EDIÇÃO 35 . ANO VII - SETEMBRO 2020 • REVISTAPECUARIABRASIL.COM.BR
Genética Heringer Oferece resultados para bezerros eficientes SETEMBRO 2020 | #pecBR
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Nelore Heringer
Excelência em Nutrição na Fazenda Paraíso
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ila Velha (ES) recebe anualmente centenas de brasileiros e estrangeiros de várias partes do mundo pela beleza de seu patrimônio histórico e de seus 30 quilômetros de praias paradisíacas. Mas, não é apenas o turismo que o município capixaba atrai os olhadores. Suas riquezas vão além, o município também é solo fértil para a criação da maior raça bovina brasileira, e na Nelore Heringer que é referencia no estado na criação da raça Nelore. Anualmente, a Fazenda Paraíso recebe criadores e estudantes de vários estados brasileiros para a Exponel Capixaba, evento organizado pela Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN) e que pela primeira vez será palco da 49º Expoinel Nacional, este que é promovido pela Associação dos Criadores de Nelore Nacional (ACNB) encerrando o Ranking Nacional 2019/2020. O evento acontece entre os dias 14 a 20 de setembro e tem expectativa e, boa estrutura, para reunir mais de 400 animais. Seleção Nelore Heringer
A seleção Nelore Heringer mantém a qualidade da genética pautada em qualidade nutricional de seus animais que são criados a campo com pastagens 100% adubadas. Baseado em um tripé que descreve a fórmula de sucesso da seleção focada no manejo, na genética e na excelência em nutrição. “Nossos animais são avaliados pelos melhores programas de melhoramento genético do país”, explica Victor Mi-
randa, diretor da Nelore Heringer. Todo trabalho realizado é comprovado nas pistas: O criatório conquistou recentemente a etapa Colatina (ES) do Circuito Nacional Nelore de Qualidade na Categoria Medalha de Ouro Melhor Lote de Carcaças de Machos se mantendo na liderança e aguarda ansiosamente o resultado final. Remate
Essa genética de anos de seleção e investimentos em prol do melhoramento genético estará disponível na IX edição do Leilão Nelore Heringer. O evento acontecerá na Fazenda Paraíso no dia 03 de outubro. Na edição de 2019 foram superadas todas as expectativas e os promotores enviaram genética Heringer para dez estados brasileiros, sendo 80% desses investidores clientes fiéis e satisfeitos com os resultados e que sempre retornam pois reconhecem os resultados obtidos na busca por bezerros eficientes. Para edição de 2020, mantendo a tradição, serão disponibilizados ao mercado 700 bezerros nelore “cara limpa” e ½ sangue aberdeen, 600 bezerras também nelore “cara limpa” e ½ sangue aberdeen, 140 Touros Nelore PO provados CEP E CEIP e, finalizando, 160 fêmeas Nelore PO, CEIP e Super Precoces (100% inseminadas) descendentes dos principais raçadores da atualidade. A transmissão será feita pela Remate Web e Canal do Boi com inicio previsto para às 12 horas. O evento conta com o apoio da Fertlizantes Heringer, linha FH Pastagens e Tortuga.
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DIREÇÃO Gustavo Miguel +55 (34) 9 9142-5081 gustavomiguel.gm@gmail.com Cláudia Monteiro +55 (34) 9 9142-5082 claudiapecuariabrasil@gmail.com EDIÇÃO Sabrina Alves – MTB 11197/MG redacaopecuariabrasil@gmail.com (34) 98893-7816
Comunicação, Carlos Alberto Marino Filho, Eduardo Muniz de Lima, Rafael Mazão, Karen Matieli, Fabiano Paiva e Manuella Quirino. CONTATO COMERCIAL +55 (34) 3071-1000 / 3071-0600 3313-0371 / 3317-2320 JURÍDICO Cláudio Batista Andrade Renato Mendonça Costa
COLABORAÇÃO ABCZ, ACNB, ACGB, ACBB, Embrapa, Girolando, UFV, Faeza Rezende, Grupo Publique, Instituto de Zootecnia, Larissa Vieira, Márcia Benevenuto, Juliana Bonassa, Attuali Comunicação, Texto Comunicação, CNA, Senar, Na Mídia
CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS assinaturapecuariabrasil@gmail.com DIAGRAMAÇÃO Carlos Lopes
FOTÓGRAFOS PARCEIROS Ana Clark (82) 9 8150-2220
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NOSSA CAPA Trazemos nessa edição especial a Nelore Henringer que disponibiliza em remate histórico animais para serem utilizados na produção de bezerros de qualidade nos diversos rebanhos brasileiros.
PRODUTIVIDADE COM RAÇA
2020
04.OUT.2020 DOMINGO ÀS 10H | TRANSMISSÃO: TERRAVIVA
PATROCÍNIO
AVALIAÇÃO
CONSULTORIA
LEILOEIRA
RETRANSMISSÃO
TRANSMISSÃO
W W W . N E L O R E G R E N D E N E . C O M . B R SETEMBRO 2020 | #pecBR
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APRESENTAÇÃO
CLÁUDIA MONTEIRO
Diretora da Pecuária Brasil
claudiapecuariabrasil@gmail.com
RAÇA
CARNE
LEITE
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“Não podemos pretender que as coisas mudem, se sempre fizermos o mesmo. A crise pode ser a melhor benção para ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar superado. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções”. Essas sábias palavras de Abert Einstein retratam bem o momento atual em que vivemos, principalmente no AGRO. E, nós da Revista Pecuária Brasil assim como o agro nos reinventamos e temos orgulho de apresentar nossa primeira edição 100% online cheia de novidade, com o intuito de ajudá-los a filtrar as principais informações com maior conforto através das novas ferramentas implantadas. Investimos em um novo portal cheio de novidades e interações. Com a reformulação de nossa página na web e também no App, mantivemos o formato leitor de PDF e lançamos: a nossa revista digital a #PECBR que vem proporcionar mais conforto e sofisticação à leitura com conteúdos exclusivos, preparados por nossa equipe. São mais de 100 páginas preparadas com muito carinho pensando em você, caro leitor! Tem um bate papo exclusivo com o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior que nos relata um pouco sobre a experiência em comandar a primeira feira totalmente online promovida pela entidade se tornando um verdadeiro sucesso. As mulheres também são destaque nesta edição e falam sobre o crescimento de eventos direcionados para as mulheres no agro, elas que estão cada vez mais envolvidas na liderança no setor que mais cresce no Brasil, o agro. Trazemos também nesta edição uma reportagem sobre “A superação do Agro” destacando o crescimento e fortalecimento do setor. Protagonista na economia o agro vive um momento histórico. A pecuária brasileira detém atualmente o maior rebanho do mundo e é também o maior exportador de carne bovina, no ano passado toda a cadeia movimentou R$ 618 bilhões isso representa 8,5% do PIB. Só temos que comemorar e continuar neste caminho, nos próximos anos, com certeza viveremos o momento tão almejado por todos envolvidos no agro que sempre foi tão sacrificado e taxado de vilão. Falamos com importantes fontes e eles disseram o que podemos esperar deste momento e como serão as coisas daqui pra frente. Finalizando, a Nelore Heringer estampa a nossa capa e apresenta os detalhes do IX leilão Nelore Heringer que vem disponibilizar ao mercado resultados para quem quer lucratividade e bezerros eficientes. Estávamos morrendo de saudades e queremos agradecer por estarem sempre ao nosso lado! Continuem nos acompanhando aqui e em nossas redes sociais.
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SUMÁRIO
A Superação do agro
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Estudo inédito sobre genoma de Girolando PG. 80
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SEMPRE NA PECUÁRIA BRASIL 14 . PECUÁRIA EM REDE 16 . PECUÁRIA INDICA 22 . AGRO NO PRATO 24 . PORTEIRA ABERTA 30 . ENTREVISTA
Carne Carbono Neutro PG. 62
34 . CALENDÁRIO 36 . PECUÁRIA 360º 41 . RAÇA 61 . CARNE 75 . LEITE 83 . GENTE 90 . SOCIAIS 96 . PONTO DE VISTA 98 . OPINIÃO
ELAS que mandam PG. 86
103 . EM FOCO
As novidades do Nelore PG. 66
Leite em alta PG. 76 SETEMBRO 2020 | #pecBR
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PECUÁRIA DE ONDE Municípios brasileiros que aparecem nessa edição
BARRETOS (SP) Agro Contra o Câncer
UBERLÂNDIA (MG) ExpoUberlândia
VILA VELHA (ES) Vem aí a Expoinel Nacional
DESTINOS INTERNACIONAIS Austrália Beirute (Líbano) Japão Canadá Chicago Chile China
Coreia do Sul; Estados Unidos Europa Filipinas Holanda México;
Acreúna (GO) Alexania (GO) Alfenas (MG) Aracaju (SE) Assis (RS) Belo Horizonte (MG) Betânia (PI) Brasília (DF)
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Capinópolis (MG) Ceará Mirim (RN) Dianópolis (TO) Goiânia (GO) Guaraciaba (SC) Lajeado (RS) Lins (SP) Mangaratiba (RJ)
Monte Alegre de Minas (MG) Palestina De Goiás (GO) Pontes Lacerda (MT) Prata (MG) Rio de Janeiro (RJ) Santa Maria da Serra (SP) São João da Boa Vista (SP) São José do Rio Preto (SP)
São Paulo (SP) Senador Canedo (GO) Serrana (SP) Tupaciguara (MG) Ubá (MG) Uberaba (MG) Uberlândia (MG) Viçosa (MG) Vila Velha (ES)
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COLABORADORES
SABRINA ALVES
Jornalista há 15 anos, sempre colaborou com a Revista Pecuária Brasil, sendo inclusive editora nas primeiras publicações da #PECBR. A partir dessa edição volta a assinar como jornalista responsável passando a integrar a nossa equipe.
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PECUÁRIA INDICA
O QUE ESTOU LENDO
AGRICULTURA FATOS E MITOS
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contemporaneidade exige a formulação de um caminho capaz de unir a produção rural com a conservação ambiental. Essa é a nova agenda da sustentabilidade: manter a qualidade de vida planetária para uma demanda crescente de alimentos. Pode-se caracterizar uma dualidade nessa problemática: de um lado, encontram-se os “produtivistas” radicais, que menosprezam a pegada ecológica sobre o planeta; de outro, os “ecologistas puros”, que desdenham da segurança alimentar. Somente vislumbramos uma solução efetiva para o futuro se ocorrer uma fusão entre as duas visões. Tal fusão, entre produção rural e conservação ambiental, geraria uma vigorosa produção agropecuária alicerçada exatamente na sustentabilidade. Será uma feliz simbiose da ecologia com a agronomia. Agricultura Fatos e Mitos Xico Graziano, Décio Luiz Gazzoni, Maria Thereza Pedroso Preço médio: R$49,00 284 páginas
Cláudia Monteiro Diretora comercial da Pecuária Brasil
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O QUEIJO CURTIDO NA CACHAÇA!
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Queijo Calambau nasceu das histórias que passam de pai pra filho! A receita da Paladar de Minas foi inspirada no causo dos tropeiros que, no século XIX carregavam queijos e cachaças para Mariana e Ouro Preto. Um belo dia, um pequeno acidente derramou a cachaça sobre os queijos dentro da bolsa de couro no lombo das mulas. Após alguns dias, a bebida curtiu o queijo, dando um sabor e aroma incomparáveis! Eleito como o 2º Melhor Queijo do Brasil na Expolac. Cada porção de 30 gramas tem em torno de 101 kcal. Uma dica é consumir o queijo com Vinho Tinto Donã dominga Old Vines Cabernet Sauvingnon e Carménere. O queijo Calambau custa em torno de R$53,83 uma peça com 700 gramas.
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PECUÁRIA INDICA HAMBÚRGUERES BASSI A Marfrig expandiu sua linha de produtos da marca Bassi. Considerada a maior produtora do mundo de hambúrgueres e a segunda maior do planeta em carne bovina, a empresa passou a distribuir os hambúrgueres da marca que é sinônimo de carnes premium nos sabores picanha, angus e costela. Cada unidade do hambúrguer conta com 200 gramas. Produzidos na unidade da Marfrig, em Várzea Grande, no Mato Grosso, os lançamentos da marca Bassi fazem parte da estratégia de oferecer produtos de alto valor agregado. Além dos hambúrgueres Bassi, a Marfrig tem sua marca própria de hambúrgueres vegetais – a Revolution Burguer. A marca é vendida no varejo e em redes de food service. Na Argentina, a companhia é dona de marcas como a Paty, sinônimo da categoria hambúrguer para o consumidor argentino, Good Mark e Barfy, também de hambúrgueres.
CONTROLE BIOLÓGICO E BIODIVERSIDADE FUNCIONAL NAS AMÉRICAS CENTRAL E DO SUL O livro Natural Enemies of Insect Pests in Neotropical Agroecosystems sobre controle biológico e biodiversidade funcional nas Américas Central e do Sul foi organizado pelas professoras do Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Brígida Souza e Rosangela Marucci e pelo pesquisador do Instituto de Investigaciones de Sanidad Vegetal (INISAV), em Cuba, Luis Vázquez. Entre os destaques do livro está o uso indiscriminado de pesticidas – e seus impactos negativos – métodos ambientalmente mais seguros para o controle de pragas que são necessários e vem sendo pesquisados e testados há anos, especialmente aplicáveis nos programas de manejo integrado de pragas (MIP). O livro traz ainda um conjunto de informações relacionadas à funcionalidade da diversificação de plantas com foco na produção agrícola e controle biológico (conservativo e aumentativo); ao papel dos predadores, parasitoides e entomopatógenos na regulação de pragas em grandes culturas, pastagens, florestas, plantas ornamentais, hortícolas e plantas daninhas, e ao uso de microrganismos antagonistas no controle de doenças de plantas. São 42 capítulos, reunidos em mais de 500 páginas com a participação de 92 pesquisadores de 33 instituições de pesquisa e universidades de oito países latino-americanos.. O e-book pode ser adquirido pela Editora Springer por 149,79 €
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MPASTO A Nova linha da Mosaic Fertilizantes conta com três produtos, já está disponível. A MPasto é a nova linha de produtos para pastagens voltadas para o pecuarista que busca melhorar a qualidade e a produtividade da vegetação e consequentemente, aumentar a rentabilidade dos pecuaristas. A linha conta com três produtos exclusivos: MPasto Max, MPasto Nitro e Mpasto Super que priorizam a melhoria e o condicionamento do solo aumentando a absorção de água e nutrientes. Para mais informações, acesse o NutriMosaic, portal da empresa dedicado exclusivamente à nutrição animal: http:// nutrimosaic.com.br/mpasto
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PECUÁRIA INDICA
CARLOS ALBERTO PEREIRA Jornalista, enófilo e tecnólogo em Turismo e Hotelaria vinhosetal@gmail.com
VINHOS
FALANDO DE VINHOS
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ou falar de um tema que já tratei por aqui algumas vezes. Não se trata de uma simples repetição, mas o objetivo é mostrar àqueles novos leitores que estão chegando por aqui, um pouco do mundo e da magia do vinho! Aliás, artigos e materiais sobre o assunto é o que mais tem na internet e em livros. Eu sempre falo por aqui, que entender e apreciar um vinho não é complicado, talvez, um pouco complexo! Pois, trata-se de uma bebida diferenciada, muito rica em detalhes, vibrante e com peculiaridades que nenhuma outra bebida oferece. Por isso, quanto mais aprofundarmos neste conhecimento, maior será a amplitude de nosso prazer. E também, facilitará na nossa escolha, principalmente quando estivermos em frente a uma gôndola de um supermercado ou adega, com mil opções diferentes de rótulos! Afinal, o conhecimento, serve justamente para isso, fazer com que esta angústia deixe de existir ai podemos optar pelo vinho que nos trará mais prazer. Então a proposta é a seguinte: quer começar a explorar este universo do vinho? Então, segue algumas dicas e orientações simples que poderão ajudá-lo(a) a descobrir o seu paladar, conhecer um pouco de como escolher um vinho e lançar-se à sua longa e saborosa jornada neste maravilhoso mundo. Hoje, apenas algumas poucas dicas, mas que o ajudarão a melhor aproveitar tudo o que um vinho pode lhe oferecer. Vamos lá! Características básicas do vinho Basicamente um vinho é identificado por cinco grupos de características específicas que, com a habilidade do enólogo, juntamente com as condições resultantes do cultivo, do terroir e do tipo de casta vão dar a identidade ao vinho! São elas: Acidez: Baixa, Entre Baixa e Média, Média, Alta, Muito Alta; Taninos: Baixos, Entre Baixos e Médios, Médios, Adstringentes, Muito Adstringentes; Doçura: Extrasseco, Seco, Meio Seco, Doce, Extradoce;
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PECUÁRIA INDICA Corpo: Baixo, Entre Baixo e Nédio, Entre Médio e Alto e Alto; Álcool: Leve, Entre Leve e Médio, Médio, Entre Médio e Encorpado, Encorpado; Diferentes estilos de vinho Um novato em vinho pode conhecer as diferenças básicas entre um vermelho e um branco, mas também é importante aprender todos os tipos de vinhos e varietais. Os estilos de vinhos que conhecemos basicamente são: Tranquilos (branco leve, branco encorpado, branco aromático, rosé, tinto leve, tinto médio corpo, tinto encorpado) Sobremesa (Porto, Madeira, Marsala, Sauternes, Vin Santo, Xerez) Espumante ( Champagne,Cava, Prosecco, Lambrusco). Regiões Vitivinícolas O vinho é feito em praticamente todos os países do mundo. Estes países são muitas vezes referidos como “Velho Mundo” ou “Novo Mundo”. “Velho Mundo” consiste em regiões com longas histórias de produção de vinho, como a Europa e partes do Mediterrâneo. Algumas das regiões vinícolas mais conhecidas do “Velho Mundo” incluem França, Itália , Espanha, Portugal e Alemanha, e essas regiões concentram-se muito no terroir - as características únicas do solo e do clima, que dão ao vinho um senso de lugar. “Novo Mundo” é usado para descrever novas regiões produtoras de vinho, como Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, EUA, Austrália, África do Sul, entre outros . Essas regiões tendem a ter climas mais quentes e geralmente usam diferentes métodos de rotulagem; eles tendem a usar as uvas em vez da região nos rótulos para reconhecimento. Regiões e uvas mais populares Para se ter um exemplo, o Brasil que está longe de figurar entre os maiores produtores de vinhos do mundo, mas cultiva em suas regiões vinícolas, mais de 30 diferentes espécies de uvas entre viníferas europeias e americanas. Mas as uvas Merlot e Cabernet Sauvignon das tintas são as mais cultivadas por aqui. Assim, cada país segue o mesmo padrão como, por exemplo: França: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Pinot Noir, Grenache, Syrah, Viognier, Chardonnay; Itália: Sangiovese, Nebbiolo, Barbera, Moscato, Pinot Grigio; Estados Unidos: Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Chardonnay, Merlot, Zinfandel; Argentina: Malbec, Bonarda; Chile: Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Carmernere e Merlot; Austrália: Shiraz e Chardonnay Alemanha: Riesling, Gewurztraminer e Sylvaner; Espanha: Tempranillo, Albarino, Garnacha, Palomino; Nova Zelândia: Sauvignon Blanc, Pinot Noir; África do Sul: Pinotage Chenin Blanc; Uruguai: Tannat Portugal: Touriga Nacional, Castelão, Trincadeira; Brasil: Merlot eMoscatel.
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AGRO NO PRATO
Fabiano Paiva e Manuella Quirino Médicos e apaixonados pela culinária @clinicaperficere
RECEITAS
Cordeiro com risoto de coco
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carré de cordeiro é uma carne bem tenra, suculenta e sem odor forte. E nada melhor do que acompanhado de um risoto de coco regado a um bom vinho branco. Sabor único do nosso agro no prato.
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AGRO NO PRATO Ingredientes (Porção para quatro pessoas)
2 peças de carré de cordeiro de aproximadamente 1,5 kg da raça Dorper Deixe descansando por duas horas em uma marinada com: • 4 dentes de alho • 1 cebola • 1 pimenta dedo de moça sem sementes • Alecrim, tomilho, páprica doce, sal e pimenta a gosto (são o que mais dará aroma ao prato) • salsa e cebolinha • 300 ml de vinho tinto • mel • azeite Depois de duas horas na marinada, cubra com papel alumínio (parte espelhada voltada para o alimento e a parte fosca para o forno) e leve ao forno pré-aquecido por 45 minutos a 200 graus. Depois retire o papel alumínio e asse por mais 45 a 60 minutos a 200 graus regando com bastante azeite. Caso note ressecamento, neste mesmo tempo, adicione tomates cereja ou tipo confit e deixe-os cozinhando no azeite. Para o risoto de coco
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2 xícaras de arroz arbóreo 1 cebola azeite 200 ml vinho branco caldo de legumes caseiro 400 ml de leite de coco coco fresco ralado
Refogue a cebola picada bem fina no azeite até notar que os grãos estão bem untados e brilhantes, adicione o vinho e deixe secar, a partir daí vá adicionando o caldo de legumes caseiro quente aos poucos, sempre mexendo o arroz, por volta de 8 minutos desde o inicio do cozimento do arroz com o vinho, regue o arroz com o leite de coco e misture o coco ralado, o processo todo deve durar aproximadamente 16 a 20 minutos.
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PORTEIRA ABERTA SOLIDARIEDADE
CONEXÃO AGROSOCIAL
O projeto Conexão AgroSocial destinou 52,5 mil equipamentos de proteção individual para a Secretaria Estadual de Saúde do Mato Grosso do Sul, beneficiando diretamente, ao menos, 12 mil profissionais que atuam nas unidades de saúde e nas barreiras sanitárias em todo o estado. A ação é desenvolvida pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), em parceria com 24 empresas de distribuição de insumos e com articulação da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). O projeto Conexão AgroSocial beneficia pessoas vulneráveis nas regiões com expressivo potencial agrícola, atendidas pelos distribuidores associados à ANDAV, os quais comercializam insumos agrícolas fabricados pelas 26 empresas associadas ao Sindiveg. Além do Mato Grosso do Sul, a ação social beneficiará municípios de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e Tocantins.
REFORMA TRIBUTÁRIA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu no dia 2 de setembro, um debate ao vivo pelas redes sociais para tratar do tema: “Reforma Tributária: fim dos incentivos tributários e o aumento dos preços dos insumos agropecuários”. A live contou com a participação do coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, do gerente de Tributos da CropLife, Renato Gomides, do coordenador do Grupo de Estudos em Tributação do Agronegócio (GETA), Gabriel Hercos, e foi moderado pelo consultor da CNA, Reginaldo Minaré. Entre os assuntos levantados esteve a defesa da simplificação do sistema tributário brasileiro. E o impedimento do aumento da carga tributária. Para o grupo “aumentar os impostos em qualquer etapa de uma cadeia produtiva pode distorcer os preços dos alimentos para o consumidor”.
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A Revista Pecuária Brasil promoveu recentemente uma promoção em prol em prol do Hospital de Amor: a “Páginas do Amor”. Considerado um verdadeiro sucesso! Dessa vez, a solidariedade ficou por conta da Coopercitrus Expo Digital, que aconteceu de 27 de julho a 7 de agosto. A cooperativa realizou a ação “Visita Solidária do Agro”, iniciativa que mobilizou expositores e agricultores que arrecadarem recursos para o Hospital de Amor de Barretos, SP. Cada visita aos estandes virtuais das empresas participantes reverteu em doações em dinheiro diretamente ao Hospital. Diversos expositores de insumos, máquinas e implementos agrícolas, além das marcas presentes no Shopping Rural Coopercitrus, aderiram à campanha. Com este gesto simples, feito enquanto o produtor rural navegava pela plataforma, foi possível contribuir com as atividades do Hospital de Amor, que vem sofrendo grandes quedas nas arrecadações em razão da pandemia do Covid-19, com o cancelamento dos eventos beneficentes essenciais para manter os seus atendimentos. Ao todo a empresa repassou ao hospital mais de R$491 mil. Parabéns aos evolvidos por mais este ato de amor ao próximo!
EXPORTAÇÃO PET
Buscar o mercado internacional tem sido uma das principais alternativas das empresas pet para expandir seus negócios. Em ritmo de retomada, o setor deve concluir 2020 superando US﹩ 300 milhões em valor exportado. O crescimento supera 40% nos últimos três anos. Para impulsionar esse movimento positivo, membros do Instituto Pet Brasil e participantes do Projeto Setorial Pet Brasil têm acesso a estudos exclusivos de mercado. Cada um tem como tema um país-foco para as ações do IPB e do projeto, este último uma parceria entre a entidade e a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Em 2019 as exportações cresceram 13% em relação a 2018. Segundo o IPB apesar dos desafios impostos pelo coronavírus, o setor pet conseguiu comprovar mais uma vez sua resiliência. O mercado externo já havia se provado uma boa alternativa às turbulências na economia brasileira. O câmbio também permanece bastante favorável às exportações. A entidade credita os números positivos na exportação também à parceria com a Apex-Brasil. O Projeto Setorial Pet Brasil já atendeu 70 companhias. Dentre elas, 30 estão consolidadas como exportadoras.
GOVERNADOR DE MINAS VISITA ABCZ
BOMBA ALTA
O preço da gasolina apresentou acumulou alta de 11,41% em três meses. O levantamento foi feito pela ValeCard e aponta aumento de 2,74% no preço da gasolina em agosto, na terceira elevação seguida. O valor, que vinha em queda desde janeiro, já havia subido em junho e julho e voltou a aumentar em agosto, pelo terceiro mês consecutivo, chegando a R$ 4,468 e acumulando uma alta de 11,41% em relação a maio. O aumento no preço da gasolina reflete a retomada das atividades econômicas após a crise causada pela pandemia do novo coronavírus no mundo, que diminuiu a circulação de veículos no Brasil. Em agosto, a maior alta foi registrada em Goiás (5,67%). O Estado do Amazonas registrou a menor variação no valor do combustível no período (0,69%).
R$ 8,4 MILHÕES
Foi o valor disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), para atender municípios que foram atingidos por desastres naturais em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Piauí. As autorizações de repasse foram publicadas no Diário Oficial da União de 2 de setembro. Os recursos serão destinados para as cidades de Lajeado, no Rio Grande do Sul, que foi afetado por inundações no mês de julho; Ubá, em Minas Gerais, para a construção de muros do tipo gabião para a contenção em cinco avenidas da cidade, que sofreu com inundações no início do ano. E, também, para o município de Betânia do Piauí (PI) para o aluguel de carros-pipa com o objetivo de atender a população atingida pela estiagem na região.
A ABCZ recebeu no dia 28, a visita de uma comitiva do Governo de Minas. O governador Romeu Zema, secretários estaduais e assessores estiveram em Uberaba para anunciar importantes investimentos para o Triângulo Mineiro e destacou a importância da ABCZ para o desenvolvimento econômico do país. A comitiva de Romeu Zema foi recebida pelo presidente da entidade Rivaldo Machado Borges Júnior, que também destacou a importância da relação entre a entidade e governo de Minas. Entre os assuntos em destaque estava o Pró-Genética. Romeu Zema destacou a referência da ABCZ para o desenvolvimento econômico, não apenas de Minas, mas para todo o País.
SOLIDARIEDADE II
A Tereos, uma das líderes mundiais na produção de açúcar, etanol e amidos, se juntou à ação em prol das vítimas da explosão ocorrida em Beirute, capital libanesa, no último dia 4 de agosto deixando 171 mortos e centenas de feridos. Na mobilização enviará 90 toneladas de alimentos e 10 toneladas de medicamentos. Os produtos foram angariados por instituições líbano-brasileiras para as vítimas do acidente com a doação de diversas empresas e entidades.
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PORTEIRA ABERTA “SISTEMAS AGROSSILVIPASTORIS”
Terminou no último dia 4 de setembro, o Seminário internacional “Sistemas agrossilvipastoris na América Latina e Caribe: pesquisa e experiência”. Palestrantes do Brasil e mais sete países da América Latina e Caribe apresentaram os sistemas agrossilvipastoris a produtores, técnicos, comunidade científica e interessados no tema. Trocaram experiências instituições de pesquisa que estudam e realizam experimentos nesses sistemas no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, México, Colômbia, Chile e Cuba. O seminário foi transmitido pelo canal YouTube da Embrapa: https://www.youtube. com/Embrapa.
EMBRY CATÁLOGO DE CORTE TAURINO
A Alta Genetics lançou mais uma edição do catálogo de Corte Taurino para atender variadas demandas de produção. O material está recheado de informações técnicas importantes para tomadas de decisões. Ao todo, o Catálogo 2020/21 traz mais de 230 touros para atender os mais diversos mercados e sistemas de produção. Dentre eles, o Lord, touro da raça Polled Hereford, que foi líder do sumário Promebo por dois anos consecutivos (em 2018 e 2019) e ainda continua destaque no sumário; além dele, a bateria de Angus traz importantes contratações: o Colt, touro com mais de 90 libras para desmama, com ênfase para eficiência alimentar, o Onyx, filho do Therock (grande destaque da bateria Alta), com uma proposta de genética moderna e voltada para alta produtividade eficiente, e, ainda, dentro da raça Brangus o VPJ Attual, filho de Arangá, que chama atenção pela sua elevada fertilidade, sendo Concept Plus, e pela sua régua de DEPs destacada. No material, 70 reprodutores de Corte Taurino já tiveram a fertilidade provada pelo Concept Plus – programa exclusivo de fertilidade de sêmen da Alta, que identifica com precisão touros com as melhores taxas de concepção, por análise detalhada de informações de prenhez à campo – com destaque para as raças Aberdeen e Red Angus, Brangus e Red Brangus, Braford, Bonsmara, Simental, Charolês, Senepol e Wagyu. O material está disponível na versão online através do link https://www.altagenetics.com.br/produtos/ catalogos. 26
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A nova plataforma de compra e venda de material genético das melhores linhagens do Brasil já está on line e tem como proposta conectar produtores, criadores, veterinários, centrais de sêmen, laboratórios de genética, zootecnistas, lojas especializadas, proprietários de terras e prestadores de serviços com o objetivo de facilitar, e promover negócios garantindo a transparência das transações. Conheça a Embry e aproveite dessa ferramenta de inovação.
PIB DO AGRO
Mesmo diante dos impactos da pandemia do covid-19, a agropecuária apresentou alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça (1º), e analisados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Nos meses de abril, maio e junho, o setor agropecuário segue em destaque, e descolado dos demais setores como o único com expectativa de crescimento em 2020.
AVESUI AMÉRICA LATINA
APPORTEIRA
A plataforma foi lançada em junho por um grupo de sindicatos rurais integrantes do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. O aplicativo já está em operação para solicitação de Notas Fiscais e Guias de Transporte Animal (GTA) para associados aos sindicatos filiados, além de cotação de preços, previsão do tempo e notícias do setor voltadas para o público em geral. A iniciativa partiu do município de Uberlândia e já conta com adesão de sindicatos das cidades de Uberaba, Prata, Monte Alegre de Minas, Capinópolis e Tupaciguara.
GRUPO PETRÓPOLIS INVESTE 1,2 BILHÕES DE REAIS EM UBERABA
A unidade concentrada em Uberaba é considerada uma das mais modernas do segmento no mundo. Construída pela Cervejaria Petrópolis a unidade é oitava do Grupo. Para se ter idéia, o tamanho do empreendimento é equivalente a 15 campos de futebol. O Grupo Petrópolis produz marcas de cerveja como Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra, Weltenburger, Brassaria Ampolis (Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forévis), as vodkas Blue Spirit Ice e Nordka, os energéticos TNT Energy Drink e Magneto, o refrigerante It!, o isotônico Ironage, e a água Petra. A unidade uberabense terá capacidade de produção de 860 milhões de litros por ano.
A AveSui América Latina, principal feira de negócios da indústria latino americana de aves, suínos, peixes, leite, biomassa e bioenergia será realizada de 13 a 15 de abril de 2021, em Medianeira no Paraná. O evento vai permitir a realização dos necessários investimentos das cadeias produtivas. O setor de proteína animal, para o qual se volta a feira, é fonte de renda para milhões de brasileiros e garante ainda a segurança alimentar de pessoas em todo o mundo. Confirmaram presença expositores brasileiros e internacionais para comemorar os 20 anos da feira. Mais informações no site avesui.com
ROBERTO FONTES GOES É REELEITO PRESIDENTE DA ABCI
Anunciada a nova diretoria da ABCI para o triênio 2020-2023. Com a participação de associados de todo o país, o atual presidente Roberto Fontes de Goes foi reeleito para continuar os trabalhos em prol da raça. Fazem parte da diretoria o 1º Vice Presidente Rodrigo Caetano Borges, o 2° Vice Presidente João Carvalho Pinto, o 1° Secretário Sergio Silveira Fonteles, o 2° Secretário Guilherme Rosa Vaz Coelho, o 1° Tesoureiro Waldyr Barbosa de Oliveira Junior, o 2° Tesoureiro, João Newton Pereira Lopes. A diretoria internacional ficou com Claudio Silveira Resende, de Relações Públicas e Marketing Clarindo Irineu de Miranda. No Conselho Fiscal os nomes escolhidos foram de: Djenal Tavares Queiroz Neto, Acrisio Cruz Neto, Ormeu Soares da Mata. Como suplentes do Conselho Fiscal: Luana Custódio Barros, Francisco Monteiro Guimarães, Patricia Elena Sibin Barbosa de Oliveira. No Conselho Técnico ficaram: Rubenildo Claudio Batista Rodrigues, Mariana Alencar Pereira, João Eudes Lafetá Queiroz, Denio Augusto Leite Santos e Ederson Coimbra Rothmund
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PORTEIRA ABERTA LIVRE DE AFTOSA
EXPOINTER DIGITAL
Acontece entre os dias 26 de setembro a 4 de outubro, a Expointer Digital. O novo formato, além de atender as recomendações entorno da pandemia da Covid-19, também marcará os 50 anos do Parque de Exposições Assis Brasil. A expectativa é que o evento digital aconteça em um formato híbrido que mistura o presencial no parque e o virtual através de uma plataforma on-line. Serão disponibilizados quatro canais web com notícias, debates, entrevistas, provas técnicas, leilões de animais, lançamentos de produtos, shows. Além disso, haverá salas de negociação e canais direto com os expositores para geração de negócios. Para participar o participante deverá se cadastrar previamente pelo site https://www. expointer.rs.gov.br/
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assinou uma instrução normativa reconhecendo como livres de aftosa sem vacinação os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e regiões do Amazonas e de Mato Grosso. A medida está valendo desde o dia 1º/09. A norma determina que o ingresso em Santa Catarina de animais e produtos de risco para febre aftosa, provenientes dessas seis áreas, devem observar as diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até seu reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zonas livres de doença sem vacinação. A retirada da vacinação tem potencial de abrir mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá.
CANAL RURAL
PRECOCIDADE
A cidade matogrossense de Pedra Preta recebeu a 15ª Etapa do Circuito Nelore de Qualidade 2020 na unidade da Friboi. Os pecuaristas participantes levaram 546 animais para avaliação de carcaças, sendo 382 machos e 164 fêmeas. O evento foi realizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), que promoveu a etapa em parceria com a Associação dos Criadores de Nelore do Mato Grosso (ACNMT). O Circuito tem apoio da Friboi e Matsuda Sementes e Nutrição Animal. Em 2020, espera-se realizar cerca de 40 etapas em 11 estados. E, até o fim do ano, 25 mil animais devem ser avaliados, consolidando o Circuito Nacional de Qualidade como o maior campeonato de avaliação de carcaças de bovinos do mundo. 28
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No dia 7 de setembro, em que se comemora o Dia da Independência do Brasil, a ministra Tereza Cristina repetiu o feito de 2019 e convocou produtores rurais a hastear bandeiras do Brasil nas suas propriedades celebrando além da data, a Semana da Pátria. Diante disso, as redes sociais foram invadidas pela hashtag #produtorpatriota. O resultado foi surpreendente e os produtores puderam demostrar o seu patriotismo e o orgulho de ser parte do agro, colorindo de verde e amarelo as porteiras, tratores, casas e armazéns.
EXPO AGROFUTURO
Considerada como uma das feiras mais importantes do agronegócio em toda a América Latina, a Expo Agrofuturo, foi realizada entre os dias 7 a 11 de setembro, no modelo virtual. A proposta foi integrar produtores e comercializadores de produtos e serviços agropecuários, reunindo assim oferta e demanda do ecossistema do setor. Com uma programação bem diversificada como o XI Foro Internacional Ganadero, XII Congresso Internacional Agropecuário, Agrosolutions (empresas líderes do setor oferecem assessoria gratuita em temas específicos), Agrotalks (lives), vitrine virtual e rodada de negócios.
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ENTREVISTA
RIVALDO MACHADO BORGES JÚNIOR
UM NOVO NORMAL Presidente da maior associação de criadores de Zebu do mundo, a ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior aposta do novo momento e no novo formato de eventos digitais
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ALYSSON OLIVEIRA
pecuarista, empresário e atual presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), de Uberaba (MG), Rivaldo Machado Borges Júnior já está acostumado com desafios e um deles foi a realização ExpoGenética 360º, o segundo maior evento promovido pela entidade, ficando atrás apenas da ExpoZebu, que este ano foi realizado no formato digital. O que poderia ter sido uma tragédia se transformou em um dos maiores feitos já realizados dentro da pecuária mundial. O sucesso foi tão grande que o presidente já prometeu que os eventos realizados pela ABCZ, principalmente a ExpoZebu (que não ocorreu esse ano devido as restrições em decorrência da pandemia) e a própria Expogenética, terá seu formato digital mantido. Otimista, Rivaldo considera o momento propício para um novo mercado positivo e como ele mesmo diz: ‘O Agronegócio não para!’
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PB - O novo mundo fez a ABCZ mudar o formato e digitalizar a ExpoGenética 2020. Com o tema “360º do Melhoramento Genético”, os resultados apresentados superaram as expectativas atendendo uma gama de pessoas maior do que as edições presenciais. Podemos dizer que a Expogenética permanecerá com as edições virtuais? RMBJ - Já imaginávamos que a ExpoGenética 360º movimentaria bastante o setor, mas todas as nossas expectativas foram superadas. E o melhor foi que surpreendemos e superamos também as expectativas de quem confiou nesse novo formato. Juntos, fizemos uma edição histórica. Já sabemos que o virtual veio para ficar para as próximas edições. Com o fim do isolamento social, pretendemos trabalhar com os dois formatos: virtual e presencial, aumentando ainda mais as possibilidades de negócios e, principalmente, de desenvolvimento das raças zebuínas. PB - Durante muitos anos vivenciamos o glamour dos leilões presenciais. Antes mesmo da pandemia da Covid-19 já era comum a participação dos pecuaristas em leilões virtuais, o que já estava sendo bem aceito. Durante a Expogenética, os números surpreenderam. Qual sua avaliação sobre a realização desses eventos no formato virtual. RMBJ - Como você mesma disse, antes mesmo de pensarmos em feiras e outros eventos virtuais, os leilões nesse formato já eram uma realidade, atendendo com bastante eficiência alguns perfis de remates. A qualidade dos animais apresentados e, claro, o bom momento do mercado garantem os resultados, indepen-
dente da modalidade. Mas, da mesma forma como pensamos sobre as feiras, não acredito que os leilões virtuais possam substituir totalmente os presenciais. Os leilões presenciais são bons pontos de encontro, que movimentam o setor além dos negócios realizados aí. Esperamos que logo possamos voltar com essa modalidade também. PB - Avanço. O rebanho brasileiro é composto por 86% de gado Zebu, mas como o senhor mesmo afirmou, recentemente, é preciso ir além, não apenas a pecuária zebuína, mas a pecuária de maneira geral. Quais seriam as ações realizadas em prol da pecuária nacional? RMBJ - O avanço da pecuária e da representatividade do Zebu no rebanho nacional estão diretamente ligados ao melhoramento genético das nossas raças. E essa é nossa grande bandeira. Se temos animais que conseguem aumentar a produção, em um manejo cada vez mais econômico e sustentável, não abrimos espaço para outras
raças que tem mais dificuldade para o desenvolvimento em um clima como nosso, por exemplo. Atualmente, todas as ações desenvolvidas pela ABCZ buscam oferecer ferramentas para que os criadores consigam melhorar seus rebanhos, independentemente do perfil da propriedade. Temos, por exemplo, o Pró-Genética, que de forma geral, tem como objetivo democratizar essa genética melhoradora, facilitando o acesso de pequenos e médios produtores rurais a animais comprovadamente melhoradores. Temos também o PMGZ Comercial, com foco nos rebanhos comerciais. Temos o PMGZ Genômica, que auxilia o criador a acelerar o processo de identificação dos melhores animais e, consequentemente, utilizar de forma ainda mais efetiva aquela genética. Enfim, temos trabalhado bastante para promover o melhoramento genético das raças zebuínas e isso, naturalmente, irá aumentar
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ENTREVISTA
ainda mais a nossa participação na pecuária brasileira e mundial. PB – Prioridades. O que os associados podem esperar do seu triênio? RMBJ - Nossa bandeira é construir uma ABCZ com Força Total no Campo. É levar desenvolvimento, tecnologia e negócio ao nosso associado porteira adentro. Comprovamos isso com a ExpoGenética, onde possibilitamos que os criadores mostrassem seus rebanhos de maneira virtual e, com isso, conseguir resultado na comercialização de seus produtos de maneira generalizada. Estamos trabalhando firme na valorização do Touro PO e na conscientização dos produtores sobre a importância da aquisição do animal com o registro para o melhoramento genético. A tecnologia está mais próxima do que nunca dos nossos associados, através de um forte trabalho de difusão do PMGZ e do PMGZ Comercial, além, é claro, do nosso Pró-Genética que está mais forte do que nunca. A diretoria da ABCZ está muito focada no desenvolvimento da entidade e de seus produtos para garantir resultado para o produtor rural. PB- À frente da ABCZ, você vem defendendo a busca por novas tecnologias. Quais os projetos
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relacionados ao tema pode nos adiantar? RMBJ - A ABCZ sempre trouxe em seu DNA o investimento em tecnologias e novidades, e isso pode ser percebido ao longo dessa história de mais de cem anos em prol da pecuária brasileira. Em nossa gestão, claro, não tem sido diferente, e esses investimentos não estão em projetos pontuais, mas em todas as atividades desenvolvidas pela nossa entidade. E isso pode ser percebido em ações mais simples, desde a recente melhoria que fizemos em nossa rede de internet, para o atendimento ao nosso associado, que nesse período tem acontecido em grande parte de forma remota, passando, claro, por iniciativas ainda mais impactantes, como os investimentos para a implantação do PMGZ Genômica, que já colocou nosso banco de dados entre os maiores do mundo. PB - Outro destaque da sua gestão é o Integra Zebu projeto voltado à recuperação de pastagem. Conte um pouco mais sobre esse projeto e a importância para a agropecuária brasileira. RMBJ - Esse é um projeto que
eu, especialmente, tenho um carinho muito grande e a certeza de que será uma das grandes marcas da nossa gestão. Desenvolver uma pecuária ainda mais rentável e, principalmente, sustentável, passa por essa importante missão de recuperar pastagens. Atualmente, 70% das pastagens brasileiras estão degradas, e isso torna o processo de produção ainda mais difícil e oneroso. De forma geral, o que buscamos com esse projeto é oferecer aos nossos associados, informações e embasamento técnico para que essa recuperação possa ser feita. Isso irá acontecer por meio da contribuição de importantes parceiros, entre eles a Embrapa, que, junto com a ABCZ, estarão literalmente no campo transformando essa realidade. PB - Para os pequenos produtores, quais as ações direcionadas? RMBJ - Esse é um questionamento muito oportuno, pois muitas pessoas ainda têm uma visão distorcida, de que a ABCZ é uma entidade apenas para os grandes pecuaristas. Muito pelo contrário! Inclusive boa parte dos nossos associa-
dos é de pequeno e médio porte, buscando aumentar a produção, por meio das ações de melhoramento genético. Atualmente, todas as nossas atividades são voltadas ao pequeno, médio e grande produtor rural. A diferença está mesmo é no perfil produtivo da fazenda, que dentro do PMGZ, por exemplo, irá desenvolver ferramentas específicas para o rebanho comercial ou para o gado registrado para seleções genéticas. Como também, é claro, para aqueles produtores que estão começando agora a investir em genética, e vão conseguir por meio da ABCZ e parceiros, adquirir seus primeiros animais melhoradores no Pró-Genética. PB - “Essa tal genotipagem” foi tema de um debate durante a Expogenética. A expectativa, conforme declarado por você, é que se feche o ano com mais de 100 mil animais genotipados, o que dará um salto no melhoramento genético zebuíno. Quais são as expectativas para esse projeto? RMBJ - Na verdade, já batemos essa meta de 100 mil animais genotipados, sendo que essa foi a quantidade avaliações genômicas incluídas em nosso Sumário de Touros 2020/2, lançado durante a ExpoGenética. Trata de cerca de 95 mil animais da
raça Nelore e outros cinco mil Tabapuã. Nossas expectativas para esse projeto, claro, é continuar aumentando esse banco de dados, apresentando nas próximas edições do sumário avaliações genômicas também das demais raças zebuínas, o que nos colocará em um lugar de ainda mais destaque no cenário mundial. PB - Sobre o leite, o que está sendo realizado para ampliar a produtividade. Melhoramento genético desse commodity? RMBJ - Com certeza! Temos, inclusive, um departamento de pesquisadores e técnicos específicos para desenvolver as ações de melhoramento genético para as raças zebuínas leiteiras, e temos atingido bons resultados. Para se ter ideia, somando as raças Gir, Guzerá e Sindi, já temos mais de 342 mil animais avaliados pelo PMGZ Leite. E esse não é o único número que comprova o impacto e a importância do programa. Já somamos também mais de 860 mil controles realizados, quase 110 mil matrizes inscritas, e pouco mais de 104 mil encerradas, também considerando todas as
raças. PB - ExpoZebu 2021. O que podemos esperar do maior evento da pecuária mundial, no novo formato? RMBJ - Após uma ExpoGenética histórica como a que tivemos agora, as expectativas com a próxima ExpoZebu aumentam ainda mais. Inclusive entre nós! Afinal, estamos falando de feiras com características técnicas diferentes, e mesmo com a expertise que adquirimos com a ExpoGenética, teremos novos e grandes desafios pela frente. Mas desafios nunca foram problema para nós, e já estamos desenhando a próxima ExpoZebu, considerando as diferentes possibilidades que poderemos ter, a partir da evolução do combate a pandemia no Brasil e no mundo. As reuniões estratégicas já começaram, e dessa vez teremos mais tempo para nos adaptarmos, diferentemente do que aconteceu esse ano, quando fomos surpreendidos pela pandemia. Mas uma coisa eu digo com toda tranquilidade: o público pode esperar uma ExpoZebu também histórica e conectada com as novidades e tecnologias disponíveis.
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CALENDÁRIO Interleite Brasil 2021
Expo Ituverava
Pré-lançamento 16 de setembro das 17h às 20h30 Evento on-line e gratuito http://www.interleite.com.br/
09 a 12 de outubro +55 (17) 9 8148 9610
Feira de touros Pró Genética Virtual do Espírito Santo
25 de setembro a 02 de outubro Vitória - ES +55 (28) 3556-1124 1ª Feira Virtual Pró-Genética dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
25 de setembro a 09 de outubro +55 (34) 99984-6162 graziela.rocha@abcz.org.br Expointer Digital
26 de setembro a 04 outubro site https://www.expointer.rs.gov.br/
49ª EXPOINEL Nacional - 2020 14 a 20 de setembro VILA VELHA – ES
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Expo Uberlândia
15 a 23 de Outubro Sindicato Rural de Uberlândia +55 (34) 9 9971 6202 70° ExpoAgro Alagoas em Maceió
23 de outubro à 01 de novembro +55 (82) 9997-0088 Maceió – AL EXPOBRAHMAN
29 a 31 de outubro Araçatuba - SP +55 (34) 9839-4258
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PECUÁRIA 360
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CASA BRANCA
O Leilão da Casa Branca Agropastoril realizado, em setembro, em Silvianópolis, Minas Gerais movimentou R$ 3,17 milhões resultado 26,73% superior ao obtido em 2019. Para os organizadores, o leilão foi muito bom e reforça o trabalho sério e a dedicação do time da Casa Branca, que comercializou cotas de oito touros contratados pelas principais centrais do país.
FAZENDA SÃO LOURENÇO
Três milhões de reais com Nelore Mocho e Padrão. Essa foi a movimentação do leilão promovido pela Fazenda São Lourenço. O pregão eletrônico de touros do criatório com sede em Amambaí, no Mato Grosso do Sul, registrou média geral de preço de R$ 25.182. Os exemplares criados e recriados a pasto, precoces, com registro definitivo e duplamente avaliados formaram os lotes de genética qualificada que foram ofertados pelo criador Geraldo de Souza Carvalho Júnior durante o “Leilão Virtual Reprodutores Nelore Capital – Fazenda São Lourenço”. O evento contou também com zebuínos da Fazenda 3 Nascentes (Terenos, MS), do pecuarista convidado Claudionor Duarte.
LEILÃO MATRIZES NAVIRAÍ
Com média de R$22.612,50 de comercialização de fêmeas, o criatório do pecuarista Cláudio Sabino Carvalho Filho realizou no dia 12 de julho o seu leilão virtual de matrizes. Realizados em Uberaba, o evento ofereceu novilhas super precoces, matrizes paridas e prenhas e ainda doadoras. Ao todo 268 animais, em lotes individuais e múltiplos. Os lotes individuais tiveram média de venda de R$28.580,56 e a média geral foi de R$ 22.612,50. Os resultados registram um crescimento de mais de 400% no total e 80% nas médias.
PARANÃ SUPER QUALITY
O leilão Nelore Paranã Super Quality, do pecuarista Aguinaldo Ramos Filho, emtrou para a história realizando o seu primeiro leilão elite no formato virtual. Ao todo foram ofertados em uma pista, 53 lotes entre prenhezes de grandes campeãs nacionais, jovens doadoras, bezerras e novilhas das melhores famílias atingindo uma média geral de 79.132,65. A média de fêmeas chegou a R$79.300,00 e de prenhezes R$ 77.250,00. O destaque do pregão ficou com a venda VIATINA TE J. GALERA, filha de Bitelo SS com Ryatna 12 da Sabiá, que acompanhou seus dois clones Viatina TN J.GAL PARANÃ e Viatina TN2 MARA MÓVEIS vendida por R$ 903 mil. 36
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GENÉTICA JATOBÁ
CARPA SERRANA
Mais de 4.500 lotes de gado comercial, touros e matrizes foram negociados durante o 41º Mega Leilão Anual Carpa do criador Eduardo Biagi. O pregão foi acompanhado virtualmente entre os dias 30 e 31 sendo transmitido, ao vivo, pelo Canal Rural. Com um faturamento superior a R$ 22,1 milhões, o evento registrou crescimento de 115,5%. Além de avaliações intra-rebanho e medições de ultrassonografia de carcaça, todos os touros saíram com índices do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A etapa também negociou 3.036 bezerros de corte à média de R$ 3.627 (R$ 13,58 kg/vivo), 615 fêmeas comerciais virgens por R$ 3.848 (R$ 12,52/kg) e 612 novilhas de corte prenhes a R$ 5.858 (R$ 11,71/kg), em média. O conceituado criatório acumula 49 anos de seleção e melhoramento genético na raça Nelore.
LEILÃO NOITE DOS CAMPEÕES
Com 36 anos de tradição, foi realizado no dia 26 de junho, no formato de live, o leilão Noite dos Campeões mantendo a qualidade e o sucesso de quase 40 décadas. Foram apresentados somente a “cabeceira” dos plantéis da Fazenda Sabiá, Fazenda Guadalupe, Nelore Gibertoni, Nelore 2L e RFA Agropecuária em 21 lotes de excepcional qualidade. O destaque ficou para venda dos lotes das fêmeas prenhes: 50% da Pintura da RFA, valorizada em R$ 936.000,00, que já teve várias filhas campeãs de pista; Dhalas FIV da Sabiá por R$480.000,00, uma jovem doadora neta da Beluga e o lote 13 da Taiga FIV da Monte Verde + Taiga TN1 Giber, uma grande campeã 2016 na Expoinel, com venda de 50% por R$ 435.000,00. Também foram vendidas prenhezes que fizeram média de R$ 208.363,63.
Em dois dias de remates, a Fazenda Jatobá quebrou recordes. O evento aconteceu nos dias 2 e 3 de maio durante a Semana Virtual do Zebu onde foram comercializados exemplares premiados em pista e únicos em sua genética e padronização. A venda bateu recordes, com uma marca de R$ 9 mi em vendas. A média das fêmeas atingiu R$ 180 mil e o grande destaque ficou com Jolie FIV do Mura que recebeu premiação de Pentacampeã como melhor matriz do Ranking Nacional da ACNB vendida por R$ 1.518.000,00. No lote também estava incluído o clone do animal, a Jolie 1 TN do Mura. A segunda etapa contou com 179 animais com um faturamento de R$ 4.926.600,00. A média geral atingiu R$ 38.190,70, sendo das fêmeas R$ 38.057,85 e dos machos R$ 40.200,00.
LEILÃO TABAPUÃ DA GÊ TEM MÉDIA DE 15.327,27
O Tabapuã da Gê 05, de João e Gerusa Trivelato, colocou à venda no último dia 10 de setembro, touros reprodutores avaliados pelo Programa de Melhoramento Genético de Zebuíno da ABCZ. Com 100% de liquidez, as negociações envolveram 55 exemplares da safra 2017 e 2018 ao preço médio de R$ 15.327,27. O touro Efêmero FIV da Gê 05 -TVCA 1246 ( DECA 2) lote surpresa do leilão se tornou o lote mais valorizado do evento sendo arrematado por mais de R$ 40 mil por Dorvalino Aparecido Dedone. A organização do remate foi da Connect Leilões, com transmissão pelo Canal do Boi, assessoria Paulo Camargo e a coordenação dos lances com o leiloeiro Adriano Idival.
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LEILÃO ELO DE RAÇA
CAMPANHAS EM PROL DO NELORE E NELORE MOCHO
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) lançou recentemente algumas ações para promover a raça Nelore e Nelore Mocho. O presidente da ACNB, Nabih Amin El Aouar explicou que as ações envolvem receitas de culinárias usando como base a carne de nelore focando a qualidade da carne vermelha e os benefícios para a saúde da população. Outra ação é sobre o agro e a pecuária. Usando “personas” famosas como cantores, atores, atletas, dentre outros nomes de peso nacional o foco é mostrar que a pecuária e o agro não são vilões, mas sim, produtores de alimentos que abastecem o mundo. Sendo o setor que mais emprega e gera renda para o País.
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Os 30 anos do leilão Elo de Raça foi realizado no dia 12 de setembro em um novo formato, o livestream marcando o calendário nacional da raça. Os 30 lotes foram apresentados direto da Chácara Mata Velha, em Uberaba (MG). Abrindo o leilão e já entre os lotes mais valorizados, foi realizada a venda de 100% da Namorada da Di Genio. Foi vendido 50% Charleston FIV da Sabiá, uma das mais completas doadoras da nova geração, filha de Big Ben da SN na Salinas TE da Sabiá. E, o único touro ofertado foi Rem Dheef, teve venda de 33%, considerado diferencial entre os touros da atualidade da raça nelore, está entre os líderes de sumário e possui mais de 10.800 filhos avaliados em mais de 360 rebanhos do PMGZ e imbatível nas análises de intrarebanho. Ele foi valorizado em mais de R$ 3 mi. A média geral teve um crescimento de 52,91% em comparação a 2019 e no faturamento um acréscimo de 134%.
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RAÇA
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SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES
A Superação do agro O PROTAGONISTA DA VEZ É O AGRONEGÓCIO INDUBRASIL
AOS OLHOS DA CIÊNCIA SETEMBRO 2020 | #pecBR
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RAÇA
A Superação do agro O protagonista da vez é o agronegócio que está abastecendo muitos países com a sua produção alimentar. A carne novamente se destaca entre um dos itens mais comercializados durante a pandemia de Covid-19 CARLOS LOPES, CLÁUDIA MONTEIRO E RODOLPHO ORTENBLAD
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agronegócio brasileiro vem sendo tratado como o protagonista de um novo mundo que estamos vivendo em decorrência da pandemia de Covid-19. Tudo muito novo, o assunto está sendo tratado por profissionais de medicina, empresários, jornalistas, dentre outras profissões. Mas afinal de contas podemos dizer que o coronavírus veio para despertar o potencial do agronegócio? Recentemente, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina afirmou que países que colocavam restrições na importação de alimentos no Brasil passaram a fazer consultas ao Ministério pedindo abertura do mercado. Ainda é muito cedo para dizer quando será a pós-pandemia, mas a ministra chegou a garantir, que “essa deve ser a grande oportunidade para a agropecuária brasileira. Muitos países temem pelo desabastecimento alimentar de seus povos no futuro próximo”, destacou a ministra. Um exemplo é a China. De acordo com informações do site Poder 360º, apenas 14,3% do território do gigante asiático se presta à agropecuária. O restante tem uma geografia montanhosa, desértica e gelada. A China tem 20% da população mundial com apenas 7% das terras aráveis do planeta. Realidade contrária do Brasil. Nos últimos 40 anos, a área das lavouras chamada temporária direcionada aos grãos e cereais quase dobrou. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no período de 2000 a 2016, foi à produtividade que respondeu por 76,4% do crescimento do produto. Em uma publicação, o engenheiro agrônomo e doutor em Administração, Xico Graziano, declarou que o agro brasileiro se mantém como um grande potencial. Daí vem o enorme crescimento do setor.
“A fronteira agrícola do Brasil ainda se expande incorporando solos virgens. A população se incomoda com o desmatamento. Mas, respeitando-se absolutamente o Código Florestal, existe um estoque aproximado de 10 milhões de hectares com elevada aptidão agrícola a ser desbravada, o que significa próximo de 1,6% das florestas nativas, no cerrado principalmente”, diz o engenheiro agrônomo. Ele declara que o principal vetor de crescimento dos cultivos surge na transformação de pastagens, normalmente degradadas, em lavouras superprodutivas. “É aqui que reside a grande vantagem comparativa do Brasil com relação aos demais países”. Sobre a condição tropical do País, é sabido que é possível colher até duas safras consecutivas no mesmo terreno e aproveitar a terra na sequência para o pastoreio intensivo. Esse modelo, único no mundo, se denomina iLP, integração lavoura-pecuária e vem sendo muito utilizado para alavancar a Pecuária nacional. Citado como exemplo está o plantio da soja que tem a colheita prevista entre março e abril. Logo em seguida passa o espaço para o plantio do milho que se dá em entre os meses de maio e junho; saindo o milho, em 30 dias a pastagem, que foi semeada junto com o cereal estará exuberante para o pastejo da boiada. Em 90 a 120 dias, o gado sai e se retoma o ciclo que é um privilégio brasileiro. Xico fez questão de citar “A Rodada de Doha”, que se estende há anos e foi iniciada no Qatar, em 2001, durante a IV Conferência Ministerial da OMC. “O Brasil luta desde a Rodada de Doha para ter acesso a relevantes mercados agrícolas. Agora, com medo de ficarem sem comida no prato, inverteu-se a lógica. São eles que querem abrir suas fronteiras. Correm atrás de nossos alimentos. Épocas de crise forçam o pensamento estratégico. Lá, no horizonte, se enxerga o celeiro do mundo. Verde-amarelo”, destacou o doutor. Pecuária. Durante a Expogenética 360º foram reali-
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RAÇA zados vários debates técnicos e, como já esperado, foi levantado por especialistas do setor pecuário “o que o agro pode esperar após a Covid-19”. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Rivaldo Machado Borges Júnior “o agro não para”. “Temos sempre ouvido e falado sobre a importância do setor em momentos como esse, e, inclusive, a frase: ‘O Agro não para’ se tornando o nosso maior lema neste momento. Seguimos como a principal engrenagem da economia nacional para que os impactos dessa pandemia fossem amortecidos para o setor produtivo, e para toda a população, de forma geral. Aliada a esse trabalho incansável no campo, uma das marcas da nossa entidade é o pensamento otimista. Seguimos confiantes de que em breve essa pandemia seja apenas uma lembrança histórica, e o que esperamos para esse momento é uma valorização ainda maior para esse setor que é a moeda forte do nosso país, mesmo em momentos mais difíceis, como o que estamos enfrentando agora”, frisou. O gerente comercial da ABCZ, João Gilberto Bento, que é zootecnista, pós graduado em Marketing e Gestão Ambiental, foi o mediador do debate técnico que tratou dos novos rumos do agronegócio depois da pandemia mudando o cenário econômico, impactando a vida da população mundial. “Pela natureza do agro, se manteve mais uma vez firme na economia se mantendo estável nos últimos quatro meses. Com o crescimento das exportações e do auxilio do Governo Federal, que beneficiou milhares de cidadãos de baixa renda sendo injetado na economia cerca de 50 bilhões de reais por mês com o pagamento desse voucher,o consumo de alimentos aqueceu e, em especial, das carnes. Quando teve início o pagamento deste benefício. A população estava reclusa e não havia espaço para gastar em outros setores,, por isso se investiu mais na alimentação”, disse Bento. Sobre o mercado externo, ele afirmou que o forte impacto da China, que passou a comprar mais fortemente a carne brasileira. “A China foi um dos países menos impactados no quesito logístico, ao contrário de outros países. Embarques em navios foram feitos normalmente, um volume maior do que o ano passado. Momento de surpresa para o setor. Nitidamente percebemos que o nosso produto que está seguro por vacinas, está preparado para enfrentar pandemias globais, como a Covid-19”, declarou. O gerente fez um alerta sobre o Mercado Interno. “A segurança alimentar está sendo exigida cada vez mais e será um fator determinante para que o Brasil mantenha a liderança do mercado mundial. As barreiras sanitárias funcio-
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nam como barreiras comerciais e como é sabido, o Brasil é um grande competidor do mercado mundial e por isso, o mundo está de olho para qualquer problema. Toda a atenção no entorno desse assunto é importante”, completou. Sobre 2021? Bento declarou que a taxa de câmbio praticada se mostra favorável à exportação. Segundo ele, o preço dos produtos brasileiros permitiu uma competitividade dos nossos produtos, o que de acordo com ele, também foi responsável pelo “sucesso dos nossos negócios nesses últimos meses”. “Sobre 2021 só tenho uma afirmativa: metade da soja já está comercializada para 2021, por isso, as nossas expectativas são as melhores possíveis”, ressaltou. Leite e Corte O consultor de agronegócio Manfred Folz falou durante a Expogenética 2020, sobre o posicionamento do agro, tanto para a pecuária de Corte quanto para a pecuária Leiteira, durante a pandemia que estamos vivendo. “A agronegócio não pode se dar ao luxo de parar! Todos sabemos disso eu entendo que o Agro brasileiro está enxergando
uma janela de prioridades. Temos que aproveitar o momento ocupando mais espaços mostrando o que já fizemos de bom e o quanto já melhoramos”, diz. Leilões O mercado de leilões virtuais durante a pandemia apontou um crescimento de mais de 300% entre os meses de abril a julho de 2020. O isolamento social e o acesso a tecnologia foram os fatores determinantes para esse aumento. De acordo com Ademir Jovanini Augusto Filho, proprietário da Premier Assessoria Pecuária, esses modelos de leilões são considerados sustentáveis, mas o evento presencial, continua sendo uma necessidade. “Esse novo formato já é uma realidade, é um modelo sustentável e pé no chão. Mas, não podemos ir contra a escolha da maioria. Os leilões presenciais voltarão assim que possível com força total. É uma necessidade do setor. A escolha touros e fêmeas de pistas, bem como os animais de elite tem espaço. Essa a é minha visão”, observa. O diretor da Central Leilões, Lourenço Campo também comemora o momento. Segundo ele, o mercado se comportou muito bem e o público aceitou essa modalidade de leilões virtuais. “A pecuária passa por momentos primorosos. O novo momento nos fortaleceu muito. Para uma pós-pandemia, minha expectativa é que os leilões, principalmente aqueles já consagrados pela tradição do presencial, continuará. Principalmente com o objetivo de ser um ponto de encontro para visitação nas fazendas e mesmo para fortalecer os relacionamentos”, pontua.
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RAÇA GUZERÁ participa do TDTJ
A A raça dobrou sua participação no Teste Desempenho de Touros Jovens de 2020/2021 Embrapa/AGCZ
CARLOS LOPES E GUSTAVO MIGUEL
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23ª edição do Teste de Desempenho de Touros Jovens (TDTJ) conta com uma participação de peso do Guzerá, sendo a segunda raça zebuína com maior número de animais inscritos. Este ano participam 45 exemplares, o dobro de 2019. A Associação dos Criadores de Guzerá e Guzolando do Brasil (ACGB) está contribuindo com todos os associados participantes, subsidiando metade do valor das inscrições. “Isso mostra o interesse dos criadores da raça por provas de desempenho que avaliem a velocidade de ganho de peso, o desenvolvimento testicular, ultrassonografia de carcaça, área de lombo, que tem a correlação com rendimento, espessura de gordura e também sua avaliação funcional”, diz o pesquisador da Embrapa Cerrados, Cláudio Ulhoa Magnabosco. Iniciadas no dia 29 de julho, as avaliações contemplam as provas de Ganho em Peso (PGP) a Pasto e Teste de Eficiência Alimentar, com avaliação do Consumo Alimentar Residual (CAR). Serão 294 dias de prova, sendo 70 dias de adaptação e 224 dias de prova efetiva. Os animais são mantidos em pastagens renovadas por sistema de Integração Lavoura e Pecuária, sendo suplementados com mineralização adequada para a categoria animal e época do ano. Para o presidente da ACGB e titular da Fazenda Palestina, em Paraopeba (MG), Marcos de Almeida Carneiro somente com informações e dados científicos/técnicos a raça poderá evoluir ainda mais rápido. “A Embrapa é uma entidade renomada no mundo e com o maior número de trabalhos publicados. Vale a pena participar e apoiar esta
iniciativa”, destaca Carneiro. Participante desde as primeiras edições do TDTJ, o criador Antônio Pitangui de Salvo, da Seleção Guzerá, acredita que as prova de ganho em peso e de CAR são fundamentais para uma seleção funcional diante dos desafios da pecuária atual. “ Cada vez mais o produtor rural brasileiro vai sair à procura de animais avaliados. E a PGP é, sem dúvida nenhuma, uma das melhores ferramentas para mensurar o que realmente nos interessa, que é ganhar peso a pasto ou em confinamento”, diz Antônio de Salvo, que junto com sócios e parceiros da Seleção Guzerá, enviou animais para o TDTJ. Outro criatório que participa desde a primeira edição da prova é o Guzerá da Capital. Segundo o pecuarista e 1° vice-presidente da ACGB, Adriano Varela, o mercado pecuário está em busca de performance, de animais provados e avaliados, ou seja, uma segurança maior em suas aquisições. “As provas são vitrines que devem ser cada vez mais exploradas para mostrar o potencial da raça Guzerá e firmá-la como opção genética aos pecuaristas que estão em busca de um grande ganho de heterose nos cruzamentos”, assegura Varela. Essa 23ª edição também tem criatórios estreantes, como a Companhia Mate Larangeira, localizada no Mato Grosso do Sul. “Participando da prova podemos mostrar o potencial da genética do Guzerá e ajudar a fomentar a raça e seus cruzamentos aos demais pecuaristas/criadores. Outro ponto importante a se destacar é que participando desta prova conseguimos ‘medir’ nossa genética, comparando com os demais criadores que estão participando”, acredita Leandro Kendy Matsumoto, diretor Técnico da ACGB e auxiliar de Administração de Pecuária da Companhia Mate Larangeira. Do Pará, estão participando seis animais, sendo três do Condomínio Tachy do Sal, Fazenda Encarnação, no município de Santarém Novo. Segundo o criador e diretor financeiro da ACGB, José Luiz Ferreira de Almeida Filho, a procura por touros Guzerá no estado é grande e ter animais avaliados traz muito mais valor à raça perante o mercado. “O touro Guzerá é uma ferramenta de trabalho para ser usada com grande sucesso na vacada de todo o Brasil, mas em especial no Nordeste e Oeste do Pará, onde o rebanho de fêmeas é crescente, mas carente de touros”, ressalta Almeida Filho. O criador Milton Dias Filho, titular do Guzerá Icil, com fazendas sediadas em Itacarambi/MG, também participa da prova e reforça a grande procura por touros da raça. “Com o bom momento que atravessa a pecuária, o Guzerá tem muito a contribuir para melhorar a rentabilidade dos produtores, pois gera produtos pesados e de qualidade. O Guzerá proporciona um resultado espetacular no cruzamento, que nós que selecionamos a raça a muito tempo já sabemos há décadas, mas com provas como a da Embrapa temos como comprovar ao mercado todo esse desempe-
nho fantástico”, reforça Milton. Outro participante do TDTJ, o criador Luciano Bonfim destaca que o mercado está aquecido para a raça. “Por isso, manter a participação em testes como o TDTJ ajuda a mostrar ao mercado o potencial do Guzerá. Além disso, nossa contínua divulgação dos dados, quer pela imprensa ou mídias sociais, tem despertado cada vez mais o interesse dos pecuaristas na criação da raça. É uma genética que permite sua utilização tanto em cruzamentos, principalmente com a vacada Nelore que predomina em nosso país, quanto em vacas cruzadas, onde o criador procura bezerros machos de qualidade e fêmeas com razoável produção leiteira”, conclui Luciano Bonfim, que coordena a participação do Guzerá na prova. O criador e diretor Técnico da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil, Leandro Botelho Neiva, reforça o fato da prova de ganho em peso ser uma ferramenta muito importante para quem faz melhoramento genético do rebanho, pois identifica exemplares de maior desempenho dentro de um grupo contemporâneo de animais. “A raça Guzerá contribui e muito para pecuária do Brasil, pois sua dupla aptidão permite o uso tanto em cruzamentos de corte quanto de leite, e em ambos os casos com grande desempenho”, assegura Leandro Neiva, da Fazenda Poção, em Paracatu/MG, que também tem animais inscritos na prova.
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Sindi
engajado Causas sociais mobilizam criadores da raça em todo o Brasil. Leilão Direito de Viver, edição Sindi, pelo movimento Agro Contra o Câncer em prol do Hospital de Amor acontecerá em17/10
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GUSTAVO MIGUEL
Um dos projetos mais bem sucedidos do mundo e que tem a alma e a cara do Agro do Brasil, agora conta também com a parceria da ABCSindi e o apadrinhamento da Reunidas Castilho, pelo vice presidente da entidade e titular da propriedade, o criador Adaldio Castilho. O HA, antigo Hospital do Câncer de Barretos, recentemente rebatizado de “Hospital de Amor” fundado em 1967, nasceu, cresceu e se consolidou como referência nos tratamentos oncológicos graças a doações de pecuaristas, fazendeiros, empresas das cadeias produtivas e dos artistas sertanejos que fazem sucesso na música. “Eu também atendi ao chamado do Rubikinho e do Adir do Carmo Leonel, para junto com a ABCSindi e seus sócios, ajudar o Hospital de Amor. Considero essa uma causa das mais importantes. A luta para arrecadar fundos, ajudar a pagar as despesas e manter os serviços essenciais é de extrema relevância para manter o atendi-
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mento mensal de 11 mil pessoas e uma folha fixa de R$ 45 mi com déficit gigante dos repasses do Ministério da Saúde. Estou feliz de poder ajudar, satisfeito com a receptividade dos companheiros que são criadores da raça Sindi e estão doando lotes para o leilão e empolgado com a realização do remate”, conta Adaldio. No Hospital de Amor, o engajamento das pessoas que atuam nos diversos segmentos da produção é exemplar e por isso o Agro Contra o Câncer, liderado pelo pecuarista Rubikinho de Carvalho que é o maior responsável por arrecadações. “Esse foi um dos leilões mais rápidos que já estruturamos. Em uma tarde de visita lá na Fazenda Tabaju do Adaldio, já conseguimos a assessoria, a leiloeira, o canal e um grupo forte para buscar os lotes de doação. Serão cerca de 30 lotes que podem render uma quantia muito boa para o Hospital. Nossa expectativa é imensa pelo sucesso desse remate porque a raça Sindi tem crescido demais pelo valor zootécnico e genético dela e o grupo de selecionadores tem muita gente solidária e comprometida. Vários sindiristas, como por exemplo, o Ângelo Tibery, a Bia Biagi e o José Humberto Vilela já são parceiros do HA e esse movimento do bem já surge fortalecido com essa raça”, avalia o coordenador do Agro contra o Câncer. O Leilão da raça Sindi em prol do Hospital de Amor será no dia 17 de outubro e outras definições serão informadas. Os criadores da raça Sindi, inscritos ou não na ABCSindi, podem comunicar suas doações e a participação ao criador Adaldio Castilho e a equipe de secretariado e assessoria da Associação promocional. Os contatos telefônicos, e-mails pessoais e whatsapp estão na aba dos sócios no site www.sindi.org.br . “Só uma palavra nos liberta de todo o peso eda dor da vida: essa palavra é amor. A frase de Sófocles se mantém atual há séculos e é cada vez mais urgente com relação a atitudes e iniciativas em prol de pessoas mais necessitadas. Como criador, já empenhei um lote de doação do Sindida Bom Jesus e como um representante dos associados estou convocando os selecionadores e pedindo tanto as doações, quanto o apoio na
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divulgação e por último a participação no evento como compradores. Os lotes estão sendo apartados com carinho e critério para representar a raça com alta qualidade e honrar os projetos do Hospital de Amor”, disse Ronaldo Andrade Bichuette. As ações beneficentes em conjunto com institutos, entidades e ongs se multiplicam como uma onda no terceiro setor e na inciativa privada. Ter a condição de poder prestar ajudar é muito melhor e mais confortável do que estar na situação de alguém que necessita de ajuda. Por isso, seja você também um doador ou voluntário das campanhas Agro Contra o Câncer em prol do Hospital de Amor. “O Sindi é a raça que hoje mais evolui nos registros da ABCZ em percentual e isso porque as qualidades zootécnicas dos animais são muito consistentes. Grandes criatórios já estão disponibilizando os lotes e só vai ter coisa boa nesse remate. Estamos todos empenhados no sucesso do leilão. Além de poder entrar para a raça ou reforçar o plantel o comprador ainda vai apoiar a causa do Hospital de Amor junto com a gente”, conta o diretor da Connect Leilões, Silvestre Marinho do Carmo. Participe do Leilão Direito de Viver Sindi! Procure os representantes da ABCSindi, da Connect Leilões, da Reunidas Castilho e de Carvalho Assessoria para fazer doações ou ajudar à causa dando lances, comprando animais, embriões ou prenhezes.
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RAÇA
O Indubrasil aos olhos da ciência Convênio técnico científico de cooperação múltipla vai diagnosticar e traduzir as virtudes e vantagens econômicas da raça Indubrasil DIVULGAÇÃO E JADIR BISON
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s criadores de Indubrasil comemoram a oficialização de uma importante parceria entre a Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Secretaria de Desenvolvimento e Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). O convênio firmado pelos representantes dessas entidades vai possibilitar a execução do ‘Projeto de Con-
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servação e Difusão Genética da Raça Indubrasil’ por uma série de estudos e pesquisas que serão desenvolvidos com a raça para produção de dados e informações sobre as características zootécnicas do zebuíno, o temperamento, as vantagens da genética no cruzamento para a produção de bovinos destinados tanto à cadeia produtivada carne quando a do leite. O documento foi assinado no início do mês de fevereiro em Aracajú – SE. O presidente da ABCI, Roberto Fontes Góis, que na ocasião também representava o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Bor-
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ges Junior, comentou sobre a relevância das pesquisas que serão elaboradas de forma exclusiva com a genética de animais A2A2, os que podem produzir leite que não causam alergias à proteína e tem efeito menos agressivo para pessoas com intolerância à lactose. “A iniciativa é um Termo de Execução Descentralizada, que permite a realização de atividades de interesse recíproco, em regime de mútua colaboração. Nossa expectativa é alta, mas temos certeza do sucesso dessa empreitada pela seriedade das instituições e pelo apoio do governo Federal através do Mapa e da representatividade do Deputado Federal sergipano Laércio Oliveira que prestigiou a cerimônia. Gradativamente os criadores de Indubrasil poderão contribuir com dados, materiais dos animais e se beneficiar dos resultados e informações processadas pelos cientistas da UFS”, disse. O gestor do projeto e superintendente federal da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Sergipe, o engenheiro agrônomo Haroldo Araújo Filho disse que essa demanda vai impactar a pecuária de 24 países que utilizam o Indubrasil. “Temos que estimular o setor por toda tradição que temos. Esse projeto visa salvaguardar o patrimônio genético do Indubrasil e difundir sua criação entre os produtores leiteiros sergipanos que sempre foram referência na criação e utilização da raça. Poderemos demonstrar as características produtivas do Indubrasil em vários aspectos da sua utilização econômica, especialmente nos cruzamentos”, completou. A partir do projeto, as demais raças criadas em Sergipe também serão beneficiadas à medida que uma melhor infraestrutura seja disponibilizada para todos os criadores, possibilitando acesso à tecnologia de ponta, de acordo com o Gestor. O representante da UFS destacou algumas das metas do projeto. “Na prática buscamos promover a conservação e a difusão de genética; identificar e selecionar reprodutores geneticamente superiores; fêmeas precoces e que apresentemalta fertilidade, fazer a coleta e congelamento de embriões e a posterior transferência para os produtores da região e entre as fazendas colaboradoras. Além disso, garantir a infraestrutura básica para a formação ampla e sólida dos alunos graduandos do Curso de Medicina Veterinária da UFS”, citou o Prof. Dr. Anselmo Domingos.
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O diretor internacional da ABCI, Djenal Tavares Queiroz Neto, destaca o aspecto de confiabilidade e credibilidade dos estudos e os impactos positivos na demanda crescente pela genética que sustenta a exportação de material genético para os países que multiplicam rebanhos com a genética da raça e outros que tem interesse no potencial do Indubrasil. “O projeto atenderá o interesse dos mercados exigentes, que buscam material genético com a devida comprovação científica sobre as vantagens funcionais e zootécnicas da raça.Faremos um acompanhamento criterioso de pois será um trabalho continuado que vai abordar todos os aspectos de interesse para a pecuária comercial, tendo como base o desempenho e a utilização do Indubrasil”, informou.
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MARCA VAZ:
PRODUTIVIDADE E QUALIDADE GENÉTICA Reconhecido pela sua produtividade e procedência genética, a Marca Vaz comercializou nos últimos 12 meses mais de 140 tourinhos e diante dos excelentes resultados apresentados este ano, já está preparando para 2021, o primeiro leilão da marca
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médico veterinário e jurado oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) Adriano Vaz de Lima juntamente com seu irmão Felipe administrador de empresas e que cuida da parte administrativa da fazenda e juntos estão à frente de um rebanho com mais de 3,5 mil cabeças em São Paulo, Goiás e Tocantins. Formado pelas raças Nelore, Gir Leiteiro, Girolando e Sindi, o gado da MARCA VAZ é reconhecido pela sua produtividade e procedência genética, que conta com a chancela do Programa de Melhoramento Genético Zebuíno (PMGZ).
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Filho de agricultor, Adriano cresceu no campo e leva em sua história o amor pela agropecuária. Por isso, tudo que faz é com enorme profissionalismo e muito estudo. Durante a graduação em Medicina Veterinária, fez o curso de jurado da ABCZ e estagiou nas tradicionais fazendas Terras de Kubera e Nova Índia, onde teve contato com gado PO. Depois da faculdade, ele fez MBA em Gestão na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo e mestrado em Comércio Internacional na França. Voltando ao Brasil, em 2006 começou a criar Nelore e Gir Leiteiro, seleção que vem sendo aprimorada desde então. A criação começada recentemente foi a de Sindi, iniciada em 2016, e estes ficam concentrados em São João da Boa Vista (SP). Em Dianópolis (TO) está o rebanho comercial e o núcleo de matrizes nelore PO, os machos Nelore nascidos no estado de Tocantins são criteriosamente selecionados no pós-desmame e os melhores transferidos pra São Paulo, onde são subme-
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tidos às Provas de Ganho de Peso, que evidenciam excelente eficiência alimentar. Após a PGP passam por novas avaliações e à partir de 18 meses os classificados são disponibilizados ao mercado e os inferiores abatidos. Nos últimos 12 meses foram comercializados mais de 140 tourinhos da Marca Vaz com excelentes resultados de valorização, atualmente a comercialização é feita diretamente nas fazendas, mas para 2021 já está sendo preparado o primeiro leilão da marca. Em Acreúna (GO), a fazenda está voltada pra produção de grãos (soja, milho e sorgo) integrada com a seleção de Gir Leiteiro e Girolando. Com mais de 14 anos de muito trabalho, hoje o rebanho da MARCA VAZ é um perfeito exemplo da eficiência produtiva das raças zebuínas.
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PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA
Carne Carbono Neutro NOVA LINHA DE CARNES COM ATRIBUTOS DE SUSTENTABILIDADE BRAHMAN UMA RAÇA DE CONTRIBUIÇÃO UNIVERSAL SETEMBRO 2020 | #pecBR
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Carne Carbono Neutro: Marfrig lança linha de carne em parceria com a Embrapa O produto foi desenvolvido pela empresa Marfrig em parceria com a Embrapa
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DIVULGAÇÃO, GUSTAVO MIGUEL
té pouco tempo atrás, o uso de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para produção de carne bovina não era tão intensificada como nos dias atuais. Ao longo dos anos, pesquisas apontam inúmeras vantagens como à intensificação sustentável do uso da terra, diversificação da produção, conservação do solo, uso dos recursos naturais, redução da pressão para a abertura de novas áreas conhecidas como efeito “poupa-terra”, sem deixar de lado o bem estar animal, bem como o sequestro de carbono, a mitigação das emissões de gases, dentre outras vantagens. Os estudos da Embrapa Gado de Corte resultou no lançamento da nova linha de carnes com atributos de
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sustentabilidade: a Marca Viva, usando como conceito a certificação Carne Carbono Neutro (CCN). Lançada pela empresa Marfrig em parceria com a Embrapa, esse conceito integra resultados de pesquisa a um processo de produto tecnológico único em sua concepção que alia a compensação das emissões de metano entérico (gás de efeito estufa) dos bovinos ao bem estar animal. De acordo com a companhias, de alimentos, responsável pela linha de carnes, foram investidos cerca de 10 milhões de reais e os recursos foram alocados em pesquisa, certificação de propriedade, construção da marca, construção dos padrões de corte, dentre outros. A princípio a marca será vendida em São Paulo e posteriormente, em todo o território nacional. Em 2019, a Embrapa confirmou a realização da certificação para adesão do selo CCN, que atesta a qualidade do produto dentro dos padrões exigidos. Entre os conceitos levados em conta estão a prática e os processos desenvolvidos nos diferentes tipos de sistemas ILPFs que oportunizaram vários atores do setor como produtores, técnicos, formuladores de políticas públicas e outros, ao que há de mais moderno em tecnologias para esses sistemas integrados. Além do mais, essas condições atendem as demandas relacionadas à sustentabilidade que passou de modismo para uma obrigação nos tempos atuais. Em uma publicação feita pela Embrapa Gado de Corte, o Diretor Executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Oliveira Soares, destacou a importância do projeto e a sua evolução futura. “No momento em que o mundo inicia o debate de sobretaxação de produtos agrícolas, o Brasil evolui com tecnologias e inovações produtivas sustentáveis que o protagoniza como potencial grande fornecedor de serviços ambientais. Já se discute no Brasil sobre precificação de carbono em sistemas pecuários. Com os sistemas integrados superavitários em carbono, será possível em horizonte de curto prazo (antes de 2030) termos negócios e mercados de carbono, a partir da produção pecuária e suas integrações”, relatou. Ele explica ainda que o novo conceito é uma iniciativa que contribuirá não só para a produção sustentável de proteína de origem animal no País e nos trópicos, como também oportunizará maiores ganhos produtivos e ambientais em curto, médio e longo prazo.
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Conforme o CEO da Marfrig, Miguel Gularte, “ao incentivarmos a produção sustentável geramos valor para a empresa e para a cadeia de negócios. Além disso, o desenvolvimento da carne carbono neutro, em parceria com um dos mais respeitados centros de pesquisa e de inovação do agronegócio mundial reafirma o nosso compromisso com quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU” diz. Para a Embrapa, a produção de carne carbono neutro fortalece o mercado interno e, futuramente, a exportação de carnes para países exigentes, diferenciando o produto brasileiro em questões relacionadas a sustentabilidade. “É um projeto que conta com a participação de 12 centros de pesquisa da Embrapa, envolvendo uma rede de mais de 150 pesquisadores e ainda diversas instituições. O agro será o motor da retomada brasileira e vai precisar de parcerias como essa, unindo esforços dos setores público e privado”, enfatizou Celso Moretti, presidente da Embrapa. Como Surgiu o CCN?
Para compreender melhor o processo, a Embrapa conta com um livreto sobre as principais perguntas e respostas referentes ao CNN. O assunto, que foi iniciado em 2012 durante o “II Congresso Colombiano y I Seminário Internacional de Silvopastoreo”, realizado na Colômbia, abordou o papel de sistemas silvipastoris como uma estratégia real para o enfrentamento de futuros cenários de mudanças climáticas. Desenvolvido por um grupo de profissionais entre zootecnistas, veterinários e engenheiros agrônomos, o material
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garante um importante embasamento sobre o que se deve ter para obter o selo. Um dos objetivos da marca-conceito CCN é a neutralização das emissões de metano entérico dos bovinos em pastejo no sistema silvipastoril. Conforme apresentado no estudo inicial, “tais sistemas apresentam nível de tecnificação de baixo a moderado, e as emissões de metano representam a maior parte das emissões de GEE. No futuro, é possível que as outras fontes de emissão sejam consideradas, inclusive as de ‘fora da porteira’, o que pode auxiliar na elaboração da análise de ciclo de vida (ACV) da carne”, acrescentou. Selo CCN – Foram disponibilizadas duas versões do selo CCN sendo uma em português e outra em inglês, o que poderão ser utilizadas para carnes bovinas frescas, congeladas ou transformadas, para mercado interno e para exportação. Para obter o selo, a Embrapa orienta que é necessário atender uma série de pré-requisitos e parâmetros inerentes ao conceito estabelecido no texto da série documentos intitulada “Carne Carbono Neutro: um novo conceito para carne sustentável produzida nos trópicos”. Entre os critérios está o compromisso de implantação de projeto de sistema de ILP/ILPF com base no Plano ABC do Governo Brasileiro e nos documentos orientadores da Embrapa. O sistema deve apresentar uma produção com base em pastagens estabelecidas com forrageiras herbáceas (baseline); Avaliação técnica da emissão de carbono com base nos índices zootécnicos da propriedade, considerando a emissão de GEEs por animal, indicada em documento-referência do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2006) ou da Rede PECUS (baseline); Cálculo do carbono fixado a partir de inventários florestais regulares (anuais) onde será calculado o estoque de carbono fixado nas árvores do sistema, conforme metodologias para sequestro de carbono por árvores, estabelecidas pela Embrapa Florestas. Dentre outras determinações previstas pela Embrapa. Para conhecer todo o processo, o produtor pode acessar as informações sobre o CCN “Carne Carbono Neutro: um novo conceito para carne sustentável produzida nos trópicos”, que está disponível em: http://old.cnpgc.embrapa. br/publicacoes/doc/DOC210.pdf
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AS NOVIDADES DO NELORE Segundo o atual presidente, algumas mudanças na realização de eventos foram necessárias diante do atual cenário CARLOS LOPES E GUSTAVO MIGUEL
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Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) está repleta de novidades É o que afirma o presidente da ACNB, Nabih Amin El Aouar, em entrevista exclusiva para a Revista Pecuária Brasil. Entre as novidades está a retomada das exposições presenciais, como a Expoinel 2020. A maior exposição das raças Nelore e Nelore Mocho do País completa 49 edições e esse ano deve reunir cerca de 400 animais entre os dias 14 e 20 de setembro, na Fazenda Paraíso, em Vila Velha (ES). O evento, que encerra o Ranking Nacional, realizado pela ACNB, tem o apoio da Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Fertilizantes Heringer, Tortuga e Matsuda Sementes e Nutrição Animal. O local foi escolhido após várias discussões envolvendo criadores e a diretoria da ACNB. De acordo com Nabih, diante do atual cenário, foi pensado em cancelar a exposição diante das restrições enquanto a realização de eventos presenciais em Uberaba, local onde a exposição é realizada ano a ano.
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Segundo o presidente, não seria justo com quem investiu nas outras exposições ranqueadas, como a Expoinel Mineira – realizada em Uberaba; a de São José do Rio Preto, a de Goiânia e Mangaratiba. Ao todo foram realizadas quatro exposições para o Nelore e duas para o Nelore Mocho. “Realizamos várias reuniões para decidir se iríamos cancelar ou não. Mas pensamos: se eles investiram e se esforçaram para estarem presentes, por que cancelar se temos algumas opções”, declarou Nabih. O presidente afirma que esse é um momento em que precisa haver união em prol da raça, de maneira geral. “Precisávamos nos adaptar a essa nova realidade, até mesmo porque a pecuária não pode parar.” Tentamos de várias maneiras manter o evento em Uberaba, inclusive nos reunimos virtualmente com os presidentes de outras associações zebuínas, tendo em vista que com o cancelamento da ExpoZebu poderíamos unir todas as entidades, junto na Expoinel, como já acontece com o Brahman, o Gir Leiteiro e o Guzerá Centro Sul. Algumas já tinham manifestado interesse, porém, diante da realidade de Uberaba, foi preciso suspender os planos. Recebemos, a partir de então, o convite para realizar a nossa nacional em Brasília e mais uma vez não deu certo. Depois, tudo estava sinalizando para São José do Rio Preto, mas não havia certeza se até na data prevista para a exposição seria possível a liberação de eventos presenciais. Foi quando a organização da Exponel Capixaba nos fez o convite já com a certeza da realização da exposição deles. Não teria restrições, era comunicar e ir”, explica o presidente. Os julgamentos terão transmissão ao vivo durante toda a exposição pelo Facebook e Instagram da ACNB, e também pelo Lance Rural. Já os Grandes Campeonatos, serão transmitidos pelo Canal do Criador. A ACNB informa que as inscrições permanecem abertas. “A Expoinel é de participação obrigatória para os criadores e competidores que disputam os campeonatos do Ranking Nacional. A mostra encerra o calendário do Ranking Nacional Nelore e Nelore Mocho 2019/2020, sendo determinante para a definição dos Melhores Criadores, Expositores e Animais da raça”, reforça Nabih.
Presidente da ACNB, Nabih Amin El Aouar
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O presidente da ACNB também destaca a segurança do local devido à pandemia do novo coronavírus. “A Fazenda Paraíso, onde ocorrerá a Expoinel, é uma propriedade privada, fora do perímetro urbano. Somente terão acesso ao local os tratadores e apresentadores responsáveis pelos animais, jurados e equipe organizadora sem presença de público e serão tomadas todas as medidas exigidas”, diz. As avaliações dos animais Nelores e Nelore Mocho ficarão a cargo do jurado Ricardo Gomes de Lima. Circuito Nelore de Qualidade Promovido pela ACNB, o evento completou 20 anos de existência e os números impactam. Já foram avaliados mais de 143 mil animais, em 12 estados do país (AC, BA, ES, GO, MG, MS. MT, PA, PR, RO, SP e TO). Estava programado para este ano, que a ACNB, juntamente com suas Associações Regionais Conveniadas, os Frigoríficos Friboi e Frisa, e a Matsuda Sementes e Nutrição Animal, assumiram a meta audaciosa de realizar cerca de 40 etapas, avaliando em torno de 25 mil animais no ano. O que está sendo cumprido mesmo diante da mudança do cenário em virtude da Covid-19. De forma descontraída, o presidente Nabih contou que “nunca se trabalhou tanto na associação como nos últimos tempos. Estamos de Home Office, uma realidade comum de muitas empresas e é justamente nesse período que precisamos sair da zona de conforto. Temos projetos audaciosos, um deles foi saltar de 26 para 40 etapas do Circuito Nelore de Qualidade. Mas como faríamos isso com essas restrições recomendadas? Chegamos ao ponto que a Friboi manifestou sus-
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pender as etapas por não ter condições de acompanhar os processos. Outra pergunta foi feita: Como um técnico da ACNB poderia acompanhar os abates que são feitos um a cada semana? Precisaríamos pensar para mudar essa história”, declarou. Foi ai, segundo Nabih, que em conjunto com todos os envolvidos seria idealizado o novo formato do circuito. Agora com câmeras dentro do setor de abate em ângulos diferentes focando os animais em todas as angulações, com imagens perfeitas sendo possível a avaliação precisa do abate técnico. “Um técnico fica exclusivamente dentro da Friboi que é a unidade que faz avaliação dos animais. Por meio das imagens é possível avaliar todo o processo. Toda a diretoria e os pecuaristas participantes também acompanham o processo. Ou seja, do Oiapoque ao Chuí, do Brasil ou Japão, é possível acompanhar o processo. Além do mais, durante as transmissões discutimos outros assuntos como tipo de nutrição usada, qual a genética do animal, qual foi a suplementação usada nos últimos 90 dias de confinamento, quais são os lotes de castrados, e por ai vai. Tudo respondido em tempo real, conforme a dúvida do participante. Muito mais gente participando da prova, bem mais confiabilidade do circuito”declarou o presidente.
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Brahman: uma raça de contribuição universal Saiba como surgiu o Brahman brasileiro e como ele vem sendo utilizado para melhorar a produtividade de rebanhos de corte em vários países.
CARLOS LOPES
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pesar de concorrentes no mercado internacional, os maiores produtores de carne bovina do mundo, Brasil, Austrália e Estados Unidos têm um fato em comum que viabiliza o crescimento da pecuária de corte: o gado zebuíno. São países que se tornaram referência na seleção do Brahman e hoje têm forte demanda pela genética da raça. E com a pecuária de corte aquecida em 2020, a necessidade de touros melhoradores Brahman para uso em cruzamento só aumenta. Na Austrália, por exemplo, cujo rebanho vem sendo reduzido este ano por conta da forte seca, a valorização da raça cresceu. Segundo a Associação Australiana de Criadores de Brahman, os criadores da raça alcançaram um aumento de quase 30% no valor dos touros vendidos em leilões em 2019. No Brasil, o mercado de genética também segue firme neste segundo semestre de 2020, com o produtor mais capitalizado e disposto a investir mais em touros melhoradores, visando a produção de carne para os mercados interno e externo. “Como a raça Brahman tem como principais características a precocidade e a grande adaptabilidade é muito indicada para os cruzamentos. São animais equilibrados, com musculatura forte, altamente produtivo e correto nas suas características morfológicas, permitindo assim eficiência produtiva, reprodutiva e longevidade, em todos os sistemas de produção”, destaca o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Paulo Scatolin. O presidente lembra que essas são características que vêm sendo trabalhadas desde a formação da raça, ainda no século passado. Os primeiros cruzados que deram origem ao Brahman utilizaram, principalmente, Guzerá, Gir e Nelore, além de Indubrasil e Krishna Valley. O Brasil teve grande contribuição nesse processo de formação do Brahman americano. As exportações organizadas por Pedro Marques Nunes, do Rio de Janeiro, e pelo Herd Book Zebu de Uberaba, de 1923 a 1925, levaram 85 exemplares Nelore e Guzerá para o México. De lá, em 1924, muitos animais foram levados para os Estados Unidos. “A importação do Brasil aumentou o interesse pelo Brahman devido à excelente qualidade dos animais brasileiros. Eram grandes, musculosos, sólidos indivíduos, embora fossem uma mistura de sangue indiano, com nítida preferência de Guzerá, com alguma evidência de Gir e Nelore.”, conta o O cientista A.O. Rhoad, então diretor da New Iberia Livestock Expermiment Station, no estado da Louisiana, no livro “American Brahman – A History of The American Brahman”.
Dos Estados Unidos, o Brahman espalhou-se pelo mundo, estando presente atualmente em mais de 70 países. “Hoje a raça é a base para o cruzamento industrial e da formação de raças compostas com maior sucesso na pecuária mundial de corte e também para leite. No Brasil, o cruzamento com outros zebuínos e com taurinos também é altamente valorizado”, explica o presidente da ACBB. Brahman brasileiro - A entrada oficial do Brahman americano no Brasil ocorreu em 1994, mas as negociações para a importação iniciaram anos antes. Na gestão de Heber Crema Marzola à frente da ABCZ, entre 1990 e 1992, foi apresentada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento a proposta de importação, que foi aprovada. E em 1993, o criador Manoel Campinha Garcia Cid, o Neco, encabeça as iniciativas para a entrada oficial do Brahman no Brasil, fundando a Associação Brasileira dos Criadores de Brahman (atual ACBB), entidade da qual foi presidente. Já o presidente da ABCZ da época, Rômulo Kardec de Camargos, assina o protocolo visando a importação do Brahman. Em fevereiro de 1994, o Ministério da Agricultura autorizou a abertura do livro de Registro Genealógico da raça. Os primeiros lotes chegaram por aqui um mês depois e foram importados pelo criador Rubens Andrade Carvalho, o Rubico. O touro JJ Ring Didor 398/1 foi o primeiro animal a pisar o solo brasileiro, desembarcando no Aeroporto de Viracopos, em Campinas/SP. Em abril de 1994, na Exposição Agropecuária de Londrina, ocorreu a primeira mostra da raça e o primeiro leilão. Um mês depois, o Brahman estreava com grande repercussão na 60ª ExpoZebu. JJ Ring Didor 398/1 e Remansada 222 entraram para a história como os primeiros grandes campeões Brahman da ExpoZebu e receberam as marcações de número 1 no Livro de Registro da ABCZ. Nesses 26 anos de Brasil, o Brahman vem sendo lapidado pelas mais modernas ferramentas de seleção, com forte participação nas provas zootécnicas onde vêm comprovando ter alta velocidade de ganho de peso e excelente acabamento de carcaça. Docilidade, aprumos fortes, fertilidade, longevidade, habilidade materna, facilidade de parto, eficiência alimentar são outros pontos fortes da raça. “O Brahman brasileiro vendo sendo utilizado para melhorar a qualidade do rebanho de vários países, por apresentar excelente conformação e ótimo desempenho no sistema de produção a pasto e também em confinamento”, finaliza o presidente da ACBB.
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SENEPOL
COMEMORA AVANÇO EXPRESSIVO NO MERCADO DE SÊMEN
A raça vem conquistando a pecuária brasileira por seus resultados tanto na IA quanto na produção por monta natural
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DIVULGAÇÃO E GUSTAVO MIGUEL
último relatório da ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) registra expressiva evolução na coleta e comercialização de sêmen da raça Senepol. Na sequência de uma alta na valorização dos animais e do crescimento na quantidade de leilões no primeiro semestre, o Index ASBIA registrou aumento de 31% nos negócios com sêmen da raça no comparativo do primeiro semestre de 2020 com o mesmo período de 2019. Esse é o segundo gol de placa do Senepol esse ano. A raça que vem conquistando a pecuária brasileira por seus resultados tanto na IA quanto na produção por monta natural, em meados de março, teve
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divulgada pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) a informação de um dos melhores quadros de desempenho no circuito de leilões, segundo o anuário da DBO. Além da valorização muito superior de machos e fêmeas o crescimento também se deu na quantidade de eventos, foram 63 remates em 2019 superando em 37,17% o resultado de 2018, que registrou 41 leilões. A pecuária brasileira como um todo está no azul no Index da ASBIA tanto na carteira do leite com expansão de 10%, quanto na do corte com impressionantes 47% de crescimento. O crédito pode ser concedido em maior grau ao aumento das exportações do Brasil para a China, mas o Diretor de Marketing da Associação, Giuliano Jorge Wassall, também destaca a seriedade do trabalho de seleção dos criadores da raça Senepol para a sustentação dos índices dentro da indústria de sêmen. “A raça Senepol desde que chegou ao Brasil há 20 anos vem demonstrando e comprovando em cada ciclo pecuário seus atributos e vantagens. É pioneira entre as raças taurinas no investimento e uso da genômica, disponível a todos os criadores por meio do PMGS - Programa de Melhoramento Genético do Senepol, acelerando o intervalo das gerações e a acurácia das informações. Com isto, garantimos um grande salto no melhoramento genético do rebanho puro, colocando a disposição do mercado esse pacote tecnológico para fazer a diferença nos rebanhos comerciais. Seguramente o Senepol se destaca no cruzamento de forma superior entre todos os taurinos e isso impacta na maior procura e utilização de sêmen da raça”, diz Wassall.
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QUALIDADE
ATESTADA GUSTAVO MIGUEL
O renomado criador de Nelore Mocho José Francisco de Camargo Botelho, mais conhecido por doutor Botelho vem apostando na produção de carne tipo “Europa”
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Fazenda Santa Rita de Cássia, do pecuarista, José Francisco de Camargo Botelho, mais conhecido por doutor Botelho, participou no último dia 24 de agosto do abate auditado pela Friboi realizado na cidade de Senador Canedo, no estado de Goiás. Ao todo foram abatidos 85 machos jovens do tipo “Boi Europa” que foram exportados com um preço acima do valor comercializado atualmente. Toda a qualidade comprovada é resultado da genética da seleção São José Da Car da premiada criadora de Nelore Mocho, Dalila Botelho Toledo. O sobrenome não é mera coincidência. Irmãos, eles apostam na qualidade da raça que vem agradando o paladar de vários países europeus. De acordo com o doutor Botelho, os animais foram abatidos com média de 30 meses de idade e apresentaram qualidade superior, precocidade e acabamento. “Esse animais tem a genética da seleção Da Car, que promove um trabalho ímpar. Tanto é que, com o passar
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dos anos, vem apresentando importantes resultados”, destaca o criador. Outro detalhe citado pelo pecuarista é o valor agregado ao produto final. Segundo ele, a genética trabalhada resulta na valorização do animal abatido. Esse “Boi Europa” tem uma excelente valorização em cima da arroba. O que também é comprovado pela empresa que contratamos para monitorar e vistoriar a qualidade da criação. Assim, mantemos o nível na qualidade da carne que chamamos de “primeiro mundo”, reforça o senhor Botelho que já realiza a comercialização para a Europa há mais de dez anos, initerruptamente. Qualidade atestada
No País, empresas estão se especializando no gerenciamento e controle da qualidade da produção bovina, como a que é feita na Fazenda Santa Rita de Cássia. De acordo com Botelho é feito cadastro, gerenciamento e rastreamento dos animais, o que facilita o controle da produção que está sendo preparada para a exportação.
LEITE
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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA
LEITE EM ALTA VENDAS DE LÁCTEO TEVE UM CRESCIMENTO RECORDE GENOMA CARACTERÍSTICAS DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA SETEMBRO 2020 | #pecBR
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Leite em alta
A pressão da demanda teve como consequência o aumento de preços de diversos produtos. O volume de vendas de lácteo teve um crescimento de 5,3% no primeiro semestre. Um recorde histórico DIVULGAÇÃO
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onsiderada uma das commodities agropecuárias mais importantes do mundo, o leite é consumido diariamente por bilhões de pessoas em todo o mundo, nas suas mais variadas formas de consumo. Estudos apontam que, em média, são consumidos, 116,5 quilos de leite por cada habitante por ano. Mesmo diante da pandemia de Covid-19 que assola o mundo, o setor de lácteos no Brasil vem obtendo resultados positivos. É o que revela uma publicação feita pela Embrapa Gado de leite. Especialistas do Centro de Inteligência do Leite (CILeite), apresentaram durante reunião mensal realizada em agosto, que a pressão da demanda teve como consequência o aumento de preços de diversos produtos. De acordo com a pesquisadora da instituição, Kennya Beatriz Siqueira, o volume de vendas de lácteos teve um crescimento de 5,3% no primeiro semestre. Entre os produtos destacados está o leite UHT, o famoso leite de caixinha que atingiu R$ 3,42, no atacado em São Paulo, o que é considerado uma média histórica do preço que antes era de R$ 2,82. Outro exemplo foi o queijo muçarela, produto que mais se valorizou. Em março, no início da pandemia, o produto apresentou uma retração do preço devido ao fechamento de pizzarias e restaurantes. O que antes era vendido a R$ 17,00, em média, no atacado, atualmente, é comprado por R$ 27,00 o quilo. A média histórica era de R$ 19,50. Os especialistas do ClLeite citaram ainda o mercado “spot”, que é o leite negociado entre laticínios vendido no início de agosto acima de R$ 2,50/litro. Segundo o especialista da Embrapa Gado de Leite, Denis Rocha, no início do ano, o litro do leite spot foi vendido a R$ 1,37, em Minas Gerais e desde então quase dobrou de preço, com valorização de 87%. SETEMBRO 2020 | #pecBR
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LEITE Entressafra Considerada a entressafra da produção de leite, durante os meses de abril até setembro, é o período em que os preços ao consumidor ficam mais caros. Este é justamente o período em que se consegue a melhor valorização do produto. Nesse caso, segundo a Embrapa, o litro de leite na fazenda foi vendido em julho a R$ 1,76, na média nacional e durante a plena safra, no início do ano, a indústria estava pagando R$ 1,37. Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, explica que preço do milho está subindo em plena colheita da safrinha e as exportações de soja estão mais aquecidas. Com isso, o que se espera é manter elevados os custos de concentrado neste segundo semestre. “O produtor também está pagando mais pelo concentrado. Na média de janeiro a julho, foram necessários 45 litros de leite para comprar 60 quilos de concentrado a base de milho (70%) e farelo de soja (30%). Historicamente, são necessários 41 litros de leite para a mesma compra”, relata. Ele explica ainda que a situação positiva do setor leiteiro está associada ao pagamento do auxílio emergencial que segue injetando na economia nacional cerca de R$ 152 bilhões. “A ajuda do Governo Federal representa de 9% a 97% na renda de algumas famílias” destaca. Ainda segundo ele, “pessoas que estavam na extrema pobreza tiveram um grande impacto com o auxílio e passaram a consumir mais. As famílias com o poder aquisitivo mais elevado também transformaram o que não foi gasto com lazer em compras nos supermercados, o que fez as vendas do setor supermercadista crescer 16% no período da pandemia, enquanto o varejo total recuou 26%, segundo levantamento da Cielo. O cenário macroeconômico também possui expectativas mais favoráveis hoje, na comparação com o início da pandemia. As previsões de queda do PIB, que chegaram próximas a 10%, se estabilizaram na faixa de 5%”, aponta.
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Economia Carvalho é claro ao dizer que alguns fatores preocupam o setor e destaca justamente o fim do auxílio emergencial previsto para dezembro, após o Governo Federal confirmar a prorrogação do beneficio até o final do ano. O valor de cada uma das quatro parcelas adicionais será de R$ 300 e a novidade divulgada após reunião do Presidente Jair Bolsonaro com ministros e parlamentares, no Palácio da Alvorada no dia 1º de setembro. A prorrogação será feita por meio de Medida Provisória. “O fim da entressafra é outro fator que irá embaralhar um pouco o mercado, com a redução dos preços pagos ao produtor”. Carvalho ressalta também sobre a competitividade da importação neste momento. Segundo ele “o leite importado está chegando ao mercado brasileiro com os preços em torno de R$ 2,10 por litro; bem abaixo do que está se pagando no mercado spot nacional (R$ 2,50), o que incentiva a importação”. Queda
Sobre a importação, o especialista lembra que nos primeiros sete meses do ano, a importação de leite teve uma queda de 193 milhões de litros. Em julho o cenário mudou registrando um crescimento de 62% sobre junho, com compras equivalentes a 95 milhões de litros. E a importação continua mostrando fôlego em agosto. “A questão cambial tem poder para frear esse movimento. O câmbio tem se mostrado muito instável na pandemia e ele é um dos fatores com grande capacidade de influenciar o mercado”, pontua.
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Estudo inédito sobre genoma de Girolando
artesanal será publicado no JournalofDairy Science Os pesquisadores utilizaram abordagem moderna e que nunca havia sido usada em bovinos GUSTAVO MIGUEL
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ciência brasileira mais uma vez comprova seu pioneirismo em estudos focados na melhoria da pecuária bovina nacional. Acaba de ser publicado um artigo científico sobre genoma na raça leiteira Girolando no Journal of Dairy Science, considerado o principal periódico de pesquisa geral em laticínios do mundo com leitores em mais de 70 países do mundo. Trata-se de um trabalho inédito no mundo utilizando genômica de ponta em uma raça sintética, como o Girolando, originado a partir de uma tese de doutorado e viabilizado pelaa partir da parceria entre a Embrapa Gado de Leite, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Wageningen University & Research na Holanda (instituição reconhecida mundialmente por suas pesquisas na área de pecuária internacional). “Esse estudo, usando marcadores moleculares, fornece uma abordagem poderosa para a identificação de regiões no genoma, onde podem estar localizados genes associados a diversas características de importância econômica”, assegura a autora da tese, a médica-veterinária e Doutora em Zootecnia, Pamela Itajara Otto, que está cursando Pós-doutorado em Zootecnia na UFV. Também assinam o artigo a professora da UFV Simone Guimarães, os professores da Wageningen University & Research Mario Calus e Jeremie Vandenplas, e os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, Marco Machado, João Cláudio Panetto e Marcos Vinícius Barbosa da Silva De acordo com a pós-doutoranda, um importante ponto a ser destacado no estudo é o uso da abordagem moderna e que nunca havia sido usada em bovinos anteriormente, chamada de BOA (do inglês breed-of-origin of alleles, que pode ser traduzido como a raça de origem dos alelos). “Esta ferramenta foi recentemente desenvolvida pelos pesquisadores da Holanda para identificar a raça de origem dos alelos em aves e suínos cruzados, e, posteriormente adaptada para animais Girolando para a avaliação de características adaptativas e de produção de leite”, destaca Pamela Otto. O artigo, publicado em setembro no Journal of Dairy Science, leva o título de “Single-step genome-wide association studies (GWAS) and post-GWAS analyses to identify genomic regions and candidate
genes for milk yield in Brazilian Girolando cattle”. O texto aborda a variação encontrada no DNA dos animais para a produção de leite em até 305 dias na raça Girolando e, também, a identificação de genes ligados à essa característica, tema de relevância para a pecuária leiteira, dada a grande importância do Girolando para a produção de leite no Brasil. “O artigo traz também novas perspectivas de uso de aplicação da genômica nos programas de seleção e melhoramento dos rebanhos Girolando, explica a autora. Segundo o pesquisador Marcos Vinícius Barbosa da Silva, que coordena as avaliações genéticas e genômicas do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), o estudo traz sete genes importantes envolvidos com a produção de leite e sólidos. E essa descoberta é de grande importância para os criadores que utilizam o PMGG. “Eles podem ser implementados na seleção genética da raça Girolando, para direcionar acasalamentos e a escolha do sêmen, contribuindo com o avanço genético da raça Girolando e trazendo melhores resultados aos produtores”, destaca Barbosa. O Girolando foi a primeira raça leiteira do Brasil a incorporar a genômica em seu programa de melhoramento, em 2016. Desde então, já foram lançadas DEPs genômicas para as características de Produção de Leite em até 305 dias, Intervalo de Partos e Idade ao Primeiro Parto. O projeto é conduzido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Embrapa Gado de Leite, CRV Lagoa e Zoetis. Para o presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, essa publicação inédita em um veículo internacional renomado mostra a importância econômica da raça, que é uma opção para a pecuária leiteira em várias partes do mundo. “Isso só reforça o relevante papel da raça dentro da cadeia produtiva do leite. Se levarmos em conta que 80% do leite produzido no País vem de rebanhos Girolando, o constante melhoramento genético dos animais contribuirá sobremaneira para que o Brasil atinja a meta de elevar a produção leiteira nacional, visando, inclusive, abastecer o mercado externo. Com os avanços nas pesquisas na área genômica, o melhoramento do rebanho tende ser muito mais acelerado e vigoroso”, conclui o presidente.
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A MAIOR CENTRAL DE RECEPTORAS DO BRASIL
165MIL
7MIL
74MIL
48%
EMBRIÕES TRANSFERIDOS
ANIMAIS MELHORADORES ESPALHADOS PELO BRASIL
RECEPTORAS
DE CONCEPÇÃO NA FIV A FRESCO EM CIO NATURAL
www.minerembryo.com.br (35) 3291 - 3760 Alfenas | MG
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(34) 9 9995 - 2676 Uberaba | MG
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PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES
#tbt APRESENTAMOS COM CARINHO ESSA COLUNA ESPECIAL QUE DEIXA UM POUQUINHO DE SAUDADE PERFIL LUCAS ADRIANO BOCK SETEMBRO 2020 | #pecBR
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Do sonho, a realidade 84
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No mês em que se comemora o mês do veterinário, Lucas Adriano Bock conta como deixou a família em Santa Catarina em busca do seu maior sonho e hoje, vive em Uberaba onde trabalha em uma das maiores empresas de clonagem animal do País
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CARLOS LOPES
omemorado dia 9 de setembro, o dia do veterinário, considerado um dos profissionais mais importantes e que contribui significativamente no melhorando e avanço genético da pecuária mundial. Ainda é comum encontrar pessoas que acreditam que o médico veterinário é aquele que cuida apenas de pets, mas a sua formação o capacita para atuar em diversas áreas e não somente na saúde animal, mas também na saúde humana e no meio ambiente. Uma profissão que agrega valor à população e que está presente no nosso dia a dia. Quem vem representando muito bem a classe é o médico veterinário Lucas Adriano Bock. Natural de Guaraciaba/Santa Catarina, ele tem apenas 25 anos e já conta com um currículo de peso. Formado pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) fez seu estágio na tradicional Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (USP) – a Esalq/USP onde adquiriu experiência em Fisiologia e Biotecnologia da Reprodução de Ruminantes Clinica e Cirurgia que está permitindo com que Lucas exerça um belo trabalho à frente de uma das empresas de renome da Pecuária Nacional. Atualmente, está como coordenador de atividades na fazenda Geneal - Genética e Biotecnologia Animal sendo responsável pelo quarentenário que prioriza a produção e exportação de materiais genéticos para outros países, produção de clones bovinos, além de cuidar das vacas gestantes, partos, neonatos, transferência de embriões, diagnóstico de gestação, sincronização de vacas receptoras, coleta de embrião in vitro, coleta de materiais destinados à clonagem e cesariana. Sua inspiração, para tudo isso, venho de casa
mesmo. Toda a família – pai, mãe e irmãos trabalham com pecuária leiteira e o amor pelos animais nasceu ainda cedo. “Sempre tive contato, admiração e respeito pelos animais. Desde muito cedo tive interesse em transformar o que eu estava aprendendo no meu ganha pão. Mesmo sendo muito novo e entendesse direito o que aquilo significava, já tinha certeza que seria médico veterinário. O meu sonho se transformou em realidade”, relembrou. Para Lucas, “ser veterinário é algo muito gratificante. Saber que, através dos animais, você pode transformar, impactar, construir sonhos e levar esperança para a vida das pessoas, sem dúvida, é o que me move diariamente”, diz. O futuro – Para o profissional, o setor pecuário é crescente e precisa de pessoas que tenham “garra e vontade de fazer o diferente”. Segundo ele o caminho é um só: trabalhar incansavelmente fazendo o uso das fermentas que fazem a diferença e com um único objetivo: tornar a atividade eficiente e lucrativa. “Eu aposto no setor pecuário e não tenho medo de perder em momento algum. Estamos passando por um período de colher os frutos, reflexo de tudo o que foi implementado de tecnologia e inovação no campo”, destaca. São dois anos fora de casa vivendo em Uberaba. Para ele, a distância e saudade doem, mas o amor e a dedicação pelo trabalho vence qualquer obstáculo. “Tenho um obstáculo maior do que a distncia e saudade da minha família. É contribuir para a solução dos desafios entorno da pecuária nacional. Enfrentamos vários obstáculos como custos de implantação de novas ferramentas de trabalho, preços de insumos altos e inúmeras dificuldades em ter acesso às tecnologias e inovações. Sem deixar de lado as instabilidades de oferta e a demanda. Mas, continuo com o meu sonho de menino e isso que me faz acordar todos os dias: ser um profissional cada vez melhor”, finaliza.
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DIVULGAÇÃO E MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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QUE MANDAM Mulheres do agronegócio: um panorama do crescimento da atuação no campo
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os poucos as mulheres estão chegando cada vez mais a um patamar mais alto na sociedade. O tempo foi o seu melhor amigo e no agronegócio a história não é diferente. A presença feminina está mais forte nesse setor que é o líder do PIB brasileiro em especial no ano de 2020, marcado pela pandemia que fez o mundo praticamente parar. Porém, mesmo diante desse cenário, o agro seguiu firme abastecendo o mundo todo de alimentos. Em todo o Brasil, 19% dos estabelecimentos rurais contam com uma mulher no comando. De acordo com o Censo Agro de 2017, quase 1milhão de mulheres trabalham como produtoras e pecuaristas o que fortalece ainda mais o papel do, até então, chamado “sexo frágil”. A grande maioria está concentrada na região nordeste com 57% seguido da região sudeste com 14%. Uma das mulheres de maior representatividade atualmente no setor agro é a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina. Ela declarou durante um
evento direcionado ao público feminino, que os desafios são muitos, mas espera ver cada vez mais mulheres liderando o agronegócio. Segundo ela, as mulheres estão fazendo a diferença e muitas tomaram as rédeas para darem continuidade ao trabalho realizado pelos homens, na sua maioria, pais e maridos. “No geral, as mulheres têm jornadas duplas ou até triplas, não importando se são de baixo ou alto poder aquisitivo. De alguma maneira, vocês são vencedoras naquilo que fazem”, declarou a ministra durante o evento realizado em Brasília. Outra defensora do Agro liderado por mulheres está a Diretora de Desenvolvimento internacional do CME Group (Bolsa de Chicago) América Latina, Roberta Paffaro. Responsável pela gestão de risco de mercado futuro e opções com foco em commodities agrícolas, Paffaro é jornalista e palestrante sobre o tema: Mulheres no Agro, nome dado ao livro, onde ela é co-autora da obra considerada uma das pioneiras no País a tratar sobre o assunto. Para Roberta, a mulher tem uma visão periférica e entende de gestão de pessoas, o que agrega ainda mais valor as suas atribuições exercidas. “Eu trabalho na área do mercado agro e noto que cada vez mais, as mulheres participam. Estão atentas aos estudos, as especializações e novas tecnologias. Elas somam e multiplicam resultados. Vivemos em uma sociedade patriarcal. Ainda existem muitos tabus a serem quebrados, como o de que a mulher é frágil, que não deve atuar ou exercer determinada função. Estamos evoluindo nesta desconstrução, mas ainda temos muito para evoluir. O apoio de homens na liderança nos mais diversos setores que enxergam e apoiam as mulheres são essenciais para trilhar este caminho”, destacou durante entrevista concedida a Revista Pecuária Brasil. Ela será uma das palestrantes e moderadoras do painel sobre o assunto durante o 5º Congresso das Mulheres do Agro – Mulher Brasileira: A Voz Global que será realizado entre os dias 26 a 29 de outubro. Pensada para ser uma programação plural e abrangente de diversos segmentos dentro do agronegócio, sempre pelo ponto de vista da mulher ou direcionado para a elas, independentemente se seja produtora rural, pecuarista, executiva de uma grande empresa ou profissional de algum ramo, o evento contará com fortes nomes além de Roberta. De acordo com os organizadores, para 2020 serão realizadas muitas mesas redondas como a que reúne as ministras da Agricultura do Brasil e de Portugal, além da Líder da Aliança das Cooperativas Internacionais na América para dar um panorama do setor sob uma perspectiva internacional sobre o ambiente econômico/político. Outro foco do evento será a valorização das pesquisadoras da EMBRAPA. Sem deixar de lado assuntos como gestão de negócios, discussão sobre comércio internacional e as perspectivas 2020/2021, que será determinante para o futuro do agro e, também, quais são as tendências evolutivas do setor. O evento contará ainda com importantes nomes como
Roberta Paffaro
da empresária e diretora executiva do Green Rio, Maria Beatriz Bley Martins Costa; Chieko Aoki Fundadora e Presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko; Graciela Fernandez, Líder da Aliança das Cooperativas Internacionais na América; Ieda de Carvalho Mendes, pesquisadora da Embrapa desde 1989, ela trabalha na Embrapa Cerrados; Maria Antonieta Guazzelli, proprietária da Fazenda Palmito em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais, ela que é grande produtora de leite, café, soja, milho e sorgo, o evento contará também com jornalistas, executivas e outras mulheres de força no agro. Para participar do evento basta acessar https://www.mulheresdoagro.com.br/
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SOCIAL
Alceu, Kito, Antonio Barbosa, Marco Aurélio, Marcio e Marco Antonio Expoinel 2005
André e Rodrigo - Feileite 2012
Andréa, Mirela e Luciane - Expoinel 2004
Angelo, Orestinho, Bitão e Cícero de Souza - Expoinel 2005
Antonia, Joana e Marco Antonio Andrade Barbosa Expoinel 2007
Antônio Paulo Abate e Júnior - Expoinel 2004
Bene Mutran e Cláudia Monteiro - Expoinel Nacional 2005
Boi e Henrique - ExpoZebu 2012
Carlão, Murilo e Irineu - Cachoeira 2C 2012
Carlos, Dalila e Carlos Neto - Feicorte 2006
Cassio Lucente e Marcos Miotto - Expoinel 2006
Cau Paranhos e Renata - Expoinel 2004
Chico e Totonho - Expoinel 2007
Cicero e Cid pitombo, Claudia Junqueira e Monica Marchete - Expoinel 2005
Cláudio Sabino, Gabriel Resende, Rubico de Carvalho, José Humberto Vilela, Joaquim Resende com os filhos João Pedro e Antônio - Expoinel 2004
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Danilo e Junior Baiano - Expoinel 2006
Dora e Bendilate - Expoinel 2004
Drauzio, João Aguiar, Laura e Djalma Bezerra - Expoinel 2005
Duda e Solange -Expoinel 2005
Elaine, Iolanda e Márcia - Expoinel 2004
Elisangela, Marco Mammana, Aciole e Lidiane - Expoinel 2005
Eustaquio Maia, Paulinho, Andre e Marcelo Youssef, Ary de Paula e Cesar Garetti - Londrina 2012
Alice, Ivete Sangalo, Isadora, Catarina, Rebeca, Patrícia e Cassiamo - Expoinel 2007
Fábio e Rubão - Avaré 2013
Família Gibertoni - Avaré 2013
Gabriel Belle, Felipe Picciane, Paulo, Daniel e Rafael Picciane - Expoinel 2006
Gabriel, Paula e Maria Beatriz Garcia - Cachoeira 2C 2012
Glória e Adib Miguel - Fenagro 2008
Helena, Dona Isabel e Silvio Profheta - Avaré 2006
Henrique, Gabriel, Roland, Dilson e Luiz Ronaldo - ExpoZebu 2012
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SOCIAL
Ilze, Carlos Muradas e Spagiare - Expoinel 2004
Jaiminho Miranda, Duda Biagi, Adir Leonel e Evaldo Rino Ribeiro - leilão anual da Carpa Serrana 2017
João Victor e Cris Caputo - Fenagro 2009
Jonas Barcelos, Alice Ferreira e Carlos Muradas - Expoinel 2007
Jose Olavo, Vicentinho e Martha - Expoinel 2007
Junia, Monica, Alberto Mendes, Betinho, Angelo e Dona Edge - Sabiá 2006
Junior e Carlos Mafra - Expoinel 2006
Kadu Benato e Renata Maia - Expoinel 2007
Luciano, Ana Celia, Monica, Clarice,Graziela, Andrea e Cristiana.(NATIVA) Expoinel 2005
Maria do Carmo, Jovelino Mineiro e Celso Barros - Leilão Carpa 2011
Maria Zapata da Colômbia, Ana Cláudia e Ariane - Expozebu 2015
Mariane, João e Bruno - Avaré 2013
Marilda, Waguinho e Dr. Wagner Mello - Expoinel 2007
Mario Borges e Joaozito Andrade - Expoinel 2005
Maurício e Diamantino - Expoinel 2004
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Rubico e Tunico - Brumado 2013
Maurício, José Coelho e Rodrigo - Feicorte 2012
Clenon e Flávia - Campo Grande 2013
Patrícia Terra Simão, Cláudia Junqueira e Cassiano Terra Simão - Expoinel 2006
Paula, Bruno e Maximiliano Vicintin - Londrina 2012
Rafael Mazão e Paulinho - Expoinel 2011
Renata Camargo, Jovelino Mineiro e Andre Zambrine - Expozebu 2010
Renata, Fernando, Junior e Angela - Expoinel 2005
Renato, Flavinho, Paulinho e Zezão - Expoinel 2005
Rodrigo, Jefferson e Jorge - Expoinel 2005
Rosalina, Rio Negro e Vania Hungaro - Expoinel 2005
Sebastião Cruvinel, Gilmar, Norival Bonamiche, Dr. Carlos - Expoinel 2006
Simone, Carlos Muradás e Roberto Bavaresco - Expoinel 2007
Sonia e Alfeu Mozaquatro Expoinel 2005
Vera Paulella, Ricardinho Carvalho e Rene Paulella - Expoinel 2006
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SOCIAL
Winston Drummond, Marisa Machado, Tatiane Teztner, Meire e Ana Paula Machado - Mutum 2012
Zzn Peres - Avaré 2013
Arnold, Antônio José e Muradás - ExpoZebu 2006
Dorival e Lilian - ExpoZebu 2006
Dulce, José Olavo, Mário Franco, Leda e Cláudio Toto - ExpoZebu 2006
Eliseth, Garetti, João Leopoldino, Paulinho e Celso - ExpoZebu 2012
Frank, João Gabriel, Angelus, Aciole e Paulo Horto - Expoinel 2013
Gilson Katayama e Heloisa - Expoinel 2013
Igor, Aciole e Zenilda - Expoinel 2013
Isabela, Adaldio e Adaldinho - ExpoZebu 2012
João Marcos, Nilsão e Arnaldinho - Expozebu 2008
Jose Naves, Joaquim, Gabriel e Gustavo - Ribeirão Preto 2012
Julico, Sr Júlio, Lize, Felipe, Monasterio e Osvaldinho - ExpoZebu 2012
Julio Calil e Maria Teresa - Ribeirão Preto 2012
Lucinha, Milena e Jana - Araçatuba 2007
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Marcelo, Ze Luiz e Luizinho - Expoinel 2013
Marcelo, Luiz Humberto e Iolanda - ExpoZebu 2008
Marco Túlio, Thaisa, Euripedes e Maria de Lourdes, Marcelo, Erica e Gabriel Villa Verde - Megaleite 2013
Maria de Fátima, Meire , Renata, Amanda e Suzana
Martha e Kinkão - Ribeirão Preto 2012
Mazão e Cristiano - ExpoZebu 2012
Mile, Gilmar e Luiz Sergio - Ribeirão Preto 2014
Ovídio Brito e Maurício Filho - Expoinel 2013
Paulo, João Gabriel e Ana Paula - ExpoZebu 2008
Paulo, Marcelo e Felipe - ExpoZebu 2008
Pedro e Tania - ExpoZebu 2013
Silvinho, Silvio, Léo, Adriano, Winston e Mille - Ribeirão Preto 2012
Sinara, Marcio Mesquita, Regina - ExpoZebu 2013
Torres, Bertin, Jonas, Henri, Rebeca, Diamantino, Pedro e Bené - Lins 2013
Virgilio, Betão, Lincoln, Toninho, Geraldo e Ana Cláudia - ExpoZebu 2012
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PONTO DE VISTA
“Nós, humanos, somos talhados para o erro. Errar é humano. O erro é fundamental para te tirar da zona de conforto. Onde você esta a vontade, te deixa pra trás. O que te torna tranquilo te deixa menos competitivo”. Leandro Karnal , Historiador, professor e escritor
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“Nós nos contentamos com o mundo como é ou trabalhamos para um mundo como ele deveria ser?” Michele Obama, Advogada e escritora norte-americana.
A tecnologia deve ser usada adequadamente para checar, conferir, verificar, conversar com os outros de modo a abaixar a ansiedade e não gerar mais incertezas. Glauco Arbix, professor do departamento de Sociologia da USP
“Os desafios são muitos e nós vamos querer cada vez mais mulheres no nosso agronegócio” Tereza Cristina , Ministra Agricultura, Pecuária e Abastecimento
“O agro gera emprego. O agro gera riqueza. O agro sustenta o Brasil. O agro alimenta o mundo. O agro faz a diferença.” Miguel Cavalcanti , É CEO da Beefpoint, fundador do curso AgroTalento e especialista em marketing de carne
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Rafael Mazão
OPINIÃO
Zootecnista – Especialista em Melhoramento Genético em Gado de Corte e Diretor Técnico Dstak Assessoria Pecuária rafaelmazao@dstak.com | @rafaelmazao
TÉCNICO
Caminhos da Cria Eficiente
O
mercado tem sinalizado bastante quanto à valorização da atividade de cria. Analisando as grandes regiões produtoras de bezerros do país e, detentoras dos maiores rebanhos de matrizes (MT, GO, MS, MG e PA), algumas variáveis tornam este cenário cada vez mais sólido, principalmente por dois motivos: acentuado número de abate de fêmeas e demanda por bezerros de qualidade por grandes projetos “invernistas” ou confinadores. Com isso, o selecionador da cria está com todos os motivos para investir nas matrizes afim que produzir bezerros cada vez melhores. Por outro lado, objetivando maior rentabilidade nos sistemas de produção e menor intervalo para retorno quanto ao investimento, o “invernista” sabe que o bezerro “diferente” é investimento certeiro. Entre o período de 1998 à 2018 analisando o percentual de machos abatidos acima de 36 meses, que representava 50,2% e passou para 5,6% respectivamente, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne - ABIEC em 2019, nos evidencia claramente que o melhoramento genético proporciona aumento da velocidade ao abate, principalmente quando em harmonia com todo os demais processos de produção (nutrição, sanidade, ambiência e manejo). Vale lembrar a ganância da indústria e do mercado interno e externo que requer cada vez mais carne de animais jovens. A seleção de matrizes e a escolha dos touros para promover o melhoramento genético do rebanho é uma tarefa que deve ser cumprida à risca. Criar somente não basta, selecionar vai mais além. Na cria, a conta sempre deve ser: quilo de bezerro desmamado por vaca exposta na reprodução por hectare. Identificar e potencializar os fatores que mais impactam no sistema de cria, implica em maior desfrute e rentabilidade. Buscamos fêmeas precoces, produtivas, longevas e que, quando forem ao descarte após terem “pago a conta na fazenda”, deixem pelo menos três produtos até os seis anos de idade, que proporcione pelo menos 16@ com 51% de rendimento de carcaça. Partir do modelo tradicional que só retém matrizes gestantes e descarta mães de “guachos” ao final da estação de monta e ir além à busca de maior produtividade, requer ferramentas e critérios de seleção mais rígidos. Impreterivelmente manter no rebanho somente matrizes que deixam um produto com intervalo de 12 meses. Que desmame pesado, com relação ideal do peso da cria para matriz de 50%. Sistemas que proporcionem a precocidade sexual! Ou seja, as primíparas contemporâneas dos “bois” que serão abatidos até dois anos vão deixar seu produto “ao chão” na mesma idade, eliminaremos a atividade de recria das fêmeas, estamos objetivando a reposição somente com fêmeas desmamadas da geração que ficarem gestantes precocemente, as demais serão descartadas do rebanho de cria. Potencializar a fertilidade também através da seleção das fêmeas que depositam gordura subcutânea mais precocemente, mensuração realizada de forma objetiva por ultrassom, identificando no rebanho os animais melhoradores para esta característica importante que está correlacionada diretamente com a precocidade sexual, além de matrizes com maior reserva e conse-
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quentemente maior adaptação à sistemas ou períodos adversos. Enxergamos além atualmente, até o tempo de gestação faz a diferença nos sistemas de cria. Devido as matrizes zebuínas com gestação mais alongadas em relação às taurinas, o menor tempo de gestação proporciona entrada mais rápida na próxima estação de monta, objetivando um produto por vaca por ano em estação de monta curta, o risco de descarte fica reduzido por este fator. E já que falei ali acima sobre gestação. Vale lembrar também quanto à enorme importância para os cuidados nutricionais nas matrizes gestantes. Estudos recentes (programação fetal) apontam que a nutrição adequada das matrizes durante o primeiro e segundo terço de gestação é fundamental para o desempenho da cria, impactando desde ao peso a desmama, também na fertilidade e até peso ao abate. Principalmente durante o segundo terço de gestação, onde finaliza a segunda onda de crescimento da estrutura muscular do feto. E que ótimo que temos os programas de melhoramento, além de tudo para “apontar” os reprodutores que mais impactam no ganho genético e financeiro dos sistemas. Ainda mais agora com Dep’s genômicas fortalecendo ainda mais a base genética e aumentando a confiabilidade dos animais jovens. Estando aliados aos critérios de seleção fundamentais nas rotinas da cria, devemos “usar e abusar” destas importantes ferramentas. Uma vez que queremos produzir o bezerro mais produtivo e a fêmea mais eficiente, as Dep’s nos auxiliam muito nas escolhas dos reprodutores que farão parte do plano genético da estação de monta que há de vir. Então, creio que agora está fácil pensar no perfil genético do reprodutor que mais impacta na cria depois dessa nossa “prosa”. Olha só: Visando Fertilidade: • Dep Stay – Percentual das matrizes que deixam 3 produtos até os 6 anos de idade; • Dep 3P – Percentual de novilhas que vão parir precoce; • Dep PG – Número em dias da diferença do período de gestação, indicador ideal sempre negativo. Visando Característica Maternal: • Dep MP120 – Peso à idade materna (aos 120 dias de vida da cria), onde analisamos a habilidade materna. Visando Características de Peso: • Dep P210 – Peso à desmama; • Dep P450 – Peso na recria, ao sobre ano. Visando Característica de Acabamento de Carcaça: • Dep ACAB – Deposição de gordura subcutânea, grande aliada à reprodução e precocidade sexual. Lembre-se amigo pecuarista, os reprodutores e os programas de melhoramento genético são “as ferramentas”, as matrizes são “nossa fábrica”, dependemos delas para a eficiência do sistema de cria ao ciclo completo o uso da seleção e das tecnologias impedem que deixemos “nossa fábrica sucateada”, e nos possibilita maior rentabilidade e maior desfrute. SETEMBRO 2020 | #pecBR
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Carlos Alberto Marino Filho
OPINIÃO
Engenheiro Agrônomo especializado em Zootecnia e jurado das Raças Zebuínas - ABCZ camarinof@gmail.com
GENÉTICA
Características de carcaça e suas ferramentas de avaliação
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oda seleção de raça pura compreende diversos quesitos e diferentes critérios para se atingir objetivos, especialmente quando se procura eficiência em sistemas de produção como um todo. A preservação do aspecto racial, características funcionais ligadas a reprodução e aprumos, dentre outras, estão ligadas diretamente a essa seleção. Porém, ferramentas de avaliação de carcaça e características medidas por essas ferramentas, têm tido um grande impacto na seleção de indivíduos puros e consequentemente um aumento na produtividade de rebanhos na raça Nelore tanto PO quanto comerciais. A ultrassonografia de carcaça através de características como Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e Ratio e outras, estão sendo bem utilizadas, não apenas como estratégias de mercado, mas também, aplicadas na prática, proporcionando aumento de produtividade de rebanhos comerciais por meio da utilização de reprodutores comprovadamente positivos para essas características. Entre os exemplos está a AOL. Essa característica tem uma relação fortíssima com rendimento de carcaça no abate e a EGS com acabamento de carcaça, característica extremamente desejável pela indústria frigorífica. Além de ter impacto sobre a precocidade sexual de novilhas. Outra ferramenta de muita utilidade prática em características de produtividade no “gancho” está a direcionada aos abates técnicos. Associações como a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e Associação Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), têm realizado importantes trabalhos no sentido de avaliar animais da raça Nelore promovendo concursos e provas de abates técnicos. Fomentando assim, a raça e comprovando sua capacidade produtiva. Ainda que um pequeno número de criadores particulares já tenha realizados abates técnicos, os resultados de tais iniciativas já se mostram na prática das seleções PO e em rebanhos comerciais. Uma das contribuições dessa ferramenta é avaliar e mostrar em quais características analisadas nesses abates os reprodutores mais se destacam, ajudando assim, o criador e o produtor de boi gordo a direcionarem o uso dos touros específicos para promoverem o melhoramento da eficiência na produção da carne. Assim, como atingir melhores níveis na qualidade da carne. Atualmente, dentre as diversas ferramentas de melhoramento para características produtivas, as de carcaça vêm se destacando por serem medidas diretas e objetivas da produtividade e eficiência das diversas genéticas da raça Nelore. Os resultados práticos nas fazendas que se utilizam dessas ferramentas têm mostrado um impacto extremamente positivo nos índices produtivos e na lucratividade dos produtores de gado de corte, puro e comercial. Aliado à outros quesitos de seleção, a ultrassonografia e os abates técnicos podem, sem dúvida, promover melhorias na média nacional das raças zebuínas, especialmente da mais numerosa delas: a Raça Nelore.
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Eduardo Muniz de Lima “Mineiro”
OPINIÃO
Médico veterinário especialista em Produção de Ruminantes, MBA em Gestão Empresarial, MasterMind Aliança Agrotalento e diretor da Central de Receptoras Minerembryo diretoria@minerembryo.com.br
MERCADO
A @ de R$240,00 te dá lucro?
A
pecuária mudou o patamar de lucratividade? Definitivamente a resposta é não! O que mudou foi a receita da arroba @. Mas como comportou o seu custo junto a esta subida de receita. Como ficou a reposição e o preço do milho, farelo de soja e do diesel? Veja como é essencial a gestão dos números da porteira pra dentro. Por isso pergunto ao caro leitor: tens os custos e indicadores fechados? Qual sua lotação? Qual seu GMD (Distribuição de Produtos e Serviços Agrícolas)? Qual o seu custeio/cab/mês? E, ainda, o mais importante de todos: qual seu resultado financeiro em R$/ha/ano? Tem gestão de risco em sua fazenda? Bom, caso não tenha estes números cuidado ao comemorar esta @ de R$240,00. Dentro da pecuária de resultados temos a gestão e o melhoramento genético. No primeiro, várias frentes vem sendo implementadas. O controle individual está prestes a ser lançado em primeira mão no mercado brasileiro pela Inova Farm que objetiva monitorar e controlar todo seu rebanho individualmente a custos acessíveis. No Melhoramento Genético surgem iniciativas muito inovadoras para um momento de reposição cara. Uma Nova Era surge com a venda de embriões de vacas amplamente avaliadas e genotipadas a preços democráticos para repor matrizes de alto valor genético. Por tudo isso apresentado deixo um conselho: mergulhem seus números e planejamentos, pois a Pecuária 4.0 chegou!
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EM FOCO
Foto André Dib
“O dia que você acreditar ter atingido todo seu potencial é o dia que não aconteceu.”
Nick Vujicic
Por que você ainda tem o “HOJE”.
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