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3.1 O Batismo

Santo, mais pronta a corresponder-lhe. Dessa mútua colaboração brotam frutos abundantes de santificação. (CTAM 260, B, b)

Um membro da comunidade assumia a responsabilidade (apadrinhava) sobre um convertido ou simpatizante da fé ao apresentá-lo à autoridade: um Bispo, presbítero ou diácono. Tornava-se responsável pelo seu acompanhamento e preparação para receber os sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Essa prática era denominada "catecumenato". O tempo de preparação variava de um a três anos. Na Quaresma, iniciava-se a preparação imediata. E na Vigília Pascal, recebiam-se os três sacramentos. Havia a oração de santificação sobre as águas batismais, invocando o Espírito Santo; logo após, a afirmação de uma renúncia ao demônio; depois, um tríplice interrogatório e a profissão de fé, com as suas submersões e imersões. Após o Batismo, havia a unção com o óleo do Crisma, selo com a cruz e a imposição das mãos, pedindo e invocando o Espírito Santo para uma bênção. Após a Confirmação, o neófito (renascido) recebia a Eucaristia.

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3.1 O Batismo

O Batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa a descida do cristão ao túmulo e seu sepultamento com Cristo na morte, afim de que com Ele também ressurja para uma vida nova. O Batismo é, de maneira especial, a porta de entrada da vida da fé, da vida cristã. Assim como todos os outros sacramentos, é vínculo sagrado que o une a todos e o incorpora a Cristo. Toda a vida cristã traz a marca do amor esponsal de Cristo e da Igreja (CCE 1617). Chamado também de Santo Batismo, ele é o fundamento dessa vida cristã. É a regeneração do homem como filho de Deus, libertando-o do pecado e da morte. É denominado Batismo com base no rito central pelo qual é realizado: batizar significa mergulhar. Portanto, o Batismo é o mergulho inicial no Mistério de Deus, que é plenamente vivido e experimentado na Eucaristia. Todas as prefigurações da antiga aliança encontram sua realização em Jesus Cristo: a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do Batismo (CCE 117); a circuncisão de Jesus, no oitavo dia depois de seu nascimento, é sinal de sua inserção na descendência de Abraão; este também é um sinal do Batismo. O dilúvio e a arca de Noé também prefiguram a salvação pelo Batismo, a renovação ou regeneração, vida nova pela água. Desde a origem do mundo, a água é a fonte da vida e da fecundidade. O Batismo também é prefigurado na travessia do Jordão, pela qual o povo de Deus recebe o dom da terra prometida

à descendência de Abraão, imagem da vida eterna. Após sua ressurreição, Cristo confere a missão de batizar aos Apóstolos.

Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos! (Mt 28, 19-20)

Assim como pelas águas Deus fez nova a face da Terra com o dilúvio, pelas águas batismais, Deus faz nova a alma do homem, transforma a criatura em um verdadeiro filho seu, imprimindo em sua alma seu selo indelével, infundindo o Espírito Santo, seu Dom. Assim como o Mar Vermelho, águas salgadas que significavam morte, foi atravessado, assim o Cristo atravessa da morte para a vida com a sua ressurreição e faz com que da morte nasça para a vida o mais novo membro de seu Corpo, a Igreja, através do gesto de imergir e emergir. Tradicionalmente, o rito do Batismo é realizado no batistério. Essencialmente, esse rito consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, pronunciando a invocação da Santíssima Trindade, isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O significado e a graça do sacramento do Batismo aparecem com clareza nos ritos de sua celebração.

O sinal-da-cruz no limiar da celebração, assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz. O anúncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembleia, e suscita a resposta da fé, inseparável do Batismo. Com efeito, o Batismo é de maneira especial “o sacramento da fé”, uma vez que é a entrada sacramental na vida de fé. (CCE 1235-1236)

Os ministros do Batismo são os mesmos que os responsáveis pela ministração dos outros sacramentos da Igreja, ou seja, os ministros ordenados. São eles: o Bispo e o presbítero, e, na Igreja latina, também o diácono. Em caso de real necessidade, qualquer pessoa, mesmo que não tenha recebido o sacramento do Batismo, pode batizar, desde que tenha a intenção de fazer o mesmo que a Igreja faz, e utilize a fórmula batismal trinitária, com o derramamento de água sobre a cabeça do candidato. Toda pessoa não batizada pode receber o Batismo, independentemente da idade. Contudo, caso seja adulto, terá de passar por uma preparação para receber o sacramento do Batismo. Sendo iniciação à fé e à vida cristã, deverá recebê-lo também com a Confirmação e a Eucaristia. Trata-se de uma formação à vida cristã integral. Os catecúmenos devem ser iniciados nos mistérios da salvação pela prática de uma autêntica vida evangélica.

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