EVANGELISMO LOCAL - MÓDULO BERILO - SBL

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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1. DEFINIÇÃO DE TERMOAVALIAÇÃO 2. A ORDEM MISSIONÁRIA DO SENHOR JESUSAVALIAÇÃO 3. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISMOAVALIAÇÃO 4. O TRABALHO DE EVANGELISMOAVALIAÇÃO 5. ALCANÇAR OS NÃO ALCANÇADOSAVALIAÇÃO 6. EVANGELISMO É MÉTODOAVALIAÇÃO 7. ORAÇÃO E EVANGELISMOAVALIAÇÃO 8.CARACTERÍSTICAS DO GANHADOR DE ALMAS 9. EVANGELISMO ESPECÍFICOAVALIAÇÃO 10. EVANGELIZAÇÃO DE CRIANÇASAVALIAÇÃO 11. EVANGELIZANDO AS SEITASAVALIAÇÃO 12. O QUE EU POSSO FAZER PELA EVANGELIZAÇÃO?

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AVALIAÇÃO REFERÊNCIAS

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EVANGELISMO

INTRODUÇÃO

A mensagem do evangelho moderno é “Deus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida”. Entretanto, a nossa idéia de “maravilhoso” é a de que não sofreremos, teremos vida abundante na Terra, desfrutando do melhor que ela pode produzir. A felicidade é o maior anseio do homem. Somos obcecados pelo prazer. Corremos a todas as fontes que nos prometem o segredo do prazer. Bilhões de reais são gastos todos os anos com a promessa de que algo nos levará ao paraíso. Viagens, filmes, roupas, jóias, aventuras, conquistas e experiências são os pratos do dia servido a uma platéia faminta de felicidade. Para veracidade dos fatos, conduza um pecador pelas páginas do Livro de Atos e mostre-lhe a passagem que relata as pedras quebrando os ossos de Estevão. Então, sorria e sussurre: “Maravilhoso...” Leiam juntos e visualizem em suas mentes o som do chicote de nove pontas cortando a pele das costas do apóstolo Paulo. Mostre aos pecadores as diversas ocorrências da palavra “sofrimento” nas Epístolas e veja se o mundo vai conseguir sussurrar “Maravilhoso!”. Diga aos pecadores que “devemos através de muita tribulação entrar no reino de Deus” (Atos 14.22) e veja se os seus olhos ou os seus lábios conseguem balbuciar a palavra “Maravilhoso”. Depois deste passeio pela estrada da honestidade, eles poderão pensar que os prazeres do pecado são mais atraentes que o chamado a “sofrer aflição com o povo de Deus” (Hebreus 11.25). Quem será que quererá escutar nossa mensagem se formos tão abertamente honestos sobre a vida cristã? Talvez não tantos quantos são atraídos pela conversa de um plano maravilhoso. A resposta ao nosso dilema é esclarecermos que a mensagem do Evangelho trata de justiça e não de felicidade. Foi exatamente isso que Jesus fez. Ele usou os Dez Mandamentos para mostrar aos pecadores qual era o justo padrão de Deus (Lucas 10.25; 18.18-20). Uma vez que os pecadores virem o perfeito padrão pelo qual serão julgados, eles começarão a temer a Deus e é pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal (Provérbios 16.6). Eles começarão 105

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EVANGELISMO a ter sede e fome da justiça que existe somente em Jesus Cristo. Ao se estudar o Novo Testamento, qualquer um poderá ver que o amor de Deus é quase sempre apresentado em direta correlação com a cruz: “porque Deus amou o mundo de tal maneira, Deus demonstrou o Seu amor, etc.” (João 3.16; Romanos 5.5-6,8; Gálatas 2.20; Efésios 2.4-5; 5.2,25; 1 João 3.16; 4.10; Apocalipse 1.5). A cruz é o ponto focal do amor de Deus pelo mundo. Então, como podemos apontar para a cruz sem fazer referência ao pecado? E como podemos nos referir ao pecado sem usar a Lei (Romanos 7.7)? A maneira bíblica para expressarmos o amor de Deus aos pecadores é mostrar-lhes o quão grande é o seu pecado (Romanos 7.13; Gálatas 3.24), e então dar-lhes a incrível graça de Deus em Cristo. Esta foi a chave para alcançar tantos no Dia de Pentecostes. Eles eram judeus “devotos” que conheciam a Lei e suas santas exigências e, portanto, prontamente aceitaram a misericórdia de Deus em Cristo para escapar da terrível ira. A tragédia do evangelismo moderno é que, na virada do século XX, a Igreja abandonou a Lei em sua capacidade de converter a alma e conduzir os pecadores a Cristo. Com isso, o evangelismo moderno teve que encontrar outra maneira de os pecadores responderem ao Evangelho. A maneira escolhida foi a da “melhoria de vida”. O Evangelho degenerou-se para algo como “Jesus Cristo lhe dará paz, alegria, amor, realização pessoal e felicidade eterna”. O clichê que resume esta abordagem é algo assim: “Você nunca encontrará a verdadeira felicidade até aceitar a Jesus. Você tem um vazio em seu coração que só Deus pode preencher. Deus curará o seu casamento e acabará com seus vícios. Ele resgatará você das dificuldades financeiras e se tornará o seu melhor amigo”. A mensagem do Evangelho não se trata de melhoria de vida, mas de justiça. Não importa o quanto um pecador possa estar feliz, ou o quanto ele está usufruindo dos prazeres transitórios do pecado; sem a justiça de Cristo, ele perecerá no dia da ira. Em (Provérbios 11.4) é dito: “As riquezas de nada aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte”. Que Deus nos ajude a proclamar o Seu evangelho na íntegra.

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DEFINIÇÃO DE TERMO Qual o significado da palavra evangelismo? A palavra “evangelho” passa para português do termo latino, “evangeliu”, que, por sua vez, vem da palavra grega, euaggelion (euaggelion), que significa “boa nova”. Ao acrescentar o sufixo, “ismo” (de origem grega) ou “ação” (de origem latina) surgem as palavras “evangelismo” e “evangelização” que traduzem igualmente a palavra grega. euaggelizw (euaggelizo), “trazer boas notícias, anunciar boas novas”. Portanto, é desnecessário, apesar de algumas tentativas, se distinguir entre estes dois termos, pois não há diferença essencial, têm a mesma origem. Ambos efetivamente se referem ao anúncio do Evangelho, isto é, das boas novas de que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos. Daí a vital importância da evangelização neotestamentária, pois a Igreja que deixar de ser evangelística, também deixará de ser evangélica. O evangelismo ou a evangelização, no cerne, envolve o anúncio da intervenção de Deus na história humana, especificamente sobre a ressurreição de Jesus de Nazaré, morto por crucificação, uma pena que lhe foi atribuída por motivos políticos e religiosos. Com exceção de quatro, todas as principais religiões do mundo baseiam-se em meras afirmações filosóficas. Somente o Cristianismo postula um túmulo vazio para seu Fundador. 1 Abraão, o pai do judaísmo morreu por volta de 1900 a.C., contudo jamais se disse que foi ressuscitado. O sermão de Pedro no dia de Pentecostes foi completamente baseado na ressurreição. (Atos 2.14-36). De fato, a ressurreição é o cerne da mensagem cristã primitiva. O primeiro sermão a ser pregado era um anúncio da importância da 6. As três religiões ao o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo

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EVANGELISMO ressurreição. Neste discurso Pedro não deu muita ênfase à vida e ministério de Jesus, não fez apelo ao Seu caráter ou à Sua personalidade, como alguém digno de ter discípulos. Também não procurou recordar os ensinamentos éticos e nem tampouco demonstrou Sua superioridade aos muitos mestres entre os judeus. Ao contrário, fez breves referências aos poderosos feitos que haviam marcado o Ministério do Mestre. O que era digno de nota, o mais importante de todos os fatos, era a ressurreição de Jesus, que fora executado como criminoso. Esta foi a causa da grande transformação, na conduta dos discípulos. Antes um grupo atemorizado, acovardado e sem esperança, transformado em um grupo de pregadores ousados. Ao passo que o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes é descrito o evento que deu o nascimento à Igreja como comunidade autoconsciente. A função primária dos apóstolos na comunidade cristã primitiva não era dominar ou governar, mas dar testemunho da ressurreição de Jesus. Isso pode ser demonstrado pelas qualificações exigidas para o sucessor de Judas: ele deve ser “testemunha da sua ressurreição” (Atos 1.22). O evangelismo do cristianismo primitivo não consistia de uma nova doutrina sobre Deus, nem de uma esperança de imortalidade, mas do extraordinário ato de Deus, a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” ( 1 Coríntios 15.14). Assim sendo, a ressurreição apresenta uma explicação para a morte de Jesus, como foi profeticamente previstas, testemunhada pelos apóstolos, causa primária do derramamento do Espírito Santo e principalmente o motivo de evangelização. Portanto, o evangelismo possui essencialmente um caráter narrativo, promissório e histórico. Podemos dizer que anúncio é uma narração, ou seja, é um relato feito por testemunhas, e é, portanto uma atividade verbal e pessoal. Por isso no Novo Testamento a atividade evangelística que mais se sobressai é o testemunho (Atos 5.32; 1 Coríntios 15.5-11). Entretanto, por envolver o testemunho, o evangelismo não é meramente subjetivo, relativo à experiência de cada um. Baseia-se na realização histórica de promessas específicas feitas no Antigo Testamento a respeito dum novo período na

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EVANGELISMO história humana demarcada pela vinda do Messias. Estas promessas também se destacam no evangelismo (Atos 2.25-32; 3.18, 24; 1 Coríntios 15.3-4). O evangelismo é um anúncio pessoal no sentido de ser transmitido por pessoas transformadas pelos eventos narrados na mensagem proclamada. Mas, é também histórico. Por mais pessoal que seja a mensagem possui um conteúdo essencial, sem o qual a mensagem não seria mais evangelística. E este conteúdo se refere à crucificação e à morte de uma pessoa que viveu e morreu de fato, e foi ressuscitada por Deus (Deuteronômio 21.22-23; Atos 2.23; 5.30; 10.39; 13.29; Gálatas 3.10-13; 1 Pedro 2.24). Portanto, há características essenciais no evangelismo, que é o anúncio das promessas divinas realizadas na morte e na ressurreição de Jesus de Nazaré. Além disso, pode-se acrescentar um pré-requisito necessário ao evangelismo. O pré-requisito é a exigência do arrependimento e fé (Atos 2.38; 3.19; 10.43; e 13.3839). É necessária a disposição e a decisão de abandonar a velha maneira egoística de viver e igualmente deve-se pôr a confiança e a fé em Jesus, o Deus que salva. Tal mudança de rumo é demonstrada pelo batismo, que nas palavras de Paulo, ilustra a morte da vida anterior e o nascimento da nova vida em Cristo (Romanos 6.4). Assim Deus estabelece um pacto pessoalmente com o convertido. Mas “pacto pessoal” não deve ser entendido dum modo individual. Todavia, não existe salvação automática, que isenta a fé pessoal por parte do restante da família, mas como promessa de cercar aquela família com as bênçãos, é necessária a fé pessoal, que proporcionará um ambiente favorecido para que cada um assuma seu compromisso com Deus no momento oportuno. Tomamos aqui uma nota importante em relação à palavra “evangelista”. Usamos esta palavra no sentido amplo e geral e não limitado a uma pessoa ordenada ao ofício de evangelista. O enfoque aqui aponta para todos os cristãos, incluindo homens e mulheres, jovens e anciãos, “oficiais” e “não oficiais”. É para que todos levem a obra de evangelização. Assim sendo, quando você ler a palavra “evangelista” entenda que está fazendo referência a você e a todos os verdadeiros seguidores do Senhor Jesus Cristo.

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2 A ORDEM MISSIONÁRIA DO SENHOR JESUS “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28.18-20). O Senhor Jesus estava no monte das Oliveiras, junto com os seus discípulos. Havia chegado o momento de se despedir daqueles com quem havia convivido durante mais de três anos. Ele “havia saído de Deus e ia para Deus” (João 13.3). Do cume do monte das Oliveiras podia-se ver o alto do Gólgota, onde o Senhor Jesus, 42 dias antes, havia sofrido para ganhar a eterna salvação para o homem como está escrito: “tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hebreus 5.9). O assunto que naquele momento ocupava o coração do Mestre era a grande necessidade de todos os povos do mundo vir a conhecer que Sua grandiosa obra redentora é extensiva também a eles. Movidos por este pensamento, o Senhor Jesus proferiu a Sua “ordem missionária” que estaremos estudando sobre os seguintes aspectos: a quem foi dada a ordem missionária; qual o seu conteúdo; qual a sua abrangência; qual a sua duração e se esta ordem deve ser obedecida. 2.1 A QUEM FOI DADA A ORDEM MISSIONÁRIA

Ao ascender aos céus, o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo para capacitar aqueles que seriam seus embaixadores na Terra. Vejamos a quem foi dada esta grande comissão. 110

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EVANGELISMO a) A quem esta ordem não foi dada A Grande Comissão de Jesus não foi dada aos líderes religiosos de Israel, tampouco aos membros do Sinédrio de Jerusalém, também não foi dada a nenhum ministério da educação ou qualquer outro segmento político de qualquer país. Por mais nobres que possam parecer as atividades desses órgãos que atuam a serviço dos negócios das nações, são de alcance temporal, enquanto que a ordem missionária de Jesus lida com a eternidade. b) A ordem missionária foi dada aos discípulos No momento da ascensão de Jesus, os discípulos com Ele reunidos, representavam a Igreja na sua vocação e missão no mundo. Entenda-se, porém, que eles não eram tão perfeitos ou dotados de qualidades excepcionais como poderiam parecer. Devemos nos lembrar que momento antes do Senhor Jesus lhes haver dado a grande comissão, Ele os havia repreendido pela sua incredulidade: “apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado” (Marcos 16.14). Pedro havia negado ao Senhor (Mateus 26.69-75); Tomé havia duvidado da autenticidade da ressurreição do Senhor (João 20.19-31); e todos os discípulos haviam fugido Dele na hora do aperto (Mateus 26.56). Apesar das limitações deles, o Senhor Jesus sabia do potencial de seus discípulos, e mais do que isso, eles já estavam limpos pela palavra que haviam recebido (João 15.3). O Senhor Jesus ainda chama homens imperfeitos e limitados para a sua obra. Todavia, importa que sejam limpos e estejam dispostos a obedecer à Sua chamada, pois assim Ele os aperfeiçoa, prepara e envia. Além disso, em outras ocasiões, quando falou sobre Missões, sempre falava como um mestre a Seus discípulos, como um capitão a Seus soldados, como um rei aos Seus súditos, Ele exortava e compelia. Mas entre Sua ressurreição e ascensão, Ele ordenou e nenhuma vez sequer perguntou se havia algum argumento se contrapondo, em resposta à Sua proposta. Sabendo do preço que haveriam de pagar, sem permitir qualquer fuga, Ele simplesmente disse, “Ide”.

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EVANGELISMO c) A ordem missionária foi dada à Igreja hodierna A Igreja de hoje está ligada à Igreja primitiva não apenas por suas raízes históricas. Esta se identifica com àquela também na responsabilidade de evangelizar os povos em todas as nações. A Igreja do Senhor Jesus não tem escolha, quanto a querer ou não, cumprir essa ordem. Naturalmente, a Igreja, se assim desejar, pode desobedecer, porém aí reside a perda presente e o perigo futuro. Nada, a não ser a evangelização do mundo, justifica a presença da Igreja, no mundo hoje. Esta ordem do Senhor Jesus não é matéria para ser interpretada, mas sim para ser obedecida, é uma ordem de uma instância superior. Por isto, os seus membros devem ser treinados para serem testemunhas do Senhor Jesus, e serem enviados ao mundo como ganhadores de alma, plenamente equipados, que serão epístolas vivas de Cristo para aqueles que ainda não O conhecem.

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EVANGELISMO

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CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISMO

A importância vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos seus discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Marcos 16.15,19; Atos 1.8,9). O evangelismo verdadeiro e eficaz reconhece a soberania de Deus. O evangelismo é um mandado de Deus ao seu povo. Então, como filhos obedientes ao nosso Pai, estamos obrigados a obedecê-Lo. Não é opcional. O evangelismo verdadeiro e eficaz reflete a santidade de Deus. Como Ele é santo, não suporta o pecado. Não podemos pensar que o perdão de Deus é algo “barato”. Custou a vida do seu próprio Filho. Então, a apresentação do Evangelho tem que incluir o elemento da ira de Deus contra o pecado como está escrito: Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-

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EVANGELISMO se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! (Romanos 1.18-25). O evangelismo verdadeiro e eficaz se caracteriza pelo amor e compaixão para com os perdidos. A motivação para o evangelismo tem que ser a mesma que o Senhor Jesus possuía, quando se comoveu ao ver o povo perdido (Mateus 15.32). Para muitos cristãos, Jesus é apenas o Salvador de suas almas, mas não Senhor e Rei de suas vidas. O Evangelho integral apresenta Jesus não só como Salvador, mas também como Senhor (Atos 16.31). A ordem de evangelizar vem do Senhor para os seus súditos. Não é um convite: é um mandamento do nosso Senhor. Mas não devemos evangelizar só por­que é um mandamento, mas porque amamos a Je­ sus e queremos ser-lhe gratos. Em meio a um mundo pluralizado, repleto de verdades relativas, o evangelismo trata da verdade absoluta. Não é apenas um ponto de vista pessoal, ou uma idéia qualquer. É uma mensagem autêntica e verdadeira, baseada nas Escrituras e confirmada pelo Espírito Santo.

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4 O TRABALHO DE EVANGELISMO O evangelismo é um trabalho que demanda compromisso e esforço. Hoje em dia existem vários métodos tradicionais que auxiliam na responsabilidade do evangelismo, mas não existe nenhum substituto para o evangelismo pessoal. Ainda que seja mais fácil convidar alguém para ir a um culto, é mais eficaz falarmos pessoalmente com alguém em um ambiente mais familiar. Em se tratando de Igreja, deve haver um apoio para o evangelismo, para que vá muito além de somente realizar campanhas ou cultos de vez em quando. Não são as oportunidades que faltam para o evangelismo, mas sim a vontade de ganhar almas. De inúmeras formas podemos realizar esta tarefa, sem necessidade de profundidade teológica ou microfone. Se observarmos na Bíblia, como começar a tarefa de evangelização, podemos enumerar várias maneiras que os primeiros discípulos usaram para alcançar as almas perdidas: pregação nas sinagogas, pregação ao ar livre, evangelização nos lares. Hodiernamente, podemos alcançar as almas da seguinte maneira: 1- Utilizando métodos específicos: a) Método direto (Atos 8.30-35; Mateus 16.13,15); b) Método indireto (Atos 3.1-26; 17.15-34); c) Método da literatura (João 20.31); d) Métodos diversos (João 3.1-21).

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EVANGELISMO 2- Apresentando a mensagem de maneira apropriada: a) Aproximar-se das pessoas no plano que se encontram (Mateus 11.19); b) Ser atencioso (João 4.18); c) Usar o tato (1 Coríntios 9.19-22); d) Falar com convicção (Atos 27.25; 2 Timóteo 1.12; João 9.25); e) Nunca discutir (2 Timóteo 2.24-25); f) Ser positivo (Atos 16.31). g) Usar sabedoria (Provérbios 11.30; Daniel 12.3); - Devemos usar a sabedoria divina: Na aproximação das pessoas (Romanos 10.8-9) Nas palavras a pronunciar (Mateus 10.16) Nos métodos a utilizar (Tiago 1.5-6) h) Dar ênfase ao Senhor e nunca à Igreja (Atos 9.12; João 14.6); i) Ter conhecimento da Palavra de Deus (2 Timóteo 2.15; 3.15); j) Ter vida vitoriosa (Romanos 12.1,2; 1 João 5.4; Gálatas 2.20); k) Fazer diagnóstico e aplicar o remédio (Marcos 10.17-21); l) Ter perseverança (Eclesiastes 11.6; Tiago 5.6); m) Depender totalmente do Espírito Santo (Atos 1.8); n) Enfatizar a maior necessidade (João 3.1-3,5). 3- Cooperando de diversas maneiras: a) Orando (Efésios 6.18; Colossenses 4.3; 2 Tessalonicenses 3.1); b) Contribuindo (2 Coríntios 9.6-11; 1 Coríntios 9.7-14); c) Propagando este trabalho (2 Coríntios 9. 12-13); d) Incentivando os que já fazem este trabalho (2 Timóteo 4.5); e) Incentivando os que não fazem a fazerem este trabalho (1 Pedro 2.9); f) Elaborando e selecionando literatura apropriada (1 Coríntios 7.7; 1 Pedro 4.10); g) Traduzindo línguas e dialetos (Marcos 13.10; 16.15; Mateus 9.35).

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EVANGELISMO 4.1 ONDE EVANGELIZAR

Disse Jesus “... ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8). Com base neste texto bíblico, podemos identificar e situar o campo do ganhador de almas nos seguintes lugares: 1- Para o crente em particular – “Jerusalém” a) A casa onde reside - Evangelização de familiares; b) A rua onde mora - Evangelização de vizinhos; c) O transporte que utiliza - Evangelização de passageiros; d) O local onde trabalha - Evangelização de companheiros; e) A escola onde estuda - Evangelização de colegas; f) O local onde faz suas compras - Evangelização de conhecidos; g) O templo onde congrega - Evangelização de visitantes; h) As visitas que faz - Evangelização de parentes, colegas... 2- Para a Igreja local- “Judéia e Samaria” a) O bairro onde se localiza; b) A cidade onde se situa; c) Os locais circunvizinhos; d) Os locais de aglomeração; e) Os estabelecimentos de ensino; f) As casas de saúde; g) Os locais de diversão; h) Presídios e casas de detenção; i) Religiões e seitas; j) Grupos étnicos diversos; k) Os desviados; l) Os grupos abastados; m) Áreas carentes de nossa pátria.

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EVANGELISMO 3- Para a Igreja universal – “Confins da terra” a) Todo o mundo (Marcos 16.15); b) Todas as nações (Mateus 28.19); c) Toda a criatura (Marcos 16.15); d) Todas as gentes e raças (Marcos 13.10); e) Todas as aldeias (Mateus 9.35); f) Em todo o lugar (Atos 17.30); g) Confins da Terra (Atos 1.8). 4- Resumindo, o crente pode ganhar almas a) Em sua casa (1 Timóteo 5.8); b) Entre familiares (Lucas 8.39); c) Entre colegas (João 1.41-45); d) Nas conduções (Atos 8.27,31); e) Nas praças (Atos 17.17); f) De casa em casa (Atos 20.20); g) Em todo lugar (Atos 17.30).

O campo do ganhador de almas é o mundo (João 4.35; Lucas 8.4-15). Cristo ordenou: “Erguei os olhos e vedes os campos”. Se dermos uma rápida olhada nos “campos”, nos quais há, mais de dois bilhões e meio de pessoas não alcançadas, é assustador. A simples matemática envolvida leva-nos a concluir que não é suficiente apenas ir a um campo missionário, ou enviar alguma outra pessoa, nem mesmo é suficiente ir a um campo missionário e dar início a umas poucas Igrejas. A obediência à Grande Comissão implica que temos que enviar aqueles que dão início a um grande trabalho e que crescerão e multiplicarão normalmente, e assim por diante, até que se alcance grandes áreas populacionais. Cristo ordena observação cuidadosa dos “campos”. Paulo sabia muito bem qual era sua própria “esfera” de ministério (2 Coríntios 10.12-16). Sabia que tipo

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EVANGELISMO de Igreja desejava fundar e onde desejava fundá-las. Possuía uma idéia clara acerca do seu próprio ministério (responsabilidade para com sua missão com Deus). Assim deve ser cada cristão, na obra da Evangelização do mundo. 4.2 TEMPO DE EVANGELIZAR

A Bíblia diz que “... há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1); mas, quando se trata de ganhar almas, as Escrituras são enfáticas declarando: a) Agora (2 Coríntios 6.2); b) Tempo e fora de tempo (2 Timóteo 4.2); c) Quer ouçam quer deixem de ouvir (Atos 7.54,56-57); d) De madrugada (Mateus 20.1); e) De manhã – “hora terceira” – 9 horas (Mateus 20.3); f) Na hora do almoço – “hora sexta e nona” – 12 e 15 horas (Mateus 20.5); g) À tarde – “hora undécima” – 17 horas (Mateus 20.6); h) À noite (Atos 16.31,33); i) Hoje (Hebreus 3.15); j) Enquanto é dia (Eclesiastes 11.4; João 9.4). O cristão deve utilizar de todo o tempo na tarefa da evangelização, lembrando sempre que: a vida humana é de uma brevidade inimaginária (Salmos 90.10-12; Eclesiastes 12.1). E não ignorar a ação constante de Satanás neste século, como está escrito: “dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se” (Mateus 13.25). Se não pregarmos o Evangelho, os pecadores não poderão ser salvos e o inimigo manterá, assim, o homem preso em seus laços (2 Timóteo 2.26). Após a morte não haverá mais possibilidade de salvação, pois depois dela segue-se o juízo (Hebreus 9.27). Duas eternidades distintas aguardam o homem após a

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EVANGELISMO morte como escreveu Daniel: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2). Como, pois, escapará o pecador, se não atentar para uma tão grande salvação? (Hebreus 2.3). A salvação é uma mudança que o Senhor faz na vida do pecador (2 Coríntios 5.17); portanto, é uma obra gloriosa que Ele quer dar a toda a raça humana hoje e, para que isto seja concretizado, é preciso a Igreja aceitar o desafio de evangelizar em todo o tempo sem indolência. “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.14).

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EVANGELISMO

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ALCANÇAR OS NÃO ALCANÇADOS O ministério do evangelista, do ganhador de almas, do pregador do evangelho é tipificado pelo ofício do semeador. Ele não tem resultados prontos. Ele tem potencialidades. Ele tem palavras e, estas palavras são verdades poderosas capazes de efetuar transformação na natureza dos receptores. Paulo, o apóstolo, disse: “me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Romanos 15.20). O método consistente de Paulo era ser pioneiro em novas áreas. Aos Coríntios ele disse que anunciou “o evangelho nos lugares que estão além de vós” (2 Coríntios 10.16). A ênfase suprema no evangelismo pioneiro é o propósito de Deus para o seu povo nesta era da graça. Se a nossa prioridade for anunciar o Evangelho onde Cristo não foi anunciado, o cristianismo se expandirá. A única maneira pela qual o Reino de Deus pode se expandir é alcançando e libertando os cativos de Satanás. Para isso recomendamos a lei da semeadura: 5.1 SEMEIE EM ABUNDÂNCIA

“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com abundância, com abundância também ceifará” (2 Coríntios 9.6). Grandes semeaduras, grandes colheitas. Pequenas semeaduras, pequenas colheitas. Também no Reino de Deus, os resultados vêm através de nosso trabalho no Senhor. À medida que nos tornamos ativos em levar o Evangelho, começamos a 121

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EVANGELISMO ver os resultados. Não veremos coisa alguma se formos preguiçosos e negligentes. 5.2 SEMEIE COM CONFIANÇA

“Pela manhã semeia a tua semente e à tarde não retires a tua mão, pois não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas” (Eclesiastes 11.6). Semeie! O resultado está nas mãos de Deus, Ele conhece os corações. Não julgue que alguém não poderá converter-se, pois muitas vezes os solos que julgamos mais improváveis são os que produzem mais frutos. 5.3 SEMEIE COM PERSEVERANÇA

“Quem observa o vento nunca semeará e quem olha para as nuvens, nunca segará” (Eclesiastes 11.4). Sempre teremos problemas ao nosso redor. Se você for esperar que sua situação esteja em perfeita calma e nenhuma adversidade não realizará nada. É preciso estar pregando a Palavra “a tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4.2). 5.4 SEMEIE COM ORAÇÃO E LÁGRIMAS

“Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Salmo 126.6). O agricultor enfrenta uma tarefa difícil, pois quando sai a semear, ele sabe que enfrentará muitos fatores desconhecidos. Haverá chuvas? As pragas destruirão a lavoura? O gafanhoto e outros insetos destruirão a safra do ano? Saqueadores irão roubar os frutos do penoso trabalho? Todos esses possíveis perigos ou experiência 122

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EVANGELISMO de reais tribulações e retrocessos são comparados às lágrimas que o agricultor derrama. Só pode ser um ganhador de almas aquele que faz as coisas de Deus com todo o coração. Você jamais se importará com a eterna condição dos perdidos se você não puder sentir compaixão por eles. Ande, ore, chore e semeie. Chegará o tempo da colheita que será de grande alegria. 5.5 SEMEIE NO PODER DO ESPÍRITO

“... o que semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6.8b). Pregar o Evangelho não é divulgar uma crença. Envolve poder e autoridade espiritual e estes só vem através da unção do Espírito Santo. Jesus antes de começar seu Ministério, passou quarenta dias em oração e jejum (Mateus 4.2) e disse aos discípulos que ficassem em Jerusalém até que fossem revestidos com o poder do Espírito Santo como está escrito: “recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8). 5.6 SEMEIE COM PAZ

“Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz, para os que promovem a paz (Tiago 3.18). Não faça do Evangelho um assunto para contendas e debates infrutuosos. Não tente obrigar ninguém a ouvir e a aceitar a mensagem de Deus. Se for preciso aguarde uma ocasião mais propícia. Ganharemos as vidas no amor e no Espírito, não no orgulho e no convencimento. O amor de Deus pelos pecadores é, de fato, um mistério; contudo, verdadeiro a ponto de enviar seu Filho amado como está escrito: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que 123

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EVANGELISMO o mundo fosse salvo por ele” (João 3.16-17). 5.7 SEMEIE NO LUGAR CERTO

“O campo é o mundo...” (Mateus 13.38). Os pecadores estão lá fora, não dentro da Igreja. É lá o lugar onde devemos ir buscá-los. O púlpito não é o trampolim de onde saltaremos para alcançar os perdidos. É no dia-a-dia, no serviço, na vizinhança, na escola, nas ruas, nos hospitais, nos presídios o lugar onde estaremos semeando a semente e recolhendo os frutos.

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6 EVANGELISMO É MÉTODO O caráter da pessoa que evangeliza é mais importante do que o seu método. Um princípio na vida cristã a ser observado antes de se realizar a obra evangelística, é ter plena convicção de que o “ser” cristão é mais importante do que “fazer” algo. O ganhador de almas tem de ter experiência própria da salvação. É um paradoxo al­guém conduzir um pecador a Cristo, sem ele pró­prio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do Céu sem conhecê-Lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência própria da salvação (Salmo 34.8; 2 Timóteo 1.12.) O fruto do Espírito revela o caráter de Cristo em nós. É imprescindível que o caráter do evangelista reflita o fruto do Espírito, porque tem haver com o que somos. O fruto precede os dons, uma vez que os dons refletem as diferentes modalidades na execução da Obra de Deus, por isso as Escrituras dizem que praticar os dons sem o fruto seria inútil (1 Coríntios 13). Para uma pessoa dotada com o ministério de evangelista, o evangelismo flui de seu interior como um rio de água viva. Ao verdadeiro evangelista, não há a necessidade de persuadi-lo a evangelizar. Ele faz como parte de sua vida cotidiana. É um chamado especial que se cumpre em sua vida por meio de um impulso interno. Paulo evangelizando pessoalmente a Félix, o go­vernador da Judéia, disse: “Procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens” (Atos 24.16). A consciên­cia em seus dois lados - para com Deus e para com os homens - deve estar limpa. Muitos crentes têm sido desaprovados por Deus por falharem nesta parte. Trabalham à toda força e “fruto” não há. Perguntam: “Por que não há frutos no 125

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EVANGELISMO meu trabalho?” As Escrituras respondem: “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, vós que levais os utensílios do SENHOR” (Isaías 52.11). Davi com­preendia que o pecado é um impedimento à conver­são dos pecadores (Salmos 51.2-13). Consideremos aqui os seguintes textos: A santidade é requerida em to­das as maneiras de viver. Mostra que a nossa conduta deve ser conforme o Evangelho: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1.15). “Vivei acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e que em nada estais intimidados pelos adversários” (Filipenses 1.27). Não devemos ter uma vida conformada com o mundo. O povo de Deus deve caminhar o mais distante possível do mundo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1-2). O Evangelho não sofre alteração, ele é sempre o mesmo. A essência da mensagem é imutável. A forma como a mensagem é transmitida tem sofrido alterações com o passar dos séculos. Este é o evangelismo. Uma questão de método. Um método pode ser menos ou mais eficaz do que outro. Se pudermos discernir quais pessoas estão mais receptíveis ao Evangelho e lhes apresentar a mensagem de salvação, lograremos êxito. Lembremo-nos que o Evangelho nunca falha, ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1. 16). Mas o evangelismo, isto é, o modo como o Evangelho vai ser divulgado, pode se tornar mais ou menos eficaz conforme o método empregado para isto. Temos de ter a palavra certa para a pessoa certa, no momento certo. 126

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ORAÇÃO E EVANGELISMO A evangelização é um combate espiritual contra as hostes das trevas, cuja vitoria depende do poder do Espírito Santo. A oração é o meio pelo qual Deus comunica esse poder. Para obter a atenção de Deus, não precisamos nos expressar com palavras difíceis ou com representações exibicionistas. Não precisamos convencer Deus da sinceridade de nossas carências. Já temos os ouvidos do Pai, Ele sabe de tudo a nosso respeito e mesmo assim nos escuta. Podemos ir diretamente ao ponto. Vários acontecimentos do Antigo Testamento só aconteceram depois do clamor do povo de Deus em oração, a ponto de o salmista escrever: “Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor” (Salmo 34.15). Sara, Rebeca, Raquel, Ana e Isabel oraram para livrar-se da infertilidade; Daniel orou numa cova cheia de leões (Daniel 6.22), exatamente como seus três amigos haviam orado no meio do fogo (Daniel 3.17). Encontramos quatro vezes Deus se “arrependendo” em resposta a um pedido, e em cada ocasião um castigo prometido foi sustado: 1) “Então, se arrependeu o SENHOR do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo” (Êxodo 32.14). 2) “Ascendeu-se, por isso, a ira do SENHOR contra o seu povo, e ele abominou a sua própria herança e os entregou ao poder das nações; sobre eles dominaram os que os odiavam. Também os oprimiram os seus inimigos, sob

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EVANGELISMO cujo poder foram subjugados. Muitas vezes os libertou, mas eles o provocaram com os seus conselhos e, por sua iniqüidade, foram abatidos. Olhou-os, contudo, quando estavam angustiados e lhes ouviu o clamor; lembrou-se, a favor deles, de sua aliança e se compadeceu, segundo a multidão de suas misericórdias” (Salmos 106.40-45). 3) “Tendo eles comido de todo a erva da terra, disse eu: SENHOR Deus, perdoa, rogo-te; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. Então, o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR” (Amós 7.2-3) 4) “Então, disse eu: SENHOR Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. E o SENHOR se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o SENHOR Deus” (Amós 7.5-6) O Novo Testamento insiste em que as orações fazem diferença para Deus e para o mundo. Jesus disse: “Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7.8). Diante de tamanhos testemunhos encontrados nas Escrituras sugerimos os seguintes propósitos: 7.1 PREPARE UM CADERNO DE ANOTAÇÕES

A primeira coisa a fazer é ter um caderno. Peça a Deus para colocar em seu coração os nomes daqueles que Ele deseja salvar. Sem dúvida você será encorajado em seu coração a orar por alguns, ou mesmo por várias dúzias de pessoas. Não prepare esta lista de nomes descuidadosamente, pois seria perda de tempo. O importante é que antes de anotar os nomes você primeiro peça ao Senhor para colocá-los em seu coração. Para que o trabalho seja bem feito, ele deve ter um bom início. Ao levar este assunto diante do Senhor, Ele dará a você os nomes de certas pessoas pelas quais orar. Os nomes de pessoas de sua família, seus amigos, seus colegas, seus companheiros de escola e seus conhecidos virão espontaneamente ao seu coração. Inclua 128

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EVANGELISMO esses nomes no seu caderno de anotações enumerando de acordo com a sua ocorrência. Na coluna, da data, escreva a data do início da oração por aquela pessoa, e acima, no outro lado, deixe um espaço em branco para ser preenchido com a data na qual aquela pessoa em particular foi salva. Muitos podem ser salvos dentro de um ano; alguns podem ser salvos em três meses; um ou dois podem ser especialmente difíceis, mas não deixe de orar por nenhum. 7.2 A ORAÇÃO É ESSENCIAL PARA A SALVAÇÃO DE ALMAS

Nas páginas da Bíblia encontramos Jesus, que havia criado tudo com sua Palavra, sustentando tudo que existe, orando. Orou sabendo que a oração faz a diferença, e que o tempo dedicado à oração tinha exatamente a mesma importância do tempo dedicado a cuidar das pessoas. Rejeitar a oração, é achar que ela não tem importância, é supor que Jesus foi iludido. Jesus realmente acreditava que a oração podia mudar as circunstâncias da vida. Ele nos deu um sinal visível de que o Pai ouve nossa oração no exato momento em que oramos. Embora o Senhor Jesus não apresente nenhuma prova metafísica da eficácia da oração, o próprio fato de Ele orar, estabelece o valor dessa prática. “Peçam e receberão”, disse Ele, censurando quem considera a petição uma forma rudimentar de oração. Quando os discípulos fracassaram na tentativa de curar um menino atormentado, Jesus teve uma explicação muito simples: falta de oração. Para se ter uma vida de oração, tem que se partir de três pressupostos bastante amplos: 1) Deus existe; 2) Deus é capaz de ouvir nossas orações; 3) Deus se interessa por nossas orações. Lucas nos diz que: “aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus” (Lucas 6.12). Jesus buscou orientação do Pai para a escolha dos doze discípulos a quem confiaria sua missão. 129

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EVANGELISMO Um princípio básico na salvação de almas, é que, devemos orar a Deus antes de sair ao campo para evangelizar. Primeiro busque de Deus a direção e então saia a evangelizar. É absolutamente necessário se colocar diante de Deus em favor da pessoa a quem se irá falar. Se sairmos sem a Sua direção, a probabilidade de sermos infrutíferos é muito grande. Quem é sábio em levar almas a Cristo, é hábil na arte da oração. Se alguém tem suas orações respondidas, terá dificuldades para sair e testemunhar do Senhor.

7.3 UM OBSTÁCULO À ORAÇÃO

O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, mas carece de plenitude. Temos que a cada dia, aprender a viver de maneira santa diante de Deus, temos que ser sóbrios e vigilantes. E é evidente que o verdadeiro cristão já abandonou todos esses conhecidos vícios: prostituição, impureza, paixão, desejo lascivo, e muitos outros. Esta é a primeira casta de pecados que prontamente rejeitamos: “ora, nessas mesmas cousas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas” (Colossenses 3.7). Mas o cristão tem que prosseguir na eliminação de uma segunda casta de pecados, e que infelizmente, muitos ainda são aprisionados por eles: “Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isso: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar...” (Colossenses 3 8). Não podemos ser negligente na questão do pecado, temos que fazer morrer nossa natureza terrena, dia após dia, momento após momento, para que nossa oração não seja definitivamente impedida. O pecado é um grande problema. Muitos não têm sua oração respondida por que toleram pecado em sua vida. O pecado não irá somente obstruir as orações, mas principalmente arruinar a consciência. Os efeitos do pecado são duplos: objetivamente há um efeito em relação a Deus; subjetivamente há um efeito em relação a nós. Objetivamente o pecado obstrui a graça de Deus, pois está escrito “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós 130

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EVANGELISMO e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1-2). Se a pessoa se descuida em tratar com o pecado, haverá uma barreira entre ela e Deus. Qualquer pecado não confessado, qualquer pecado que não é colocado sob o “sangue” se torna um empecilho diante de Deus, o que impede com que a oração seja ouvida. Este é o efeito objetivo do pecado. Aqui emerge a tensão entre o indicativo e o imperativo: “Eu me uni a Cristo” (indicativo); logo tenho que viver de maneira santa (imperativo), isto é, eu me uni a Cristo; logo não posso me envolver com o pecado. Subjetivamente o pecado danifica a consciência do homem. Quando uma pessoa peca, sua consciência se toma enfraquecida e deprimida. Para que isso não ocorra, todos precisam confessar seus pecados, um por um, diante de Deus, e rejeitar cada um deles, para poder ficar livre deles. Desse modo sua consciência será restaurada. Pela purificação do “sangue”, a consciência é instantaneamente restaurada. Com o lavar do “sangue”, a consciência não mais acusa e a pessoa pode ver naturalmente a face de Deus. Nunca se permita colocar em uma posição onde se torna fraco diante de Deus, pois assim não será capaz de interceder por outros. Portanto, esta questão do pecado é a primeira coisa à qual você deve prestar atenção diariamente. Trate completamente do pecado, e então você pode orar a Deus e conduzir as pessoas a Cristo.

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EVANGELISMO

8 CARACTERÍSTICAS DO GANHADOR DE ALMAS Jesus Cristo deixou muito claro que veio à Terra para buscar e salvar o perdido. As pessoas endurecidas pelo pecado odiaram a Luz que viram em Cristo, como está escrito: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (João 3.19). Quando cravaram Ele na cruz, pensaram que tivessem apagado essa Luz, porém, Ele já havia ascendido à vida de alguns de seus seguidores, dizendo: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5.14). As vidas salvas são luzes de Deus como escreveu o apóstolo Paulo: “éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor” (Efésios 5.8-10). Deus pretende que os crentes iluminem o mundo todo, porque todos os que estão sem Cristo estão perdidos. Por nosso meio, a Luz do Evangelho penetrará em cada canto escuro da Terra. Aqueles que responderem ao chamado do Filho de Deus recebem luz e irradiam luz nas trevas da Terra. Algumas características, porém são básicas e obrigatórias para todo aquele que deseja fazer a obra de Deus em busca de perdidos. 8.1 TER EXPERIÊNCIA REAL COM CRISTO

“Achamos o Messias” (João 1.41) Você encontrou a Cristo? Você teve uma experiência real com Ele? Tem convicção

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EVANGELISMO de sua salvação? O mundo não precisa de teorias, precisa de experiências. Você não vai levar aos outros uma religião, você vai levar a eles uma Pessoa viva e poderosa. O homem de Deus, que O adora “na beleza da sua santidade” (Salmo 96.9), andando pelo “caminho da santidade” (Isaías 35.8) e meditando nas “palavras da sua santidade” (Jeremias 23.9), sem dúvidas O servirá “em santidade justiça” (Lucas 1.75). É fato que as ações falam mais alto que as palavras. O homem que não praticar aquilo que prega verificará que aquilo que ele é, fala tão alto que o povo não escuta o que ele fala. Quem quiser fazer prosperar a causa de Deus, há de cuidar de perto de sua própria piedade, zelando para que não seja deficiente ao ponto de impedir em parte, ou mesmo totalmente, de trabalhar para Deus com êxito. A força das palavras depende do caráter pessoal. Os antigos tinham uma máxima que dizia que só o homem bom pode ser eloqüente. Isso se aplica de modo especial na evangelização. Como podemos impressionar outros com a beleza da santidade, com a felicidade da harmonia e comunhão com Deus, com o valor infinito da crucificação, com a ternura de Jesus, se nós mesmos não tivermos tal experiência? Tudo se resume nisto: conserva-te puro em propósito, em pensamento, em sentimento, em palavras e ação. 8.2 TER COMPAIXÃO PELOS PERDIDOS

“... viu-o e moveu-se de compaixão” (Lucas 10.33) Por diversas vezes os escritores sagrados descreveram a compaixão de Jesus pelas pessoas. Os doentes, os famintos, os endemoninhados, os leprosos e as prostitutas eram objetos de seu amor e muitas vezes, mesmo cansado Ele deu assistência a essas pessoas. Sem amor e compaixão pela situação das pessoas, jamais nos preocuparemos em ganhar almas. A Palavra de Deus diz “o que ganha almas é sábio” (Provérbios 11.30b). Mas para se ganhar a alma de alguém, é preciso mostrar interesse pelas suas necessidades, ter compaixão. Esta é a chave que abre seus corações. O Senhor Jesus nos deixou um exemplo, quando falou sobre a história 133

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EVANGELISMO do “samaritano” (Lucas 10.33). Aquele homem foi elogiado por Jesus. Sua atitude mereceu a atenção do Mestre. O samaritano teve compaixão de uma pessoa desconhecida, o ajudou em suas necessidades. Com certeza o seu gesto de amor falou mais alto do que as palavras de um “doutor da Lei”. Jesus veio de encontro a nossa necessidade de salvação, mas Ele também vem suprir nossas necessidades diárias. O homem que anda com Deus, sentirá direção na busca de almas, nas visitações, no trabalho social, em missões e em todas as demais atividades relacionadas com o Reino de Deus. O amor produz obediência e obediência produz fruto. 8.3 CONHECER A PALAVRA

“Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mateus 12.34b) Um coração inflamado faz um evangelista inflamado, da mesma forma que um coração frio gera uma vida regelada. O apóstolo Paulo deu ao jovem pregador Timóteo a seguinte orientação: “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Timóteo 4.13-16). Paulo tornou bem claro que Timóteo era responsável por aqueles que o ouviam. Não se pode falar daquilo que se desconhece. Falar da Palavra pressupõe conhecer a Palavra, vivenciá-la. É necessário um contato diário com a Bíblia, conhecê-La, a ponto de abri-La e explicá-La com desenvoltura quando necessário. É preciso saber “onde está escrito” aquilo que você diz. Como dizia Charles Finney: “Faze da Bíblia o teu livro dos livros. Estuda-a muito e de joelhos, esperando a luz divina”. O apóstolo Paulo aconselhou seus filhos na fé dizendo: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, 134

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EVANGELISMO em vosso coração” (Colossenses 3.16); e de novo: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4.8). Note-se bem a importante verdade bíblica, de que primeiro a Palavra há de “habitar ricamente”, antes que possa haver eficiente ensino, admoestação, canto ou outra qualquer forma de serviço para o Salvador.

8.4 SER HOMEM DE ORAÇÃO

“Por este menino orava eu...” (1 Samuel 1.27) Não existe absolutamente nada que substitua esse essencial. A prédica notável não lhe toma o lugar, nem o grau de doutor, nem uma personalidade atraente, nem cousa alguma. Devemos imitar os grandes heróis da história espiritual. Para Hudson Taylor era “entabular negócios com Deus”; Jonathan Edwards falava em “assaltar o céu pela oração”; John Knox lutava com o Senhor, bradando: “Ó Deus, dá-me a Escócia ou eu morro”. De D.L. Moody disseram: “nunca fazia longas orações, nem passava longo tempo sem orar”. Martinho Lutero confessou: “Se deixo de passar pelo menos duas horas cada manha em oração, o diabo ganha a vitória durante o dia”. Charles Haddon Spurgeon dizia aos seus colegas pregadores: “Devemos ter por norma jamais ver a face dos homens antes de vermos a face de Deus... “Quem sai correndo da cama para as ocupações sem primeiro passar tempo com Deus, é tão insensato quanto seria se não lavasse nem se vestisse; é tão imprudente quanto ao soldado que se lança na batalha sem armas nem armadura”. Oração ligeira produzira pregação ligeira. A oração dá força à pregação, dá-lhe unção, faz com que prenda os corações. O sucesso do evangelismo, ou de qualquer ministério, não depende da eficiência de suas orações públicas, mas da profundidade de sua oração íntima. O sucesso do trabalho evangelístico repousa sobre a Palavra do Cristo: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11.24). Não podemos 135 jamais esquecer esta garantia: “Pedi,

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EVANGELISMO e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7.7-8). O exemplo dos apóstolos no Livro de Atos é uma simples ilustração de como dias de poder são precedidos de noites de oração. No primeiro capítulo, verso 14, lemos: “Todos estes perseveravam unânimes em oração...”. Não é, pois, de se admirar que, no capítulo seguinte (2.4), encontramos esta informação: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”. Tal fato fez com os próprios homens que tinham ajudado a crucificar a Cristo exclamaram: “Que faremos, irmãos?” (2.37), e três mil deles puseram sua fé e confiança no Senhor Jesus Cristo naquele dia. Em Atos 4 conta-se-nos de como Pedro e João foram levados diante do Sinédrio e proibidos de pregar em nome de Jesus. Assim, porém, que foram soltos, relataram a situação aos demais e “unânimes, levantaram a voz a Deus...” (4.24). Por isso não nos surpreende o registro inspirado que vem sete versos adiante dizendo: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus” (4.31). Todo o Livro dos Atos conta a mesma história de “notáveis milagres” e uma das feições mais salientes do ministério desses homens foi a maneira como clamavam a Deus continuamente em uma só voz. Os cristãos primitivos tinham reuniões de orações que terminavam em terremotos! Jamais podemos nos esquecer que homens de poder são homens de oração.

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EVANGELISMO ESPECÍFICO A maioria destes convive lado a lado conosco, em nossas comunidades, escolas, faculdades, trabalho e até mesmo família. Alguns são fortemente proselitistas, outros praticam passivamente sua religião. Consideramos este o melhor campo para alcançá-los. Mais do que confrontá-los em seus congressos e grandes eventos, é no dia-a-dia, pouco a pouco, que eles podem e devem ser abordados de forma sábia. Uma coisa é analisar as afirmações dos diversos grupos religiosos, pseudocristãos ou não, fornecendo respostas bíblicas para as questões propostas pelos mesmos. Outra coisa é usar o resultado disto para convencer os sectários da falsidade de suas posições e da veracidade do Evangelho como único meio de salvação. Neste aspecto, vale frisar que evangelismo não é sinônimo de Evangelho. Esta distinção é de extrema importância no que diz respeito à área prática da apologética. O conteúdo deve permanecer intocado, mas a embalagem precisa se adaptar às necessidades do receptor. Não se muda a mensagem, mas muda-se o método. Para grupos específicos, métodos específicos. Estamos falando de grupos bem específicos, com suas próprias crenças e com sua cultura própria. Não estamos falando de pessoas arreligiosas ou nominalmente religiosas que passivamente absorvem qualquer coisa. Estamos falando de pessoas convictas de sua fé e que alegam ter recebido desta fé o conforto que buscavam. Dentre estas, ainda existem as que de uma forma ou outra possuem uma “fé missionária”, ou seja, sua crença inclui a obrigação de propagar seus ensinos. Não apenas possuem uma fé passiva, mas uma fé ativa. Isto torna o evangelismo um verdadeiro confronto, que infelizmente tem adquirido algumas vezes perfil demasiadamente agressivo chegando às vezes a manchar a imagem do Evangelho. 137

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EVANGELISMO Relembrando, para grupos específicos, métodos específicos. Conhecemos isto muito bem, pois temos diversas organizações, não só no mundo, mas também no Brasil que trabalham com grupos restritos. Temos grupos para evangelizar crianças, universitários, mendigos, toxicômanos, homens de negócio, homossexuais, intelectuais, etc. Com as seitas, também se torna necessária a mesma visão. Para alcançá-los, é necessário proceder de modo próprio, que pode variar mesmo de uma seita para outra. Mesmo que muitos tenham deixado os grupos heréticos e se unido à Igreja de Cristo, e isto não como resultado de um trabalho específico. Se isto fosse feito de modo efetivo, os resultados com certeza seriam muito melhor. O número dos que têm deixado os grupos heréticos para se filiarem à Igreja tem muito se reduzido, justamente porque não há foco. Não se têm contemplado estes grupos como campos missionários. São vistos mais como inimigos do que como parte da seara na qual nos cabe trabalhar. Quando Paulo chegou a Atenas, ele logo procurou entrar em contato com os principais grupos filosóficos da época – os epicureus e estóicos (Atos 17.17-18). Não esqueçamos então que, filosofia e religião eram muito próximas. Estamos cientes de que este não é o único grupo a ser alcançado. Dizemos isto porque algumas vezes alguns se posicionam contra um enfoque de evangelização das seitas, dizendo que há tantas almas fora dela, que não precisamos “perder nosso tempo” tentando conquistá-las para o Reino de Deus. Concordamos que eles representam uma parcela pequena da população em relação ao todo. Mas a omissão é injustificável. É necessário que uma parcela da Igreja dedique-se não apenas a se defender das seitas, mas a lutar para “arrebatar alguns do fogo” (Judas 22,23), pois se não o fizermos, também seremos culpados. A Igreja deve gastar parte de sua energia e tempo para salvar estas vidas. O fato de ser mais difícil a conversão destas almas, jamais pode servir de justificativa. Às vezes queremos ir para o mundo islâmico falar de Jesus a eles, quando dentro de nossa própria cidade ou bairro nós não fazemos qualquer esforço por alcançá-los. Não só os que vão para povos distantes têm trabalho a fazer, mas também os que ficam. Nesta tarefa, deve estar aliada, a vontade de ganhar almas do evangelista, com a capacidade de aprendizagem e ensino do Mestre. Nem sempre estas características estão presentes em uma única pessoa. Mas elas podem e devem se associar nesta tarefa. 138

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EVANGELIZAÇÃO DE CRIANÇAS “Dos tais é o reino dos céus”, disse Jesus certa vez acerca dos pequeninos que o cercavam. Jesus não apenas acolhe as crianças e repreende os discípulos, mas faz duas coisas importantes: Em primeiro lugar, ele toma as crianças em seus braços. Com isso Jesus revela seu carinho, aceitação, valorização, proteção e cuidado com as crianças. Em segundo lugar, ele impõe as mãos sobre as crianças. Os pais trouxeram as crianças para que Jesus as tocasse (Lucas 18.15) e orasse por elas (Mateus 19.13). Jesus em vez de concordar com os discípulos, mandando-as embora, chamou-as para junto de si, invocou as bênçãos espirituais sobre aquelas crianças. Jesus via as crianças como filhos da promessa, como herança de Deus, como alvos do seu amor e como exemplo para todos os que desejam entrar no seu reino. Ele não disse que os Seus discípulos deveriam ser como Moisés, Samuel, Elias, ou como muitos outros considerados como “grandes”, mas que “qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele” (Marcos 10.15). Não haverá ministério eficaz com as crianças sem que se tenha a esperança de que veremos os frutos de nosso trabalho, para a glória de Deus. O trabalho com as crianças exige que se olhe para o futuro com a esperança, pois a criança pequena não tem malícia ou sentido de agressão. Seus problemas são simplesmente causados por circunstâncias que envolvem adultos. Cada criança nasce como um indivíduo. Uma das maneiras mais rápidas de destruir a confiança é quando um pai força seu filho a se tornar algo que ele não tinha a intenção de ser.

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EVANGELISMO Uma criança com temperamento ativo nunca ficará sentada, quieta, o tempo suficiente para aprender a ler, aos três anos de idade, da mesma maneira que o menino ou menina tranqüila, não vai conseguir ajuntar os brinquedos depressa. Todos nós precisamos aprender a aceitar a criança como ela é, e quando estiver ao nosso alcance, fazer o melhor que pudermos para ajudá-las. Não há dúvidas que uma criança se desenvolve melhor quando: a) É amada – todos desejam ser amado e querido independente da idade; b) Faz parte de uma família – não devemos subestimar a importância de se viver juntos; c) Vivem em um lar estável, livre de tensões – atritos nas relações entre adultos nunca deixa de ser percebidos pelas crianças; d) Recebem bons exemplos vindos dos adultos – as crianças não podem comportar-se melhor do que aqueles exemplos que elas seguem; e) São tratadas de maneira clara e consistente – as crianças precisam saber em que terreno elas estão pisando, ou seja, o que é válido hoje estará valendo amanha; f) Tem alegria e divertimento em suas vidas – as crianças não podem ser privadas de seus momentos de divertimento em detrimento de outras coisas. 10.1 AS CRIANÇAS PRECISAM DE INVESTIMENTO

Qual é o “custo” para se formar uma criança? Sem dúvida trabalhar com os pequeninos exige gastos, exige investimentos. Investimentos não só de dinheiro, de material, mas também de tempo. Quanto trabalho com crianças é feito na base de improvisação e pode-se afirmar seguramente que, são para as atividades que envolvem as crianças, que nunca se conseguem as verbas necessárias. Embora se saiba que o trabalho com as crianças produz mais resultados do que o trabalho com jovens e adultos, investe-se muito pouco nas crianças, isso ainda quando se investe.

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EVANGELISMO Não haverá ministério eficaz com as crianças sem assumir os devidos custos: a) custos para melhor preparo de aulas; b) custos para terem-se melhores materiais didáticos; e) custos para se transmitir melhor o ensino da Palavra de Deus às crianças; d) custos para se tornar uma influência amiga e marcante na formação da personalidade da criança. 10.2 RECURSOS VISUAIS

Para a criança é de suma importância os recursos visuais. Recursos visuais são materiais didáticos que o professor usa para ilustrar suas aulas e tem grande influência na motivação da aula, tornando-a mais alegre e menos cansativa. A criança gosta de figuras, desenhos coloridos. O colorido e a variação de cores desperta o interesse da criança. Os recursos audiovisuais também têm grande influência. Um ponto em que precisamos seguir o exemplo do Supremo Professor é o da abundante utilização de ilustrações.

10.3 NOÇÕES DE PSICOLOGIA DENTRO DE CADA FAIXA-ETÁRIA

Para ensinar crianças com eficiência e sucesso, o professor precisa conhecer as características, necessidades e interesses peculiares a cada faixa-etária. A Psicologia Educacional estuda as leis que governam o crescimento, desenvolvimento e comportamento do indivíduo. Estudaremos de forma resumida as características, as tendências, aspirações, predileções e interesse de cada grupo de idade até os adolescentes, e com isso também as necessidades de cada um deles, no seu relacionamento com o aprendizado. A divisão em grupo, que se segue, não significa precisamente a divisão psicológica, uma vez que inúmeros educadores, ou melhor, cada pessoa tem diferenças psíquicas. Além disso, todos nós, sem exceção, somos imperfeitos, tudo sendo efei-

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EVANGELISMO to do pecado. Contudo vejamos o que existe de comum em cada faixa de idade que nos ajudará na evangelização de crianças e adolescentes. 1) BERÇÁRIO E JARDIM DE INFÂNCIA Vejamos quatros aspectos relacionado às crianças com idade de 1 a 5 anos: A – FÍSICO Rápido crescimento, inquietação, movimento, sentimento de dependência. As principais atividades da criança nessa idade são: Comer, dormir, brincar e perguntar. Os sentidos físicos funcionam com toda carga. Nessa fase é muito importante a aprendizagem. O ensino ilustrado é de suma importância. Crianças gostam de todo tipo de (trabalho) barulho, especialmente aqueles que resultam em ritmo. Por essa razão rimas e movimentos ritmados nos hinos, poesias e exercício de expressão agradam e impressionam o sistema nervoso e este transforma as sensações em movimento. Uma criança vive pelo sentimento, por isso fica quieta apenas por alguns instantes. B – MENTAL A alma da criança é como massa de modelar, o formato que se der a essa ficará. O que for ensinado é aceito sem discussão, o que normalmente não se dá com jovens e adultos. A visão é mais ativa e a criança aprende mais pela visão do que por qualquer outro sentido. Há muita curiosidade, a imaginação é por demais fértil. Nesta idade a criança não distingue entre o real e o imaginário. Tanto que, flores, animais e figuras falam como se fossem gente. Devido a essa forte imaginação, a criança inventa incríveis histórias, sendo por isso muitas vezes julgada como mentirosa. Quanto à curiosidade, a criança normal parece mais um ponto de interrogação. Seu período de atenção não vai além de três minutos. C – SOCIAL A criança até os 5 anos é notadamente egoísta, por isso é tendenciosa à imitação. Ela é o centro do seu próprio mundo. Só pensa em termos de “eu”, tudo é meu. Se for a uma loja de brinquedos quer tudo. Se vê outras crianças brincando 142

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EVANGELISMO quer tomar seus brinquedos. Às vezes nem quer uma coisa mais não dar para ninguém. É teimosa e quer fazer aquilo que lhe vem à mente. São afetuosas, gostam de música, canto. Sua tendência para imitar os outros influi no caráter, assim como a curiosidade influi no conhecimento. Essa é a época áurea da formação dos hábitos como oração, obediência, freqüência aos cultos, contribuição, reverência na Casa do Senhor. Toda construção começa pelo alicerce, e aqui vemos o alicerce da vida. Passada esta fase não volta mais. D – ESPIRITUAL A vida cristã no lar, num ambiente de oração e fé em Deus, fará a criança compreender a Deus como nosso Pai. A atividade dos sentidos ajudá-la-á a aprender as lições da natureza. A criança crê em tudo que lhe é direto. Deus dever ser apresentado como o Papai do céu. 2) OS PRIMÁRIOS Vejamos quatros aspectos relacionado às crianças com idade de 6 a 8 anos: A – FÍSICO As características desta faixa etária são as mesmas da idade de 4 a 5 anos, com ligeiras diferenças. O crescimento é mais lento. O ingresso na escola pública põe a criança sob disciplina e a expõe a alguns perigos. Começa a brincar em grupo, o egoísmo está diminuindo. As avalanches de energia precisam ser despendidas sobre orientação. Se o seu tempo não for ocupado, encontrará muito que fazer. B – MENTAL Nessa idade, o aluno é observador e curioso. Prefere mais fazer a prestar atenção. Tem memória sem igual, pois aprende com facilidade sem entender o que memoriza. É preciso cuidado quanto ao ensino nesse particular, pois são impacientes.

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EVANGELISMO O que querem, querem agora! Começam a distinguir entre o real e o imaginário, entre fato e fantasia. As histórias e fatos contados ficam gravados. Dessas histórias, a criança obtém preciosas noções de honra, justiça, bondade, compaixão. As crianças nessa idade aprendem com facilidade, mas é preciso explicação do material memorizado. Se isto não for feito, elas guardam a história na memória, mas esquecem a lição nela contida. É oportuno encher-lhe a memória com a Palavra de Deus, tanto com versículos apropriados como com ilustrações ou verdades bíblicas ilustradas, das quais Jesus tanto se serviu quando ensinava. C – SOCIAL A imitação continua forte, bem como a tendência para representação. A criança nesta idade gosta do grupo, mas do mesmo sexo. Os meninos aborrecem qualquer associação com as meninas, quer nos brinquedos, quer nas ruas. Eles antipatizam com elas e as expulsam do meio. Na imitação, o menino imita professores masculinos e as meninas, trabalho de mulher. Nesta idade a criança é muito sensível. Qualquer coisa que lhe diga em tom áspero a magoará e não esquecerá com facilidade. Entretanto não guarda rancor. D – ESPIRITUAL Nessa idade ela começa a comparar o certo e o errado, e é ágil, viva em descobrir as falhas dos adultos. Cuidado, pois com o exemplo. Se o professor não estiver devidamente preparado para a aula, a criança notará facilmente seus apertos. Deus deve ser apresentado o Grande Amigo, pois a criança facilmente confia em Deus. 3) OS JUNIORES Vejamos quatros aspectos relacionado às crianças com idade de 9 a 11 anos: A – FÍSICO Nesta idade os jovens têm muita saúde e energia, até em excesso, prevalecen-

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EVANGELISMO do o espírito de competição e investigação. Não há fadiga. As classes dever ser separadas, porque o que interessa a meninas, não interessa a meninos. Gostam do ar livre e excursões, de coisas arriscadas, como subir em árvores, rochedos e equilibrismo. O instinto de coleção aumenta mais, manifestam interesses em selos, moedas, figuras, revistas infantis etc. O espírito de competição muitas vezes termina em lutas, gostam de parecerem fortes. Deus deve ser apresentado como Deus forte e amoroso B – MENTAL Nesta fase as crianças passam a investigar o porquê das coisas. A memória continua ativa, sendo que, o que for agora memorizado ficará retido e acompanhará o aluno pelo resto da vida. A criança lê muito nesta idade, é época de por em suas mãos a literatura ideal, porém de maneira gradativa. Quase todas as crianças dessa idade acham tolas as idéias dos adultos. Esta é a época para fixar hábitos e costumes corretos como: ler a Bíblia, localização de passagens, freqüência aos cultos, estudos da lição da Escola Dominical, graças pelo alimento, etc. C – SOCIAL Nessa fase o menino quer ser importante, acham que as meninas não deviam existir. O sentimento de lealdade é muito forte. Necessitam grandemente de tratamento simpático. O espírito de grupo deve ser orientado e guiado em vez de sufocado ou criticado. Esta é a idade ideal para a orientação sexual, porém deve ser ministrado exclusivamente pelos pais. D – ESPIRITUAL Sendo crente nessa idade a criança gosta muito de adorar a Deus. Ama a Jesus como Salvador, amigo e herói. É época da plasticidade espiritual. 4) OS ADOLESCENTES Vejamos quatros aspectos relacionado às crianças com idade de 12 a 14 anos:

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EVANGELISMO A - FÍSICO Nesta fase o crescimento é rápido, ocorrendo mudanças profundas, físicas e mentais, isto devido à ação de certas glândulas até então inativas, mas agora, em obediência às leis do Criador são ativadas e respondem pelas transformações físicas e psíquicas da criança. Há muito vigor e muita atividade. O coração do adolescente cresce e palpita com mais rapidez, o que dá ao menino energia tornando-o barulhento. Bate a porta com força, assobia e grita com força total, que a pobre mãe cansada e nervosa pergunta por que é que o Joãozinho não pode ser mais cavalheiro e delicado. Esses jovens furacões também dão vazão, facilmente, a tais explosões de energia e logo ficam cansados. Meninos e meninas começam a demorar-se diante do espelho e demonstrar fascínio por perfumes. Diferente dos meninos, as meninas crescem mais rápido, porém cessa mais cedo. Devido às novas forças desenvolvidas e o desassossego do físico, grande perigos rondam esta idade. Os adolescentes são desajeitados; esbarram em tudo e como quebram as coisas em casa! Isso porque mãos, pernas e pés estão em rápido crescimento, juntamente com forças até então inativas, e o cálculo e a firmeza sofrem prejuízos. Também costumam aprender e inventar cacoetes os mais diversos, mas sendo observados com simpatia, os abandonam pouco depois automaticamente. Deus deve ser apresentado aos adolescentes como nosso verdadeiro alvo. B. MENTAL Nessa fase os adolescentes passam a abandonar as coisas de criança. Começam a desenvolver com mais precisão a razão, a mais alta das faculdades humanas, e o rapaz está sempre a perguntar o porquê e o como das coisas (falamos de razão no sentido de raciocínio). É a idade das dúvidas, inclusive as de ordem teológica. O adolescente é pesquisador e lógico, lê muito, se tiver formado esse hábito nas fases anteriores. Concentra-se no que faz, surgem as emoções, passa a imperar o reino da fantasia. Há constantes sonhos de coisas irrealizáveis, que costumamos chamar de “castelos de areia”. As emoções oscilam de um extremo ao outro. Hoje a mocinha está alegre, irrequieta, sonhadora. Amanhã estará muda, triste e não gosta de mais ninguém. O rapazinho adquire hábitos de teimosia, rebeldia, argumentação. 146

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EVANGELISMO Tudo isso faz parte dessa idade. Tudo deve ser canalizado e orientado para o bem. A oração constante a Deus e a confiança em Suas promessas segundo a Sua Palavra, por parte dos pais, é fator de primeira ordem para o equilíbrio, controle e vitória, tanto no lar como na vida do adolescente. É ainda nessa idade que a mente atinge o mais elevado período intelectual, na fronteira dos 15 anos. C. SOCIAL Surge algo novo nesta fase: o desejo de companhias, pois aumenta o sentimento de grupo. É neste momento que os pais enfrentam o problema de companheiros apropriados para os filhos. Desponta os impulsos de independência, fogem a qualquer preço da rotina; querem variedade. A disposição e a força devem ser dirigidas contra o mal, o erro. O amor profundo que surge nessa época deve ter seu verdadeiro alvo em Deus e no próximo, com o qual convivemos aqui na Terra até a morte. O estudo de relações humanas por parte dos pais é muito útil nessa fase. O sentimento de justiça é muito forte, o que exige cuidado dos pais quanto à aplicação de disciplina. D. ESPIRITUAL É época ideal para serem conduzidos a Cristo. Precisam de apoio constante e orientação, isso num ambiente apropriado de espiritualidade profunda, atividades cristãs e programas próprios para a juventude. 5) JOVENS Vejamos quatros aspectos relacionado às crianças com idade de 15 a 18 anos: As características físicas, mentais, sociais e espirituais, são praticamente as mesmas da idade anterior, porém, mas acentuadas. A vida sentimental continua em desenvolvimento. Muitas vezes, há romances nesse ponto, os quais exigem tato, controle, paciência, ação, confiança e observação por parte dos pais. Prossegue o espírito de competição.

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EVANGELIZANDO AS SEITAS Como um velho escritor da Inglaterra expressou: “O modo pelo qual o evangelho parecia pretender ser igualmente preservado e perpetuado na terra, não foi por ter sido guardado ciumentamente por uma ordem eleita e transmitido cautelosamente a alguns escolhidos, nas por ter sido amplamente divulgado e tão densamente semeado, que seria impossível, pela própria extensão de sua disseminação, ser meramente arraigado. O evangelho não foi designado para ser como o fogo perpétuo no templo, para ser vigiado com assiduidade zelosa e ser alimentado somente com óleo especial; mas ao contrário, seu propósito é ser como a luz que brilha e queima, para ser colocada sobre cada colina que deveria brilhar muito mais e ser mais luminosa na brisa, e continuar se espalhando assim sobre o território circundante de forma que nada neste mundo jamais pudesse ser capaz de o extinguir ou ocultar”. A intenção de conquistar é característica do Evangelho, e em decorrência dessa verdade, todo cristão deve ter esse propósito em seu coração, o de alcançar cada indivíduo para Cristo, e isso inclui os que pertencem às seitas. Sabemos que todo grupo a ser alcançado existem dificuldades particulares, com relação às seitas também há. Conhecer um pouco destas particularidades podem nos ajudar nesta árdua missão.

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EVANGELISMO Vejamos alguns princípios básicos para o trabalho de evangelização de seitas: 11.1 ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO DE SEITAS

1) Amar os sectários - Querer desmascará-los, desacreditá-los ou mostrar superioridade intelectual é algo reprovável. Desmascarar a mentira é uma coisa, resgatar os que estão presos nela, é outra. Temos que ter a visão do apóstolo Paulo em (Romanos 10.1-4), pois embora reconhecendo o engano no qual os judeus de sua época viviam, o apóstolo orava a Deus por sua salvação e reconhecia-os não como pessoas perversas, mas como pessoas que tinham zelo por Deus, sem, contudo terem conhecimento da verdade. 2) Manter-se humilde - Mansidão e temor são os dois requisitos apontados nas Escrituras, como elementos básicos para testemunhar (1 Pedro 3.15). Quando a evangelização se transforma em discussão, então já perdeu o foco e só restará desconfiança e inimizade. Claro que ouviremos certas coisas que nos inflamarão o coração. Mas o “domínio próprio” é essencial nestas horas. Caso você não tenha alguma resposta às afirmações dos sectários, não adianta tentar inventar argumentos incabíveis porque isto só servirá para trazer descrédito. O melhor mesmo é dizer que trará a resposta depois ou calar-se e voltar na questão em outra ocasião. Nós não sabemos tudo e esta atitude de humildade é importante para gerar confiança. 3) Foco específico - O Evangelho não muda, mas o evangelismo sim. Drogados, alcoólatras, jovens, estudantes, esportistas - todos são grupos específicos que têm suas próprias características e a mensagem precisa se adequar a eles. Paulo ensinou a nos assemelharmos com aqueles para quem estamos pregando o Evangelho (1 Coríntios 9.19-23). Cada seita tem a

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EVANGELISMO sua peculiaridade, sua forma de pensar. Não só os ensinos que são diferentes, os sentimentos também e mesmo a forma de pensar. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, teoricamente só admite a Bíblia como Palavra de Deus, ainda que na prática atribuam o mesmo valor aos escritos de sua organização. Os mórmons também dizem crer na Bíblia como Palavra de Deus, mas pouco a usam e onde esta os contradiz, eles alegam erros de tradução. Quanto aos kardecistas, embora utilizem citações bíblicas, não a tem em grande conta. Dessa forma, cada um destes grupos deve ser tratado conforme a sua maneira de pensar. 4) Preparação - As seitas são fortemente doutrinadas. Suas mentes estão cheias de falsos conceitos que lhes impedem de aceitar passivamente as verdades bíblicas. Estes falsos conceitos são verdadeiras fortalezas, que impedem seus pensamentos de serem cativos para Cristo como disse Paulo: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10.4-5). O crente precisa estar “preparado para responder” (apologize – “defender”) sua fé (1 Pedro 3.15). É necessário que todo cristão conheça muito as doutrinas centrais do Cristianismo, quanto às doutrinas daqueles a quem se pretende alcançar. Apologética é uma disciplina que requer uma contínua aprendizagem. 5) Paciência - A obstinação dos sectários pode levar o evangelista a perder a calma e começar a atacar ou a simplesmente desistir de seu trabalho. Mais do que qualquer outro tipo de pessoa, a evangelização do adepto das seitas requer tempo para dar resultado. Muitas vezes, você nem mesmo verá o resultado de imediato, pois só virá com o tempo, talvez diante de uma circunstância que o levará a cogitar nas coisas que ouviu. Temos que ter consciência que se trata de um terreno com o solo mais duro que os demais. Quem entrar nesta tarefa, não deve ter pressa. 150

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O QUE EU POSSO FAZER PELA EVANGELIZAÇÃO? A proclamação mundial do Evangelho pode ser feita por esta geração, se houver a obediência e a determinação de se tentar realizar tal tarefa. Cremos piamente, que não existe um único país na face da Terra ao qual a Igreja, se desejasse realmente, não pudesse enviar embaixadores de Cristo para proclamar a Sua mensagem. Deus formou e separou para Si um povo com a finalidade exclusiva de adorá-Lo e também para ser luz às nações. Aqueles que do mundo são chamados, são novamente enviados a ele como testemunhas. Proclamar o evangelho é uma tarefa de todos, com um mandato único, diante duma tarefa gigantesca. A evangelização dos povos é uma tarefa imperativa, intransferível e impostergável. A grande questão é: o que eu posso fazer para ajudar na evangelização mundial? Como posso participar dessa gloriosa e urgente empreitada? Onde eu me enquadro no projeto de Deus para alcançar aqueles por quem Cristo morreu? Vejamos como podemos contribuir para a eficácia deste grande projeto divino: a) Em primeiro lugar, devemos orar: Não existe nada, absolutamente nada que substitua esse método eficaz. A prédica notável não lhe toma o lugar, nem o grau de doutor, nem uma personalidade atraente, nem um programa bem idealizado de evangelização, nem coisa alguma. O sucesso do ministério não depende da eficácia de suas orações públicas, mas da profundidade de sua oração íntima. O evangelista que quiser ser poderoso na proclamação do evangelho precisa primeiro ser poderoso de joelhos, diante de Deus. Qualquer Igreja ou comunidade que deseja pagar o preço pode ter um genuíno 151

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EVANGELISMO reavivamento, e esse preço não é construir um templo maior, nem convidar um pregador ilustre, ou investir grandes somas de dinheiro e tampouco implantar novos métodos. O preço de um reavivamento é a oração feita no Espírito Santo e que não requer nada em troca (Judas 20). O ministério da intercessão é essencialmente um combate espiritual. A oração toca o mundo inteiro. Ela não tem fronteiras geográficas, barreiras lingüísticas nem preconceitos culturais. Pela oração podemos nos envolver com os povos da Terra; pela oração podemos inflamar nosso coração pela obra de Deus; pela oração podemos sustentar espiritualmente os missionários que estão na linha de frente. Não existe obra missionária vitoriosa sem oração. Há uma urgente necessidade de nos consagramos à oração, porque a Igreja está vivendo uma época extremamente perigosa, quando não apenas o secularismo e o racionalismo confrontam o Cristianismo, mas também o esoterismo, o satanismo e a busca de fórmulas centrada no ser humano e na energia cósmica. A oração é um dos mais importantes trabalhos que a Igreja pode fazer pela obra de evangelização, pois quando a Igreja ora, o próprio Deus age com poder na realização da Sua obra. Pela oração vem o poder do Espírito Santo à Igreja. Pela oração as portas para a evangelização são abertas. Pela oração os missionários são encorajados. As coisas mais importantes que Deus realiza na Terra, Ele o faz mediante as orações do seu povo. Vejamos o que alguns dos servos de Deus escreveram sobre este poderoso exercício espiritual: “A oração é uma arte que só o Espírito Santo pode nos ensinar” (Charles Spurgeon). “Ame o mundo através da oração. A oração é a oportunidade de transformar minutos e horas em recompensas eternas” (Wesley L. Duewel).

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EVANGELISMO “A oração é a principal obra do ministério. A oração testa a nossa espiritualidade” (Martyn Lloyd-Jones). “O braço da oração é o serviço” (William A. Ward). “A oração é a melhor prevenção contra a tentação do inconsciente” (Caio Fábio de Araujo Filho). “A oração é o suor da alma” (Martinho Lutero). “A oração é a alma de nossas almas. O que a alma é para o corpo é a oração para a alma” (Vicente de Paula). “O céu acha-se sempre demais ocupado para atender oração de coração dividido. Não há maneira de orar a Deus a não ser vivendo para ele. O segredo do êxito no reino de Cristo é a capacidade de orar. A lição mais importante que se pode aprender é a da oração. A oração honra a Deus e desonra o ego” (E.M. Bounds). “Saber falar a Deus é mais importante do que saber falar aos homens” (Andrew Murray). “Orar não é tanto submeter nossas necessidades a Deus, mas submeter a nós mesmos a ele. Orar não é lutar contra a resistência de Deus em nos abençoar; é lançar mão da sua disposição em fazê-lo” (J. Blanchard). “A oração não somente muda as coisas, mas também nos transforma” (Maldwyn Edwards). “Orar de maneira correta é um dom raro” (João Calvino).

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EVANGELISMO “A grande tragédia da vida não são as orações não respondidas, mas as que não foram feitas” (F.B. Meyer). Cremos que nenhum projeto genuinamente cristão deve prescindir da orientação divina para obtenção dos recursos e para definição das estratégias de trabalho. Quando William Booth, fundador do Exército da Salvação foi inquirido pelo rei da Inglaterra, sobre qual força dirigia sua vida, ele respondeu: “Majestade, alguns homens têm paixão pelo ouro, outros pela fama, mas a minha paixão é pelas almas”. 2 A necessidade de rogar é fruto de um coração que sente a compaixão divina e se compadece da miséria humana, comovida pela angústia que domina a vida daqueles que ainda não acertaram com o caminho da cruz de Cristo. b) Em segundo lugar, podemos contribuir para a obra de evangelização: Orar é apenas o início, temos de agir. A partir do exercício da oração que a sensibilidade é aflorada e os gemidos do Espírito Santo são ouvidos. Podemos medir a devoção do nosso coração com a medida da liberalidade do nosso bolso. Não há coração aberto onde o bolso está fechado. A Bíblia diz que onde está o nosso tesouro, aí estará também o nosso coração. Um coração apaixonado pelo perdido é um coração esvaziado de si mesmo. Somos influenciados por uma sociedade capitalista, materialista, humanista, que nos envolve numa roda viva de atividades para satisfação pessoal. Somos tendentes a pedir aquilo que desejamos e sempre preocupados com os nossos próprios interesses. Não pode existir amor por missões onde não há contribuição missionária. O nosso amor por Deus e pela sua obra é proporcional à disposição que temos para investir na evangelização dos povos. O melhor investimento que podemos fazer é contribuir com missões. Quem contribui com missões faz uma semeadura com 7. DUEWEL, Wesley L. Em chamas para Deus. São Paulo: Candeia, 1966, p. 102.

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EVANGELISMO colheita garantida e de resultados eternos. Não podemos separar nossa espiritualidade da contribuição. Quando entregamos o dízimo e ofertamos com alegria, estamos nos tornando cooperadores de Deus na implantação do seu Reino. Quando sustentamos missionários em nossa Pátria e fora dela, estamos segurando a corda para que outros desçam para resgatar vidas, aonde jamais poderíamos chegar. A Igreja é um Corpo. Um membro não pode fazer todas as atividades. Logo, cada membro deve cooperar com os outros membros para que todo o corpo seja suprido. Deus dá à sua Igreja, diversos e diferentes dons. Todos são missionários; uns devem ir, outros devem ficar, mas todos devem participar de forma efetiva e atuante. c) Em terceiro lugar, podemos ir fazer missões: Na Igreja primitiva, o Espírito Santo separou os obreiros e os enviou a pregar. A Igreja enviadora ficou na retaguarda e eles foram desbravando campos, ganhando vidas para Cristo e implantando Igrejas. Em menos de cinqüenta anos, o Império Romano foi evangelizado. Hoje, os desafios são enormes. Há portas abertas em todo o mundo e também portas que estão sendo fechadas. Devemos rogar ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a Sua seara. Nós e nossos filhos podemos ser levantados e enviados por Deus para pregar sua santa Palavra, aqui, ali e além fronteira. Fazer a obra de Deus não é um sacrifício, mas um privilégio. Carlos Studd disse acertadamente: “Se Jesus Cristo é Deus e ele deu sua vida por mim, nenhum sacrifício é grande demais que eu faça por amor a ele”. A Igreja foi estabelecida para disseminar o cristianismo e conservá-lo do único modo pelo qual as coisas vivas podem ser conservadas, pala ação viva. O mundo necessita da mensagem social e da redenção do cristianismo. Paulo diz que encontrou e conquistou as desigualdades de seu tempo, a brecha entre o cidadão e o estrangeiro, o senhor e o escravo, o homem e a mulher. Essas são ainda as lacunas do mundo não cristão. O mundo não tem nenhum ideal de fraternidade humana a não ser através do testemunho cristão. 155

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EVANGELISMO Só o Evangelho pode descobrir a necessidade do mundo. O comércio e o governo, assim como a filantropia e a educação, são superficiais em seus métodos, e a tendência à superficialidade só aumenta. É nosso dever levar a mensagem de salvação a esse mundo que precisa ser salvo, e só Cristo pode salvá-lo. O mundo precisa ser salvo da carência, da doença, da injustiça, da desigualdade, da impureza, da luxúria, do medo, enfim o mundo precisa ser salvo de seus pecados e da morte eterna. O pecado é um mal supremo no mundo, uma falta de conformidade com a perfeita vontade de Deus, o pecado não é uma questão de apenas de ação, mas também de pensamento, desejo e vontade, uma nódoa na natureza, por isso tem de ser tratado em suas raízes. Somente Jesus tem poder para perdoar e regenerar, de maneira profunda, o bastante para que esta transformação esteja fixada em suas mentes e corações. Assim o cristianismo não está confinado por qualquer limite de lugar, tempo, faculdade ou objeto. Ele alcança todos os seres humanos, individualmente. Nenhuma missão na Terra é mais nobre, mais importante, mais urgente e mais compensadora. Ser embaixador de Cristo é uma posição mais honrosa do que ocupar os mais altos escalões dos governos terrenos.

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QUESTIONÁRIO DE EVANGELISMO

1. Qual o significado das palavras “evangelismo” e “evangelização”? 2. Qual é o cerne da mensagem cristã primitiva? E o que isso ocasionou para os discípulos? 3. Qual foi a atividade evangelística que mais se sobressaiu Novo Testamento? 4. A quem se refere a palavra “evangelista”? 5. A quem não foi dada a “Grande Comissão” de Jesus? 6. O que justifica a presença da Igreja no mundo hoje? 7. O que o evangelismo verdadeiro e eficaz reconhece e reflete? 8. Como o Evangelho integral apresenta Jesus? 9. Qual método de evangelismo é insubstituível? 10. Cite 5 exemplos de como podemos apresentar a mensagem de maneira apropriada: 11. Como podemos identificar o campo do ganhador de almas nos seguintes lugares: a) “Jerusalém”: b) “Judéia e Samaria”: c) “Confins da terra”: 12. O que a Bíblia diz sobre o “tempo de evangelizar”? Cite 3 referências: 13. Qual era o método de Paulo na evangelização?

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14. Qual é a lei da semeadura apresentada neste estudo? 15. Qual princípio na vida cristã deve ser observado antes de se realizar a obra evangelística? 16. Para se ter uma vida de oração, tem que se partir de três pressupostos bastante amplos. Quais são eles? 17. Quanto à oração, os efeitos do pecado são duplos, quais são eles? 18. Quais devem ser as características do ganhador de almas? 19. O que são recursos visuais para se trabalhar com crianças? 20. O que estuda a Psicologia Educacional?

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REFERÊNCIAS ADIWARDANA, Margaretha N. Missionários: Preparando-os para preservar. Paraná: Descoberta, 1999. BEZERRA, Durvalina B. A missão de interceder. Paraná: Descoberta, 2003. BICEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. BIDDULPH, Steve. Criando Meninos. São Paulo: Fundamento, 2006. COLEMAN, Robert E. Plano Mestre de Evangelismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2001. COLEMAN, Robert E. Plano Mestre de Evangelismo. São Paulo: Mundo Cristão, 2006. CONDE, Emilio. Nos domínios da Fé. Rio de Janeiro, CPAD. COSTA, Débora Ferreira da. Evangelização e Discipulado Infantil. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. CRUZ, Elaine. A Difícil arte de Criar Filhos. Rio de Janeiro: Betel, 1997. ________. Criar Filhos Felizes. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. FULLER, Cheri. Quando as Mães Oram. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. GEORGE, Elizabeth. A Sabedoria de Deus na Vida da Mulher. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. GREEN, Christopher. Domando sua Ferinha. São Paulo: Fundamento, 2006. JUTILA, Craig. 4 Princípios Fundamentais para Líderes de Ministério ­Infantil. São Paulo: Vida, 2004. LARIMORE, Walt. Crianças Altamente Saudáveis. São Paulo: Vida, 2008. LEWIS, Norman. Prioridade Número Um. Minas Gerais: Horizontes, 2005. STOTT, John. Cristianismo Básico. Minas Gerais: Ultimato, 2007. YANCEY, Philip. Oração: ela faz alguma diferença? São Paulo: Vida, 2007. YORK, John V. Missões na Era do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­________Os Fundamentos. A Famosa Coletânea De Textos Das Verdades Bíblicas Fundamentais. São Paulo, Editora Hagnos,1ª Ed. 2005.

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