COLUNA
T C E SUSP E C I V DE Por Henrike Baliú
I DE C E U Q S E , E Ã M E P DESCUL RA O F A R A P O IX L O R LEVA
De todos os lançamentos de 2021, o que me deixou mais ansioso, e na expectativa, foi o glorioso box set do clássico primeiro álbum de 1981 dos americanos The Replacements, “Sorry Ma, Forgot to Take out the Trash”, pela gravadora Rhino. O box, que me surpreendeu pelo cuidado e capricho, contém um LP e quatro CDs com o álbum remasterizado, faixas demo, outtakes, versões alternativas e um show inédito. O LP é uma versão alternativa do disco original. A coleção ainda conta com um livro de 24 páginas com fotos e a história da banda. Os Replacements nunca se consideraram uma banda punk, mas você certamente vai encontrar esse álbum em várias listas de “melhores discos punks americanos dos anos 80”. Bom, pelo menos ele está minha lista, lá no topo, entre os cinco melhores. Depois desse disco, soltaram o mini álbum “Stink”, com pérolas punks como “Fuck School”, o hino de qualquer garoto no ensino médio. Aliás, tenho um amigo que desencanou da escola após escutar essa música. Voltando aos Re-
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placements: entre 1981 e 1984, gravaram quatro discos pela independente Twin Tone. Em 1985, assinaram com a major Sire Records e, liderados pelo talentoso frontman Paul Westerberg, deixaram a sonoridade punk rock de lado, porém a atitude permaneceu com os integrantes até o fim. O lendário guitarrista, Bob Stinson, foi expulso da banda em 1986 e morreu em 1995. Acabaram em 1991, sem nunca terem alcançado o merecido sucesso. Hoje, são praticamente uma banda cult entre os apreciadores de um verdadeiro rock ‘n’ roll. O baixista, Tommy Stinson, irmão do Bob, tocou baixo com o Guns n’ Roses no final dos anos 90, enquanto Paul Westerberg seguiu uma interessante carreira solo. Se você quiser saber mais, indico o livro “Trouble Boys”, uma biografia surpreendente. Meu pai, Paulo Afonso, que apesar de ter seguido uma carreira militar e hoje ser Capitão de Mar-e-Guerra da Marinha do Brasil, é um grande fã de punk rock e teve a sorte de testemunhar um show do The Replacements quando
morávamos nos Estados Unidos. Quando eu era moleque, ele me gravou uma fita K7 com o primeiro álbum da banda. Eu escutava “I Hate Music”, “Customer”, e “Johnny’s Gonna Die” enquanto brincava com meus bonecos do G.I. Joe no quarto. Preferi que ele mesmo descrevesse a experiencia privilegiada de estar em um show do Replacements naquela época.
CRUISIN’ ANN ARBOR
Considero-me privilegiado, por ter residido, com minha esposa e nossos quatro filhos, entre 1982 e 1985, na bela cidade de Ann Arbor, localizada no estado de Michigan, nos EUA. A referida cidade, que dentro de dois anos deve