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12. PERÍODO HISTÓRICO

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HISTÓRIA DE ISRAEL

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PERÍODO HISTÓRICO

Este é o maior período da dispersão de Israel. Durante cerca de 1900 anos eles ficaram espalhados pelo mundo, vagando entre as nações, vítimas de perseguição e assassinato, tendo como único elo, a esperança de um dia retornar à terra de Israel. Por diversas vezes foram expulsos de nações onde viviam há tempos. Outras vezes foram cruelmente assassinados. Outras vezes foram obrigados a aceitar pela força da espada uma religião que não era a sua. Assim sobreviveram esses heróis por causa de sua fé.

12.1 A REVOLTA DE BAR KOCHBA

Quando Adriano assumiu o trono em 117 d.C., prometeu aos judeus, liberdade e tolerância religiosa. Mais do que isso, garantiu que lhes daria permissão para reconstruir Jerusalém e restaurar os serviços religiosos no Templo. Mas, em pouco tempo, Adriano provou que suas promessas haviam sido apenas palavras vazias, mudando de maneira dramática sua política em relação aos judeus causando grande revolta nos habitantes de Jerusalém e redondeza.

Esta revolta aumentou mais ainda quando este Imperador, querendo levar avante sua política de tornar homogênea a cultura romana, transformou Jerusalém em uma verdadeira cidade romana, denominando-a Aelia Capitolina. Isto causou enorme agitação e o famoso rabino Akiva tentou conter as massas.

Então um descendente da linhagem de Davi por nome de Simão bar Kozeba torna-se líder da rebelião. Sua linhagem colaborava para que ele pudesse ser considerado o Messias. Até mesmo o sábio rabino Akiva o seguiu e mudou

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o nome dele para Bar Kochba, ou seja, “Filho da Estrela”.

Na primeira fase da rebelião Jerusalém foi tomada pelos judeus e os sacrifícios foram restabelecidos, embora sem o Templo. O próprio Sinédrio foi reorganizado, mesmo que por pouco tempo. Novamente era hasteada a bandeira da independência judaica.

No ano de 135 d.C., na cidade de Betar, próximo a Jerusalém, onde se encontrava o quartel general de Bar Kochba havia focos de rebelião. Adriano sabendo disso enviou várias tropas até o local para conter a agitação, mas o que realmente ocorreu foi a exterminação em massa de homens, mulheres e crianças – que lutavam contra as determinações do Imperador proibindo-os de seguir os preceitos básicos do judaísmo. A cidade caiu após três anos e meio de cerco. Bar Kochba estava entre os mortos. Rabino Akiva e seus discípulos foram martirizados. Esta seria a última das tentativas de independência dos judeus durante muitos séculos.

12.2 NOVOS CENTROS DA DIÁSPORA

Os judeus tinham agora de encontrar novos territórios para estabelecer-se, e prosseguir com sua existência. Cerca de 400.000 judeus permaneceram em comunidades espalhadas pela Galiléia, a maioria nas cidades de Tiberíades e Tzipori, existindo menores em Shafram e Bet Shearim. Mas neste período inicial foram privados de sua máxima expressão, pois foram proibidos de exercer muitos aspectos de sua religião como a circuncisão, a guarda do sábado, a ordenação rabínica ou qualquer outra observância da Lei.

O sucessor de Adriano, Antonino Pio (138-161), todavia, foi mais liberal, o que possibilitou aos judeus um renascimento. O estudo passou a ser considerado a essência da sobrevivência nacional para um povo ao qual faltavam as condições normais de identidade coletiva. Durante um bom tempo a Galiléia teve o cetro da liderança espiritual para a comunidade judaica. Nela viveram homens de grande capacidade, como Shimon ben Iokhai, Iossi bem Halafta e os rabinos Natan e Iokhanan bar Napakha. Mas o mais famoso foi o rabi Meir, que pronunciava e escrevia o Livro de Ester de cor, sem errar uma única letra. Era famoso pelas

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suas fábulas, e dele se dizia: “Aquele que toca o bastão de Meir, se torna sábio”.

Depois houve um deslocamento para Babilônia e Síria, onde grandes comunidades judaicas se estabeleceram. Embora o povoamento judaico ali tenha se iniciado desde à época de Nabucodonosor, o crescimento do Cristianismo retirou cada vez mais o deslocamento do centro de influência de Jerusalém para Babilônia, onde haviam cidades quase que completamente judaicas. Aqui foi produzido o famoso Talmude Babilônico, muito mais completo que o Palestino, pois sua formação levou quase dez séculos para ser escrito. Trata-se de toda uma coleção de lendas, poemas, contos, alegorias, interpretações, reflexões éticas e reminiscências históricas relacionadas com as Escrituras.

Além desta forte comunidade, haviam muitas outras no norte da Europa, onde os judeus foram chamados de asquenazis. Mas o fato do Cristianismo tornar-se religião oficial e de ter dominado toda a Europa fez com que a situação dessas comunidades se tornassem cada vez mais inseguras. Muitas medidas restritivas foram promulgadas, proibindo os judeus de casarem-se com cristãos, terem escravos cristãos e construir novas sinagogas.

12.3 A ERA ISLÂMICA

Enquanto isto os judeus que viviam na Europa, viram as nações tornarem-se católicas e passarem a adotar uma política anti-semita. Na Espanha, os Concílios Eclesiásticos de Toledo exigiam a aplicação das leis antijudaicas. Na Franca, durante a dinastia dos Merovíngios, exigiu-se o batismo ou a expulsão dos judeus em 629 d.C. Isto levou muitos a uma conversão nominal. Com todas estas pressões o número de judeus decaiu em toda região do Império Romano. Dos três milhões de judeus que havia no tempo do segundo Templo, este número caiu para menos de meio milhão no início do século VII.

Por este tempo, a situação na comunidade da Babilônia foi melhor do que nas regiões da Europa. A dinastia Sassanida foi mais branda, com raras exceções. Assim sendo, os judeus construíram nesta cidade o maior reservatório de força espiritual e física judaica.

O ano de 622 d.C. marca o início do calendário muçulmano, quando Maomé

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foge de Meca para Medina. Entrava então no mundo Mediterrâneo e no Oriente Médio uma nova era, dominada pelos seguidores do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. Em Medina a posição de Maomé, no que tange aos árabes, estava assegurada. Mas encontrou inesperada resistência por parte dos judeus. Por causa da semelhança da nova religião com o judaísmo, Maomé esperava contar com a simpatia dos judeus árabes, contando que eles abraçariam sem hesitação ao judaísmo. Deixara de reconhecer dois fatores: primeiro, o alto grau de consciência cultural e histórica que existia entre os judeus da Arábia e que era em boa parte responsável pelo desdém em relação a este pretenso profeta e seus discípulos grosseiros e iletrados; segundo, a destacada posição política e social dos judeus árabes, que tornava desnecessário para eles tomar em consideração a conversão como meio de progredir socialmente. De qualquer modo, enfurecido por sua oposição e invejoso de seu êxito financeiro, concebeu Maomé um ódio aos judeus que em anos subseqüentes teria conseqüências graves para os descendentes de Abraão.

Mas no geral, a situação dos judeus foi positiva. Maomé morreu em 632 d. C.e sob a dominação muçulmana os judeus ingressaram num novo período de expansão física e intelectual. Em contraste com o Zoroastrismo e o Cristianismo que sofreram grande decadência, os judeus não só conservaram sua crença ancestral como também ganharam uma nova forca nos países da conquista muçulmana. Na região da Babilônia e da Palestina, os judeus floresceram como nunca, bem como nas comunidades judaicas da Síria e do Egito, bem como na região a Oeste, próximo ao local da antiga cidade de Cartago.

Haviam certas restrições sofridas pelos judeus, como a proibição de construir sinagogas, um imposto especial pago somente pelos não-muçulmanos, a proibição de andar a cavalo e portar armas, de casar com muçulmanos e a conversão só era permitida de uma fé muçulmana para o Islã. Mas estas imposições raramente eram aplicadas na íntegra. Os judeus não eram obrigados a viver em guetos e podiam manter suas próprias instituições comunitárias. Assim os tribunais judaicos exerciam poder judiciário completo sobre a comunidade e não era necessário recorrer aos tribunais árabes. As comunidades judaicas, na

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maior parte das vezes, puderam funcionar com relativa autonomia na execução de seus negócios internos. Mesmo as leis relativas às cores especiais pelas quais os trajes de infiéis deveriam distinguir-se das dos muçulmanos, eram freqüentemente ignoradas, embora em outros casos fossem não só aplicadas, mas levadas a extremos absurdos. Um califa fatímida, por exemplo, ordenou aos judeus usarem bolas de dois quilos em volta do pescoço, em comemoração a cabeça de bezerro que seus ancestrais haviam adorado. Outra prescrição dizia que cada judeu deveria usar um distintivo amarelo em seu chapéu e pendurar no pescoço uma moeda de prata.

Legislação alguma, porém, podia impedir certo grau de confraternização. E isso principalmente nas camadas mais altas da sociedade. Os judeus galgaram altas posições na área das finanças, medicina e erudição. O respeito árabe pela perícia judaica sobrepunha-se muitas vezes as barreiras legais e sociais.

No sul da Espanha foi constituído um grande reino muçulmano, onde eles foram chamados de mouros. A cidade de Codova tornou-se um grande centro cultural, onde havia uma biblioteca com cerca 400.000 manuscritos.

O esclarecimento cultural da Espanha muçulmana ia de mãos dadas com a tolerância política. Durante o reinado de Abb-el-Rahman III muitos judeus alcançaram uma posição de destaque na administração. Dentre eles salientou-se Hasdai ibn Shaput (915-970) que de médico da corte ascendeu à posição de principal conselheiro do califa em questões financeiras e diplomáticas.

Foi com o Rabi Moshê Ben Maimon (1135-1204), conhecido como Rambam, que o período muçulmano atinge o ápice. Foi pela obra de Maimônides que o pensamento do hebraísmo pós-bíblico alcançou ao mundo não judeu. Foi um ilustre médico, da corte da família real de Saladino. Escreveu obras médicas e de ciência natural (astronomia, matemática e física). Apesar de sua debilidade física tomou parte em assuntos seculares judaicos e comunidades judaicas de todo mundo mediterrâneo freqüentemente recorria a ele para questões de Lei e ética judaica, bem como sobre problemas de crença. Tão generalizada era sua fama e tão reveren-

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ciada à sua lembrança, que após a sua morte foi homenageado com a frase: “De Moisés a Moisés, não surgiu ninguém como Moisés”.

Dois séculos após a morte de Maimônides houve uma frenética e arbitrária política de discriminação por parte dos árabes com relação aos judeus e a qualquer grupo não-muçulmano. Eles eram culpados por todos os reveses que atingiram os árabes, ferindo seu orgulho e autoconfiança. Chegava ao fim o período áureo das relações árabes judaicas, e conseqüentemente da própria civilização árabe estabelecida na Península Ibérica.

12.4 OS JUDEUS NA EUROPA ATÉ 1492

Os judeus funcionaram como uma classe medianeira entre a Europa cristã e o mundo muçulmano. O principal motivo foi sua facilidade em comunicar-se com comunidades no mundo inteiro através do idioma hebraico. Tornaram-se também por isto grandes comerciantes. Mas seu principal destaque, onde eles foram sempre difamados, foi o do empréstimo de dinheiro. Como as leis muçulmanas e a Igreja Católica criticavam a usura, legaram esta área aos infiéis. Assim os judeus obtiveram um quase monopólio. Com o passar do tempo, reis e imperadores também ficaram vitalmente interessados no comércio monetário judaico. A partir do século X e XI existem provas de comunidades judaicas firmemente estabelecidas em todas as cidades importantes da França e da Alemanha. Depois disso a habitação é consecutiva. Até o final do século XI a relação entre judeus e não-judeus foi relativamente tranqüilas e amistosas. Diversas comunidades desenvolveram uma florescente vida intelectual e sustentaram academias talmúdicas. Depois, nos séculos XII e XIII quando os estados nacionalistas começaram a evoluir na Alemanha (sob Frederico II) e França (sob Felipe Augusto), os judeus mais uma vez foram vítimas das intolerâncias do mundo medieval. Os judeus, que haviam aberto o caminho para o comércio nativo e para a indústria podiam ser dispensados. Ficaram na mão de Igreja Católica que constantemente os pressionava para a conversão.

Na Grã-Bretanha o declínio da comunidade judaica foi tão rápido quanto a

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sua ascensão. Eles foram chamados ao país por causa de uma urgente necessidade econômica – o desenvolvimento do mercado monetário. Foram transformados numa classe de usurários reais, cuja principal função era fornecer crédito para empreendimentos tanto políticos quanto econômicos.

Mas a partir do final do século XI a atitude dos ocidentais para com os israelitas mudou repentinamente. As cruzadas geraram intolerância nos cristãos. E o fato de os judeus recusarem veementemente o batismo, agravou esta situação. É possível que com o passar do tempo, motivos econômicos passassem a motivar este anti-semitismo, uma vez que os judeus eram os capitalistas da Europa. A superstição e a sugestão das massas tornaram-se dois fatores importantes da propaganda anti-semita. Acusavam os judeus de profanar a hóstia. Em 1179 e em 1215 o Concílio de Latrão emitiram medidas discriminatórias contra eles. Isolados em certas áreas, assim foi aberto o caminho para os futuros guetos.

Eduardo, rei da Inglaterra, para resolver o problema expulsou os judeus de seu reino em 1290. Os franceses seguiram o exemplo dos ingleses e Felipe o Belo, em sua avidez, ocupou-se dos judeus. Em 1306 todos os judeus da França foram presos e postos na fronteira e os seus bens confiscados. Permitiu que eles voltassem dez anos depois. Mas em 1321 começou a circular um terrível boato de que os leprosos, por instigação dos judeus, teriam contaminado as fontes de água do reino. Apoderou-se do povo uma verdadeira histeria. Mataram-se nesta ocasião apenas leprosos, mas os boatos prosseguiram. Quando estourou a peste negra na Europa, não houve dúvida de que foram os judeus os culpados. O povo exigiu o sangue judaico. Em Estrasburgo foram encurralados no bairro que lhes estava reservado e queimados vivos, cerca de dois mil judeus. Em muitas cidades houve chacinas semelhantes. Foram muitas vezes torturados e para por fim, a esta se confessavam culpados. Outras vezes suicidavam junto com toda a família. Também na Alemanha o anti-semitismo impôs proibições terríveis sobre eles, até o ponto de terem de se retirar.

Na Espanha, por esse período surgem os Marranos, judeus que foram convertidos a força ao catolicismo. Eram chamados também de cristãos-novos, para diferenciar dos demais cristãos. Foi a primeira vez na história que os judeus se sujeitaram a isto, provavelmente porque sua condição na Península

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Ibérica até então era bastante próspera. Com o tempo, passaram a ser acusados de estar praticando o judaísmo ocultamente e foram perseguidos pela Inquisição. Também aqui, o principal motivo passa a ser econômico, uma vez que Fernando de Aragão buscava fundos para sua guerra contra os mouros.

Por fim, em 1492 os judeus foram definitivamente expulsos da Espanha. Alguns permaneceram em Portugal em troca de pagamento, mas em 1496, D. Manuel I, desejoso de casar com a filha de Fernando e Isabel, só obteve o consentimento com a condição de que livrasse o seu país dos judeus. E assim fez.

Expulso destas terras os judeus emigraram para o norte de África, Roma, Veneza e outras áreas da Itália, Polônia e Turquia (foi nestas duas ultimas áreas que eles mais floresceram). Após a Guerra dos 30 anos foi-lhes permitido emigrarem para a Holanda, Inglaterra e no Novo Mundo. Na Holanda eram donos de cerca de 25% do capital da Companhia das Índias Orientais.

12.5 A AURORA DA EMANCIPAÇÃO

A partir do século XVII os judeus começam uma luta pela ascensão econômica e por uma aceitação em face dos povos europeus. Talvez não plenamente quando desejavam ao menos em parte eles conquistaram maior espaço na vida cultural, política e social. Isto se deu principalmente devido a três fatores: o talento do financista judeu, as estruturas corporativas obsoletas e o crescimento do humanitarismo nacional. Em muitos países foram feitos esforços para que os judeus pudessem receber o título de cidadãos e servir o Estado livremente. Christian Wilhelm von Dohm, escritor, diplomata, aristocrata e publicista holandês, tudo fez no sentido da emancipação dos judeus. A França chegou a oferecer um prêmio para o melhor ensaio sobre o tema: “Há meios de tornar os judeus mais felizes e mais úteis na França?”. A melhor resposta veio de um clérigo, membro da Assembléia Nacional e que se mostrou um dos mais ardorosos defensores e promotores do direito dos judeus franceses.

Napoleão também foi confrontado com a questão judaica, recebendo muitas reclamações dos franceses com relação a isto. Mas quando achavam que ele toma-

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ria medidas prejudiciais, o que ele fez foi restabelecer o Sinédrio, como órgão de governo nos assuntos dos judeus.

Dessa forma, a briga por direitos iguais prosseguiu em toda a Europa. Os judeus já não queriam ser visto como um povo a parte. Queriam assimilação, queriam integração, queriam apenas fazer parte do país no qual residiam. Isto levou muitos a se afastarem do judaísmo como religião e se integrarem como cidadãos de seus respectivos países.

12.6 ANTI-SEMITISMO E MIGRAÇÕES

No século XIX o anti-semitismo assumiu uma nova forma. Apoiava-se em teorias racistas e foi usado como um instrumento de poder pelos partidos políticos. A desconfiança religiosa em relação aos judeus não era, sem dúvida, um fenômeno novo. Os judeus haviam sido perseguidos através dos tempos. As superstições religiosas floresceram na Idade Média, tempo em que não estavam em desacordo com o espírito da época. Mas que persistissem no século XIX numa era de idéias modernas, progressos científicos, industrialização, movimentos de libertação nacional – isso não era, diante das circunstâncias, de se esperar. A mais persistente dessas superstições era a calúnia do sangue, uma velha mistificação segundo a qual os judeus eram assassinos rituais, que recolhiam o sangue de cristãos para a fabricação do matzot, o pão da páscoa. Nada podia apagar da mente dos camponeses ignorantes essa imagem do judeu como um bebedor de sangue. Em fevereiro de 1840 desapareceu um sacerdote católico, de posição elevada e a culpa foi deliberadamente colocada nos judeus. Essa era a situação dos judeus.

12.7 O PROTOCOLO DOS SÁBIOS DE SIÃO

Em 1894 Nicolau II tornou-se o czar. Foi persuadido pelos que o rodeavam que seus maiores inimigos eram os súditos judeus. O principal instrumento usado para a propagação dessa idéia foi o protocolos dos sábios de Sião, uma falsificação preparada para o esclarecimento do Czar. Os protocolos foram fabricados no escritório parisiense da polícia russa entre 1901 e 1905. Nesses anos

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foram divulgados ao público e apresentados ao czar. Como esse não acreditou na sua autenticidade, parece terem sido temporariamente postos de lado.

Foi só depois de 1919 que cópias dos mesmos tiveram circulação ampla, especialmente na Europa Ocidental. Os protocolos pretendiam demonstrar, pelos supostos relatórios de um Congresso Judaico Internacional, que muito havia difundido o movimento judaico internacional para destruir as organizações cristãs existentes e substituí-las pela dominação judaica mundial. Não era a Revolução Russa uma prova disto, uma vez que Trotsky e Bela Kun eram judeus? Os protocolos foram traduzidos na maioria das línguas européias e também em japonês e árabe. Em 1921 jornal Times de Londres desmascarou os protocolos como uma rematada falsificação, baseada em clamorosas mentiras, mas já era tarde demais. Muitos que sentiam necessidade de acreditar neles o difundiram e ele foi usado por todo o século vinte como uma arma contra os judeus.

Os soldados de Tito carregando o Menorá.

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