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OPINIÃO. Os efeitos pós-pandemia para o mercado, com Cristiano Viana
Apandemia do novo Coronavírus provocou alterações drásticas na economia do Brasil e do mundo. Mas, na contramão, o mercado imobiliário vive um crescimento peculiar. Antes da pandemia, a previsão para 2020 era que o setor crescesse 20% comparado ao ano anterior. Não chegou a isso, mas não deixou de crescer. Para 2021, as perspectivas continuam animadoras, principalmente com a chegada da vacina, retomada da economia e a manutenção das taxas de financiamento atrativas.
Como mais gente passou a ficar em casa por mais tempo, a busca por imóveis maiores, mais confortáveis, com área verde, vista e espaço para pets aumentou. Vamos às tendências do setor imobiliário que vieram para ficar.
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HOME OFFICE
Muitas empresas tiveram que suspender suas atividades no escritório e colocar as equipes para trabalhar em casa. O lar virou lugar de trabalhar, descansar, comer e dormir. Com a mudança da rotina, os espaços dedicados ao home office tornaram-se mais valorizados.
CASAS DE CAMPO OU PRAIA
Outra novidade impulsionada pela pandemia é a busca por imóveis distantes dos centros urbanos. Antes, casas de campo ou de praia eram utilizadas nos finais de semana ou férias. O isolamento social e o avanço das ferramentas digitais mudaram essas premissas, muitos profissionais perceberam que podem trabalhar tão bem, ou melhor, em suas casas do que nos escritórios, aliando produtividade e prazer.
SUSTENTABILIDADE E SAÚDE
A sustentabilidade era outro tema que já se encontrava em pauta nos últimos anos. A implantação, sobretudo nos novos empreendimentos, deve ser uma das principais tendências do mercado nos próximos anos. Outra preocupação das incorporadoras será a busca por certificações que atestem o comprometimento de seus empreendimentos na propagação da saúde e bem-estar dos moradores.
A verdade é que a relação com os imóveis mudou durante a pandemia. O home office veio para ficar, as casas tiveram de se adaptar a isso e a tantas outras coisas. Bem-estar é o foco. Por isso, apartamentos garden e com varanda passaram a ser mais interessantes. Assim como tudo o que é capaz de oferecer mais conforto para vida em um ambiente agradável.
O MERCADO IMOBILIÁRIO PÓS-PANDEMIA
POR CRISTIANO VIANA
*Cristiano Viana é economista e sócio da SYM Imóveis
FACHADAS – AS OBRAS DE ARTE DA ARQUITETURA MODERNA
POR GENINHO THOMÉ
Concebidas para dar um visual harmônico e uniforme, as fachadas deixaram de ser apenas as faces externas dos empreendimentos para se tornarem verdadeiras obras de arte. Uma verdadeira revolução ocorreu nos últimos 50 anos, unindo a tradição e a inovação da arquitetura.
Até o século passado, as fachadas dos edifícios eram projetadas e desenvolvidas a partir das tendências mais conhecidas até então, seguindo os movimentos da arquitetura mundial. Predominavam no Brasil, projetos de fachadas de prédios sem quaisquer inovações ou ousadias técnicas, mas que cumpriam à risca sua função.
A inspiração do movimento arquitetônico clássico Art Déco, surgido na França e que celebrava a modernidade e o progresso, se fazia presente nas fachadas dos prédios mais suntuosos. Alguns exemplos são os prédios da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o Edifício Garcez, em plena Rua das Flores, no centro de Curitiba, e os famosos Empire State e Rockfeller Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Todos ícones deste movimento.
Na sequência, os projetos se desenvolveram voltados à arquitetura neoclássica com fachadas na cor acinzentada, pórticos frondosos e minimalistas e os tradicionais gradis de ferro nas sacadas, uma tendência europeia. A maioria dos prédios residenciais de bairros nobres das principais capitais brasileiras possuía essas características. É um estilo que se mantém até hoje para quem quer mostrar simplicidade e sofisticação, sem comprometer o visual.
No final do século 20, a globalização transformou novamente a arquitetura e criou o estilo contemporâneo com fachadas mistas, que mescla vários elementos e abusa das formas assimétricas e cores neutras. A estética inovadora das fachadas passa a usar elementos que produzem uma sensação de fluidez e valorizam a vida moderna. É o caso do empreendimento Bosco Centrale, da GT Buiding, cuja fachada é toda verde e será o primeiro bosque vertical de Curitiba, uma inspiração do Bosco Verticale, de Milão.
Os projetos ganharam a adesão dos tradicionais escritórios de design da indústria automobilística, como o italiano Pininfarina, incorporando as curvas e as peles de vidro, garantindo uma simbiose discreta entre a natureza, concreto e aço. A assinatura dos designers do PininFarina está nos empreendimentos da Pasqualotto> em construção na cidade de Balneário Camboriú – O Yachthouse, o mais alto da América Latina, e o Vitra. Cada vez que contemplo uma fachada, penso nas palavras do arquiteto, Oscar Niemeyer: “de um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte”. Sim, elas se tornaram verdadeiras obras de arte, símbolos da arquitetura contemporânea.
* Geninho Thomé é presidente da GT Company, holding que controla a GT Building, uma das maiores incorporadoras do Paraná, e outras quatro empresas.