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PARA DEBATER De corte em corte, ninguém escapa

Restrições de verba atingem cultura, renda, educação e alimentação dos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais de Uberlândia, o preço da cesta básica em junho na cidade foi de R$632,52, um aumento de quase 30% em relação ao mesmo período de 2021. Comparado a junho de 2020, o crescimento é de mais de 41%, o que significa que o poder de compra está diminuindo. Hoje, o brasileiro precisa cortar da lista de compras 6kg de arroz, 9kg de feijão e 3kg de carne, se compararmos com dois anos atrás. Sendo assim, para evitar esses cortes e sustentar uma família de três adultos a renda mínima necessária é de R$5.314,16, o que é 4,38 vezes maior que o salário mínimo. Entretanto, dados do Ministério da Cidadania revelam que mais de 56 mil famílias sobrevivem com apenas um salário mínimo na cidade.

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Falta de investimento | Os cortes na cultura acontecem há mais de 10 anos no país. Entre 2021 e 2022 o orçamento anual chegou a ser metade do que era em 2011. Em Uberlândia, a cultura sofreu um corte de quase 1 milhão de reais no último ano. E apesar do desprezo dos governos, o Congado sobrevive na cidade. A celebração é centenária mas não recebe verba suficiente. Assim, os custos são pagos pelos próprios congadeiros e por doações da comunidade. O mesmo acontece em Ituiutaba, cidade sede da UFU (campus Pontal). Mesmo com a importância da celebração, a presença do Congado é mais do que uma representação cultural. Ela tem um papel político e social dentro das comunidades. Além de apoiarem as famílias, os responsáveis acompanham o rendimento escolar dos jovens e estão engajados com questões raciais e de classe. O Congado mantém a cultura afro-brasileira viva e coloca luz sobre questões que já estão em disputa há séculos.

Educação não é o foco | Desde 2016, o setor vem sofrendo cortes governamentais, o que se intensificou na gestão atual. O último bloqueio anunciado foi de 3,2 bilhões de reais. Surpreendidas, diversas instituições de ensino federais já se pronunciaram sobre a incerteza na continuidade de suas atividades. Falta verba até para pagar a conta de energia elétrica. Mas um dos pontos que es- tá em risco é a atenção à permanência do estudante, papel das assistências estudantis. Na UFU, esse cenário se repete. A Pró-reitoria de Assistência Estudantil está repensando suas ações prioritárias. Por isso, mesmo com a concretização do último corte, a saúde e o bem-estar dos estudantes serão priorizados. A intenção é manter os Restaurantes Universitários e a Olimpíada UFU, evento com maior participação de alunos da Universidade. Apesar disso, os auxílios estudantis, ainda que não acompanhem a variação da inflação, estão garantidos para estudantes selecionados até setembro. Por outro lado, a verba para atender novos estudantes segue pendente.

Economia inflada | Os itens da cesta básica ficam mais caros por conta da inflação, o que exige que os brasileiros façam seus próprios ajustes. Segundo o Centro de Estu-

O Brasil como ele é | Durante as corridas eleitorais, é perceptível que as pesquisas sobre a intenção de votos dos brasileiros chegam a resultados diferentes. Isso está diretamente ligado ao público escolhido para responder às questões. A seleção deve representar a composição da população brasileira de acordo com idade, sexo, localidade, escolarização e etc. Essas falhas comprovam a importância do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que é a única sondagem que consegue abranger todo o território brasileiro, chegando a perfis diversos da população. Portanto, através desses dados é possível traçar as características demográficas e socioeconômicas reais dos brasileiros, apontando suas necessidades de políticas públicas. O atraso de dois anos na renovação dessas informações, causada pela pandemia e o corte de verba federal, demonstra a intenção do governo em adiar políticas

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