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A águia-imperial ibérica

A águia imperial ibérica já foi uma das espécies de aves mais ameaçadas na UE, mas, graças à combinação de uma rigorosa proteção jurídica ao abrigo da Diretiva Aves com a designação dos seus principais locais de reprodução ao abrigo da rede «Natura 2000», associadas ao apoio estratégico do Fundo LIFE da UE, a sua população aumentou seis vezes nos últimos 15 anos. Em 1995, havia apenas 50 pares reprodutivos, em comparação com os 300 pares hoje existentes na Península Ibérica.

O Programa LIFE está a financiar desde 1992 um programa de ação em três fases para a conservação da águia imperial ibérica, com projetos separados, mas interligados, simultaneamente em Castilla y Leon, Castilla la Mancha, Extremadura, Andaluzia e Madrid. No total, o Programa LIFE investiu mais de 10 milhões de euros na conservação desta espécie.

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Como muitos dos habitats mais bem preservados desta espécie estão situados em terrenos privados, foi dada particular importância à participação dos vários proprietários rurais na conservação da espécie. Para este fim, foram elaborados e implementados planos de gestão numa série de propriedades privadas. Graças à estreita colaboração estabelecida com esses proprietários rurais, a maioria prossegue agora o trabalho de conservação por iniciativa própria.

A borboleta-do-sapal na Dinamarca

A borboleta-do-sapal era dantes avistada em toda a Dinamarca, mas atualmente surge apenas num número reduzido de sítios do país. Depois de protegidos ao abrigo da rede «Natura 2000» os seis sítios que ainda restam, foram aplicadas medidas urgentes de conservação, com o apoio de Fundos LIFE da UE, para travar a completa extinção desta espécie.

Ainda é cedo para o afirmar, mas há estudos que indicam que as obras de reabilitação dos habitats começam agora a produzir efeitos: a população total estabilizou e o número de teias de larvas duplicou desde o início do projeto. Foram também detetadas quatro novas subpopulações. No entanto, o futuro da espécie não está ainda assegurado, sendo necessário mais trabalho de conservação para permitir que a espécie alargue a sua área de distribuição e passe a ser menos vulnerável a acontecimentos imprevisíveis, como inundações ou períodos de seca.

Os ursos na Roménia

A Roménia alberga cerca de metade do total da população de urso-pardo na União Europeia. O país tem ainda grandes extensões de floresta selvagem, não sujeita a medidas de gestão, em especial nos Cárpatos, onde este mamífero pode viver em relativa segurança longe do homem. Mesmo aí, contudo, a população de ursos está em constante declínio em resultado da exploração madeireira ilegal, da caça não regulamentada e de projetos irrazoáveis.

Agora que a Roménia aderiu à UE, essas atividades devem ser estritamente regulamentadas, em conformidade com os requisitos da Diretiva Habitats. As principais zonas de reprodução e de hibernação devem também ser protegidas em todo o país, o que levou a Roménia a designar mais de 60 sítios ao abrigo da rede «Natura 2000» para esta espécie, a fim de assegurar o seu futuro a longo prazo.

Há vinte anos, alguns habitats naturais estavam a desaparecer da paisagem europeia a um ritmo alarmante. Até meados dos anos , a Europa já tinha perdido metade das suas zonas húmidas e quase três quartos das suas dunas e charnecas, devido ao efeito combinado de utilizações concorrentes do solo, desenvolvimentos de infraestruturas, poluição e expansão urbana.

A Diretiva Habitats conseguiu travar a continuação desta destruição em grande escala. É um dos primeiros atos legislativos no domínio da conservação da natureza que reconhece a importância por direito próprio da proteção de tipos de habitat naturais e seminaturais — não apenas enquanto refúgios vitais para a vida selvagem, mas também porque prestam à sociedade numerosos e valiosos serviços ecossistémicos como a água potável, a polinização, a prevenção de inundações, etc.

No total, cerca de  tipos de habitats raros e ameaçados são protegidos ao abrigo da Diretiva Habitats, refletindo a riqueza e diversidade das paisagens europeias. Das turfeiras de coberto de água a norte ao «maquis» florido a sul, das falésias costeiras batidas pelo vento a oeste às vastas planícies de prados secos a leste — a riqueza dos habitats na UE é verdadeiramente notável.

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