Revista Escada - Edição 42

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A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

A marca da pandemia

Crianças e adolescentes sofrem com o isolamento ocasionado pela crise sanitária

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Cooperação é fundamental

Para o senador Oriovisto Guimarães, parceria entre escolas e famílias precisa, mais do que nunca, ser reforçada

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De olh o n o futuro Com o a escola pode sensibiliza r os es t ud antes qua nto à escolha da prof issã o Página 06

A voz da experiência

Atual vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Jacir Venturi tem décadas de experiência na arte de ensinar

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Número 42 | Ano 11 abr/mai/jun 2021 Publicação Sinepe/PR


Ín d ice

REVISTA ESCADA . Publicação Periódica de caráter inform ativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sin epe/PR. Conteúdo e Com ercializa çã o V 3COM Projeto gráf ico e Ilustra ções V 3COM Jornalista Responsável Ari Lem os | MTB 5954 Com ercial Paulo Grein com ercial@revista esca da.com.br (41) 99886 - 0099. Críticas e Sugestões ari@v3com.com.br Os ar tigos assin ados são de responsabilidade de seus autores e n ão expressam, n ecessariam ente, a opinião desta revista. Conselh o editorial Douglas Oliani Rocimar Santos Oliani Carm em Murara Ever ton Droh om eretski Fatima Chueire Hollan da Marcio Mocellin


EDITOR I AL

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E N TR EVI STA DO MÊ S

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Educação e o pós-pandemia

DE OLHO NO FUTURO

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A marca da pandemia

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Cooperação é fundamental

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Jacir Venturi A voz da experiência

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Reduzindo desigualdades

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Conf ira os Eventos do Sinepe/PR


ED I TORIAL

Educa çã o e o pós-pan demia Prezados leitores, Nesta edição da Revista Escada, vamos falar sobre aspectos relacionados às marcas da pandemia, porém com uma visão voltada ao porvir, pois o impacto nos estudantes perdurará por muito tempo, e cabe a nós, gestores educacionais e professores – que somos provedores da Educação –, ajudá-los a superar essa fase da melhor forma. As necessidades dos estudantes são diferentes, cada faixa etária tem seus próprios desafios e pressões, mas, para exemplificar, o que podemos dizer daqueles estudantes que estão no Ensino Médio e precisarão passar pelo momento mais complexo de suas vidas? Esse momento, infelizmente, acaba sendo estimulado pelo nosso sistema educacional e social: a escolha da profissão; do curso superior; e de algo que lhes recai aos ombros como a escolha a ser feita que vai determinar a direção do restante de suas vidas. Em meio a essa efervescência, há ainda o baixo nível de maturidade dos nossos jovens nessa fase da vida, as angústias provenientes do isolamento social e até a pressão mais contundente por parte das famílias, excepcionalmente ocasionada pelo aumento da proximidade e pela presença forçada no último ano. Nesse sentido, trazemos uma matéria feita com a psicóloga Lorena Mu-

Douglas Oliani Presidente do Sinepe/PR

nhoz da Costa abordando o papel da escola no período de escolha do projeto de vida. Também abordamos a questão das marcas da pandemia pelo viés médico e psicológico, em uma matéria que conta com a participação do médico Rubens Cat, chefe do Departamento de Pediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, juntamente com a psicóloga e psicopedagoga Rocimar Santos Oliani. Ainda sob o ponto de vista desses reflexos da pandemia na Educação, realizamos uma entrevista com o Senador Oriovisto Guimarães, que contribuiu conosco com sua visão estratégica acerca de políticas públicas à Educação, mas também como gestor, que por 40 anos presidiu o Grupo Positivo e o transformou em um dos principais grupos educacionais do país. Por fim, prestamos uma justa homenagem ao nosso decano, o professor Jacir Venturi. Professor com mais de 40 anos de dedicação à Educação e ao ensino privado, que inclusive presidiu o Sinepe/PR, e hoje é vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, onde nesse momento é discutido o novo Ensino Médio.

Desejo uma boa leitura a todos.


EXPE DI E N T E

SINEPE/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br | www.facebook.com/sinepepr

CONSELHO DIRETOR - GESTÃO 2020-2022 DIRETORIA EXECUTIVA Presidente 1.º Vice-Presidente 2.º Vice-Presidente Diretor Administrativo Diretor Econômico/Financeiro Diretor de Legislação e Normas Diretor de Planejamento

Adriana Veríssimo Karam Koleski Durval Antunes Filho Ir. Maria Zorzi Dorojara da Silva Ribas Valdecir Cavalheiro Magdal Justino Frigotto Volnei Jorge Sandri Rogério Pedrozo Mainardes

CONSELHEIROS 1.º Conselheiro 2.º Conselheiro 3.º Conselheiro 4.º Conselheiro 5.º Conselheiro 6.º Conselheiro 7.º Conselheiro 8.º Conselheiro 9.º Conselheiro 10.º Conselheiro 11.º Conselheiro 12.º Conselheiro 13.º Conselheiro 14.º Conselheiro 15.º Conselheiro 16.º Conselheiro 17.º Conselheiro

Francis Wagner Ferreira Ronaldo Campos Cavalheri Dinamara Pereira Machado Acedriana Vicente Vogel Cristiane Mello David

CONSELHO FISCAL Efetivos Dilceméri Padilha de Liz Orlando Serbena Luiz Antônio Michaliszyn Filho

Douglas Oliani Sérgio Herrero Moraes Paulo Arns da Cunha Haroldo Andriguetto Junior Rosa Maria Cianci Vianna de Barros Nilson Izaias Pegorini Carmem Regina Murara

DIRETORIA DE ENSINO Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias Diretor de Marketing Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Diretor de dos Cursos Pré-Vestibulares Diretor de EaD Diretor de Sistemas de Ensino Diretor de Ensino de Pós-Graduação

Fábio Hauagge do Prado Cristiano Vinícius Frizon Pe. José Alves de Melo Neto Raquel Adriano M. Maciel de Camargo Everton Drohomeretski Leonora Maria J. M. Rossato Pucci Artur Gustavo Rial Rocimar Santos Oliani Josiane Domingas Bertoja Jaime Maurício Marinero Vanegas Raphael Bonatto Fernando Luiz Fruet Ribeiro Osni Mongruel Júnior Fabrício Pretto Guerra Gelson Luiz Uecker Bruno Ramos Neves Branco Liya Regina Mikami

Suplentes Marta Regina Andre Gisele Matovani Pinheiro José Mário de Jesus

DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP Ademar Batista Pereira Douglas Oliani

DIRETORIAS REGIONAIS REGIONAL CAMPOS GERAIS Diretor Presidente - Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior - Patrício Vasconcelos e José Sebastião Fagundes Cunha Filho Diretor de Ensino da Educação Básica - Rosângela Graboski e Valquíria Koehler de Oliveira Diretor de Ensino da Educação Infantil - Bianca Von Holleben Pereira e Carla Moresco Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins REGIONAL CATARATAS Diretor Presidente - Artur Gustavo Rial Diretor de Ensino Superior - Fábio Hauagge do Prado Diretora de Ensino da Educação Básica - Edite Larssen

Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ana Paula Krefta Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Lucimar Neis REGIONAL CENTRAL Diretor Presidente - Dilceméri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior - Roberto Sene Diretor de Ensino da Educação Básica - Cristiane Siqueira de Macedo e Juelina Marcondes Simão Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ir. Roselha Vandersen e Ir. Sirlene N. Costa Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos REGIONAL SUDOESTE Diretor Presidente - Fabricio Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior - Ivone Maria Pretto Guerra

Diretor de Ensino da Educação Básica - Velamar Cargnin Diretor de Ensino da Educação Infantil - Márcia Fornazari Abasto Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani REGIONAL OESTE Diretora Presidente - Marta Regina Andre Diretora de Educação Infantil - Marcia Lima Ambrosi Diretor de Educação Básica - Edmilson Martins (Titular) Diretor de Educação Básica - Valmir Gomes (Suplente) Diretor de Ensino Superior - Gelson Luiz Uecker Cursos Livres/idiomas - Denise Veronese


CAPA

De o l h o n o f uturo Com o a escola pode sensibilizar os estudantes quanto à escolha da prof issã o

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O momento de escolher o curso para o qual vai prestar vestibular ou se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é, sem dúvidas, um dos mais importantes e tensos na vida de um adolescente. Essa escolha, entretanto, não deve ser feita no impulso, mas ser reflexo de um processo muito maior. Pesquisa realizada durante a edição


de 2019 da Feira do Estudante – Expo CIEE, maior evento da América Latina voltado à capacitação e inclusão profissional de jovens no mercado de trabalho, apontou que 60% dos visitantes ainda apresentavam dúvidas quanto ao futuro profissional. Nesse cenário, a escola deve exercer um papel importante de sensibilização dos estudantes, para que a entrada no Ensino Superior seja o menos angustiante possível. Psicóloga clínica e organizacional, Lorena Munhoz da Costa Alves afirma que a instituição de ensino abre portas para que o jovem conheça as diversas opções de atuação profissional e faça uma reflexão sobre si mesmo, a respeito do que ele gosta de estudar, tenha curiosidade e aptidão. Esse segundo ponto pode ser observado já na grade curricular, uma vez que as disciplinas fornecem referências para os alunos sobre quais tipos de trabalho, pesquisa e estudo existem. O jovem que prefere e se interessa por Matemática e Física pode considerar as engenharias, por exemplo, enquanto o que gosta de Língua Portuguesa pode ir para a área de comunicação. Mas a escola também deve realizar eventos como feiras de profissões e levar profissionais para rodas de conversa, abrindo espaço para debates e perguntas, com as crianças e adolescentes, para que eles compreendam

“A realização de atividades dentro da escola pelos próprios alunos é outra coisa que precisa ser considerada. Os estudantes não devem ser passivos e aproveitar os espaços oferecidos pelo colégio para que se desenvolvam, organizem eventos, realizem ações de pesquisa, ações comunitárias, com feedback dos professores e da comunidade” como as carreiras funcionam na prática. “A realização de atividades dentro da escola pelos próprios alunos é outra coisa que precisa ser considerada. Os estudantes não devem ser passivos e aproveitar os espaços oferecidos pelo colégio para que se desenvolvam, organizem eventos, realizem ações de pesquisa, ações comunitárias, com feedback dos professores e da comunidade. Assim, os perfis de cada estu-

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CAPA

dante, se é aquele que gosta de organizar ou de executar, vão sendo descobertos, o que proporciona o autoconhecimento”, comenta a especialista. Outro fator relevante na hora de escolher a futura profissão é olhar mais atentamente para as oportunidades da região onde o adolescente mora ou pretende morar, caso da agricultura e pecuária no Centro-Oeste e do turismo e hotelaria em cidades litorâneas, para citar alguns exemplos. “Eu acho importante que se faça uma análise de mercado, mas é muito difícil que o adolescente consiga dar conta disso sozinho. Nesse caso, é bom que ele tenha a orientação de outros adultos e demais pessoas, profissionais, que possam ajudá-lo nesse processo. Ele pode se questionar: ‘o que o mercado e minha realidade podem estar precisando que representem boas oportunidades de carreira?’”, complementa Lorena.

O PAPEL DA FAMÍLIA Ter o apoio da família na escolha do curso torna a entrada e posterior caminhada pelo ensino superior muito mais segura para o jovem. Isso não significa, é claro, que a escolha deva ser feita com base no que a família deseja ou determina, mas quando há concordância e suporte, tudo flui melhor.

“Eu acho importante que se faça uma análise de mercado, mas é muito difícil que o adolescente consiga dar conta disso sozinho. Nesse caso, é bom que ele tenha a orientação de outros adultos e demais pessoas, profissionais, que possam ajudá-lo nesse processo”

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“A família deve ter muita humildade para saber que a realidade que eles viveram, no caso das pessoas mais velhas, era diferente. Hoje, o mercado muda a todo momento. O adolescente pode querer desenvolver uma carreira mais relacionada à Internet e os adultos podem não gostar, desejar algo mais tradicional”

A participação dos pais, irmãos e demais familiares nesse processo, portanto, não pode ser impositiva, mas realizada no sentido de favorecer o contexto do adolescente. Além disso, é bom que os pais estejam tão abertos quanto o jovem para explorar as opções, ver o que é melhor para o adolescente, e não projetar nele as expectativas dos genitores. “A família deve ter muita humildade para saber que a realidade que eles viveram, no caso das pessoas mais velhas, era diferente. Hoje, o mercado muda a todo momento. O adolescente pode querer desenvolver uma carreira mais relacionada à Internet e os adultos podem não gostar, desejar algo mais tradicional”, exemplifica Lorena, complementando que as famílias ainda podem procurar ajuda especializada nesse processo, como a de um psicólogo que possa conduzir uma avaliação objetiva do adolescente e orientá-lo nesse momento.

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A m a rc a d a pa n d e m i a Ainda que a maioria das instituições de ensino estejam retomando a presencialidade, por meio do modelo híbrido de ensino, o retorno total da sociabilidade de crianças e adolescentes no ambiente escolar, espaço essencial para o desenvolvimento saudável e feliz dos jovens, ainda é uma incógnita. Nesse cenário, é importante que a família faça o possível para que os reflexos causados por essa falta de convivência

C ri a n ç as e a dol e s centes s o f rem co m o isolam ento o c as io na d o p e l a cri se sanit ária

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sejam atenuados da melhor forma possível. A psicóloga e psicopedagoga Rocimar Santos Oliani explica que os seres humanos são biopsicossociais, uma vez que devem ser analisados sob influências biológicas, psicológicas e sociais. Só haverá saúde e bem-estar, portanto, se todas as áreas estiverem em equilíbrio. O impacto da pandemia na infância e adolescência, nesse sentido, vai muito além das manifestações clínicas da Covid-19, com prejuízos na socialização, no ensino e no desenvolvimento integral. “O isolamento social pode resultar no estresse tóxico, causado por uma série de adversidades constantes e que leva a mudanças abruptas no comportamento, baixa imunidade, ansiedade e depressão”, afirma a especialista. Na visão do médico Rubens Cat, chefe do Departamento de Pediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos maiores erros cometidos durante a pandemia foi o fechamento prolongado das escolas sem respaldos científicos de que as instituições de ensino fossem um ambiente propagador. Para ele, se a reabertura não avançar, as perdas causadas por esse período vão acompanhar os pequenos pelo resto da vida. “São crianças e adolescentes que terão menos conhecimento, menos aprendizado, menores notas no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], talvez empregos pior remunerados, menos acesso à saúde. As consequências a médio e longo prazo, então, serão muito mais maléficas do que o benefício que o fechamento das escolas está promovendo neste momento”, pontua o pe-

diatra, ressaltando que os professores também estão, eles próprios, bastante sobrecarregados.

“Aula online é paliativo, não pode durar meses. É desumano nessa idade passar horas sentado, olhando para uma tela, mesmo se estiver resolvendo problemas ou fazendo alguma atividade. Criança e adolescente precisam conviver com colegas” Egidio José Romanelli O doutor em neuropsicologia, Egidio José Romanelli, também reforça esse posicionamento. Para ele, as aulas online devem ser “paliativas”, e não uma saída permanente. “Nessa idade é essencial o convívio com seus pares, numa sala com professor, recreação animada e jogos coletivos. Aula online é paliativo, não pode durar meses. É desumano nessa idade passar horas

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sentado, olhando para uma tela, mesmo se estiver resolvendo problemas ou fazendo alguma atividade. Criança e adolescente precisam conviver com colegas”. Cat ainda lembra que a escola é um lugar de proteção, atuando, inclusive, para identificar alterações comportamentais nos estudantes que podem indicar situações de risco, se estão mais tristes e se o rendimento está caindo. Corroborando com o pensamento, Romanelli destaca a importância de se estar atento aos sinais. “Mudou radicalmente suas atitudes? É um sinal de alarme. Em seguida vêm o desinteresse, ausência de motivação, perda do bom humor, isolamento, depressão. Na parte física, perder apetite, dormir mal, não fazer nenhuma atividade física”. Cat também ressalta como, ao contrário do que se pensa, a escola atuar como propagadora de bons hábitos de higienização pessoal. “Nenhum país do mundo registrou um aumento no número de casos [de coronavírus] com as escolas abertas. Entendi o fechamento pelo medo, mas hoje vejo a criança não como uma transmissora do vírus, mas como propagadora de comportamentos responsáveis. As crianças que vão às escolas vão ter con-

tato com protocolos de segurança e vão cobrar de suas famílias esses cuidados. Vemos crianças de três, quatro anos usando máscaras, tendo hábitos de higiene e tomando um cuidado às vezes muito mais efetivo do que de um adulto consciente”, completa o profissional. COMO MITIGAR OS IMPACTOS A família acaba tendo papel fundamental para suavizar os efeitos negativos causados nos jovens pelo isolamento imposto para reduzir as chances de contaminação pelo Sars-CoV-2. A psicóloga e psicopedagoga Rocimar Santos Oliani reforça a importância de os pais buscarem manter

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“Nenhum país do mundo registrou um aumento no número de casos com as escolas abertas. Entendi o fechamento pelo medo, mas hoje vejo a criança não como uma transmissora do vírus, mas como propagadora de comportamentos responsáveis” Rubens Cat

uma rotina saudável com refeições e atividades em família, como cinema em casa e momentos de brincadeira. Até mesmo caminhadas em locais abertos – sempre usando máscaras de proteção – são recomendadas, vez que o distanciamento social também afeta o físico. Ainda, é necessário montar um plano de estudos intercalado com horários para recreação e descanso. Linguagens positivas, de afeto e mo-

tivação, é claro, são sempre bem-vindas. Além disso, promover a interação da criança com amigos da escola, mesmo que por meios remotos, como celular, chamadas de vídeo e as boas e velhas cartinhas, é interessante. O crucial é manter o bom humor e a criatividade. Se necessário, porém, deve-se considerar um acompanhamento profissional – psicológico ou psicopedagógico. “É muito importante procurar ajuda especializada em casos nos quais a criança não quer sair do quarto ou fazer as refeições com a família, por exemplo. Se demonstra tristeza constante, pensamentos negativos, medo excessivo, terror noturno, enurese noturna [incontinência urinária], compulsão alimentar, ansiedade, sinais de rebaixamento de autoestima, sono constante... Enfim, comportamentos alterados”, diz Rocimar.

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Coop e ra ç ã o é f u n d am e n t al Para o se n a dor O riovisto Guim a rã e s, parce ria e n tre e scola s e fa m ília s pre c isa , mais do que n un c a , se r re forç a da

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Neste momento de retomada do ensino presencial, ainda que de forma híbrida e não obrigatória, a cooperação entre as escolas e famílias precisa, mais do que nunca, ser aumentada, especialmente nos primeiros anos da educação básica. É o que acredita o economista e senador pelo Paraná Oriovisto Guimarães (Podemos), um dos fundadores do Grupo Positivo, o qual presidiu por quatro décadas e transformou em um dos principais grupos educacionais, industriais gráficos e de informática do Brasil. No entendimento de Guimarães, essa cooperação é fundamental porque o papel que os pais e

zem respeito aos cuidados que precisam ser tomados para evitar a propagação do novo coronavírus, como distanciamento de 1,5 metro, medição de temperatura, cuidados constantes de higiene e uso de máscara. Aos gestores, a dica principal do senador é a que ele considera ser a mesma dos tempos de normalidade: garantir um processo de ensino e aprendizagem eficiente. Não importa se somente uma parte dos estudantes estará fisicamente na sala de aula, o docente precisa dar uma aula boa, preparada e pautada pela motivação. “Temos que lembrar que quando as famílias decidem colocar as crianças na esco-

responsáveis exercem neste momento é quase o de um professor em casa. Assim, é preciso que as instituições de ensino atuem como um guia, que vai orientar famílias e estudantes para que a educação possa, de fato, acontecer. Já na presencialidade, os principais desafios di-

la particular, o fazem porque querem a melhor qualidade de ensino possível para os seus filhos. A escola, portanto, precisa ter essa preocupação: ensinar bem presencialmente e ensinar o melhor que puder a distância”, afirma Guimarães. O senador também ressaltou que a pandemia de

“Temos que lembrar que quando as famílias decidem colocar as crianças na escola particular, o fazem porque querem a melhor qualidade de ensino possível para os seus filhos. A escola, portanto, precisa ter essa preocupação: ensinar bem presencialmente e ensinar o melhor que puder a distância”

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Covid-19 deixou muito claro que o planejamento é de extrema importância na seara educacional, seja em relação aos conteúdos quanto ao material utilizado, dos tradicionais livros e apostilas a aparatos tecnológicos. Para Guimarães, os estudantes de escolas mais preocupadas com o planejamento foram os que menos sofreram com a crise sanitária. CIÊNCIA E TECNOLOGIA COMO FOCO A principal contribuição do Poder Público para ajudar as escolas, educadores e estudantes neste momento de retomada, na visão de Oriovisto

Guimarães, é garantir, o quanto antes, a vacinação não só a professores e profissionais de instituições de ensino, mas para toda a população. O senador lembra que não foram só as escolas que sofreram com o distanciamento social, mas a maioria dos setores da economia, de comércio a eventos, passando pelo turismo e pela alimentação. “Hoje, governadores se mobilizam para comprar as vacinas. Infelizmente, o Governo Federal demorou muito. Estamos vendo na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Covid que houve

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falhas graves e que já poderíamos estar mais adiantados na imunização do que realmente estamos. O preço a ser pago por isso é a não ter, em sua totalidade, as atividades nas escolas, economia fechada e mortes. Não que isso não fosse existir, mas se as vacinas tivessem sido compradas antes, como houve a possibilidade, todo esse cenário poderia ter sido atenuado”, pontua. A situação da vacina, inclusive, é um grande exemplo de como o país precisa, cada vez mais, investir em ciência e tecnologia. Se a área fosse mais valorizada no país, se houvesse mais labo-

ratórios, a essa altura já haveria vacinas 100% nacionais. “Sem educação de qualidade e sem investimento em pesquisas o país vai seguir sendo um grande celeiro, uma grande fazenda, mas nunca será um país verdadeiramente desenvolvido”, diz Guimarães. O papel do Poder Legislativo nesse ponto, afirma o senador, é aprovar um orçamento que prestigie a pesquisa e a ciência, assim como leis e projetos de fomento à área, caso do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), cuja aprovação foi muito comemorada por Guimarães. Ele ressalta, contudo, que os legisladores não dão conta de fazer tudo isso sozinhos, sendo necessário que o Executivo também faça a sua parte e corte despesas que não são tão necessárias. “O Governo Federal tem onde economizar. Isso, porém, deve partir do Poder Executivo, do Ministério da Economia; tem que ter um planejamento. Aí, é claro, o papel do Poder Legislativo é aprovar – e nós vamos aprovar, com certeza”, finaliza.

“Sem educação de qualidade e sem investimento em pesquisas o país vai seguir sendo um grande celeiro, uma grande fazenda, mas nunca será um país verdadeiramente desenvolvido”

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Reduzindo desigualdades Trabalh ar com o con ceito de equidade é fun dam ental para superar os desaf ios deixados pela pan demia n o âmbito educacion al A América Latina e o Caribe foram os locais onde as escolas permaneceram por mais tempo fechadas durante a pandemia de Sars-CoV-2. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), três em cada cinco crianças que permaneceram ao menos um ano sem ensino presencial moram em algum dos países da região. A crise sanitária também fez crescer o abandono escolar no Brasil. Antes da chegada do novo coronavírus, 1,3 milhão de crianças e adolescentes estavam fora da escola. Agora, há mais de 5 milhões, o que fez a nação regredir cerca de duas décadas, de acordo com a organização, embasada em dados da edição de 2020 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2020. Para o professor Eduardo Deschamps, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), os dados são um indicativo da imensa desigualdade que há na região. Uma das principais dificuldades que se tem quando o assunto é atendimento educacional no Brasil diz respeito ao fato de se tratar de uma nação muito heterogênea em termos de classes e tratamento

que é conferido aos cidadãos, além do próprio tamanho continental do país. Quando situações imprevisíveis acontecem, como a epidemia de Covid-19, as desigualdades que já existiam acabam sendo aprofundadas. “O que precisamos fazer para conseguir superar essas desigualdades no âmbito educacional é trabalhar com o conceito de equidade. Isso significa buscar resultados comuns, mas tratar as pessoas, durante o processo, de maneira diferente, de acordo com suas diferenças. Levaremos algum tempo para superar as dificuldades deixadas pela pandemia. Certamente não será coisa de um ano ou dois. Teremos um belo trabalho, em todas as etapas de educação, para fechar as lacunas decorrentes desse período”, pontua o especialista. No entendimento de Deschamps, também é preciso compreender que o ato de ensinar envolve não somente um contexto de aprendizagem específica de competências previstas em bases curriculares, mas outros aspectos, como os socioemocionais, que fazem parte da formação integral do indivíduo e estão ligados à capacidade de conhecer, conviver, trabalhar e ser. Pro fe s s o r D r. Ed u ard o D e s ch am ps

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E N TR EVI STA DO M ÊS

A voz d a ex peri ê n c i a Atual vice -presidente do Conselh o Esta dual de Educa çã o, Ja cir Venturi tem déca das de experiên cia na ar te de ensinar

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Mais de 40 anos como diretor de escola, docente de diversas universidades e colégios em Curitiba (PR), tanto particulares quanto privados, autor de livros para o ensino superior, presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) entre 2012 e 2016 e atual vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE). Essa é apenas parte do extenso currículo do professor Jacir José Venturi, matemático e engenheiro civil. Nesta conversa com a Escada, Venturi fala sobre a atuação e objetivos da atual diretoria do CEE, opina sobre as principais mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio e comenta as lições que a pandemia do novo coronavírus vai deixar para o ensino no Brasil. Na visão do professor, o ensino híbrido veio para ficar, mas é preciso

“Estou no Conselho, contudo, com o compromisso primeiro e soberano de lutar pela qualidade de ensino”

que as escolas invistam na capacitação dos profissionais quanto às novas tecnologias. Essa capacitação, no entendimento de Venturi, demanda um processo contínuo, uma vez que as disciplinas e as metodologias são dinâmicas. Além disso, deve-se tomar cuidado com a faixa etária, vez que a etapa de alfabetização, por exemplo, deve ocorrer de forma presencial. O senhor é membro do Conselho Estadual de Educação do Paraná desde 2019. Qual é a importância do órgão para a sociedade? Recentemente, fui eleito vice-presidente do Conselho Estadual de Educação. Fiquei bastante honrado, porque é a primeira vez que a escola privada, que eu represento, ocupa essa função. As escolas privadas correspondem a cerca de 17% das matrículas da Educação Básica do Paraná e 74% das matrículas do Ensino Superior. É um segmento que, em termos econômicos, representa, aproximadamente, 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense. Estou no Conselho, contudo, com o compromisso primeiro e soberano de lutar pela qualidade de ensino – não importa se a escola é pública ou pri-

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vada. Somos 19 membros, representando várias categorias da sociedade civil, como Assembleia Legislativa, municípios, professores. É um órgão bastante diversificado em termos de representação e ideologia. Nossa função é normatizar a educação do Paraná, ou seja, nós estabelecemos as normas e cabe à Secretaria Estadual de Educação e à rede de escolas privadas executar esses dispositivos. Também trabalhamos para autorizar a criação de novas escolas e novos cursos no estado. O objetivo maior da atual diretoria é diminuir os entraves burocráticos e tornar os processos mais ágeis.

“Novo Ensino Médio, nós teremos uma grade curricular mais acessível e seleta. Está comprovado que o Brasil oferta, principalmente em Química, Física, Biologia e Matemática, um currículo por demais complexo, exageradamente difícil, que desestimula e é uma causa de evasão. ”

Vamos falar sobre o Novo Ensino Médio. Quais mudanças o senhor destacaria? Vou citar, primeiro, a ampliação da carga horária. Vamos ter uma permanência maior de alunos em sala de aula. É um grande benef ício. Em segundo lugar, destaco o ensino técnico como uma das possibilidades de escolha por parte do estudante. No Brasil, apenas 8% dos alunos do Ensino Médio fazem um curso profissionalizante, enquanto nações desenvolvidas, como Estados Unidos (EUA),

Alemanha e Japão, têm uma média de 40%. A terceira vantagem é que no Novo Ensino Médio, nós teremos uma grade curricular mais acessível e seleta. Está comprovado que o Brasil oferta, principalmente em Química, Física, Biologia e Matemática, um currículo por demais complexo, exageradamente difícil, que desestimula e é uma causa de evasão. A matriz curricular dos EUA é bem mais simples

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que a nossa, mas o aluno sai da escola aprendendo mais.

“É preciso, principalmente, capacitar na fluência digital, já que o ensino híbrido veio para ficar. O aluno de hoje já é nativo digital, mas precisa ser estimulado e orientado.”

O Novo Ensino Médio fala muito em atuação interdisciplinar. Como promover isso? O que temos hoje na formação de licenciaturas no Brasil é uma formação muito específica e especializada. Qual seria o ideal? Que formássemos professores por áreas. Em alguns países já funciona assim. O acadêmico se forma em Ciências e pode ensinar, simultaneamente, a Química, Física e Matemática, por exemplo. Para o aluno, ao perceber a ligação entre essas três ciências, a aula seria muito mais motivadora. A grande necessidade que temos no Brasil atualmente, portanto, é a capacitação de professores, que ainda são muito especializados. Uma das maiores falhas da educação brasileira está, justamente, no preparo pífio e fraco de muitas licenciaturas. A escola, nesse cenário, precisa investir em capacitação para seus docentes e esse é um processo contínuo, porque as disciplinas e as metodologias de ensino são dinâmicas. É preciso, principalmente, capacitar na fluência digital, já que o ensino híbrido veio para ficar. O aluno de hoje já

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é nativo digital, mas precisa ser estimulado e orientado. A ideia do estudante como mero ouvinte já está ultrapassada. Como fazer os professores entenderem que precisam trazer os alunos para o protagonismo da sala de aula? O ensino ideal envolve o estudante ler em casa, aprender em casa e ir para a escola para debater com os docentes. A universidade, contudo, não ensina isso para os futuros professores. Como comentei, estamos com muita deficiência em nossos cursos de licenciatura. As escolas, portanto, precisam fazer esse trabalho e preparar, capacitar esses profissionais. Há alunos que ficam restritos ao mínimo para passar de ano, mas tem aqueles que vão muito além, estudam com autonomia, procuram oportunidades. Esses é que serão grandes professores. Que lições a pandemia do novo coronavírus deixa para o ensino no Brasil? Estamos enf rentando uma rea-

lidade na qual muitos docentes estão com dificuldade em se adaptar, porque precisam enfrentar uma tela de computador, com aplicativos, softwares. Por outro lado, tivemos professores que ficaram gigantes, montaram verdadeiros estúdios em casa e se adaptaram muito bem à nova realidade. Às vezes era um professor mediano e, de repente, com as novas tecnologias, transformou-se em um gigante do ensino. Houve, nesse sentido, uma mudança no conceito de ser um bom professor em comparação com o período antes, durante e pós-pandemia. E o ensino híbrido veio para ficar, é irreversível. Em um ano e meio as escolas incorporaram soluções que em tempos de normalidade talvez levassem cinco, dez anos. A dificuldade acaba sendo encontrar gente boa para lidar com essas novas tecnologias. Também é preciso considerar a faixa etária. Temos que ter muito cuidado do quinto ano para baixo, por exemplo. A alfabetização é essencialmente presencial.

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O rg a ni z a ç ã o é a ch ave

Plan ejam ento e apoio sã o fun dam entais para que estudantes mante nham o bom ren dim ento escolar em casa

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) autorizou, ainda em abril, o retorno às atividades presenciais nas escolas particulares no modelo híbrido. No ensino público, algumas

instituições de ensino já estão seguindo o mesmo caminho e a expectativa do governo é de que, em breve, a retomada possa ser realizada em 100% dos colégios estaduais. A reabertura

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das escolas é de extrema importância para que os impactos na aprendizagem, nutrição, saúde mental e socialização de crianças e adolescentes sejam suavizados. Mesmo assim, até o momento, não há previsão objetiva sobre um retorno integral às salas de aula. Isso significa que a mescla entre a presencialidade e o ensino remoto deve permanecer por mais um tempo. É necessário, então, que os estudantes sigam se organizando para que o processo de ensino realizado em casa, a fim de respeitar o distanciamento social para evitar a propagação do novo coronavírus, seja efetivo – e é preciso que tanto a escola quanto a família do estudante, além dele próprio, empenhem-se nesse processo. “É fundamental que, dentro do possível, os pais consigam acompanhar os filhos, além de conscientizá-los e ajudá-los a organizar as atividades. Essa organização vai desde auxiliar a utilizar os recursos tecnológicos a definir uma agenda de estudos e realização de tarefas. A família tem que reforçar que é importante que o estudante participe da aula como se ela fosse presencial, que abra a câmera, interaja. A gente sabe que muitos alunos não abrem a câmera quando estão no remoto porque estão de pijama, nem saíram direito da cama. Então, esse tipo de conscientização por parte dos pais é muito importante”, comenta o pedagogo João Nascimento, coordenador de empreendedorismo do Colégio Bom Jesus. Para os estudantes, a dica que o profissional

“A família tem que reforçar que é importante que o estudante participe da aula como se ela fosse presencial, que abra a câmera, interaja.” João Nascimento dá é de que se comportem em casa como se comportariam na escola, no sentido de respeitar horários, não comer durante a aula, não utilizar o celular e até mesmo usar uniforme. Depois, minimizar as distrações ao máximo, como deixar aberta no computador apenas a aba da ferramenta que está sendo utilizada pela escola. Ocasionalmente, é óbvio, quando o docente pede, pode ser realizado algum tipo de pesquisa, mas as distrações precisam ser evitadas. Nascimento ainda diz que pais e estudantes devem compreender que, assim como eles, os professores também têm família e vida pessoal.

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Melhor evitar enviar mensagens em aplicativos ou fazer ligações fora de horário, tarde da noite ou em finais de semana, portanto. Da parte dos educadores, cabe a eles entender que não têm a obrigação de responder a esses chamados assim que os recebem e definir horários para cuidar de si e dos seus.

ORGANIZAÇÃO O estudante do 3° ano do Ensino Médio Romulo Morselli Machado, 17 anos, sabe bem a importância da organização para que os estudos em casa possam fluir de forma satisfatória. O jovem conta que no início do ano letivo, junto de sua psicóloga, elaborou um cronograma de estudos. Para ele funciona da seguinte forma: o adolescente separou de três a quatro matérias por tarde para revisar o conteúdo por meio de exercícios e análise de textos teóricos. Romulo utiliza uma hora e meia para cada disciplina e, no meio da tarde, faz uma pausa de 20 minutos para lanchar. “Até então, esse foi o melhor método para mim que encontrei, pois o estudo não fica tão pesado e consigo render bem”, diz o estudante, que já decidiu que vai prestar vestibular para Medicina. Sobre o contato direto com os docentes, Romulo conta que cada professor tem

um e-mail, por meio do qual podem ser tiradas dúvidas. Os educadores também avisaram que, caso necessário, os alunos podem agendar reuniões privadas para conversar no Google Meet por videochamada. Já a respeito do que lhe motiva durante as aulas remotas, o adolescente afirma que gosta muito quando os professores fazem dinâmicas envolvendo jogos, o que torna o processo de ensino e aprendizagem mais leve, mas muito produtivo. O pedagogo João Nascimento explica que é crucial que o professor não “discurse” muito durante a aula, para não transformar o encontro em palestra. É claro que há blocos de conteúdos que precisam ser passados, mas é interessante pensar em formas com que os estudantes consigam participar ativamente. “Essa fragmentação do conteúdo, fazer lacunas, dar espaços para o aluno interagir, puxar essa interação do aluno... Isso é sair da mesmice, deixar a aula interativa”, pontua.

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N OT Í CI AS RÁPIDAS 17.jun.2021 | 19h

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