A POESIA
MARGINAL
Era também chamada “geração do mimeógrafo” pois a maioria dos poetas marginais recorriam ao mimeógrafo para copiar e imprimir suas obras. Com esse processo, quase artesanal --e sem vínculo com editoras-- os jovens poetas driblavam a censura imposta pela ditadura militar e sentiam-se mais livres para contestar os valores tradicionais, assim como o formalismo dominante, imposto pelos grupos de vanguarda que reinavam nos anos 60 e 70. Deixaram como legado uma maneira mais livre, leve e solta de escrever, agir artisticamente e viver. Como disse Chacal, “a última flor do lácio, inculta e bela, ganhava as páginas alcoolizadas dos mimeógrafos.” Esses poetas irão ocupar espaços predominantemente nos anos 70 e 80. Poderiam estar em um anexo, mas resolvi posicioná-los aqui porque eu mesmo e outros poetas fizemos livros mimeografados na década de 60.