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Alda Melro

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António Ramalho

António Ramalho

Sua tia, que gostava de fazer quadras, brincou também com a situação, vai daí, cantou ao seu sobrinho, estas quadras divertidas:

Estrala a bomba e o avô foi pescar A faina foi boa e o barco veio a abarrotar Mal chegou ao cais o barco virou O peixe deu à sola e o avô chorou

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Foi um dia daqueles bem chalados Em que a pesca lhe moeu a cabeça Os peixes ficaram a ganhar Vieram de boleia lá do alto mar

Estrala a bomba e toda a ribeira canta: -Ó Sr. João, tape o peixe com uma manta

Estrala a bomba e lá vem mais um badejo Puxou alinha e era uma sardinha Que mordeu a isca e veio a linha.

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O PRÍNCIPE SAPO

Numa floresta muito distante, vivia uma velhinha muito baixinha, bonita e redondinha de seu nome, Maria do Bosque. Certo dia, andava ela a apanhar pauzinhos para a lareira e os seus olhos negros e brilhantes, viram um sapo perdido no meio de um monte de lama. Pensando ela que se tratava realmente de um sapo, levou-o para a sua humilde casa. Deu-lhe banho e meteuo numa velha caixa onde guardava os seus únicos sapatos. A casa onde morava era simples e pobre como ela. De inverno chovia dentro e de verão, o sol irradiava pelos buracos do telhado e o calor era tanto, que ela preferia ficar a nadar num lago que existia mesmo junto à sua casa. Assim que o sapo se viu aconchegado dentro da caixinha, adormeceu de tão bem instalado que se encontrava. Maria do Bosque, aproveitou para sair e procurar comida na densa floresta. O que a velhinha, Maria do Bosque, não imaginava, é que o sapo, não era realmente um sapo, mas sim um príncipe que tinha sido castigado por uma bruxa má, por ele se ter recusado a casar com ela. Então, furiosa de raiva, a bruxa disse-lhe:

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_ Vou transformar-te em sapo para toda a vida, só serás de novo príncipe, quando fores beijado por uma velhinha bondosa. Entretanto, o sapo que ainda dormia acordou e feliz por a Maria do Bosque o ter ajudado pensou... _ Esta velhinha de coração tão bondoso, podia dar-me o beijo para quebrar o feitiço da bruxa e assim libertar-me. Logo depois, a velhinha de seu nome Maria do Bosque, chegou com um saco cheio de frutos que conseguiu encontrar pela floresta. Abriu a porta do seu humilde lar e viu o sapo já acordado, olhando para a entrada, como se estivesse à espera dela. Achou-lhe tanta graça e comovida, pegou-lhe ao colo e beijou-o. De repente, um clarão iluminou o espaço e ele ficou de novo na sua forma original. Um belo e jovem príncipe. Contou à velhinha Maria do Bosque o que lhe tinha acontecido e que o seu nome era Henrique e morava num reino ainda distante. Como recompensa, levou-a para o seu lindo palácio e ela lá ficou a viver para toda a vida no meio de tanta felicidade e riqueza. A moral desta história, é que se repartirmos o que possuímos seremos recompensados.

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PEDRO E O FUTEBOL

Não gosta de estudar Em casa não quer estar Sai para a rua Para poder jogar Venham todos ouvir O que aqui vou dizer O Pedro é um menino Difícil de esquecer

Com olhar matreiro Põe-se a analisar O pessoal está distraído É hora de zarpar

Deem-lhe uma bola E fiquem a ver Os pés parecem faíscas Não param de mexer

Quando for homem Quer ser jogador Não importa em que clube Que grande sonhador

Chega a noite, vai dormir E mesmo a sonhar Fala alto, braceja Está num campo a jogar

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É golo, chuta, atira, passa São palavras que ele grita O mano quer dormir e não consegue Fica a ouvir o desafio, em forma descrita

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Autor

António Correia Ramos

Três contos

O PRÍNCIPE É A PRINCESA

Um Príncipe é uma Princesa De criança se enamoraram Viviam numa fortaleza E cedo se apaixonaram

Ainda eram dois meninos Muito tempo iriam esperar Deixar de ser pequeninos P'ra se poderem amar

Os anos foram passando Grande era a afinidade Os dois ficaram esperando Até terem mais idade

A adolescência chegou Explodindo sua paixão Um e outro se beijou Começando uma união

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