2 minute read

Paixão em fazer adiferença

Envolvimento de Rose Zacarias pela atuação com desenvolvimento local e comunidades faz a diferença para a tilapicultura em sistema cooperativista no pólo de Morada Nova, em Minas Gerais

Rose não começou no pescado, mas se tornou uma liderança indutora do cooperativismo aquícola mineiro

OAnuário da Peixe BR 2023 revelou que das 54.700 toneladas de peixes produzidas em Minas Gerais no ano de 2022, 51.700 toneladas foram de tilápias, atividade que tem o município de Morada Nova como o principal polo produtivo da espécie na região. Sobre esse desempenho, a tilapicultura mineira também conta nos últimos anos com o suporte de instituições e profissionais técnicos e operacionais com atuação junto aos produtores. Desse trabalho, muitos nomes se destacam e fazem a diferença, como é o caso de Rouzeny das Graças Zacarias, conhecida como Rose Zacarias.

Formada em Administração com especialização em Gestão Estratégica da Informação, ela também é bacharel em Direito e, desde 2018, trabalha junto a tilapicultores de Morada Nova como analista de educação e desenvolvimento sustentável sênior no Sistema Ocemg – formado pela junção do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (SescoopMG), que oferecem orientação e apoio para a gestão eficiente do setor, com cursos, treinamentos, palestras e seminários que integram a sociedade cooperativa.

Foi ainda muito jovem e durante a faculdade de administração que Rose descobriu a paixão que a levaria ao pescado: a atuação com desenvolvimento local e comunidades. “Tenho uma verdadeira paixão por esse trabalho e por trabalhar com comunidade. Isso é muito legal.” Ela conta que o primeiro contato com o trabalho de desenvolvimento local foi em 1997, justamente na faculdade. “Ajudei uma empresa júnior e na época, a gente foi convidado para atuar num projeto em Belém de Maria, em Pernambuco, com um ex-assentamento dos Sem-Terra”, lembra. Depois, a faculdade fez um convênio com o governo federal, por meio do qual ela foi a primeira no curso de administração a encabeçar esse trabalho. “Desde então venho atuando nessas questões de uma forma mais firme.”

Ela lembra que em Morada Nova de Minas, o trabalho começou no final de 2018 a convite da Cooperativa Sicoob Aracoop. “Com um potencial enorme para a produção de tilápia, encontramos um grupo pouco articulado e com questões graves de regularização a serem resolvidas”. Rose conta ainda que no início das atividades, foi ouvindo quem estava à frente de toda aquela “maravilha” que já era a produção de tilápia na cidade. Assim, surgiu a primeira SWOT – análise de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças – da cadeia produtiva de tilápia de Morada Nova de Minas e que apontava, muito a frente de outros temas, a legalização da cadeia como o principal gargalo.

No fim desse primeiro momento, os membros da cadeia realizaram o primeiro Encontro da Cadeia Produtiva de Piscicultura de Morada Nova de Minas, que contou com palestras técnicas, além de um momento especial lembrado com carinho por Rose. “Todos os pratos vendidos nas barraquinhas, que eram instituições filantrópicas da cidade, tinham como base a tilápia doada pelos piscicultores. A renda ficou para as instituições.” A partir daí, ela explica que começaram a priorizar a regularização das pisciculturas. O resultado? Mais de 20 pisciculturas regularizadas em duas aberturas de capacidade da represa de Três Marias, o que, segundo ela, “colocou a Morada e a vida de cada piscicultor em outro patamar.”

Desde então, o grupo já participou do International Fish Congress (IFC), teve novos pedidos de outorgas deferidos pelo governo e começou a fazer parte dos indicadores do CEPEA. “A Morada Nova de Minas é uma cidade de pessoas guerreiras, de uma beleza natural linda e de um potencial econômico incrível! E tenho orgulho de mostrar essa outra qualidade da cidade”, finaliza Rose.

This article is from: