Cirurgia pediátrica em época de pandemia Procedimentos de urgência ou emergência, não podem ser evitados ou adiados, mesmo em vigência da pandemia.
Embora o organismo infantil seja de certo modo protegido da ação deletéria do vírus – por mecanismos ainda desconhecidos – os relatos de óbito em pacientes jovens começam a aparecer na literatura, gerando questionamentos dos cirurgiões pediátricos a respeito da oportunidade de cirurgia em crianças, que por si só, é ato que interfere no equilíbrio imunológico do paciente, debilitando-o. Deve-se considerar a possibilidade de contaminação pelo SARS-Cov-2 tanto do paciente, como das equipes envolvidas no processo. Exemplos de cirurgias de URGÊNCIA RELATIVA (casos eletivos em que o atraso cirúrgico significa prejuízo ao paciente): • casos oncológicos; • hérnia inguinal; • atresia de vias biliares (porto-enterostomia); • colecistectomia em casos sintomáticos (dor ou inflamação); • cistos branquiais e tireoglosso antes que evoluam com quadros infecciosos;
• orquidopexia (correção de criptorquia) em pacientes acima de 1 ano de idade; • esplenectomia (retirada do baço) para doenças hematológicas; • gastrostomia (na impossibilidade de outra via nutricional).
REFERÊNCIAS 1.American College of Surgeons. COVID-19 Guidelines for Triage of Pediatric Patients [cited 2020 Mar 24]. Available from: org/covid-19/clinical-guidance/elective-case/pediatric-surgery. 2.Global Initiative for Children’s Surgery. COVID-19 resources for GICS members [cited 2020 Mar 24]. Available from: https://www.globalchildrenssurgery.org/gics-network/covid-19-resources/ 3.Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica. Nota técnica: COVID-19 [cited 2020 Apr 15]. Available from: http://www.cipe.org.br/novo/nota-tecnica-covid-19.
Máscaras em crianças Em documento no site da OMS, algumas considerações em relação ao uso de máscaras em crianças: 12 anos ou mais Devem usar, especialmente quando a distância de um metro de outras não pode ser garantida e há transmissão generalizada na área. 6 a 11 anos Depende de uma série de fatores, incluindo a intensidade de transmissão na área, a habilidade da criança em usar a máscara, o acesso a máscaras e a supervisão adequada de um adulto. O impacto potencial na aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial e as interações com pessoas com alto risco de desenvolver doenças graves também devem desempenhar um papel na avaliação dos riscos. 0 a 5 anos Não devem ser obrigadas a usar com base na segurança e no interesse geral da criança.
DR. WALBERTO SOUZA JÚNIOR
CRM/SC 9763 | RQE 7808 – Cirurgião Pediátrico CURRÍCULO • Cirurgião Pediátrico no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG); • Coordenador do Programa de Residência Médica em Cirurgia Pediátrica do HIJG; • Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas – UFSC.
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Revista Saúde | Fevereiro . 2021 | rsaude.com.br
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