemas que enfrentamos quando comparamos esses valores. Vejam que começamos a fazer o que o Japão já fez. Implantamos o E5 – adição de 5% de etanol à gasolina. O governo já decidiu que, até o fim do ano ou o começo do ano que vem, será implantado esse programa. Até 2020, aumentaremos gradativamente para 10, 15 e depois 20%. Essa é uma questão de política. O Brasil começou à frente. Nós ficamos para trás. Começamos a pensar sobre a introdução do etanol em 2000, mas tínhamos diferentes pensamentos entre os estados da união e havia discordância sobre impostos e sobre como usar o etanol. Assim, somente pudemos tomar a decisão este ano. O governo estabeleceu o preço mínimo do litro de etanol em 27 rúpias, o equivalente, aproximadamente, a R$ 1,00. No que se refere à disponibilidade de terras na Índia, observa-se que todos os 169 milhões de acres disponíveis estão sendo utilizados. Não há nenhuma disponibilidade adicional para uso exclusivo para etanol, de modo que, se alguma reserva for feita, será à custa de alguma atividade agrícola que deverá ser suprimida. Essa decisão seria muito complicada, pois representa uma opção entre o necessário e o supérfluo. Não podemos contar com etanol produzido a partir de milho. O único modo é produzi-lo a partir de cana-de-açúcar. Mas quase não conseguimos produzir da cana o açúcar em quantidade suficiente para atender à nossa população de 1,14 bilhão de pessoas. O debate, portanto, persiste e continuamos confrontados com a questão do que fazer para implantar a nossa política de etanol, como iniciar a sua produção e como obter terra. Não é uma tarefa fácil. A cultivo da cana-de-açúcar é restrito a onde há água em abundância e pequeno risco de variação do fator pluviométrico. A disponibilidade
" o Brasil deveria vender fábricas e equipamentos com o respectivo financiamento. É uma boa ideia, contanto que se compartilhe também a tecnologia, para que não se formem parcerias coloniais. " J.K.Tripathi
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Cônsul-geral da Índia em São Paulo Consul-General of India in São Paulo
I will start with a comparison between India and Brazil. In the process, I will explain where India lags and where Brazil is ahead in terms of development and then comment on what in our view can be done. Looking at the figures on world activities, one sees that Brazil controls 20% of the activities with sugar and 35% with ethanol, whereas India controls 10% with sugar and 4% with ethanol. This is so because of the shortage of land. As in China, in India too we suffer from the shortage of land and the explosion of the population, so all the land that could be cultivated is being used. So, this is one of the problems we face when contrasting these figures. You see, what we have started, is to do what Japan has already done. We introduced the E5, which is 5% of ethanol. We started now and our government has decided that by the end of this year or the beginning of next year, this program will be compulsory. By 2020, we will gradually go to 10, 15 and then 20%. That is a policy issue. Brazil has a start and we were very late. We started thinking about introducing ethanol in 2000, but as we also have different states in the union, and there was disagreement about taxes and the use of ethanol, we only made the final decision this year. The government set the minimum price of a liter of ethanol at 27 rupees, the equivalent to about R$ 1.00. When one looks at land availability in India, all the 169 million acres of available land are being used. There is no additional scope of land specifically to be earmarked for ethanol. If it has to be set aside for ethanol, then some agricultural activity has to be eliminated to make room for ethanol. This is very difficult in our country, because it would be choosing between a necessity and a luxury. We cannot have ethanol made from corn. The only way to have ethanol is making it from sugarcane, but from sugarcane we produce barely enough sugar for our more than 1.14 billion people. So, the debate has been ongoing, while we still are faced with the question of what to do to implement our ethanol policy, how to start producing ethanol, and how to acquire land, all of which is a difficult proposition. Sugarcane is planted in areas where water is abundant and there is little risk of variation in the rainfall factor.