Opiniões
jun-ago 2007
Visão dos Produtores
Jorge Ivan Correa
Diretor Corporativo Florestal da Masisa - Chile
Jorge Correa
O que está acontecendo com as plantações das florestas da América Latina Não há dúvida de que a situação, cada vez mais restritiva, relacionada com as questões ambientais, com temas de legislação, como das medidas regulatórias dos desmata-mentos ilegais, foi mudando o eixo do negócio florestal das florestas naturais, para florestas implantadas pelo homem, que, por suas características próprias, foram, em grande parte e para muitos usos, bons substitutos para as madeiras provenientes das florestas nativas. Hoje, as plantações florestais ocupam 5% da superfície das florestas no mundo, mas representam 35% da oferta mundial, em volume, para usos industriais. Este fato teve dois grandes efeitos. Primeiro, a adequação da tecnologia para dar uso às florestas que geram madeira de menor diâmetro e menor idade (rotações), em função do desenvolvimento de produtos pela engenharia, que recons-tituem características da madeira, necessárias para os diferentes usos, de variada natureza, como painéis colados lateralmente (Edge Glue Panels), emendas Finger Joint, aglomerados e chapas de partículas orientadas (Particle Board e OSB), placas de fibras de madeira recons-tituídas e chapas duras (MDF, Hardboard), compensados (Ply-wood), madeiras laminadas e madeiras micro laminadas (LVL). O segundo efeito foi sobre o tipo de manuseio de florestas com espécies de rápido crescimento, que tiveram no mercado e na indústria seus principais impulsores, agregando valor e rentabilidade às plantações florestais, lastreados na resposta da ciência e no manuseio florestal com a diversificação de espécies de produtos da árvore, adequando a qualidade e o tamanho da madeira colocada à disposição da indústria, processadora primária, secundária e de remanufatura. O processo, consolidadamente sustentado no que diz respeito à valorização e aos interesses dos investidores, deve-se, sem dúvi-
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da, às características naturais da região, quanto à disponibilidade de terras, em extensões adequadas à escala do negócio, a uma muito boa produtividade dos solos, boas condições relacionados com as diretrizes que governam o negócio, em especial, para o cultivo de espécies de rápido crescimento, tanto relativo a espécies de fibra longa (gênero pinus), como de fibra curta (gênero eucaliptos). Não somente as características mencionadas são excepcionais nesta área do mundo. A América Latina tem como atrativos para os investidores ativos com boa rentabilidade, baixa volatilidade e baixo risco; recursos renováveis que geram retornos por um longo período de tempo e que se encontram, em geral, negativamente correlacionados com as outras importantes classes de ativos, que constituem o portfólio para este tipo de investidores e, adicionalmente, têm alta correlação positiva em relação à inflação. A evolução, no que se refere ao conceito da maximização da produção de toneladas de fibra, por unidade de superfície, por outro lado, foi dando lugar ao conceito de maximização de valor, para o volume estocado, por unidade de superfície. Sem dúvida, o processo anterior foi acompanhado e é o que lhe dá sentido. Ocorreu um aperfeiçoamento dos mercados locais e internacionais, com incorporações de tecnologias cada vez mais modernas para o uso integral dos produtos provenientes das árvores. Importantes crescimentos foram observados na indústria da celulose e do papel,
bem como na produção da indústria da serraria, na remanufatura, de compensados, de chapas de partículas, painéis de fibra, portas, janelas, móveis e várias outras indústrias de diferentes processos produtivos. Alcançando um melhor aproveitamento integral da árvore e dos subprodutos destes processos, como a serragem, as lascas, a casca, etc. Isso veio agregar valor em toda a cadeia produtiva e resultou no desenvolvimento de negócios locais, satisfazendo as necessidades de mercados internacionais, no que se refere aos padrões produtivos, à qualidade e à certificação dos produtos. O crescimento da demanda internacional, bem como a melhoria das economias da América do Sul nos últimos anos, provocaram