Ervas Medicinais: guia prático a partir de erxperiencias e memorias compartilhadas

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Ervas Medicinais Guia prático a partir de experiências e memórias compartilhadas

Salete Vedovatto Facco



Ervas Medicinais

Guia prático a partir de experiências e memórias compartilhadas Salete Vedovatto Facco


FICHA CATALOGRÁFICA F138e Facco, Salete Vedovatto Ervas medicinais: guia prático a partir de experiências e memórias compartilhadas / Salete Vedovatto Facco. – Porto Alegre : Edição do Autor, 2021. il. ; 119 p. 1. Planta medicinal. 2. Remédio caseiro. Medicina popular. I. Título. CDU 615.89 Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima – CRB 10/1273


Ervas Medicinais

Guia prático a partir de experiências e memórias compartilhadas Salete Vedovatto Facco


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

Apresentações Para apresentar esta cartilha, escrevo breves palavras com muita emoção. Dedico minha escrita às mulheres que compartilharam saberes, ensinaram e aprenderam ao longo dos anos de sistematização deste trabalho coletivo. Lembro-me dos primeiros contatos que tive com a Sal, nas aulas de Seminário 2 na UFRGS. Entusiasmada com as atividades que realizava, por meio da extensão universitária, comentei com as turmas sobre os grupos de artesanato e as nossas descobertas coletivas. Numa dessas vezes, a Sal artesã surgiu em diálogo com a Sal pedagoga em formação. Desse momento em diante, orientadora e orientanda, ambas extensionistas, iniciamos um diálogo com as mulheres que fez nascer um trabalho de conclusão de curso, uma monografia de especialização e uma dissertação de Mestrado. A extensão universitária foi nossa “passarela” até as mulheres. Não consideramos uma “ponte”, com caminhos rigidamente traçados e rumos certos. Foram idas e vindas, paradas, momentos de contemplação juntas, o que se faz em uma grande passarela de saberes partilhados. Agora, as mulheres do Areal da Baronesa, juntamente com a professora mestre Sal Facco, nos brindam com esta produção que é anúncio da resistência de ancestralidade negra, a qual luta contra as formas de discriminação a que são submetidas as comunidades tradicionais, nos meios urbanos. Seus conhecimentos, em parte partilhados e sistematizados nesta cartilha, são regados por transcendentalidade, aquilo que une as mulheres ao sagrado e que, um dia, já condenou e perseguiu nossos ancestrais escravizados. A cada erva rememorada, a cada uso em chá ou emplastro, revivem-se histórias de mulheres que 4


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

faziam da cura cuidado, amparo e fé. Por outro lado, os saberes das ervas medicinais são formas sutis de resistir à indústria farmacêutica e à medicalização da vida, que desconsidera esses conhecimentos úteis e importantíssimos para as comunidades. Busco inspiração na escritora negra brasileira, Conceição Evaristo, para desejar que essas “vozes-mulheres” sigam ecoando das avós para as filhas, netas e bisnetas... como um “eco da vidaliberdade”. Sinto-me honrada e feliz em escrever estas primeiras palavras. Pr.ª Dr.ª Aline Lemos da Cunha Della Líbera, maio de 2021. Professora Associada do Departamento de Estudos Especializados (UFRGS/FACED) Vice-diretora da Faculdade de Educação da UFRGS (Gestão 2020-2024 Membro do NIEPE-EJA/FACED/UFRGS Membro suplente da Coordenação do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos Coordenadora do Programa de Extensão

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Plantas medicinais: o saber popular das ervas

A Cartilha O Saber Popular sobre as Ervas oferece à leitora, de forma generosa e bela, conhecimentos sobre ervas medicinais elaborados numa longa parceria entre a Salete, mestra em Educação pela UFRGS, e mulheres do Quilombo Urbano Areal da Baronesa. Nos quilombos urbanos a vida pulsa nas ruas, nas calçadas e nas casas. Mulheres, constituídas nas suas ancestralidades, importam-se com a manutenção de si, de suas famílias e da comunidade. O trabalho de cuidar, paciente e persistente, manifesta-se em gestos e saberes. O poder das ervas, para acalmar e curar a mente e o corpo, renova-se a cada preparo de chá que será oferecido a quem precisar. Mulheres e suas ervas a serviço da reprodução ampliada da vida. Atravessados, no entanto, pelas mazelas de modos de ser e estar produzidos pela cidade do capital, que busca transformar tudo e todos em mercadoria, os quilombos urbanos lutam para resistir econômica e culturalmente. Os saberes e valores presentes nos seus modos de existir fazem parte dessa caminhada. Dela fazem parte também parceiros de jornada que se colocam lado a lado para visibilizar e dialogar com seu patrimônio cultural. Esta cartilha expressa o resultado de uma dessas parcerias. Esta cartilha resulta do diálogo entre sujeitos com saber sobre ervas medicinais, situados em lugares diferentes – universidade e comunidade, orientados por objetivos comuns: visibilizar, sistematizar, analisar e socializar conhecimentos sobre ervas medicinais preexistentes na comunidade, apoiando-se tanto nas memórias e práticas comunitárias como nas explicações científicas. O que encontramos nesta cartilha resulta de um trabalho persistente, rigoroso, cuidadoso, paciencioso e ético realizado no âmbito da extensão universitária e da pesquisa acadêmica. Salete apoiou-se em ensinamentos da Educação Popular e, em particular, nos ensinamentos de Paulo Freire, para conduzir oficinas e rodas de conversa sobre ervas medicinais. 6


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

Nesses espaços, as mulheres da comunidade e a educadora pesquisadora Salete ensinaram e aprenderam sobre para que e como usar ervas medicinais de forma seriamente lúdica. Agora, esse conhecimento chega até nós para que participemos, mesmo de longe, das rodas de conversa, compartilhando nossos saberes do cuidado com ervas, às vezes guardados em algum canto da memória. Ampliar círculos de cuidado talvez seja uma das grandes tarefas de nosso tempo! Boa leitura a todes! Obrigada às mulheres envolvidas na produção de cartilha por compartilharem seus saberes!

Pr.ª Dra.ª Maria Clara Bueno Fischer, maio de 2021. Professora e Pesquisadora PPGEDU/UFRGS/CNPq

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Plantas medicinais: o saber popular das ervas

Sumário 10

Agradecimentos e créditos

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Introdução

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Sabedoria e conhecimento: a natureza pré científica dos saberes populares

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Aprendendo a fazer um remédio caseiro: 21 - Chás 21 - Infusões 21 - Inalações 22 - Cataplasmas 22 - Tinturas 23 - Compressas 23 - Macerações 23 - Unguentos 8

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Aprendendo um pouco de história sobre ervas usadas nas relações de trabalho cotidianas das mulheres na história antiga até os dias atuais: 26 - Alecrim 28 - Aloe vera (babosa) 30 - Aveia 32 - Arruda 34 - Calêndula 36 - Camomila 38 - Canela 40 - Cravo-da-índia 42 - Erva-cidreira 44 - Erva-doce 46 - Flor de laranjeira 48 - Guaco 50 - Hortelã 52 - Louro 54 – Macela-do-campo 56 - Manjericão 58 - Pitangueira 60 - Rosa 62 - Sete ervas 64 - Zedoária


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Dicas das mulheres quilombolas do Areal da Baronesa: 68 - 1. Dica para tomar o chá na hora certa: o relógio do corpo humano 74 - 2. O uso de ervas em sabonetes artesanais 76 - 3. Sabão artesanal com ervas 78 - 4. Uso de ervas e incensos artesanais 80 - 5. Banho de descarrego 82 - 6. Vamos cultivar plantas medicinais? 82 - a) Como plantar uma mudinha 84 - b) Materiais alternativos utilizados no plantio de ervas medicinais 86 - c) Vaso com irrigação por capilaridade feito de garrafa PET

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Galeria de fotos

Guia complementar: Abcedário das ervas

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Glossário

Bibliografia 9


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

Agradecimentos e créditos

A construção dessa cartilha partiu do entendimento de que é necessário reconhecer e valorizar os saberes locais sobre ervas medicinais pelas mulheres quilombolas, entendidos como um bem social historicamente vinculado à sua cultura. Seu caráter de ferramenta resulta da minha experiência com as mulheres quilombolas do Areal da Baronesa em Porto Alegre ao longo de minha trajetória acadêmica. Em 2011 na Graduação em Pedagogia na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), participei do grupo de extensão “Justiça com as próprias mãos”, através do qual comecei a trabalhar com elas temas relacionados à Educação Popular para entender os processos de ensinar e de aprender os saberes desse grupo quilombola. Em 2016, dei continuidade aos meus estudos e iniciei o curso de Educação Ambiental, pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que me levou de volta à comunidade. Nesse momento, a pesquisa-ação teve enfoque na questão ambiental e instrumentalizou o diálogo com as mulheres quilombolas, na construção e na ressignificação dos seus saberes sobre ervas medicinais. A dissertação de Mestrado em Educação no PPGEDU elaborada entre 2018 e 2020 apresentou experiências com elas compartilhadas, construídas a partir de oficinas e rodas de conversas, através das quais ouvi suas memórias sobre suas práticas cotidianas que envolvem o uso das ervas medicinais. Assim, nasceu a necessidade de materializar esses saberes locais juntamente com os saberescientíficos, que agora ganham forma através desta cartilha.

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A essas mulheres do Areal da Baroneza, dedico esse trabalho e agradeço por tantos conhecimentos e por me mostrarem outros caminhos possíveis na construção do conhecimento. Em especial, agradeço à Mãe de Santo, Fabiane, por partilhar seus saberes e seu trabalho.

Agradeço as orientadoras prof.ª Dr.ª Maria Clara Bueno Fischer (Mestrado em Educação, 2020) e prof.ª Dr.ª Aline Cunha Lemos de Della Libera (Graduação em Pedagogia, 2015) pelo apoio e orientação em todos os momentos. Agradeço pelas relevantes contribuições dos ex-colegas bolsistas de extensão “Justiças com as próprias mãos”(2014-2015): Daniela Antunes, Laura Vedovatto Del Pino, Luana Pavão, Talita de Brito Prestes Oliveira e Maria Paloma Bernardi. Meu agradecimento ao CNPq, pelo apoio financeiro ao desenvolvimento do Mestrado. Salete Vedovatto Facco Pedagoga e Mestre em Educação (PPGEdu).

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Em memória de Sônia Xavier (1946-2019)


Meu reconhecimento e agradecimento à D. Sônia, líder comunitária e mãe da Fabiane, pelos ensinamentos e a paciência comigo desde 2011, quando estive no Areal pela primeira vez, até os últimos dias de dezembro de 2019, quando ela nos deixou. Em todos esses anos de vivências aprendi muito sobre seus modos de vida, suas memórias e seus saberes velados e herdados. Agradeço todos os afetos comigo partilhados.


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Introdução A presente cartilha é um trabalho de sistematização de conhecimentos populares e científicos sobre ervas medicinais e seus usos no cotidiano. Ele foi construído e compartilhado a partir da interação de mulheres quilombolas que integraram um grupo de pesquisa desenvolvida, inicialmente, durante meu curso de graduação (UFRGS, 2015), no âmbito do projeto de extensão “Justiça com as próprias mãos” e que foi continuada em meus cursos de especialização (FURG, 2018) e de mestrado (UFRGS/PPGEdu, 2020). A experiência com o grupo de mulheres inspirou a produção desta cartilha elaborada com a ajuda das suas narrativas, de suas memórias e de suas experiências sobre ervas medicinais, que foram contadas e compartilhadas em rodas de conversas e em oficinas de manualidades. Nossos encontros sempre foram fortalecidos com receitas caseiras de chás, de xaropes, com “banhos de descarrego”. 14


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

Juntas, criamos um espaço de diálogo de saberes, visualizando a construção de saberes locais, sua preservação e sua transmissão para as próximas gerações.

Juntas, criamos um espaço de diálogo de saberes, visualizando a construção de saberes locais, sua preservação e sua transmissão para as próximas gerações. Entendemos que esses saberes se constituem como importante legado de sua história, para o cuidado da saúde física e espiritual da comunidade e, portanto, ajudam a consolidar seus modos de vida e sua cultura. Essa cartilha traz informações sobre ervas que são utilizadas nas relações de trabalho das mulheres quilombolas, na comunidade do Areal da Baronesa. Ao longo do tempo, as propriedades dessas plantas medicinais foram pesquisadas e elas são utilizadas sob forma de chás, emplastros, infusões, banhos, incensos e sabonetes. São práticas medicinais de tratamento de saúde, de prevenção de doenças e, no caso dos banhos de descarrego, de cura espiritual. 15


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Sabedoria e conhecimento: A natureza pré-científica dos saberes populares Nos últimos dois séculos, a ciência moderna reina com sua interpretação do mundo, no entanto a ciência não responde a todas as questões colocadas pela humanidade, não chega a todos os lugares e, portanto, não pode ser a única referência de produção legítima do conhecimento. O conhecimento popular foi, por longo tempo, ignorado por cientistas, porém, hoje, a situação é um pouco diferente, como mostram recentes pesquisas, realizadas em comunidades tradicionais, que buscam o resgate e a valorização de saberes locais. Esse conhecimento – em especial a medicina popular – tem merecido atenção cada vez maior, visto que oferece informações a outros campos da ciência. Um exemplo são pesquisas, baseadas na medicina tradicional, que desenvolveram medicamentos a partir de plantas. O saber popular é um conjunto de conhecimentos que 16


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são adquiridos de forma empírica, a partir do fazer, sendo transmitidos de geração em geração, por meio da oralidade, de gestos, de atitudes. Além disso, são saberes baseados em crenças, em opiniões, ou em superstições, adquiridos no fazer, nas atividades de trabalho. Esse saber, muitas vezes, atesta sua validade, mesmo que os sujeitos não saibam explicá-lo cientificamente. São saberes produzidos por grupos específicos (familiar ou comunidade) e são frutos das várias experiências vividas e convividas por homens e mulheres, em tempos e espaços diversos na história. Os saberes resgatam memórias e experiências vivenciadas e compartilhadas. A valorização dos saberes populares de um determinado grupo é importante, pois são eles que fortalecem suas tradições como as crenças, os rituais, as comidas, a saúde, a dança e a música. Essa valorização também proporciona o fortalecimento e a difusão desses saberes para o universo do conhecimento científico, que os incorpora na construção da ciência. “O conhecimento emerge apenas através da invenção e da reinvenção, através da inquietante, impaciente, contínua e esperançosa investigação que os seres humanos buscam no mundo, com o mundo e uns com os outros”. Paulo Freire Está em nossa memória. Normalmente crescemos sabendo, pelo menos, uma receita com ervas medicinais para resolver problemas de saúde. Lembramos, principalmente, de nossos pais ou avós, que sempre têm algum chá ou folhinha milagrosa para tratar e curar incômodos físicos ou espirituais. Contudo, o uso de chás medicinais ganha reconhecimento por seu resultado e sua eficácia comprovados na prática, isso leva a ciência a investigá-los, resultando na elaboração de medicamentos fitoterápicos. Um exemplo clássico é a babosa. Seu uso é milenar e já foi comprovado pela ciência, sendo transformado em medicamentos fitoterápicos que preservam os princípios ativos da planta. 17


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Mas, afinal, qual a diferença entre os medicamentos fitoterápicos e as conhecidas plantas medicinais? 18


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PLANTAS MEDICINAIS: Plantas medicinais são aquelas que contêm um ou mais princípios ativos que lhes conferem propriedades terapêuticas.

MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS: Já o princípio ativo é o conjunto de moléculas da planta com propriedades medicinais, ou seja, um conjunto de substâncias responsáveis por determinadas reações (positivas ou negativas) no nosso organismo. Os medicamentos fitoterápicos são, então, produtos elaborados a partir desses princípios ativos.

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Aprendendo a fazer um remédio caseiro As ervas medicinais podem ser usadas mesmo quando a pessoa está fazendo tratamento médico. Por utilizarem substâncias naturais, geralmente, não há contraindicações.

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CHÁS: Essa é a forma mais tradicional de preparo de um remédio à base de plantas. Coloque no fogo uma panela com quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de sopa da erva seca para cada litro de água. Mantenha a tampa da panela fechada para evitar que algumas substâncias evaporem. Evite adoçar o chá.

INFUSÕES: Preparações desse tipo são indicadas para folhas, pétalas, flores e plantas frágeis. Comece fervendo a água. Depois, separe as ervas em um recipiente e despeje a água fervente sobre elas. Não leve às plantas ao fogo. Tampe o recipiente e deixe repousar por dez minutos.Coe e beba.

INALAÇÕES: Muito usadas para aliviar problemas respiratórios. Deixe as ervas de molho em água fria por algumas horas. Coloque tudo em uma panela e leve ao fogo baixo (para que os princípios ativos não se percam demais) de 15 a 30 minutos. Quando levantar fervura, passe o líquido para uma vasilha e incline o rosto sobre ela. Coloque uma toalha sobre a cabeça para que o vapor demore mais a se dispersar e inspire profundamente. 21


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CATAPLASMAS: É possível preparar uma pasta colocando a erva no pilão e juntando água quente. Esse tipo de preparação permite a aplicação de uma erva diretamente na região afetada por um problema. Outras formas de fazer: se as folhas forem frescas, basta amassar com as mãos e esfregar no local desejado. Se forem ervas secas, coloque uma porção delas em um saquinho de algodão, aqueça com o ferro e coloque o saco ainda morno sobre o local desejado.

TINTURAS: É uma maneira de extrair o substrato medicinal fazendo um concentrado de ervas e álcool. Coloque um punhado de ervas frescas em um vidro com tampa que vede. Acrescente álcool 60% até cobrir a erva. Feche e deixe descansar por 2 semanas, depois coe e guarde a tintura em local fresco e escuro. Quando for usar, dilua 5 gotas da tintura em um copo de água.

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COMPRESSAS: Agem diretamente no local afetado. Cozinhe as ervas até obter um líquido mais denso do que um chá. Depois de esfriar, mergulhe um pano limpo no líquido. Aplique o pano na região desejada.

MACERAÇÕES: Preservam os sais minerais das plantas. Deixe as ervas de molho em água fria por 12 horas. Se as cascas, talos e raízes forem usados, deixe de molho por 24 horas. Depois coe e beba logo.

UNGUENTOS: É um tipo mais espesso que o cataplasma. É possível aplicar sobre a pele o suco das ervas frescas moídas junto com a lanolina comprada em farmácias. Junte uma parte do suco de ervas e outra parte de lanolina aquecida e coloque sobre o machucado.

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Aprendendo um pouco de história sobre ervas usadas nas relações de trabalho cotidianas das mulheres na história antiga até os dias atuais 24


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Alecrim

(Rosmarinus officinalis) Nomes populares: alecrim, alecrim-da-horta, alecrim-de-cheiro, alecrim-de-jardim, alecrim-dourado. O alecrim é um arbusto com ramos longos e pode atingir 2 metros de altura. Suas flores são da cor violeta e ficam agrupadas formando um tipo de cacho. É originário do Mediterrâneo e do norte da África, predominantemente, de regiões costeiras.

PARTES UTILIZADAS Folhas

Flores

ORIGEM África

Um pouco da história: Na Grécia (durante o ano 700 a.C.), as mulheres usavam o alecrim para confeccionar coroas festivas, que eram dadas aos seus maridos 26


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para afastar maus espíritos. Também queimavam alguns ramos e usavam a fumaça para desinfetar a casa e “aquecer o coração”. Nas escolas gregas, eram colocados ramos de alecrim enlaçados na cabeça das crianças com a esperança de que melhorassem seu desempenho nos exames. As noivas gregas (por volta de 300 a.C.) preparavam uma espécie de coroa de ramos de alecrim enlaçados com fita de seda e, no casamento, além de usarem a coroa a ofertavam aos convidados.

BENEFÍCIOS: Quando ingerido: O chá de alecrim combate tosse, gripe e asma. Equilibra a pressão arterial, auxilia no tratamento de reumatismo, ajuda na digestão, alivia cólicas menstruais, reduz mau hálito, combate estresse e ativa a memória. Quando usado na pele (compressas, sabonetes, cremes): O alecrim tem óleos essenciais como o Limoneno e a Cânfora, que, quando aplicados na pele em forma de compressa, diminuem dores das articulações e reumatismos. É refrescante, anti-inflamatório, antisséptico, estimulador da circulação periférica, antiacne e tônico para a pele.

RECEITA: Xícara de chá: Colocar água quente no ramo de alecrim macerado, esmagando as folhas para soltar as substâncias e deixar tampado até ficar morno. 27


Aloe vera ou Babosa (Aloe barbadensis)

Nomes populares: erva-babosa, caraguatá, aloé, babosa.

PARTES UTILIZADAS

Vinda originalmente da África, essa planta mede de 60 a 90 centímetros de altura. Suas folhas são viscosas, longas e pontiagudas e sua cor varia do cinza ao verde brilhante, passando pelo amarelo. Um pouco da história: No Egito (anos 50 a.C.), era muito usada por Cleópatra. Ela curava com a babosa desde dores de estômago até queda de cabelo, alergias, dores de cabeça, manchas na pele, queimaduras e ferimentos em geral. 28

Folhas

ORIGEM África


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Ainda no Egito, as mulheres, que muito usavam a babosa, não só para a estética, mas também para fazer emplastos cicatrizantes (emplasto que, na maioria das vezes, era entregue aos filhos e aos maridos que iam para as batalhas), atribuíram à planta forças religiosas e lhe deram o apelido de “planta da imortalidade”. O líquido extraído de suas folhas era conhecido como “sangue dos deuses”. Assim, a babosa ficou conhecida, sendo considerada até hoje, pela comunidade científica, como antibiótico, adstringente, coagulante, inibidora da dor e estimulante da regeneração dos tecidos e da proliferação de células.

BENEFÍCIOS: Tem, em suas folhas, a presença de taninos que agem na pele queimada contraindo as células e acelerando a cicatrização. Muito usada por mulheres em suas relações de trabalho, quando, em suas atividades domiciliares ou não, sofrem queimadura e, imediatamente, aplicam o sumo da babosa no local queimado para aliviar a dor e formar uma camada protetora para cicatrizar. O sumo da folha também é usado para evitar queda de cabelo, devido à presença de princípios ativos como a Aloeferon, que age na multiplicação celular, e a Antraquinona, que é antisséptica e limpa a gordura do bulbo capilar causadora da queda. Por isso, a babosa é a queridinha da indústria de cosméticos, entrando na composição de xampus e cremes.

“Eu uso babosa! Uso babosa para queimaduras dequalquer tipo: de fogão, ferro quente, óleo, até água quente e principalmente queimaduras de sol, tira com a mão!”. (Nice, 2013, moradora da comunidade)

RECEITAS: Cicatrizar queimaduras na pele: Basta pegar uma folha, retirar as bordinhas com espinhos, cortar ao meio e colocar a folha aberta sobre a queimadura. Haverá alívio quase imediato. É possível também passar a polpa no ferimento com uma gaze limpa três vezes ao dia. Para o cabelo: Esfregar o sumo da folha da babosa no couro cabeludo, deixar 15 minutos e enxaguar. 29


Aveia

(Avena sativa) Nomes populares: aveia, avena, aveia-cultivada. Original da Ásia, o pé de aveia é uma planta ereta, anual, com folhas que podem ser chatas e longas. Cresce até 1 metro e se espalha por 20 centímetros. As sementes da aveia, ainda no pé, são colhidas (no fim do verão ou no começo do outono) quando ela passa da cor verde para a bege.

PARTES UTILIZADAS Sementes

ORIGEM

Um pouco da história: Aveia, semente da felicidade! A aveia tem sido cultivada há Ásia cerca de dois mil anos em diversas regiões do mundo. Antes de ser consumida como alimento, foi utilizada para fins medicinais, um uso pelo qual ainda é reconhecida. As 30


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mulheres germânicas (por volta do ano 500 a.C.) faziam questão de que seus familiares consumissem aveia, pois acreditavam ser uma boa fonte de energia. Também faziam uma espécie de compressa para seus maridos e filhos que retornavam de batalhas e guerras. Para isso, usavam aveia cozida em vinagre e aplicavam a compressa, ainda quente, em ferimentos para atuarem como analgésico.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida: melhora a digestão, evita a prisão de ventre, ajuda a prevenir cânceres de mama e cólon, favorece as atividades do coração e do cérebro e previne problemas de tireoide e osteoporose. Em contato com a pele: Uso de sabonetes de canelaantienvelhecimento, cicatrizante, hidratante, nutritivo, revitalizante, para pele seca, sensível e danificada.

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Arruda

(Ruta Graveolens) Nomes populares: arruda, arruda-doméstica, arruda-dos-jardins, arruda-fedorenta, arruda-de-cheiro-forte. Originária da Europa, a arruda é uma planta lenhosa que, em média, mede 1 metro de altura. Apresenta caule ramificado e pequenas folhas verde-acinzentadas. As flores também são pequenas e de coloração amarelo-esverdeada.

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM

Um pouco da história: No Brasil colônia Europa (de 1500 a 1822 d.C.), o galho de arruda era vendido como amuleto para trazer sorte e proteção. As mulheres usavam galhinhos escondidos nas pregas dos turbantes ou os colocavam, estrategicamente, escondidos nos seios. 32


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Outro fator reforçou o valor da arruda naquela época: a infusão feita com a planta era usada como uma espécie de anticoncepcional e de abortivo. Há séculos, divulga-se que a planta apresenta propriedades muito ligadas ao desejo sexual masculino e feminino, mas de formas diferentes: seria um afrodisíaco (ou anti afrodisíaco) para homens e um excitante para mulheres.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida: usada no tratamento de varizes, dores reumáticas, tratamento de cistos, dores de cabeça e úlceras. É analgésica, anti-inflamatória, calmante, febrífuga e fortificante. Em contato com a pele: cicatrizante, calmante, adstringente e anti-inflamatória.

IMPORTANTE: Não deve ser usada durante a gravidez, já que, em doses elevadas, pode ser abortiva, podendo ser tóxica ou até fatal à mãe. Também é vetado seu uso durante a fase de lactação.

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Calêndula

(Calendula officinalis) Nomes populares: malmequer, margarida-dourada, maravilha-dos-jardins. Originária da Itália, está intimamente relacionada ao sol: essa flor abre suas pétalas assim que o sol nasce e as fecha na hora em que ele se põe. É uma flor de coloração amarelo-alaranjada, muito perfumada. A planta possui folhas macias e aveludadas e alcança de 40 a 60 centímetros de altura.

PARTES UTILIZADAS Folhas

Flores

ORIGEM Europa

Um pouco da história: Por causa da relação da calêndula com o sol, a flor era vista como “símbolo da vida”. Por volta de 34


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1000 a.C.,no centro sul da Ásia, onde hoje é a Índia, a flor era usada por mulheres para decorar altares e túmulos de seus maridos e filhos que eram mortos, quase sempre em batalhas. As mulheres gregas (700 a.C.) guardavam com carinho e cuidado as flores e, em ocasiões especiais, aromatizavam a comida com suas pétalas douradas. No antigo Egito (entre os anos 500 e 1500 d.C.), as mulheres usavam a calêndula como produto de beleza: na forma de emplastros para o rosto. Acreditavam que ela possuía propriedades de rejuvenescimento. Faziam também uma espécie de pomada, que era utilizada por seus filhos e maridos em batalhas. Como a história mostra, as mulheres descobriram os benefícios e passaram a utilizar a calêndula para alimentação e cuidado próprio e de sua família.

BENEFÍCIOS: Em contato com a pele: aumenta a circulação periférica, impede a formação de infecção em cortes e queimaduras. As compressas com as flores aliviam furúnculos e varizes. A calêndula também pode ser usada na forma de pomada, óleos essenciais ou sabonete. Quando ingerida: o chá das flores de calêndula regula a menstruação e alivia cólicas.

RECEITA: Para cólicas menstruais: Em uma xícara de água fervente, colocar uma colher de flores de calêndula, deixar abafado por dez minutos e coar. Tomar duas xícaras por dia, durante sete dias antes da menstruação. 35


Camomila

(Matricaria chamomilla L.) Nomes populares: camomila, camomilaalemã, camomila-comum, camomila-vulgar. Essa planta mede de 20 a 50 centímetros, tem caule muito ramificado, cheio de folhas verdes e flores pequenas e brancas, parecendo pequenas margaridas. É originária da América do Norte e da Ásia.

PARTES UTILIZADAS Folhas

Flores

ORIGEM

Um pouco da história: A camomila é uma planta conhecida desde a antiguidade até os dias atuais por suas virtudes. No América Ásia do Norte Egito (em 800 a.C.), as mulheres usavam chá de camomila para aliviar cólicas menstruais e dores musculares de qualquer tipo. Elas descobriram que o 36


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chá de camomila tira manchas da pele e tem a propriedade de clarear os cabelos. Até hoje usamos a camomila com esses fins. Durante a Idade Média (de 500 a 1500 d.C.), na América do Norte, as mulheres usavam chá de camomila para fortalecer o sistema imunológico de seus bebês recém-nascidos e de suas crianças. A camomila também ganhou o apelido de “matriarca” por ser muito utilizada no tratamento de doenças femininas, como a candidíase, e na “limpeza do útero” após o parto. Também eram feitos banhos com o chá.

BENEFÍCIOS:

RECEITA: Para aliviar a irritação da pele: preparar uma infusão com seis colheres de sopa de flores de camomila, para um litro de água e aplicar compressas sobre a pele afetada.

Quando ingerida: ajuda a melhorar a digestão, inflamações urinárias e gripes. Age contra conjuntivite, dores musculares, estresse, insônia e diarréia. Também é um sedativo. ' Em contato com a pele: clarificante, anti-inflamatória, antiacne, calmante, tônico para peles sensíveis e danificadas.

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Canela

(Cinnamomum cassia Nees) Nomes populares: caneleira, cinamomo, caneleira-da-índia, pau-canela. A caneleira é uma árvore perene que pode atingir até nove metros de altura. Tem as folhas de cor verde-clara, ásperas e flores amarelas bem pequenas. É uma árvore nativa do Sri Lanka, no sul da Ásia. A canela é a casca do interior do tronco dessa árvore.

PARTES UTILIZADAS Cascas

ORIGEM

Um pouco da história: As mulheres do Ásia Egito (por volta de 700 a.C.) acrescentavam canela às comidas para preservá-las por mais tempo. Foi no Egito onde começou a crença de que a canela atrai o sucesso nos negócios, trazendo sorte e determinação para a 38


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

resolução de problemas. Há mais de 2.500 anos, as mulheres chinesas relacionaram a canela ao amor, empregando a planta como ingrediente para perfumes mágicos e poções para conquistar a pessoa amada. Desde a Idade Média (entre os séculos V e XV), as mulheres da Índia tomam o chá de canela quando querem que a menstruação desça com maior fluxo.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida: ajuda a controlar a diabetes, melhora transtornos digestivos, combate as infecções das vias respiratórias, diminui a fadiga, melhora o estado de ânimo, ajuda a combater o colesterol e reduz o acúmulo de gordura.

Em contato com a pele: analgésica, refrescante, antisséptica, foto protetora, tônica e afrodisíaca.

IMPORTANTE: Deve ser evitada por mulheres grávidas, porque dilata os vasos sanguíneos podendo causar aborto ou má formação do feto.

RECEITA: Contra gases e má digestão: Faça uma decocção com a casca seca, usando uma colher de café para uma xícara de água.

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Cravo-da-Índia (Dianthus caryophyllus)

Nomes populares: rosa-da-índia, cravoária, craveiro, cravo-da-índia. Cravo-da-índia é uma planta de porte arbóreo, de ciclo perene e que atinge cerca de 12 metros de altura. A copa é bem verde, de formato piramidal. As flores são pequenas, branco-amareladas, agrupadas em cachos — na realidade, são os botões florais (ainda não abertos) dessa árvore. É originária da Indonésia.

PARTES UTILIZADAS Botões Florais

ORIGEM Ásia

Um pouco da história: Os chineses foram os primeiros a usar essa especiaria na medicina e na culinária séculos antes do nascimento de Cristo. No século XVI, o cravo 40


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se tornou uma mercadoria valiosa e alvo de disputa entre portugueses e holandeses. As mulheres colocavam cravosda-índia em açucareiros, pães doces, bolos, etc. O cheiro do cravo afastava as formigas. Também era comum mastigar cravos e colocar nos dentes para aliviar dores e acabar com o mau hálito. Era ainda utilizado (escondido) em comida para homens, pois o cravo-da-índia evita a ejaculação precoce.

BENEFÍCIOS: O cravo é rico em Eugenol, substância que detém a inflamação de mucosas e inchaços.

Quando ingerido: acelera o metabolismo, contribui para o bom funcionamento da tireoide e ajuda no controle do colesterol. É analgésico, antioxidante e antisséptico bucal. Em contato com a pele: analgésico, refrescante.

IMPORTANTE:

Grávidas só devem consumir em porções usadas na alimentação, porque qualquer excesso é capaz de provocar contrações no útero.

RECEITA: Para aliviar dores de cabeça: Em um vidro limpo e seco, coloque 2 colheres de cravos e meio limão, adicione álcool, até cobrir os cravos. Deixar curtindo por duas semanas. Quando aquela dorzinha aparecer, é só abrir o vidro e fazer inalação (cheirar) para aliviar a dor de cabeça. 41


Erva-Cidreira (Cymbopogon citratust)

Nomes populares: melissa, cidreira, cidreira-verdadeira. É uma planta da família da menta e da hortelã, com uma média de 70 centímetros de comprimento e que tem origem na Europa, na Ásia e em parte da África. Possui folhas verdes e pequenas, com formato oval e nervuras bem salientes. As flores são também pequenas, de cor branca ou rosa.

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM África

Ásia

Europa

Um pouco da história: A história mostra que a erva-cidreira já era usada há mais de dois mil anos e que seu chá é um dos 42


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mais apreciados no mundo inteiro. Os gregos a denominavam “erva do mel de abelha”, pois, segundo a lenda, o nome “Melissa” é uma homenagem a Melona, deusa grega protetora das abelhas. Por volta do século XIV, o chá de erva-cidreira estava presente em um extrato alcoólico conhecido como “água carmelita”, formulado pelas freiras carmelitas, e também na “água milagrosa”, usada como chá medicinal e como colônia para curar dores de cabeça, promover relaxamento corporal e longevidade, e proteger contra certos venenos e magias das bruxas.

BENEFÍCIOS Quando ingerida: alivia dores de cabeça, melhora a qualidade do sono, auxilia no combate a gases, previne distúrbios digestivos, alivia cólicas menstruais e intestinais.

Em contato com a pele: analgésica, refrescante, antisséptica, estimuladora da circulação periférica, emoliente, antiacne para pele oleosa.

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Erva-Doce (Pimpinella anisum)

Nomes populares: anis, funcho, pimpinela. A erva-doce tem em média 50 centímetros de altura e sua semente é a parte da planta conhecida como funcho. É originária do Egito, da Grécia e do Oriente Médio. É uma erva aromática, possui pequenos frutos secos de sabor adocicado e com cheiro forte, folhas verdes e flores que crescem em pequenos buquês amarelos.

PARTES UTILIZADAS Folhas Sementes

ORIGEM Europa

Ásia

Um pouco da história: Há 1.500 anos, a erva-doce já era utilizada por mulheres na culinária egípcia em receitas de bolos, pães, saladas, bebidas e remédios. Na Roma Antiga (por volta 44


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do século VIII a.C.), quando as damas romanas participavam de muitos banquetes, elas ingeriam funcho para combater a obesidade.

RECEITA Para sabonete artesanal de erva-doce:

Materiais: - Glicerina em barra; - Essência de erva-doce; - Erva-doce seca; - Panelinha de cerâmica, de vidro ou esmaltada; - Forminhas de silicone, acrílico ou qualquer outro recipiente de plástico reutilizável (potes de margarina, de iogurte, etc). Como fazer: 1º) Cortar a glicerina em pedaços pequenos; colocar na panela para derreter; 2º) Quando estiver totalmente derretida, colocar a erva-doce para que ela libere suas propriedades medicinais; 3º) Coloque o corante natural aos poucos, até atingir a cor desejada;

4º) Espere esfriar um pouco até formar uma nata fina em cima da glicerina, isso vai ajudar os outros ingredientes a não evaporar; 5º) Adicione um pouco de essência de erva-doce, o propilenoglicol (para dar consistência), o lauril (para fazer espuma) e o fixador (para fixar a essência); 6º) Mexa com o bastão de vidro e coloque na fôrma; borrife álcool de cereais para evitar a formação de espuma; espere endurecer para retirar das formas.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida: combate gases, trata indigestão, ajuda a melhorar prisão de ventre, aumenta produção de leite em mães que amamentam, combate a tosse, afrouxa o catarro da garganta, previne mau hálito. Em contato com a pele: analgésica, refrescante, antisséptica, emoliente, amaciante, hidratante, antiacne, relaxante, para peles oleosas, sensíveis e danificadas. 45


Flor de Laranjeira (Citrus sinensis)

Nome popular: Flor-de-laranjeira. Com origem controversa, dizem ser oriunda da Ásia. Retiradas da árvore laranjeira, as flores de laranjeiras são de cor branca, pequenas e muito perfumadas, motivo pelo qual atraem as abelhas.

PARTES UTILIZADAS Folhas

Flores

Frutos

ORIGEM

Um pouco da história: Na China, na Índia e na Pérsia antigas, as flores Ásia de laranjeira foram relacionadas à pureza, à inocência e à castidade. Consequentemente, foram associadas às noivas e, até hoje, são comumente escolhidas por 46


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noivas para decorar o casamento e para compor o buquê. Na Inglaterra, durante a era vitoriana (período em que a rainha Vitória reinou, de 1837 até 1901), flores de laranjeira também vieram a simbolizar a fertilidade. Isso porque elas são abundantes nas árvores e aparecem ao mesmo tempo que os frutos de laranja. Nessa época, a rainha Vitória usou as flores em seu próprio casamento, o que ajudou a tornar essa prática ainda mais comum.

BENEFÍCIOS: Quando ingerido: ajuda a combater insônia, enxaqueca, ansiedade e sintomas da TPM (tensão pré-menstrual), age como antidepressivo, analgésico e tranquilizante. Em contato com a pele: adstringente, antisséptica, emoliente, amaciante, hidratante, antiacne para pele oleosa.

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Guaco

(Mikania glomerata) Nomes populares: erva-de-cobra, Guaco, cipó-catinga. A planta é uma trepadeira, com folhas verde-escuras que afinam na ponta e flores brancas.

Um pouco da história: Originária da América do Sul, foi muito usada pelos índios para tratar mordidas de cobras peçonhentas, mas a ciência encontrou outras propriedades que ajudam a combater males respiratórios. O guaco tem nas suas folhas alguns compostos, como a cumarina, por exemplo, que ajudam no relaxamento dos músculos pulmonares e dilatam os canais por onde passa o ar. 48

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM América do Sul


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RECEITA Para chá expectorante de guaco e manjericão para gripe e resfriados:

Ingredientes: - 3 folhas de guaco; - 2 folhas de manjericão; - 1 dente de alho; - 200 ml de água fervida; - Mel a gosto. Como fazer: 1º) Comece macerando as folhas de guaco e de manjericão, ou seja, esmague-as com as mãos ou com o cabo de uma colher de pau e coloque-as dentro da xícara. 2º) Em uma panela pequena, ferva a água e jogue sobre as folhas amassadas. Acrescente o dente de alho descascado e também amassado. 3º) Tampe a xícara e deixe em infusão, descansando de 10 a 15 minutos até que fique morno. Adoce com mel se precisar.

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Hortelã (Mentha sp.)

Nomes populares: hortelã, menta hortelãcomum, hortelã-de-cheiro, hortelã-pimenta, hortelã-rasteira. Originária da Ásia, a hortelã mede, em média, 30 centímetros de comprimento. Suas folhas têm cor verde-clara, são arredondadas e de aparência serrilhada.

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM

Um pouco da história: Usada por egípcios, hebreus, gregos, romanos e americanos. Durante o século IX foram introduzidas, Ásia na Europa, muitas variedades. Na Bíblia, aparece como dízimo. Uma das lendas diz que uma das ninfas amadas por Plutão, Minthe, foi transformada em erva para fugir 50


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da ira da ciumenta mulher do deus grego. Outra lenda conta que Sherazade, a personagem que contou mil e uma noites de histórias ao sultão para não morrer, narrava seus contos bebendo chá de hortelã.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida: auxilia no emagrecimento, no tratamento de tosses e resfriados e no alívio de dores musculares, ajuda na digestão e no tratamento de cólicas, combate dores de garganta. Em contato com a pele: tira a oleosidade da pele, combate a acne, purifica a pele e alivia coceiras.

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Louro

(L aurus nobilis) Nome popular: louro-comum. Trata-se de arbusto que alcança até 10 metros de altura. É cheiroso.

Um pouco da história: Na Grécia antiga, o louro era consagrado pelo Deus Apolo, sendo suas folhas usadas para fazer coroas para os heróis olímpicos e para os poetas. Sua imagem remetia à glória e à imortalidade, dando sentido à expressão “colher os louros da vida”. Acreditava-se que mascar as folhas de louro propiciava a percepção de outras realidades.

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PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM Europa


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BENEFÍCIOS: Ajuda a baixar a pressão alta; garante uma boa digestão, sendo usado como tempero em diversos pratos, como o feijão, por exemplo. Graças a seus taninos e substâncias amargas, também alivia contusões e dores musculares.

“Eu tinha pressão alta. Era 21, 22, e agora tá 12. Comecei a tomar chá de louro. Pega uma folha de louro, ferve e bota pra gelar [...] não faz muito forte e vai tomando. Toma dois dias e vai parando. Uma folha de louro por dia e me dei bem! Não é na comida, tem que ser o chá”. (D. Laura, 2019, moradora da comunidade).

RECEITA: Receita para acabar com gases no estômago ou para baixar a pressão alta: Em uma xícara de chá, coloque uma colher de sobremesa de folhas picadas verdes e adicione água fervendo, tampe e deixe descansar por 15 minutos. Se as folhas estiverem secas, ferva-las por 3 minutos para que soltem as substâncias medicinais.

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Macelado-Campo

(Achyrocline satureioides) Nomes populares: macela, macela-amarela, losna-do-mato. Arbusto pequeno com folhas finas de cor acinzentada, produzindo uma flor amarela.

Um pouco da história: Nativa da América do Sul, ela é usada há séculos por sua ação digestiva e para aumentar a imunidade. No sul do Brasil, a colheita da macela é uma prática repetida todos os anos coincidindo com o período da Páscoa, sendo realizada antes do amanhecer.

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PARTES UTILIZADAS Flores

ORIGEM América do Sul


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BENEFÍCIOS: Age contra bactérias que causam disenteria, tem efeitos analgésicos e anti-inflamatórios graças a seus flavonoides e seus óleos essenciais atuam como calmantes, ajudando na digestão

RECEITA: Para tratar a disenteria: Em uma xícara, coloque um punhado de flor de macela, jogue água fervente por cima e abafe até amornar. Tome até três vezes ao dia.

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Manjericão (Ocimum basilicum)

Nomes populares: alfavaca, manjericão-doce, manjericão-dos-cozinheiros, manjericão-branco. Existem dois tipos de manjericão: o branco e o roxo, ambos usados como tempero na culinária. Apenas o branco é utilizado de forma medicinal, para combater gripes, tosse e dor de garganta.

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM

O manjericão possui em suas folhas óleos essenciais voláteis, ou seja, que evaporam com muita facilidade, como o Eucaliptol e o Ásia Eugenol. Daí seu forte cheiro ao ser tocado, ou ao ser movimentado por um simples vento. Por isso, não se deve cozinhar suas folhas para fins medicinais, visto que os óleos rapidamente evaporam. 56

Flores


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RECEITA: O chá, se feito corretamente, pode auxiliar no combate a fungos e a bactérias que acometem a garganta provocando inflamações e tosses.

Para aliviar a tosse: Coloque um punhado de folhas de manjericão fresco numa xícara e derrame água fervendo sobre elas. Deixe descansar por, mais ou menos, 15 minutos e tome. Também pode ser feito gargarejo com esse chá.

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Pitangueira (Eugenia uniflora)

Nomes populares: cerejeira-brasileira, ginja, pitanga-branca, pitanga-do-mato. A pitangueira é uma árvore frutífera com origem no Brasil, na Argentina e no Uruguai. Muito conhecida por seu fruto doce e perfumado: a pitanga. A folha da pitangueira é simples, com formato oval e terminação pontuda, possui cor avermelhada quando jovem e, aos poucos, torna-se verde.

Um pouco da história: Em torno do século XVI, índias tupis-guaranis que habitavam o Brasil utilizavam muito a folha da pitangueira contra diarreia, má digestão e tônico estimulante. Hoje em dia, é empregada também como tempero na culinária, em receitas de arroz e sucos. 58

PARTES UTILIZADAS Folhas

Frutos

ORIGEM América do Sul


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BENEFÍCIOS: Quando ingerida: a folha da pitanga é usada para curar febre, doenças do estômago, diarreia, males do fígado, bronquite e doenças cardiovasculares. Em contato com a pele: antienvelhecimento, cicatrizante, emoliente, amaciante, hidratante para pele seca, sensível e danificada.

RECEITA: Para fazer uma xícara de chá de pitanga para curar a diarreia: Pegue um punhado de folhas secas e coloque para ferver. Se as folhas estiverem verdes, é só esmagar um pouco (macerar) e jogar água quente por cima. Deixe descansar até ficar morno.Tomar até três vezes ao dia.

“Ah, eu usava bastante quando era pequena! Nós íamos lá no mato, comia e já trazia umas folhas, para quando precisava de fazer um chá já tinha em casa.” (D. Iolanda, 2019, moradora da comunidade)

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Rosa

(Rosa gallica) Nomes populares: rosa, rosa-arbustiva, roseira, roseira-grandiflora. As rosas são as flores nascidas da roseira. De origem asiática, existem há, pelo menos, 4 mil anos. As flores, na maioria das vezes, são solitárias, e possuem uma variedade de cores

PARTES UTILIZADAS Pétalas

ORIGEM

Um pouco da história: Há, pelo menos, 4 mil anos antes do nascimento de Cristo, os assírios, os babilônios, os egípcios e os gregos já usavam essa flor como elemento decorativo, Ásia para cuidar do corpo e para banhos de imersão. Josefina de Beauharnais, que foi imperatriz da França de 1804 a 1810, era apaixonada pelas rosas e, no seu jardim, cultivava 60


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

uma das maiores coleções de rosas da Europa, que não parou de crescer até sua morte, em 1814. Atualmente, as mulheres costumam usar bastante as rosas em buquês e na decoração de casamentos.

BENEFÍCIOS: Quando ingerida (suco): auxilia o retardo do envelhecimento, além de combater flacidez, celulite e estrias. Fortalece as unhas e os cabelos. Em contato com a pele: antisséptica, estimuladora da circulação periférica, antiacne, tônica para pele seca, sensível e danificada.

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Sete Ervas (Proteção astral)

Falando em proteção, existem algumas plantas que são conhecidas por seus poderes de proteção e limpeza espiritual, como as sete ervas: alecrim, arruda, comigo-ninguémpode, espada de São Jorge, guiné, manjericão e pimenta que, juntas, protegem os ambientes e ajudam a transformar energias negativas em positivas.

PARTES UTILIZADAS Folhas

ORIGEM

Um pouco da história: A tradição de utilizar sete ervas juntas é de origem africana. África Trata-se de uma mistura de ervas escolhidas por possuírem cheiro forte, como manjericão, alecrim, arruda, hortelã, malva-rosa, manjerona, funcho, entre outras. Trazida para o Brasil por escravizados africanos por volta 62


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do século XV, as sete ervas são, desde então, muito cultivadas e utilizadas por afrodescendentes quilombolas nas suas relações de trabalho e de ritos religiosos. São também utilizadas no “banho de descarrego”, com a intenção de tirar energias ruins do corpo. Hoje em dia, é empregada também como tempero na culinária, em receitas de arroz e sucos.

BENEFÍCIOS: Por serem ervas fortes e aromáticas, tê-las dentro ou na frente de casa traz proteção espiritual.

“Elas mandam pra bem longe o olho gordo, a inveja, o quebranto e o baixo-astral!” (D. Iolanda, 2019, moradora da comunidade).

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Zedoária

(Curcuma zedoaria) Nome popular: zedoária. Um pouco da história: Foi trazida para o Brasil da Ásia por colonizadores portugueses.

BENEFÍCIOS: Estimulante do fígado e da digestão. Protege o pulmão, por causa dos óleos essenciais com ação expectorante. Inibe a produção dos ácidos do estômago. Promove a secreção biliar, sendo considerada uma planta para desintoxicar o organismo.

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PARTES UTILIZADAS Raízes

ORIGEM Ásia


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Dicas das mulheres quilombolas do Areal da Baronesa Estas dicas foram construídas a partir dos diálogos, das memórias e das experiências vivenciadas junto às mulheres do Areal da Baronesa sobre ervas e seus usos nas suas relações de trabalho. 66


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1. Como tomar o chá na hora certa: o relógio do corpo humano:

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Em nosso corpo, cada órgão apresenta duas horas diárias de máxima atividade. Portanto, nesses horários, as propriedades das plantas são mais bem metabolizadas pelo corpo. Ou seja, informando-nos sobre os horários de maior atividade de cada órgão e sobre quais plantas recomendadas para cada doença específica podemos tornar o tratamento mais eficaz. A seguir, são descritos os órgãos do corpo e seus horários de maior atividade, as plantas cultivadas, seus nomes científicos e suas propriedades.


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1. FÍGADO 1h às 3h

Alcachofra (Cynara scolymus): é depurativa, ajuda a baixar o colesterol, atua no combate da diabetes, elimina o ácido úrico, é hepatoprotetora, diurética e digestiva.

2. PULMÃO 3h às 5h

Pulmonária (Stachys byzantina): atua sobre problemas respiratórios, asma, tosse, bronquite e garganta. Violeta-de-jardim (Viola odorata): é expectorante, para problemas respiratórios, tosse, asma.

3. INTESTINO GROSSO 5h às 7h

Linhaça (Linum usitatissimum): é refrescante intestinal, fundamental para quem sofre de prisão de ventre ou hemorroidas. Tansagem (Plantago sp.): anti-inflamatória e cicatrizante, depurativa, a folha é antidiarreica.

4. ESTÔMAGO 7h às 9h

Hortelã (Mentha sp.): é digestiva, para problemas hepáticos, má digestão, é vermífuga. Manjericão (Ocimum Sp.): digestiva, condimentar, conservante natural, antisséptica, sudorífica, antirreumática.

5. BAÇO E PÂNCREAS 9h às 11h

Pariparoba (Piper dilatatum): depurativa, ativa o baço e o pâncreas, digestiva, anti-inflamatória e cicatrizante. Sete-sangrias (Cuphea sp.): ativa a circulação, depurativa, digestiva antitérmica. Salsinha (Petroselinum crispum): indicada para pressão alta e circulação do sangue.

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6. CORAÇÃO 11h às 13h

Alecrim (Rosmarinus officinalis): ativa a circulação, conservante natural, tônico da mente e do corpo, antisséptica e digestiva Pfaffia (Pfaffia glomerata): estimulante, ativa a circulação e a memória, usada para tratar o mal de Parkinson, estrias, flacidez da pele, labirintite e artrose.

7. INTESTINO DELGADO 13h às 15h

Mil-folhas (Achillea millefolium): analgésica, antitérmica, anti-inflamatória, digestiva, diminui cólicas, é cicatrizante. Funcho (Foeniculum vulgare): digestiva, analgésica, antitérmica, diminui cólicas.

8. BEXIGA 15h às 17h

Cavalinha (Equisetum sp.): rica em sais minerais, remineralizante, imunoestimulante, cicatrizante, para incontinência urinária, para problemas de próstata e osteoporose. Malva (Malva parviflora): expectorante e laxativa, anti-inflamatória, principalmente para boca, garganta e bexiga.

9. RINS 17h às 19h

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Quebra-pedra (Phyllanthus niruri): analgésica, contra cálculos renais, usada em casos de hepatite. Carqueja (Baccharis sp.): diurética, antisséptica, antimicrobiana, digestiva, cicatrizante. Arnica (Wedelia paludosa): ativa a circulação periférica, para contusões e dores musculares.


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

10. CIRCULAÇÃO 19h às 21h

Alcanfor (Artemisia camphorata): analgésica, bactericida e antisséptica. Hortelã (Mentha piperita Linn): circulação, também age no sistema nervoso e no coração.

11. SISTEMA DIGESTIVO, RESPIRATÓRIO E EXCRETOR 21h às 23h

Salvia (Salvia officinalis): digestiva, vermífuga, depurativa, antisséptica, e analgésica. Tomilho (Thymus vulgaris): digestiva, condimentar, depurativa, antisséptica.

12. VESÍCULA BILIAR 23h às 1h

Bardana (Arctium lappa): para cálculos biliares, depurativa, diurética, digestiva e cicatrizante. Dente-de-leão (Taraxacum officinale): comestível, rica em vitaminas, digestiva e depurativa.

13. SISTEMA EPITELIAL (A PELE)

Pode ser tratada a qualquer horário

Babosa (Aloe vera, A loe saponaria, A loe arborescens): regeneradora de tecidos, anticaspa, antiinflamatória, emoliente, umectante, cicatrizante e antiqueda de cabelo. Todas para uso externo. Confrei (Symphytum officinale): cicatrizante, emoliente, antipsoríase. Calêndula (Calendula officinalis): antialérgica, antiinflamatória, cicatrizante, antiséptica, bactericida, antifúngica. 71


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2. O uso de ervas em sabonetes artesanais Passo a passo para a produção de sabonetes artesanais com ervas medicinais.

VAMOS PRECISAR: - 1kg de base de glicerina para sabonetes (branca ou transparente); - 30ml de essência para sabonetes, corante, álcool de cereais, fixador de essências, propilenoglicol, lauril, panela de vidro ou esmaltada (nunca usar panela de metal ou alumínio), bastão de vidro, moldes de silicone, touca, luvas, plástico filme para embalar.

COMO FAZER: 01.

02. Cortar a glicerina em pedaços pequenos;

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Colocar a glicerina na panela para derreter;


Plantas medicinais: o saber popular das ervas

03.

06. Mexer com o bastão de vidro. Evitar mexer muito para que não seja feita espuma. Se houver espuma, borrife álcool de cereais para retirá-la. Segurar, com o bastão de vidro, a película que se formou e despejar o líquido na forma escolhida;

Quando estiver totalmente derretida, colocar a erva escolhida para que ela libere suas propriedades medicinais, (Ex.: alecrim);

07.

04. Depois, retirar do fogo e colocar o corante aos poucos, até atingir a cor desejada. Esperar esfriar um pouco até formar uma nata fina em cima da glicerina, para evitar que o restante dos componentes evapore;

05.

Já na forma, borrifar álcool de cereais para evitar a formação de espuma. Esperar secar. Se necessário, retirar as rebarbas. Aguardar em média duas horas para desenformar e embalar em plástico filme.

Adicionar a essência correspondente à erva escolhida (se foi colocado erva de alecrim, a essência também será de alecrim), o propilenoglicol (para dar consistência), o lauril (para fazer mais espuma) e o fixador (para fixar a essência); 75


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3. Sabão artesanal com ervas: Sabão Ecológico feito com reaproveitamento do óleo de cozinha, sendo uma maneira de ajudar o meio ambiente e de fazer economia.

VAMOS PRECISAR:

- 2 litros de água em temperatura ambiente ou morna, nunca quente; - 1 quilo de soda cáustica (NaOH) em escamas (marca Bel ou outra), tem que ser 99%. - 4 litros de álcool; - 4 litros de óleo vegetal usado; - 5 ml de essência de óleo aromático, se quiser; - Bacia de plástico para misturar os ingredientes; - Peneira de metal; - Colher longa ou pá de madeira; - Formas para colocar o sabão para secar e dar forma.

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COMO FAZER: 01.

Aquecer o óleo e peneirar com uma peneira de metal em uma bacia de plástico;

02.

Pode demorar de 20 a 30 minutos, dependendo da temperatura dos ingredientes, da marca da soda e de outras variáveis;

06.

Acrescentar o álcool;

03.

Em outro recipiente de plástico (pode ser um balde), colocar a água e depois a soda e mexer até dissolver tudo;

04.

Colocar na bacia onde está o óleo toda a mistura do balde;

05.

Imediatamente, comece a mexer. A mistura vai começar a ferver, uma fervura química, sem fogo. É importante respeitar a ordem dos ingredientes e a continuidade da receita, por isso deixe todos os ingredientes à mão! Mexa sem parar até a mistura ficar em ponto de fio.

Coloque na forma para secar de duas a quatro horas. Não deixe secar mais do que isso, para não ficar difícil de desenformar e cortar. Vire a forma em uma superfície lisa e corte em pedaços (aproximadamente 45 pedaços);

07. Em, aproximadamente, 15 dias embale em plástico para não secar demais, ou passe um plástico filme. 77


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4. Uso de ervas e incensos artesanais: Agora que já conhecemos melhor as ervas e suas propriedades, as usaremos com outra finalidade. As ervas serão agrupadas e amarradas juntas, por serem aromáticas e exalam um cheiro bom quando queimadas, proporcionando conforto espiritual e afastando insetos. Incensos de ervas medicinais auxiliam na limpeza espiritual, afastam insetos e proporcionam um cheiro agradável a o ambiente.

VAMOS PRECISAR: Ervas aromáticas variadas, linha ou cordão de algodão.

COMO FAZER: Separe as ervas que são aromáticas (alecrim, manjericão, arruda, sálvia, capim-limão, cidreira, etc.); junte os ramos e amarre-os com o cordão, dando voltas por todo o comprimento do ramo. Adicione mais ervas e repita as voltas por todo o comprimento. Você pode adicionar quantas ervas quiser.

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5. Banho de descarrego: Na Umbanda, as ervas são usadas para enriquecer a água com aromas e substratos, para o banho de limpeza espiritual. Quando falamos sobre o banho de ervas, salientamos que se trata de um trabalho específico das mães de santo, que o preparam macerando as ervas com as mãos até extrair seus substratos. Quando pronto, o banho fica cheio de óleos essenciais e de princípios ativos. Essa água de ervas é capaz de limpar as energias ruins e de proporcionar relaxamento e frescor à pele. Esse saber é passado das gerações antigas para as novas pela prática e pela oralidade, o que garante sua continuidade

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“Faço porque acredito na religião, na força das ervas e quae isso pode ajudar as pessoas, mas sei que esse trabalho é um trabalho invisível, quase ninguém vê.” (Mãe de Santo Fabiane, 2019, Areal da Baronesa).


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6. Vamos cultivar plantas medicinais? Como plantar uma mudinha: Em um vasinho (pode ser de cerâmica, de plástico ou reciclado) com um furo no fundo, insira uma camada de pequenas pedras ou cacos de telha ou de tijolos. Em seguida, coloque uma camada de areia e depois complete com terra adubada com húmus. Coloque a muda com cuidado bem ao centro e complete com terra. Regue a muda até vazar água por baixo do vaso. Nos dois primeiros dias, deixe acessível apenas à luminosidade, podendo ir ao sol posteriormente.

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LATAS DE MILHO CASCAS DE OVOS

CANOS PVC

POTES DE SORVETE

PNEUS

Materiais altern no plantio de er GARRAFAS PET

COPOS DE REQUEIJÃO

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SAPATOS


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POTES DE MARGARINA OU IOGURTE

CAIXOTES DE FEIRA CAIXAS DE LEITE OU SUCO

nativos utilizados rvas medicinais BALDES QUEBRADOS

EMBALAGENS DE CHOCOLATE EM PÓ

EMBALAGENS DE OVOS

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Vaso com irrigação por capilaridade feito de garrafa PET:

VAMOS PRECISAR: - Uma garrafa PET de qualquer tamanho; - Um pedaço de tecido de algodão.

COMO FAZER: 01.

02.

03.

Corte a garrafa quase ao meio;

Tampe o bico da garrafa, faça um furo na tampa e passe um cordão ou um pedaço de tecido de algodão deixando uma parte de tecido para fora;

Ponha um pouco de água no fundo da garrafa;

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04. Encaixe a parte com o bico dentro da outra metade da garrafa de modo que o tecido fique em contato com a água. Se você quiser, pode fazer dois buracos nas laterais da garrafa, amarrar um cordão com um nozinho e pendurar. Ou você pode apenas deixá-la no chão ou em cima do banquinho de uma bancada. Você pode colorir sua garrafa PET, tornando-a um vasinho divertido ou mais escuro, para plantas cujas raízes preferem ambientes escuros. 87


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Galeria de fotos 88


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Glossário 110


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O QUE SIGNIFICA? A

Alcalóides: são compostos químicos das ervas que têm sabor amargo. Arbóreo: que apresenta características de árvore (diz-se de planta). Analgésico: é um tipo de medicamento que diminui ou interrompe as vias de transmissão nervosas, suprimindo a dor. Antioxidante: diz-se de algo ou da substância que reduz (impede) os efeitos de oxidação. Antisséptico: substância ou medicamento cujas propriedades servem para desinfetar.

B

Bálsamos: são compostos em forma de resina e são muito aromáticos.

C

Cardiovascular: está relacionado ao coração e aos vasos sanguíneos. Coagulante: que tem propriedade de fazer coalhar ou coagular, como certos líquidos orgânicos

(leite, sangue) em estado sólido. Compressa: pedaço de pano de algodão ou flanela que, embebido de medicamento, aplica-se a feridas ou a partes doloridas do corpo.

E

Esteróides: são substâncias químicas que agem de modo parecido com os hormônios humanos. Extrato: é o nome dado ao concentrado de substâncias extraídas das plantas. Emoliente: tem a propriedade de amolecer. Emplastos: remédio que acelera o processo de cura.

F

Fadiga: sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. Fotoprotetor: que protege contra radiações luminosas. Fungicida: propriedade de combater fungos. Flavonóides: grupo de substâncias com várias funções encontradas em cerca de 4 mil vegetais. 111


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G

Glicosídeos: compostos vegetais normalmente amargos e que formam o açúcar dentro da planta.

H

Horto: pequeno espaço onde são cultivadas plantas de jardim, pequena horta.

I

Inibidor: que diminui o efeito de algo.

L

Lenhoso: que possui características ou aparência de madeira. Que se refere ao lenho, à madeira.

P

Pectina: molécula de açúcar encontrada nos frutos maduros. Perene: que permanece durante longo tempo.

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Proliferar: multiplicar; propagar com rapidez; espalhar com facilidade.

R

Regenerar: gerar ou produzir novamente; formar de novo. Rejuvenescimento: ato ou efeito de rejuvenescer. Tornar mais jovem.

S

Substância adstringente: qualidade das substâncias que diminuem a secreção de um modo geral. No uso externo, ajuda a estancar pequenas hemorragias. Serve também para tratar a diarreia. Substâncias emolientes: aquelas capazes de hidratar a pele. Serotonina: tem funções diversas, como o controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite. Sistema imunológico: é um sistema de estruturas e processos biológicos que protege o organismo contra doenças.


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T

Taninos: agem na proteção da planta, ajudam a recuperar tecidos machucados e também combatem os radicais livres. Tônico: qualidade de algumas substâncias que revigoram o organismo. Tireoide: órgão responsável pela produção dos hormônios. Triptofano: é importante para o tratamento da depressão e do estresse. Também melhora o humor e proporciona boa noite de sono.

V

Viscosas: que tem consistência grossa e pegajosa, entre o sólido e o líquido.

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Guia complementar: Abecedário das Ervas 114


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A Abacateiro: diurético, cálculos renais, fígado, rins, bexiga. Alcachofra: diminui o colesterol, digestivo, hepático. Alecrim: estimulante, circulatório, tônico capilar, inalação. Alecrim-do-campo: tônico, vias respiratórias, banhos relaxantes. Alfavaca: rins, prisão de ventre, aftas, bronquite, gripes fortes. Alfazema: calmante, asma, gases, rinite, analgésico. Algodoeiro: hemorragia uterina, regras profusas, reumatismo. Ameixa (folhas): prisão de ventre, laxativo para azia. Angico: diarréia, desenteria, gripes. Uso externo: lavagens, gargarejos. Anis-estrelado: relaxante, insônia, gases (infantil e adulto). Arnica: anti-inflamatório, reumatismo, artrite, artrose, dores. Aroeira: diurético, ciático. Uso externo: contusões, icterícia. Arruda: amenorréia. Uso externo: varizes, flebites, abcessos, erisipela. Avenca: afecções catarrais, bronquite, tosse, laringite.

E Erva-de-bicho: hemorróidas, úlceras, varizes, uso interno/externo. Erva-doce: gases intestinais, cólicas, estimulante. Erva-passarinho: moléstias pulmonares. Uso externo: eczemas, sarna. Espinheira santa: gastrite, úlcera, calmante das paredes estomacais. Estigma de milho: hidratante dos rins, cólica renal. Eucalipto: desinfetante das vias respiratórias, balsâmico.

F Funcho: gases, digestivo, relaxante. 115


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G

Gengibre: asma, bronquite, rouquidão, colesterol. Ginkgo biloba: atua nos radicais livres, oxigenação cerebral. Goiabeira: diarréia, afecções da garganta. Guaco: expectorante, tosse, bronquite, resfriados. Guaraná: estimulante físico e mental.

H

Hortelã: espasmos, náuseas, azia, relaxante, dispepsia nervosa.

J

Jasmim (folhas): digestivo, alcoolismo, cardiotônico, circulatório. Jasmim (flor): relaxante, digestivo, insônia.

L

Linhaça: laxante brando, gases intestinais. Losna: falta de apetite, diabetes, fígado, pâncreas, bílis, mau hálito.

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Louro: amenorréia, nevralgia, cólicas estomacais e menstruais.

M

Maçã: digestivo, relaxante, debilidade estomacal. Macela: antidiarreica, fígado, pâncreas, colite, vesícula. Manjericão: anti-inflamatório, garganta, tosse, digestivo. Melão-de-são-caetano: regulariza o fluxo menstrual. Uso externo: piolhos. Melissa/erva-cidreira: cardiotônica, calmante, gastrite crônica. Menta: digestivo, espasmos, cálculos biliares.

N

Noz-moscada: estomacal, cólicas, arrotos, soluços, hipertensão.

P

Pau-ferro: diabetes, diminuindo o volume da urina e a sede. Pata-de-vaca: diabetes, depurativo, diurético. Pitanga: febre, ácido úrico, diabetes, colesterol. Poejo: expectorante, gripes, resfriados, tosse crônica, asma. Pulmonária: pneumonia, tuberculose, enfizema pulmonar.


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Q Quebra-pedra: cálculos renais, dores lombares, próstata, cistite.

R Romã (casca): afecções da

V Valeriana: calmante, insônia crônica, stress, labirintite.

Z Zedoária: gastralgias, estomatites, úlceras, mau hálito.

laringe, faringe, cicatrizante. Rosa branca: inflamações uterinas, rins. Uso externo: banhos.

S Sabugueiro (flor): febre, resfriados, catapora, sarampo, escarlatina. Sálvia: tônico mental, digestivo eficaz, males da menopausa. Salsa parrilha: altamente depurativo, colesterol, ácido úrico, acne. Sucupira (sementes): reumatismo agudo, osteoporose, laringe.

T Tanchagem: gargarejos, gengivites, purifica o sangue. 117


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Bibliografia 118


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Esta cartilha com muitas ilustrações ensina a usar as ervas medicinais de um jeito seguro e eficaz. Com truques para fazer chás, infusões, compressas e outras preparações com ervas medicinais; o uso das ervas no horário coreto para intensificar seu poder fitoterápico. Apresenta um pouco da história do uso das ervas nas relações de trabalho das mulheres; apresentando 20 ervas medicinais de forma mais detalhada a partir experiencias das mulheres, com o aval da ciência. Receitas de ervas no tratamento da saúde e bem-estar. Guia complementar: Abecedário das ervas. Dicas das mulheres quilombolas no uso de ervas e outras manualidades: Produção sabonetes de ervas medicinais, sabão ecológico com ervas, incensos artesanais de ervas. Galeria de fotos.


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