IMPRESSÃO
Low Energy UV, LED UV Quando vale a pena
Philipp Fries
O
tipo de secagem, ou cura, de tintas e vernizes é assunto muito discutido no ramo gráfico. A grande questão pode ser simplificada numa frase: qual sistema de secagem melhor atende as minhas necessidades, do meu negócio e, o mais importante, dos meus clientes? Para responder a essa pergunta precisamos entender melhor como cada tecnologia funciona. No processo tradicional de impressão convencional, a tinta seca de maneira física e química (oxidação). Na primeira fase, a tinta penetra rapidamente na superfície do material de impressão. Na segunda etapa, a reação com o oxigênio seca a tinta definitivamente. O processo completo demora horas e necessita de um material de impressão absorvente, do tipo papel ou cartão. É comum aplicar um verniz de proteção à base d’agua, que seca da mesma forma, mas em segundos, o que protege a tinta ainda úmida. Com as tecnologias de secagem ultravioleta é diferente. Primeiramente a impressora, a tinta e os vernizes precisam ser preparados para a cura utilizada. Com a emissão de luz do espectro UV, os sensibilizadores na tinta e no verniz iniciam o processo de polimerização e cura. Isso acontece instantaneamente em qualquer tipo de material e exige que as formulações químicas do substrato de impressão, tintas e vernizes sejam compatíveis e que a potência de luz UV esteja equilibrada. A cura UV pode acontecer a partir da emissão de luz ultravioleta por lâmpadas ou por diodos. As lâmpadas podem ser UV convencional ou Low Energy UV. Esses dois sistemas, por sua vez, se diferenciam pelos seus espectros de emissão. As lâmpadas UV convencionais emitem o espectro UV na sua totalidade, mas com maior intensidade nas frequências que curam superficialmente. O resultado é uma boa resistência superficial contra atrito e características favoráveis de deslizamento. Em contrapartida, são necessárias várias lâmpadas UV para garantir uma cura de qualidade.
44 TECNOLOGIA GRÁFICA
TG107 - IMpressao.indd 44
As lâmpadas do tipo Low Energy UV emitem um espectro reduzido e em frequências que resultam em uma cura profunda, que ultrapassa várias camadas de tinta ou verniz. Por isso, é possível reduzir a quantidade das lâmpadas na impressora, o que permite um baixo consumo de energia. Mais um ponto positivo desse sistema é que, nessas frequências, a produção do gás ozônio (O3) é bem reduzida. SELETIVIDADE A tecnologia LED UV trabalha com um espectro
ainda mais restrito. Significa que podemos curar várias camadas de tinta e verniz com ainda menos luz UV, sem geração de ozônio. Como o sistema utiliza diodos, podemos ajustar a área de emissão da luz UV segundo o formato da folha impressa. Em outras palavras, a luz UV é emitida somente onde é preciso. Isso traz vantagem em relação ao gasto de energia. Além disso, a tecnologia LED UV produz menos calor durante a cura, o que facilita o trabalho com materiais sensíveis à temperatura. As tintas e vernizes precisam reagir a cada frequência de UV aplicada. Isso significa que a redução do espectro de luz UV torna as tintas e vernizes mais reativos e, com isso, mais complexos. O interessante é que podemos utilizar tintas reativas LED UV/Low Energy UV também para UV convencional. Já as tintas para UV convencional servem apenas para esse sistema. Porém, afinal, qual tecnologia é mais indicada? Precisamos analisar primeiro quais aplicações precisam ser feitas. Por exemplo, existem situações em que se necessita imprimir sobre tinta seca, com aplicações como “branco opaco” ou “dripp off”. Com isso, obrigatoriamente as impressoras necessitam de secadores intermediários, que anulam o benefício do espectro com frequências de cura profunda e que possibilitam a cura somente na saída da máquina e, obviamente, eliminam o processo tradicional de impressão convencional. Além disso, precisamos analisar uma característica das tintas
VOL. III 2019
20/09/2019 20:35