Por Evelin Sanches Mestrado em Administração Pública e Governo MBA em Gestão Estratégica de Negócios
A corrida de rua e a pandemia da Covid-19 Assim como todo o planeta, quando recebi a notícia de que entraríamos em isolamento social por conta da pandemia da Covid-19,
A
vieram as dúvidas: e agora? O que faremos? Como será?
cabeça pirou; os pensamentos foram muito além da saúde, dos cuidados com a família, do trabalho, e estavam também nos treinos, nas aulas, nos alunos. Afinal, eu estava em meio à preparação para o maior objetivo da minha vida como corredor: a Maratona de Porto Alegre, em busca do Sub-3h e do índice para a Maratona de Boston, a Rainha das Maratonas. Não era somente o projeto pessoal que estava em jogo; na realidade, nem sabia se as provas iriam ocorrer e a decisão de continuar ou não com os treinos era individual, minha, mas havia algo muito maior: meus alunos. A Léo Moscardo Assessoria Esportiva estava em crescimento, cada vez mais o número de alunos aumentava e os que já estavam conosco há algum tempo tinham recém-terminado o período de treinos que chamamos de “base”, e já estavam em plena evolução para enfrentar os desafios de 2020 quando essa bomba caiu em nossas vidas! E agora? Parar com tudo e aderir à campanha #fiqueemcasa ou incentivá-los a continuar com os treinos? Em um primeiro momento, com todos muito assustados e sem saber como agir, decidi criar conteúdo através de vídeos e alguns desafios para que todos pudessem se manter ativos e motivados dentro de casa, seguros e aderindo ao distanciamento social. Mas, no meu caso específico, optei por manter os meus treinos enquanto as provas estivessem
mantidas; havia esperança e eu teria que estar preparado para o grande objetivo, então, prossegui com os treinos longe de tudo e de todos, em horários alternativos, na rodovia ou em estradas de terra, somente eu e Deus. Agora, se tem uma tarefa difícil, é segurar corredor dentro de casa. Sendo assim, com o passar dos dias foram surgindo os questionamentos: “professor, será que não posso correr aqui no meu bairro?”; “não acredito que você não está correndo!”; “não podemos fazer um treino clandestino?”; e quando começa assim, todos nós já sabemos o que vai acontecer: eles irão para a rua. Foi aí que passei a orientar aqueles que se sentiam confortáveis, e acima de tudo seguros, a realizarem os treinos da mesma forma que eu vinha fazendo: sozinho, em locais desertos e de pouca movimentação, sem formar grupos; no máximo, com seu cônjuge; além de aumentar os cuidados com a higiene pessoal. À medida que o tempo vai passando, provas sendo canceladas, adiadas, e tudo vai acontecendo, percebemos que por hora não será possível vivermos como era antes, principalmente no mundo da corrida: sempre todos juntos, um ajudando o outro, com abraços, sorrisos, sempre nos confraternizando. Sabemos que ainda vai demorar um certo tempo para nos reunirmos, mas enquanto isso não ocorre, vamos cuidando da nossa saúde da maneira que mais gostamos: CORRENDO!!!
Leonardo Manechine Moscardo - Cref 49921-G/SP Profissional de Educação Física Pós-graduado em Exercício Físico e Reabilitação
16 Revista Energia