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Joana Rodrigues

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Dulci Ferreira

Dulci Ferreira

Autor

Joana R. Rodrigues

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Três contos

NO RECREIO DA ESCOLA

Era uma vez um menino, de seu nome João, e tinha por alcunha Janita. Tinha seis anos o pequenito, quando foi para a escola gostava que lhe chamassem de João, como a professora sempre o chamava, ... Mas os colegas que o conheciam sempre chamavam o Janita, até que ele disse aos pais que não queria ir para aquela escola, os pais estranharam, porque ele estava tão entusiasmado e gostava da escola e de repente ficou triste sempre cabisbaixo e os pais estavam a ficar preocupados, e resolveram ir à escola falar com a professora para saber o que se passava! ---A professora disse que não sabia de nada, mas ia observa-los no recreio, os pais insistiram para que a professora resolvesse o assunto, a professora disse para eles irem descansados, no dia seguinte a professora esteve a ver os miúdos no recreio mas o João estava sozinho num canto! até que a professora começou a ver vários miúdos

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a correrem para ele e puxarem por um braço e chamavamlhe o (Janita Caganita), então a professora foi falar com o diretor para que assistisse aquela situação. Quando regressaram do recreio, a professora reuniu, todos os alunos, estava presente também o diretor que perguntou a todos o que é que se passou no recreio com o João? ninguém falou, todos caladitos que nem uns ratitos, até que a professora disse! vocês sabem o que fizeram? Já cansada de eles não falarem, disse-lhes isso é bowling é humilhar os vossos colegas, devem ser todos amigos e não fazerem aos outros aquilo que não querem que façam a vocês, Para que nunca se esqueçam vão levar trabalho para fazer em casa, vão escrever duzentas vezes (eu nunca mais faço bowling aos meus colegas,) e amanhã quero que me tragam tudo escrito num caderno! e não quero desculpas, e a seguir vou falar com os vossos pais, os meninos quando voltaram a casa começaram logo a escrever, mas estavam há tanto tempo a escrever que os pais estavam desconfiados que havia alguma coisa diferente, eles nem queriam jantar! e o João chorava a mãe, perguntou porque chorava, ele diz que os colegas tratavam-no mal e ele já não queria aquela escola. Até que os pais decidiram ir novamente à escola para saberem o que tinha acontecido? quando lá chegaram já a professora estava a reunir com os pais dos outros alunos que já estavam convocados para uma reunião... para todos saberem o que os filhos faziam no recreio, e todos ficaram pasmados com o que ouviram!

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assim todos os pais estiveram de acordo, para se os filhos voltassem a fazer bowling ou maltratar algum colega, ficavam na sala de aula e não tinham recreio,

Ficaram os meninos a pensar Como resolver a situação Sem recreio não queriam ficar E sem brincarem, isso é que não!

Primeiro, foram pedir perdão Para que tudo fosse esquecido Abraçaram o amigo João E o grupo ficou mais unido,

O João a todos perdoou E todos amigos são, O João à bola com eles jogou Pois aprenderam a lição!

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UMA MENINA FELIZ

Era uma vez, uma menina, de seu nome Joaninha que não gostava de ir sozinha para a escola, mas também não queria faltar, então não tendo ninguém, por perto para a acompanhar, começou a pensar! e se eu combinasse com as minhas colegas? mas nem todas se vão desviar do caminho! mas eu vou falar com a minha mãe! que anda no campo a trabalhar, ela por certo vai ter alguma ideia para me ajudar! a minha mãe chega tarde do trabalho, e o meu pai teve que imigrar, pois quer uma vida melhor para todos nós, mas a verdade é que estou com este problema, e não os quero preocupar, a mãe que já se tinha apercebido, dos receios da filha, e fez -lhe uma surpresa chegou a casa com um lindo cãozinho, para lhe fazer companhia e a menina Joaninha, começou a sorrir e a cantar pois foi tão grande a alegria, que já não pensava em mais nada senão no cãozinho que a mãe trouxera, e pensou dar-lhe um nome, e deu-lhe o nome de (companheiro) bastava ela dizer vamos companheiro e ele ☺ sempre a seguia, a joaninha sempre gostou dos animais trata-os com carinho e eles gostam muito dela, o companheiro ia com ela para a escola, e ficava no pátio do recreio, à espera que as aulas terminassem para regressarem novamente a casa, e assim a Joaninha nunca mais se sentiu só, e a chegada do ( companheiro), foi a maior alegria que teve nos últimos tempos,

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e a mãe está também feliz porque a sua filha gosta muito de animais e trata todos bem, e se encontra algum gato ou cão maltratado na rua chama logo o( S O S) animal) e assim a Joaninha passou a ser uma menina mais Feliz,

A felicidade de uma criança Não se resume a muitos bens Se ela tem um animal na presença Com amor, estima tudo o que tem

Se um animal, faz uma criança feliz Porque não! fazer a vontade Dar-lhe amor e carinho, ao petiz Adotar animais, é um ato de humanidade

Joaninha, não se esquece do presente Que sua mãe um dia lhe deu, Mesmo que esteja ausente Leva o companheiro, pois diz que é todo seu

E com tão pouco, se fazem crianças felizes Quem não gostar de animais é louco Porque fazem a felicidade, dos petizes E todos são, mais carinhosos, por tão pouco,

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PERDIDA NO BOSQUE

Era uma vez uma avozinha, que se perdeu no bosque. Estava muito frio e ela pobrezita, precisava de ir buscar lenha, para fazer uma fogueira para se aquecer. Ela tinha dois netos, a quem ela pediu ajuda. Mas o Manuel disse que não tinha força para cortar lenha e o António disse o mesmo. Então a avó decidiu ir ela mesma buscar a lenha. “Está bem, então fiquem em casa e portem-se bem, que eu não demoro.” Mas o dia escureceu e avozinha, que já estava muito longe de casa, começou a ficar assustada pois já andava perdida com o seu molhinho de lenha. Começou a gritar: “quem me pode ajudar?” Mas ninguém a ouvia, por isso sentouse numa pedra e começou a rezar a Deus e à Virgem Maria. Não aparecia ninguém e era já noite. Ao longe, passa um lenhador que viu uma velhinha sentada à beira do caminho. Pensou “eu não vou lá deve ser alguma bruxa que me quer enfeitiçar”. E a avozinha sentada estava, sem poder continuar a sua viagem, a rezar para que os netos a viessem buscar. Mas os netos estavam tão distraídos com os jogos de computador, que nem deram pelo tempo passar. Só se lembraram da avozinha porque eram horas de jantar.

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Enquanto a avó chorava perdida no bosque, chegou uma cabrita que falava, e disse “não te preocupes eu vou levarte a casa”. Entretanto os netos ao verem que a avó não estava, resolveram ir procurá-la. Seguiram a caminho do bosque, mas como estava muito escuro caíram num buraco. Agora eram eles que choravam, arrependidos de não terem ajudado a avó. O Manuel dizia “Agora ninguém nos vem salvar”, ao que o António respondia “Pois é! Tenho medo e não tenho jantar e num buraco vou ficar!”. Mas a cabrita que seguia com a avó ouviu gritar e aproximou-se e disse “Não tenham medo, eu vou-vos salvar!” “Mas como? Cabrita tu falas tenho medo de ti!” “Não tenham medo, eu só pratico o bem, o que vocês deviam fazer também. Esperem um pouco.” E a cabrita desceu ao buraco e disse “um de vocês sobe para as minhas costas”. O Manuel foi o primeiro, depois diz a cabrita “agora puxa o teu irmão António, que sobe para as tuas costas”. E assim foram saindo e todos saíram do buraco. A avó ficou radiante de ver os netos, e os netos também. A cabrita foi levá-los até a casa da avozinha, quando lá chegaram agradeceram à cabrita o bem que lhes tinha feito. Deram tantos beijinhos à cabrita, tantos, mas tantos, que ela se transformou numa linda Princesa. Ela era a fada do bem, que foi enfeitiçada por uma bruxa que lhe disse “Não fazes bem a mais ninguém! Vou transformar-te em cabrita e só quando duas crianças te beijarem perderás o teu feitiço!”

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O feitiço foi quebrado Pelas crianças inocentes Valeu a pena ser beijada Pois eles foram valentes

Foi uma lição de vida Para aqueles meninos Ajudam a avó querida E a enchem de mimos

Para o bosque não vão Sem serem acompanhados Aprenderam a lição E pela fada são abençoados

Só vão praticar o bem Como a fada bem lhes disse Quando a avó for, vão também Para não fazerem uma burrice

Agora que todos estão bem Convidaram a fada madrinha Para fazer a festa também Só faltava a menina Joaninha

E assim fizeram a festa Cheia de amor e alegria Se a Joaninha não chegasse A festa não se fazia

E assim vence o bem, Amor e muita alegria, Acabou-se a estória Outra virá um outro dia!

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STRADIVARIUS

Autor

José Sepúlveda

Três contos

De tempo a tempo, vinha ao povoado Com seu bornal ao ombro. E com prazer Satisfazia assim algum recado Que os seus pais pediam p'ra fazer.

E sempre que lá ia, ele parava Na casa desse velho marceneiro E com encantos mil apreciava As obras que fazia, prazenteiro.

O mestre era já velho e consciente Que aquele sacerdócio feito amor Iria precisar e muito urgente De encontrar agora um sucessor.

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