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MUNDO. Uma viagem pelo tempo em Moscou
TODOS OS TEMPOS DE MOSCOU
DA BASE BIZANTINA E DO CONSTRUTIVISMO SOVIÉTICO AO RENASCIMENTO DA ARQUITETURA RUSSA. EMBARQUE NESTA VIAGEM GUIADA PELA ARQUITETA FRANCIS MEISTER
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O Kremlin em destaque e, nesta página, arranha-céu no estilo stalinista
Ela não seguiu as escolas arquitetônicas clássicas europeias. Fez caminho próprio, na forma e no conteúdo. A base bizantina de Moscou flertou com um renascimento nacionalista, dividiu espaço com o construtivismo soviético, um quê de modernismo e o classicismo monumental, até, mais recentemente, se render às maravilhas da arquitetura contemporânea.
A Revista Habitat convidou a arquiteta Francis Meister, que foi escavar suas raízes na capital russa e aproveitou para desvendar as forças que marcam, moldam e redesenham a cidade.
Moscou é uma cidade pulsante, feita de avenidas largas, prédios tradicionais misturados à nova arquitetura e muita história. Em 2011, teve início por lá o movimento de transformação urbana de ruas e espaços públicos, visando fazer de Moscou uma das principais megacidades do mundo. “My Street” é um programa do governo de Moscou que prevê a criação de cerca de 50 quilômetros de novas zonas
de pedestres no centro e periferia da cidade, além de resolver problemas de estacionamento, renovar fachadas, reparação de calçadas e passarelas com áreas delimitadas para transportes públicos, carros, ciclistas e pedestres. O projeto conta com o trabalho de 17 escritórios de arquitetura russos e estrangeiros.
As novas construções estão mudando o perfil da cidade, que vem misturando as tradicionais obras bizantinas com outras supercontemporâneas e de geometrias inusitadas. Basta um passeio pelo centro econômico para ver a arquitetura moscovita renascendo, crescendo e prosperando.
Como exemplo dessas mudanças, que estão transformando a capital em um imenso canteiro de obras, está o Parque Gorki para cultura, lazer e esportes e que abriga o Museu de Arte Contemporânea Garage.
Até as famosas e clássicas estações de metrô de Moscou estão passando por mudança. Essas verdadeiras galerias de arte, com escadas rolantes imensas e decoração suntuosa, estão em funcionamento desde os anos 1930 e, agora, vão ganhar a companhia de nove novas estações, sendo uma delas com projeto do escritório Zaha Hadid Architects. Entre as tradicionais, está a Konsomolskaya, de 1952, um símbolo do império sta-
O novo centro econômico de Moscou
Projeto da estação de metrô feito pelo escritório de Zaha Hadid, e Parque Gorki para cultura, lazer e esportes e que abriga o Museu de Arte Contemporânea Garage
linista, com seus grandes lustres de bronze (lustres), arcos e colunas de mármore, além de painéis de teto com pinturas da história russa.
Mas o marco arquitetônico moscovita ainda é a Praça Vermelha, com o Kremlin, igrejas, fontes, prédios do governo, teatros, palácios e jardins. A catedral São Basílio é a mais famosa dentro do Kremlin, com suas coloridas torres e abóbadas inspiradas nas chamas de uma fogueira subindo ao céu.
Ao lado do Kremlin, fica o Gum Mall. o shopping center mais luxuoso da Rússia. No século 16, a construção pegou fogo, foi revitalizada no século 19, ganhando telhado de vidro e aço, e virou um mercado, que, durante a era soviética, virou escritório do governo. Privatizada, a construção hoje conta com a operação de restaurantes, lojas de marcas locais e internacionais, além de supermercado.