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4 - Um Memorável Salto de Pára-quedas

que fora incorporado à Esquadrilha. Verificada a exatidão do pedido, foi-lhe devolvido o aparelho.

As instalações do Campo de Marte foram ampliadas, e maquinaria moderna foi adquírida para a mecânica dos aviões. Roover aí viria a construir o biplano-escola São Paulo (mascote da Esquadrilha), o que diz da qualidade das oficinas. Até mesmo bombas explosivas passaram a ser produzidas, cabendo essa atividade ao Capitão Nathanael Prado. E mais um oficial vem a integrar-se à Esquadrilha: Primeiro-Tenente Odilon Aquino de Oliveira.

4 - Um Memorável Salto de Pára-quedas

Ao final de 1925, um piloto-policial vem a tornar-se famoso, ao executar um salto de pára-quedas. O evento deu-se de modo bastante imprevisto e, talvez por isso mesmo, foi curioso e cercado de pormenores jocosos. Um grande público, pagante, aglomerava-se no Campo de Marte. Até mesmo o Presidente do Estado comparecera. Todos queriam ver o salto de uma mulher, a pára-quedista francesa ]eanette Caillet Pimentel. O acontecimento, inédito em São Paulo, fora idealizado pelo Coronel Pedro Dias de Campos, visando a angariar fundos para a construção de um hospital para a Cruz Azul (Sociedade Beneficente da Força, criada pelo Coronel). Mas, à última hora, ]eanette adoeceu. Como resolver o problema? Seria lamentável a devolução do dinheiro cobrado pelas entradas; por outro lado, a Corporação precisava manter seu compromisso para com o público, confiante no espetáculo e prestimoso colaborador da campanha. O Coronel Campos não pensou muito e decidiu continuar o programado. Surpreendendo todos os Oficiais, escalou um deles para substituir a francesa. O escolhido foi o Tenente Antônio Pereira Lima, recém-brevetado e que jamais praticara um salto sequer. Sem ousar argumentar com o Comandante Geral, Pereira Lima não teve alternativa a não ser a de decolar com Roover e atirar-se de qualquer modo, com o pára-quedas que os companheiros apressadamente lhe prenderam ao corpo.

Diz-se que, além de ter que agüentar fortes dores entre as pernas, pela má colocação das correias de suporte que lhe fizeram incômoda compressão, o improvisado saltador ainda foi severamente repreendido ao atingir o solo, por cair de pernas abertas e justamente sobre a capota de lona do carro do Comandante ...

De qualguer forma, este evento marca o primeiro salto com páraquedas executado por um brasileiro, em 1 de novembro de 1925. Documenta o feito a notícia do Correio Paulistano, publicada no dia imediato41 :

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