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19 - Situação no Final da Década
Em 1928, em continuação às medidas de segurança, insti tuíramse regras de vôo, com estabelecimento de vias aéreas em altitudes predeterminadas, conforme o afastamento da aeronave em relação ao campo de pouso.
Nos assuntos administrativos também houve algumas inovações: o Centro de Aviação estruturou-se com base em moldes norte-americanos, com resultados satisfatórios; a Diretoria de Aeronáutica passou a controlar mais especificamente a aplicação de verbas com a aVlaçao, e foi introduzido o sistema de medição de combustíveis e lubrificantes.
As obras dos Centros de Santos e Santa Catarina prosseguiam, na medida do possível.
Um Consolidated PT-3, terrestre, foi adquirido para o Centro do Rio de Janeiro, visando a facilitar a instrução de vôo na Escola.
Fig. 10 - Consolidated PT-J
19 - Situação no final da Década
Todas essas medidas espelhavam os esforços para o desenvolvimento e, principalmente, a organização dos setores básicos da Aviação
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Naval: administrativo, técnico e instrucional. Mas persistia ainda o problema do recrutamento de pilotos. Uma nova resolução foi tomada: a introdução de aulas de Aeronáutica na quarta série do Curso da Escola Naval, com um estágio obrigatório de vôo na Escola de Aviação, para os guardas-marinhas. Os primeiros resultados dessa experiência foram promissores, obtendo-se cerca de 35% de alunos aptos para pilotagem; 50%, que não alcança. ram habilitação, passaram ao curso de observador aéreo, atividade auxiliar de aviação, que, do ar, cuidava da regulagem dos tiros da artilhária e da localização e posicionamento no solo de tropas inimigas, e que não exigia habilidade de pilotagem; apenas os 15 % restantes não obtiveram aproveitamento em qualquer dos cursos. Mas sobreveio um acidente de aviação com o guarda-marinha Salvador Correa de Sá e Benevides, o que levou à suspensão do estágio. Em comemoração ao nono aniversário de inauguração da Escola de
Aviação Militar (19 de julho de 1928), a Aviação Naval fez-se representar com duas esquadrilhas, uma de Avrose outra de Consolídateds, que formaram um V sobre o Campo dos Afonsos, enquanto integrantes da Missão Americana fizeram acrobacias arrojadas, causando intensa emoção na assistência dessa festa aviatória comemorativa, na qual estava o Presidente da República, Washington. Luiz. Os anos de 1929 e 1930 não trouxeram maiores novidades. As obras, tocadas com lentidão, mostravam desinteresse, marasmo, inércia; o equipamento de vôo, com manutenção deficiente, diminuía a operacionalidade das esquadrilhas; os vôos, limitados pequenos tours sobre o campo do Galeão e ao Serviço Postal Aéreo, com transporte de correspondência para a Esquadra em manobras na Ilha Grande. Os cargos de comando eram exercidos por leigos em .aeronáutica, por falta de pessoal com o devido conhecimento de aviação, cujo recrutamento se tornava mais e mais difícil. Um fato merece registro: o concurso popular promovido pelo jornâl carioca Correio da Manhã, em 1929, para indicação de ((o mais completo aviador brasileiro". Ganhou o ambicionado título o Comandante
Dante de Mattos; em segundo lugar, ficou Borges Leitão, da aviação do Exército. Menos votados foram Protógenes, Edu Chaves, Santos-Dumont e outros. Ao término de 1930, a situação da Aviação Naval deixava muito a desejar, em termos de equipamentos e de organização administrativa. Poucos aviões de bombardeio e patrulha e outros tantos de instru-
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ção eram o que restava em disponibilidade para qualquer possível missão.
Por contingência dos movimentos rebeldes da época, o Governo ameaçado de Washington Luiz viu-se obrigado à compra de três hidros
Fig. 11 - Vôo de Dante, no dorso.
Martin PM (patrulha) e seis Vought 02U-2A Corsair (bombardeiro), como meio de dar à Aviação Naval um pouco mais de poder aéreo, visando à manutenção da ordem interna do País.
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Fig. 12 - Martin PM (Patrulha).
Fig. 13 - Vougth 02U-2A "Corsair", versão marítima.